Novo estudo desmonta mito das sociedades humanas verdadeiramente “igualitárias” – ZAP Notícias

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Um novo estudo está a desafiar uma das crenças mais firmes da antropologia: a ideia de que as primeiras sociedades humanas eram verdadeiramente igualitárias. Igualdade de riqueza, estatuto, poder, e até perspetivas de casamento, “são mais ficção do que realidade”. Durante gerações, tanto académicos como a cultura popular descreveram os grupos de caçadores-recoletores como modelos de igualdade, livres de desigualdades de riqueza ou hierarquias sociais. No entanto, de acordo com um novo estudo, conduzido pelos antropólogos evolucionistas Duncan Stibbard-Hawkes, da Universidade de Baylor, e Chris von Rueden, da Universidade de Richmond, a realidade é bem mais complexa. O estudo, recentemente

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Havia uma letra depois do Z no alfabeto. Ainda está entre nós

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Um “e” diferente, que ainda hoje usamos, era recitado, pelo menos, pelas crianças anglo-saxónicas. Em Portugal a história terá sido outra… O alfabeto latino que usamos teve, durante séculos, uma última letra que não o ‘Z’. Muito antes de ser apenas um elemento gráfico em marcas como “Ben & Jerry’s” ou “H&M”, o símbolo “&”, conhecido como “e comercial”, era ensinado nas escolas como parte integral do abecedário. A origem remonta à Roma antiga, que nos trouxe o alfabeto que usamos hoje, formado a partir de alfabetos ainda mais antigos — o grego e, ainda antes desse, o fenício. Em

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Portugal, “melhor economia do mundo”. Porque é que não se sente isso no bolso? – ZAP Notícias

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Portugal é a Economia do Ano, depois de ter ficado em 16.º lugar. O que aconteceu de tão milagroso? Portugal foi eleito a “Economia do Mundo 2025” no topo de um ranking da revista britânica The Economist. Passou de 16.º lugar para 1.º num ranking de 36 países maioritariamente ricos, sem ponderação final dos indicadores. A revista britânica alterou os critérios da classificação e, visto que “os indicadores não oscilaram muito”, terá sido por isso que Portugal venceu, aponta Pedro Carreira Garcia no Expresso. Muitos receberam a notícia com risos. “É uma piada, certo?”, questionam-se, uma vez que para todo

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Aliados estão sob ameaça militar dos EUA, alertam os serviços secretos dinamarqueses

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“Os Estados Unidos estão a usar o seu poder económico, incluindo ameaças de tarifas elevadas, para impor a sua vontade, e a possibilidade de recorrer à força militar – mesmo contra aliados – deixou de ser excluída”. Os Estados Unidos estão a usar o seu poder económico para “impor a sua vontade” e ameaçar com força militar tanto aliados como adversários, afirmaram os serviços secretos dinamarqueses, num novo relatório. O Serviço de Informações de Defesa da Dinamarca, na sua mais recente avaliação anual, divulgada na quarta-feira, refere que a maior assertividade de Washington sob a administração do Presidente Donald Trump

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PORTUGUESES MAIS MESCLADOS DE PERSA DO QUE DE ÁRABES

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É uma excelente pergunta.

Nos últimos anos (talvez, desde 2010), tenho-me apercebido de uma certa ideia romântica sobre as raízes árabes da população portuguesa. Isto parece ser forçado dentro de alguns grupos susceptíveis a ideologias.

Eu mesmo, vivi até ao início dos anos 2000, convencido da minha ascendência mediterrânica, até que fiz um teste de ADN e percebi que não podia estar mais errado. O meu haplogrupo é afinal o I1, que se concentrou desde 3000 AC na Escandinávia, e tem em Portugal, uma presença inferior a 2%.

Os Mouros

Os povos que invadiram a Península Ibérica, não eram exclusivamente árabes. Muitas tribos berberes foram aliciadas a participar na invasão.

