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Espanha acaba de decretar quarentena depois de nas últimas 24 horas terem registado mais de 1500 novos caso
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COVID-19 | REGRESSÃO EXPONENCIAL
Utilizando os dados do número de casos confirmados de COVID-19 em Portugal até hoje e tendo em conta que as epidemias deste tipo inicialmente propagam-se exponencialmente, podemos, utilizando uma calculadora gráfica, fazer uma regressão exponencial para tentar “prever” como vai evoluir o número de infetados nos próximos dias.
Assim, o número de infetados pode ser aproximado em função de t, em dias, por y = 1,6068*(1,4408)^t, sendo que t = 2 representa o dia 2 de Março de 2020. Neste caso r = 0,987 (quer isto dizer que é uma razoável/boa aproximação). O número 1,4408 quer dizer que a cada dia o número de infetados vai aumentar em média, aproximadamente, 44,08%.
Assim, nos próximos dias podemos esperar, aproximadamente:
15 de Março: 267 infetados
16 de Março: 385 infetados
17 de Março: 554 infetados
17 de Março: 798 infetados
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É muito provável que este crescimento venha a atenuar nos próximos dias, um aumento diário médio de 44,08% (de ontem para hoje aumentou 51%) é muito elevado. À medida que os dados sobre o número de infetados em Portugal forem aumentando o ajustamento será cada vez melhor. Assim espero.
Se não cumprimos diretrizes do governo, será muito mais difícil “parar” o crescimento exponencial da propagação da epidemia, no dia 20 de Março já teremos cerca de 1657 infetados e no final de Março, dia 31, nem é bom saber o número! É este o “poder” do crescimento exponencial. Parece tudo controlado e de um momento para o outro dispara. Friso que isto não é uma inevitabilidade, com as medidas certas é possível conter a propagação do Coronavírus e dessa forma fazer com que a velocidade de propagação comece a diminuir para que os números comecem estabilizar (logística). Aparentemente é o que está a acontecer na China e na Coreia. Umas das medidas mais eficazes ficar em casa, não circular para não dar a hipótese ao vírus de ser transmitido.
É preciso agir depressa! O caráter exponencial do crescimento da epidemia não perdoa, sob pena de o nosso SNS ficar sobrecarregado e não conseguir dar resposta a um aumento muito rápido do número de casos. Se isso acontecer é possível que venham a morrer pessoas por não haver capacidade de os tratar a tempo, não por não poderem ser salvas.
DADOS IMPORTANTE: DOIS DOENTES TOTALMENTE RECUPERADO E ZERO VÍTIMAS MORTAIS.
À medida que formos conhecendo mais dados, irei ajustar a regressão.
Adenda dia 13 de Março:
Relembro que este crescimento pode “travar” a qualquer momento, não se manterá sempre. Quando as medidas que o Governo tomou começaram a fazer-se sentir, a velocidade de crescimento irá começar a diminuir. Nessa altura podemos abandonar este modelo e adotar o logístico. Relembro também que as medidas do Governo só farão efeito se nós, entanto indivíduos e enquanto sociedade, fizermos a nossa parte, cumprindo as determinações impostas pelo Governo. Nunca se esqueçam que a nossa ação não nos afeta só a nós, afeta também quem nos está próximo, de forma mais perigosa a quem é mais vulnerável.
Adenda dia 14 de Março:
Tinha um erro que não detetei logo, só ontem à tarde percebi, é por isso que os número de hoje e de ontem são tão diferentes. O número de infetados do dia 11 de Março também estava incorreto. Eram 59 e não 61. As minhas desculpas pelo sucedido.
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Organização Mundial de Saúde preocupada com a abordagem do Reino Unido.
