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URBANIDADES |
CRÓNICA SOBRE A FORÇA DA FRAQUEZA Posted: 14 Mar 2020 01:36 PM PDT Médicos chineses e quarenta toneladas de equipamento As pandemias têm sempre uma origem, porém, por definição etimológica, pertencem a todos. E assim, as mais recentes notícias de uma Itália desesperada chegam dulcificadas por uma dádiva chinesa de quarenta toneladas de máscaras, equipamentos e outros apoios, além de uma equipa de médicos. A política internacional é assim. É um jogo no qual Nicolau Maquiavel entrou tarde, já a velha China tinha consumados estrategas, sábios na arte de jogar e antecipar movimentos no tabuleiro dos reinos e, depois, no do império nascido ali para os lados de Xian. Das lições que retive das histórias que ouvi contar ou li, devidamente traduzidas, fixei aquela máxima “quando estiveres forte, faz-te fraco” ou aquele conselho de Sun Tzu “se queres que os teus soldados derrotem os opositores, coloca-os encurralados. Lutarão desesperadamente para se soltarem”. E é assim que, qual fénix reerguida das cinzas, aprendida a lição, a China busca o resgate da sua face, enviando para Itália ajuda médica urgente, que a fábrica do mundo voltou a produzir. Afigura-se-me que, para o europeu ou americano, o pensamento chinês é imprevisível porque surpreendente. Apesar da aldeia global, poucos são os peritos ocidentais capazes de pensar chinês porque, para conhecer os chineses, é preciso ser-se chinês. No entanto, a propaganda ocidental liderada por Trump, aponta a China como o “baluarte do mal” embora não conste, por exemplo, que para se ser visto num hospital chinês se exija seguro de saúde ou depósitos de 3.000 dólares. Hoje, Shenzhen, apenas a uma hora de Macau, emerge como a mais tecnológica cidade do mundo, sendo também a sede da Huawei e, ironicamente, aí também se fabrica o iPhone. É, enfim, o confronto do velho imperialismo face a um muito mais velho conceito conhecido como o “mandato celestial”, isto é, a ideia de um império e um líder. A breve passagem por um sonho de democracia lançado em 1912 com a revolução de Xinhai e encabeçado pelo pai da república, o médico dr. Sun Yat Seng, fundador do Kuomintang KMT (國民黨), que significa “partido democrata do país”, durou pouco, tendo-se-lhe seguido Yuan Shikai, chefe do exército de Beiyan, que se fez coroar imperador em 1915, para abdicar face às revoltas populares e morrer no ano seguinte. A inclinação para o aventureirismo e as guerras intestinas cedo mostravam a inclinação para a república (共和國), mas menos pelo conceito de democracia. Data de 1921 a fundação do Partido Comunista Chinês, PCC. Em 1927 o general Chiang Kai Shek assume o comando do KMT após a morte do seu fundador, partido que acabou por ser conhecido como Partido Nacionalista. Pouco depois dava-se o massacre de comunistas em Xangai pelo KMT. Estava criado o tabuleiro para a Guerra Civil e, no meio, a confusão gerada pela invasão Japonesa de 1937 e o massacre de Nanquim e Xangai, lançando muitos refugiados para Hong Kong, entre os quais minha Mãe e meus irmãos. Muito mais tarde ser-me-ia contado por uma xangainense que também fugira, que os do KMT “apenas fugiam” dos japoneses. Quem lhes fazia frente eram os comunistas. Prisioneiros de guerra enterrados vivos pelos japoneses. Nanquim, 1937 Com base no campesinato maioritário, e não no proletariado, o PCC derrotaria o KMT em 1949, tendo este último, através do seu ministro das finanças, levado todo o ouro da China para a Formosa. Assim, desde 1 de Outubro de 1949, o Partido Comunista Chinês viu-se obrigado a liderar uma China na miséria. Cinquenta e um anos depois, o país estava reconstruído, um país com 1.400 milhões de habitantes, o que constitui assinalável obra. Compreender-se-á que, depois das aventuras da infância republicana, a China tenha percebido que governar a nação mais populosa do mundo seria incompatível com o conceito ocidental de democracia. Além disso, as lições aprendidas desde as Guerras do Ópio, por exemplo, e a memória de muitos lugares onde era proibida a entrada “a cães e a chineses” terá instilado nos dirigentes chineses um firme desejo de um Nunca Mais. Hoje, a China ainda tem de lidar com muitas dificuldades, mas sábia como é, tratou de cuidar do velho lema de que povo com a barriga cheia é povo satisfeito. E hoje, um terço da população, quase 500 milhões, pertence à classe média e a China é a maior detentora dos títulos de dívida dos E.U.A. e 35 milhões de turistas de jogo tornaram Macau na cidade com o PIB mais elevado do mundo. Tem o ocidente esta vontade evangelizadora de que só o seu conceito de democracia é válido, à maneira dos Jeovás e dos demais. Esse conceito de democracia, que implica o respeito pelo outro, afigura-se assim assaz curioso. Respeito pelo outro sim, desde que tenha a mesma opinião… Mas dizer o que se pensa é, para os chineses, uma fraqueza, não uma franqueza. Porque as relações políticas e comerciais são, mais uma vez, um jogo não de revelação, mas de ocultação. A capacidade de resposta da China, a constatação de que o COV19 emergiu porque ainda não foi possível o esclarecimento de todos sobre hábitos ancestrais em algumas regiões vem, a meu ver, mostrar quão perfeita é a incompletude do que tem sido realizado na China nos últimos anos. Porém vem igualmente dizer-me quanto caminho foi percorrido em tão escasso período de apenas 71 anos. Assim se vem cumprindo a força de uma fraqueza. xangai xangai |