Assim sendo, seria de esperar uma percentagem significativa do haplogrupo árabe, o J, e o E1B1b (E-M81) do Magrebe.
Os estudos feitos nos últimos 20 anos, têm mostrado (com alguma flutuação) que o grupo E1B1b é residual. Já o J, tem alguma expressão. Dependendo do estudo, encontram-se percentagens entre os 6 e os 10%.

Onde é que as teorias da ascendência árabe caem por terra? – É quando começamos a esmiuçar o haplogrupo J. Há duas variantes do J, o J1 e o J2. O J1 é o grupo representativo dos árabes, e o J2 o dos persas.
Nos estudos mais detalhados, é revelado que embora o J tenha alguma expressão, na verdade, o subgrupo dominante é o J2 (o dos persas) numa proporção de aproximadamente 80%, por comparação com o J1 dos árabes.

Quer isto dizer que, apesar da presença árabe de ~5 séculos no território que viria a ser Portugal, a miscigenação foi muito marginal. Os contactos com os persas foram claramente mais importantes.

E com isto, desfiz uma certa fantasia que parece existir acerca “costela” árabe dos portugueses.

A diversidade genética na Península Ibérica

Os grupos E ganharam alguma expressão em Portugal, a partir dos anos 80, devido ao fluxo migratório de africanos oriundos das ex-colónias portuguesas. Representam cerca de 12% o que correlaciona bem com os números de africanos imigrados em Portugal.

Os grupos dominantes pelo mundo

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Américo Carvalho

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Cem funcionários públicos envolvidos em tráfico de droga – Portugal – Correio da Manhã

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Polícia Judiciária diz ter detetado ‘padrão de penetração destas organizações’ na Função Pública.

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ANTÓNIO JUSTO: A DECISÃO DE EMERGÊNCIA DA UE SOBRE ATIVOS RUSSOS EXIGE VIGILÂNCIA DO CIDADÃO

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A DECISÃO DE EMERGÊNCIA DA UE SOBRE ATIVOS RUSSOS EXIGE VIGILÂNCIA DO CIDADÃO

Introdução: Um Precedente Perigoso
A recente decisão da União Europeia de manter imobilizados os ativos do Banco Central da Rússia, baseada numa cláusula de “emergência económica”, consolida um padrão preocupante porque arbitrário. Este mecanismo, justificado como excecional, permite contornar a regra da unanimidade entre Estados-Membros, princípio fundador que garante equilíbrio e soberania dentro do bloco. A prática, já testada durante a pandemia de COVID-19, revela como a classificação de uma situação como “emergência” serve frequentemente de pretexto para decisões políticas rápidas, pouco escrutinadas e potencialmente arbitrárias.

O Equilíbrio Perdido: Segurança contra Soberania
Este caso vai além do juízo sobre a Rússia e coloca uma questão fundamental: qual é o equilíbrio adequado entre medidas de segurança económica ou estratégica e os princípios de propriedade privada e soberania financeira? E, sobretudo, quem decide esse equilíbrio, e com que mandato? O que hoje se aplica a ativos russos pode, amanhã, justificar o bloqueio de contas de qualquer cidadão ou Estado sob nova “emergência”. A arrogância do poder, a pretexto do COVID e da Guerra, está a corroer as garantias legais e a tornar-se insuportável para cidadãos conscientes.

Geopolítica na UE: A Lei do Mais Forte
A guerra na Ucrânia evidenciou, de forma crua, as divisões geopolíticas na Europa. Em vez de uma resposta verdadeiramente coletiva, assistiu-se ao oportunismo de uma Europa dividida, onde os interesses das grandes potências, notadamente o núcleo da E-3 (Alemanha, França e, outrora, o Reino Unido), frequentemente se sobrepõem aos dos demais Estados-membros. Para impor os seus interesses, estas potências recorreram ao estratagema da “emergência”, suspendendo o compromisso da unanimidade e, com ele, o principal mecanismo de proteção das soberanias nacionais mais pequenas.