Source: Tática dos britânicos é gerar imunidade de grupo. OMS está preocupada – DN
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Carta aberta ao Presidente da República, 1º Ministro e Presidente do Governo Regional dos Açores
Crónica 323 fechem as portas ao vírus, exijo o fecho das fronteiras aéreas nos açores 14.3.2020
fechem as portas ao vírus
Escrevo a quente no momento em que a Madeira coarta a entrada via aérea a várias nacionalidades, enquanto aqui todo o bicho careto, infetado ou não, continua a entrar nos nossos aeroportos como se nada se passasse. Parafraseando o colega Diretor do Diário dos Açores “A vida de um açoriano vale mais do que um avião cheio de turistas” .
Não faço ideia de quanto vale uma vida em Portugal mas pelo que vejo não deve valer muito.
Luís Aguiar-Conraria (filho de um grande escritor açoriano, Cristóvão de Aguiar) escrevia no Expresso de hoje “É verdade que quando se fala em políticas públicas não faz sentido dizer que a vida não tem preço. Se cada vida tivesse um valor infinito, a implicação seria que estaríamos dispostos a gastar milhares de milhões de euros para salvar uma vida, o que, obviamente, não é o caso. Mas como definir o valor de uma vida?…. vários estudos concluem que o valor estatístico de uma vida anda entre os dois a dez milhões de euros. Ou seja, mesmo que esta crise viral não tivesse qualquer impacto no PIB, se o resultado fosse a morte prematura de, digamos, 5 mil pessoas, para um economista isto seria muito mais grave do que uma enorme recessão. Na verdade, corresponderia a uma quebra de 14% do PIB, uma recessão quase sem precedentes.
Felizmente aqui nos Açores ainda damos valor à vida dos açorianos e queremos continuar assim, já basta a contaminação na Ilha Terceira causada pelas tropas norte-americanas, os cancros que poderíamos não ter, o custo da insularidade, o custo da desertificação das ilhas, a sangria permanente que sofremos em virtude da nossa insularidade, de 500 anos de abandono pela mentalidade colonial centralista de Lisboa, o clima cheio de contingências, os sismos e os vulcões, a continuada dificuldade de ligações interilhas e tanta outra coisa que nos carateriza….
Sabemos que esta crise vai custar caro em termos de uma economia sobredependente do turismo mas interessa, o PUB vai cair abruptamente, empresas vão falir, e muita miséria virá se continuarmos a pensar nos $$$ em vez de pensarmos nas pessoas ou se continuarmos a pensar no equilíbrio orçamental que a EU nos impõe em vez de pensarmos nos portugueses (às vezes não parece mas os habitantes dos Açores são tecnicamente habitantes de Portugal).
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O PÂNICO É PIOR DO QUE O VÍRUS
14 Março 2020
João Melo/ DN
Opinião
Tenho consciência de que talvez esteja na contracorrente da opinião mediática tornada dominante nos últimos dias, processo iniciado quando o novo corona vírus tomou conta da velha Europa, deixando de ser chamado por alguns de “vírus chinês”, e que culminou com a declaração da Organização Mundial do Saúde (OMS) do dia 11 de Março, classificando-o como uma pandemia, embora sem alterar (agravar) as suas recomendações sobre a forma como devemos lidar com o mesmo. Contenção – disse a OMS – deve continuar a ser a principal direção do combate ao covid-19.
Na realidade, o pânico está instalado. Lamento acrescentar que a imprensa (em todo o mundo) é a principal responsável pela criação desse estado de espírito, atraída, inadvertidamente ou não, pelo lado-espetáculo do jornalismo, facto mal “justificado”, no caso dos meios de referência, pelo imperativo da verdade factual.
Assim, nas primeiras semanas, a grande preocupação da imprensa era contar os números de infeções e de mortes, sem quaisquer explicações, sem mostrar a relação entre eles em termos de percentagem, sem comparar com surtos anteriores, sem valorizar os desenvolvimentos positivos (por exemplo, a desaceleração do vírus na Ásia) e, principalmente, sem qualquer noção de serviço público, tendo levado demasiado tempo a fornecer informação sistematizada e massificada sobre os cuidados a ter para prevenir o contágio.