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de novo parabéns Dr Vasco Cordeiro, a segunda vez en 48 horas que o congratulo pelas suas declarações no Telejornal e pela paciência em aturar a insolência pseudojornalistica da minha colega Berta Tavares (numa casa com excelentes profissionais, esta “vedeta” começa a destoar demasiadas vezes, mas deve ser impressão minha…. que pena não estar de serviço o Rui Goulart, o J Simas ou a Dukce Bradford…
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Os Ministros da Defesa dos 27 países da União Europeia (EU) reuniram-se nos dias 4 e 5 de março, em Zagreb. O tema central da reunião não foi o de como lidar com a crise
Source: Europa fechada pelo vírus e a UE abre as portas ao exército dos EUA – Jornal Tornado
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O Governo desaconselhou este sábado os cidadãos residentes no continente português a viajarem para Açores e Madeira, na sequência dos
Source: Governo da República desaconselha viagens para regiões autónomas – Jornal Açores 9
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A Ministra passou da fase “está tudo sob controlo, não precisamos tomar medidas excessivas”, para a fase “está tudo sob descontrolo”, não sabe a Ministra se o SNS, que ela e tantos têm desnatado contra todos os avisos, aguenta. Enquanto deixa bares e discotecas e fábricas e transportes públicos abertos diz que “cabe a cada um ser responsável”. Sem palavras….
Para verem que existe outra política face à epidemia, outros governos, deixo aqui o testemunho de uma professora que conheço há anos, vive em Macau, está em quarentena desde o início de Fevereiro, Macau teve apenas 10 casos. Aguentou. E bem.
Joana Pereira
Olá! Fica aqui o meu testemunho sobre o covid-19 e a quarentena em Macau…
Em Macau, as escolas fecharam quando havia apenas 4 casos no território (24/01/2020).
Cancelaram todos os eventos de comemoração do ano novo chinês e, mais tarde, fecharam os casinos e os restantes espaços e até transportes (08/02/2020). Macau teve apenas 10 casos. Todos tiveram alta. Não temos novos casos desde o dia 11/02/2020.
Estou de quarentena desde o dia 03/02/2020. Todos temos de usar máscara e o governo garantiu que não faltava nada à população, desde máscaras a bem alimentares ou outros bens de consumo.
Fomos aconselhados a não sair de casa (a não ser para o estritamente necessário), a usar sempre máscara, a lavar e/ou desinfetar as mãos constantemente, a evitar tocar na cara,… a evitar zonas com muitas pessoas, a adiar tudo aquilo que não era importante.
Nas entradas dos prédios e nos elevadores há plásticos a proteger os botões de campainha ou de andar…(para a limpeza ser mais eficiente).
Na TV passam constantemente informação com todos estes conselhos e, na rua, há altifalantes que nos pedem para ir para casa. Macau ficou “às moscas”. Quem chega, passa por 8h de exames e tem de fazer quarentena.
Socializar ficou limitado aos encontros casuais no supermercado e aos encontros nas redes sociais.
Esta NÃO é a fase indicada para os AVÓS estarem com os NETOS…
Passei a trabalhar à distância. Envio material e trabalhos para os meus alunos, através dos emails dos pais. Não posso adiantar matéria… Envio e recebo vídeos e fotografias… Todos mantemos o contacto.
Nos tempos livres vejo séries, filmes e documentários como já não me lembrava de fazer; faço formações online; leio livros e revistas; mergulho nas redes sociais;…
Entretanto, Macau já retomou a vida… Abriram muitos estabelecimentos… Mas as escolas só reabrem depois da Páscoa.
Se entrarmos em serviços públicos temos usar máscara, temos de declarar o nosso estado de saúde, bem como os sítios por onde andámos, medem-nos a temperatura e pedem-nos para desinfetar as mãos.
Eu não estou autorizada a sair do território nas interrupções letivas (porque no regresso teria de fazer quarentena e faltar às aulas). Bye-bye “férias”!
Sair não é recomendado! E o povo obedece, com calma e responsabilidade…
Aqui, sinto-me extremamente segura!
Custa fazer quarentena? Sim! Custa muito! Mas antes isso, do que ficar doente! Ou pior… Contagiar pessoas mais vulneráveis e ser responsável pela morte de alguém. Não, obrigada! Estou bem em casa