Os Pequenos Estados: Campo de Batalha das Potências
Esta dinâmica segue a lógica da “lei do mais forte”, que só é contida por um poder equivalente. Na sua ausência, os países menores tornam-se o campo de batalha onde as potências disputam influência, vendo-se obrigados a “pôr-se em bicos de pés” para se alinharem com os grandes. Essa posição é instável e leva à abdicação dos seus próprios interesses nacionais, como se observa no isolamento imposto a países como a Hungria quando ousam divergir. O fraco é instrumentalizado, e a solidariedade europeia revela-se seletiva.

Consequências: Erosão da Confiança e Danos Colaterais
O congelamento prolongado de ativos soberanos, agora normalizado como procedimento automático, fragiliza a confiança no sistema financeiro internacional e levanta sérias dúvidas sobre a proporcionalidade e a transparência das instituições da UE. Além disso, o recurso crescente a sanções económicas como instrumento político raramente atinge apenas as elites; os danos espalham-se maleficamente por sociedades inteiras, afetando cidadãos comuns tanto do lado sancionado como do lado sancionador. A história mostra que os conflitos são muitas vezes alimentados por elites, mas os custos são invariavelmente distribuídos pelos povos.

Conclusão: O Imperativo da Vigilância Cívica
Num momento em que decisões cruciais são tomadas em nome da Europa, é fundamental que os cidadãos mantenham um espírito crítico aguçado e exijam transparência absoluta. É urgente recordar aos representantes que a democracia não pode degenerar num governo tecnocrático, autoritário e opaco, desligado do bem comum. A vigilância cívica é o último garante contra a corrosão da democracia, das liberdades e o abuso de poder. Não podemos permitir que “emergência” se torne sinónimo de arbitrariedade institucionalizada.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10486

 

CUIDAR DE QUEM CUIDA

Satisfação vocacional e o Risco de burnout na Vida sacerdotal

Inquéritos feitos a padres nos EUA em 2025 (e na Europa) revelam níveis elevados de sacerdotes que vivem a sua vocação com satisfação e sentido, mas enfrentam desafios estruturais graves: sobrecarga, solidão, risco de exaustão, falta de apoio institucional. Ao mesmo tempo, os padres revelam uma clara visão de futuro: priorizar juventude, famílias, evangelização e serviço social, uma Igreja mais “de rosto humano”, comprometida com o mundo real (1).

As percepções sobre liderança, bem-estar comunitário, confiança etc. podem variar muito de diocese para diocese; os resultados gerais não dizem tudo sobre contextos particulares.

Uma realidade que pede atenção e misericórdia

A Igreja é uma família. E como em qualquer família, quando alguém se sente cansado, sobrecarregado ou só, todos somos chamados a reparar, escutar e ajudar.

Em muitas comunidades portuguesas e europeias, os padres vivem hoje com grande dedicação, mas também com um peso crescente de responsabilidades: várias paróquias a cargo da mesma pessoa, exigências administrativas, deslocações constantes e expectativas que nem sempre são humanas porque puxam mais para fora do que para dentro.

Muitos continuam a servir com alegria e fidelidade. Outros vivem momentos de cansaço profundo, solidão ou stress, nem sempre visíveis, nem sempre partilhados.

Reconhecer esta realidade não é criticar a Igreja, mas amá‑la com verdade porque somos todos humanos.

Alguns dados simples para compreender melhor

– Em várias regiões da Europa, incluindo Portugal, a proporção aproxima‑se hoje de 1 padre para 3.000 a 4.000 fiéis.

– Estudos europeus e internacionais indicam que cerca de 30% a 40% dos padres apresentam sinais de cansaço emocional prolongado (burnout) em algum grau.

– Padres mais jovens ordenados após 2000 ou com múltiplas paróquias tendem a sentir maior pressão e solidão.