A própria maneira como foi noticiada a declaração da OMS sobre o caráter pandémico foi incompleta. Com efeito, não li até hoje, em nenhum jornal do mundo, uma explicação sobre o que significa “pandemia”, o que, devido ao clima gerado previamente, pode levar a pensar que o vírus se tornou mais perigoso a partir do dia 11 de Março. Não. “Pandemia” pode ser definida como uma enfermidade epidémica amplamente disseminada, ou seja, que atinge vários locais do planeta. Não significa doença mais grave ou mais mortal. O público médio não tem obrigação de saber isso, logo, era necessário descodifica-lo (uma das funções do jornalismo).
Naturalmente, não pretendo dar lições a ninguém, mas parece ter faltado um elemento fundamental (infelizmente esquecido com demasiada frequência) à narrativa jornalística: enquadramento. Factualismo é muito mais do que mera referência a acontecimentos ou um simples alinhamento de números.
Entretanto, pior – muito pior – do que eventuais equívocos, por parte da generalidade da imprensa mundial, no tratamento desta pandemia é a atitude deliberada daqueles que, em todos os países, estão interessados, por razões “políticas” ou mesmo pura maldade, em criar o pânico social. Mais uma vez, lamentavelmente, as redes sociais têm sido a principal ferramenta desses autênticos criminosos.
Além, pois, de estar consciente de que a minha posição, em geral, se situa na contramão do “discurso do pânico” (consciente ou inadvertido; voluntário ou não), sei igualmente que “remar contra a maré”, neste caso, é inútil, pois, como disse atrás, o pânico já está instalado.
E, contudo, é imperioso insistir num meio termo, assim caracterizado por uma amiga: nem cair em pânico nem encarar esta situação como se fosse absolutamente vulgar, idêntica a uma gripe comum. Ou seja, é preciso manter a “higiene pessoal e social”, mas sem pensar que estamos no fim do mundo.
Para não entrar em pânico, é preciso começar por compreender que todo o vírus novo começa por ter uma expansão crescente e, portanto, não ficar impressionado (diferente de despreocupado) com o mórbido espetáculo dos números de novos casos de infetados, bem como de mortes, anunciados todos os dias.
Dito isto, cada um de nós tem de fazer a sua parte. A primeira atitude será seguir os conselhos dos médicos e cientistas (não dos profetas de mau agoiro das redes sociais). A segunda, reforçar os hábitos de higiene básicos. A terceira e última, evitar comportamentos de risco (comprovados).
A imprensa, em todo o mundo, também pode e deve dar uma ajudinha. Sem deixar de noticiar os novos números (não esquecer as “boas notícias”, isto é, as reduções de infeções e de mortes), a prioridade deveria ser, na minha opinião absolutamente leiga, a identificação dos comportamentos de risco e a divulgação das medidas e das cautelas a observar para conter o covid-19.
O pânico é pior do que o vírus. Este último – disse-o a própria OMS – pode ser controlada. Se-lo-á.
Escritor e jornalista angolano e Diretor da revista ÁFRICA 21
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Acompanhe as últimas atualizações sobre o novo coronavírus por cá e lá fora, ao minuto.
Source: AO MINUTO: 169 infetados com Covid-19 em Portugal. Dez estão no UCI
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Se o presidente do governo não pode tomar as medidas que deseja, o dever a que está obrigado é falar claro aos açorianos. Dizer o que se passa. A declaração de ontem teve o condão de deixar, apenas, intranquilidade. Afinal nem conseguiu explicar a que se deveu a passagem a estado de contingência. Uma declaração com duas horas de atraso.
Mais. O governo dos Açores não pode, mas o da Madeira sim??? Pior do que não falar claro é insultar a inteligência dos açorianos que até ontem depositavam e apreciaram a forma como falou à Região. Mas foi sol de pouca dura. Infelizmente. (CV)