– Em Portugal, uma investigação recente em que foi aplicada a ferramenta psicológica Francis Burnout Inventory (FBI) que mede a saúde mental no trabalho (exaustão emocional e satisfação no ministério) aplicada a padres portugueses (amostra de 266) confirma que também entre nós existem sinais de exaustão associados à falta de descanso, de apoio regular e de partilha fraterna e também pensamentos sobre deixar o ministério.

 

Estes dados não descrevem pessoas concretas, mas ajudam‑nos a perceber melhor o contexto em que muitos sacerdotes vivem hoje.

Quando o cansaço se prolonga

Quando a sobrecarga se prolonga e não se é escutado nem cuidado, o desgaste pode levar a:

– Ansiedade, depressão e doenças psicossomáticas;

– Solidão profunda e perda de alegria ministerial;

– Distanciamento afetivo das comunidades;

– Risco de abandono do ministério;

– Empobrecimento da vida pastoral das paróquias e da vida comunitária.

Cuidar dos padres é cuidar da qualidade da vida cristã de todos.

Uma palavra de gratidão aos padres

A entrega do sacerdote é preciosa e a sua humanidade também.

Jesus não chamou servidores incansáveis, mas amigos. Descansar, pedir ajuda, partilhar o peso com irmãos e comunidades não diminui a vocação, pelo contrário, protege‑a.

A fraternidade entre padres, vivida com amizade, oração e partilha sincera e com a oração partilhada é uma das maiores fontes de cura e perseverança.

A paróquia é uma comunidade de vida

A paróquia não é apenas o lugar onde o padre trabalha, é uma comunidade de corresponsáveis, uma comunidade de vida.

Cada comunidade pode ser mais leve e mais fraterna quando: partilha tarefas e responsabilidades; respeita limites e tempos de descanso; valoriza a presença humana do padre, não apenas o que ele faz; cria equipas e ministérios activos e valoriza momentos simples de convivência.

Uma comunidade viva não sobrecarrega o padre, caminha com ele anunciando o Evangelho com gestos concretos.

Caminhar juntos com esperança

A Igreja precisa de bispos que sejam pais e pastores, não apenas gestores.

Estas palavras não nascem de críticas, mas de um desejo simples: uma Igreja mais atenta, mais humana e mais evangélica.

Cuidar de quem cuida é uma missão de todos.

“Vinde repousar um pouco comigo.” (Mc 6,31)

António da Cunha Duarte Justo

Nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10482

 

DA EUROPA ARMADA À EUROPA PENSANTE

Repensar a Europa dos três (E-3)

O Vírus da Guerra
Imagine a guerra não como um incêndio ocasional, mas como uma doença crónica que se instala no corpo da Europa. Com este artigo pretendo alertar para o facto de estarmos a normalizar o conflito. O rearmamento acelerado e a narrativa de que a guerra é inevitável não são só decisões políticas, são uma mudança profunda na nossa alma coletiva. A Europa está a trocar o seu projeto de paz por um colete blindado. Cega parece seguir os interesses de uma Europa dividida e determinada pela Europa dos três (E-3).

O Antídoto Ético: Uma Paz que Desarma
No meio deste ruído de armas, surge uma voz rara e corajosa: a da Conferência Episcopal Italiana. Com a sua Nota Pastoral “Educar para uma paz desarmada e desarmante”, eles não propõem uma paz frágil, mas uma força ativa. É um apelo para desarmarmos os nossos espíritos antes de pensarmos em desarmar os exércitos. É o primeiro grande contraponto a uma cultura que está a adormecer para o horror.

A Amnésia Perigosa: A Alemanha Esquece as Lições
A Alemanha, outrora guardiã da memória dos horrores da guerra, tornou-se a principal motorista do rearmamento. É como se um ex-fumante, curado de um cancro, começasse a vender cigarros. Chama-se a Alemanha à atenção de uma “amnésia estratégica”: a sua verdadeira segurança sempre veio da cooperação, não das armas. Ao abraçar cegamente a lógica da NATO, Berlim está a desistir de pensar uma Europa autónoma e a empurrá-la para o abismo de um confronto sem fim com a Rússia.

Os Arquitetos da Divisão: NATO e Reino Unido
A NATO já não é só um guarda-chuva defensivo; tornou-se um professor que dita o que uma sociedade deve pensar e valorizar. A exigência de se gastar 5% do PIB na defesa é a receita para militarizar não só os orçamentos, mas também as nossas mentes. Paralelamente, o Reino Unido, após o Brexit, age como um “sismógrafo do caos”: para se manter relevante, semeia a divisão no continente, uma estratégia antiga das potências marítimas que deixa a Europa mais frágil e instável.

A Europa sem Bússola: Reagir sem Pensar
Aqui está a metáfora central: a União Europeia parece um barco à deriva, sem leme nem mapa. Reage às ondas (as crises), mas não sabe para que porto quer navegar. A EU movida pela EU-3 esquece um facto geográfico crucial: a Europa é uma península da Ásia. Tentar isolar ou humilhar a Rússia é como tentar separar o quarto da casa em que se vive. A verdadeira segurança só pode ser construída com o vizinho, nunca contra ele. «Quem cava uma cova para os outros, cai nela», diz um provérbio.

A Escravatura Invisível: O Neocolonialismo das nossas Mentes
O colonialismo de outrora roubava terras e corpos. O de hoje é mais insidioso: rouba o nosso pensamento. Através de uma informação centralizada e de narrativas simplistas e maniqueias, somos condicionados a aceitar a guerra como normal. É um “colonialismo mental” que nos escraviza desde a infância, fazendo-nos temer e odiar antes mesmo de podermos refletir. A guerra já não precisa de ser declarada; ela já venceu quando se instala no nosso inconsciente. E no neocolonialismo das mentes estabelece-se um regime sustentável das elites em que já não é a humanidade nem o humanismo que contam, mas o funcionamento da máquina. O argumento da guerra no seguimento do regime COVID-19 prepara os espíritos para a servilismo total.

Quem paga a Conta é o Povo. Quem lucra são as Elites e as Potências.
Uma verdade antiga e cruel: as guerras são decididas em gabinetes luxuosos, mas pagas com o sangue dos filhos das famílias comuns. Enquanto a indústria bélica e as elites políticas e financeiras lucram com o medo, a paz torna-se um perigo, porque exige justiça, transparência e cooperação, que ameaçam os seus interesses.

 

A grande Viragem seria investir na Paz como Estratégia
E se, em vez de gastarmos milhares de milhões em armas, investíssemos o mesmo numa “Cultura da Paz”? Seria de começar com essa revolução:

– Educação para o pensamento crítico.

– Diplomacia ativa e preventiva.

– Justiça social como a melhor política de segurança.

– Media diversificados e descentralizados mais conformes com um regime democrático.

– Cooperação global que leva desenvolvimento, e não apenas exploração.
Isto não é um sonho ingénuo; é o único plano realista de sobrevivência a longo prazo.

Conclusão: A Encruzilhada Final
A Europa está numa encruzilhada histórica:

– Caminho 1: Ser uma “Europa Armada”, rica em armas, mas pobre em consciência, subalterna, dividida e reativa.

– Caminho 2: Ser uma “Europa Pensante e Consciente”, que investe na paz como força civilizacional iniciando finalmente o processo de realizar o ideal cristão da irmandade entre todos os humanos e entre todos os povos.

A pergunta final do artigo é uma faca na consciência coletiva: Que tipo de humanidade queremos promover? Financiar a guerra é fácil e dá votos a curto prazo. Construir a paz exige coragem, paciência e uma visão que vai além do próximo ciclo eleitoral. A verdadeira segurança começa no dia em que a guerra deixa de ser sequer imaginável.

Sintetizando
A Europa está a adoecer da “normalização da guerra”, guiada pela amnésia da Alemanha, pela lógica divisionista da NATO/Reino Unido e pela sua própria falta de visão. Estamos a trocar o projeto de união por um pesadelo de militarização e colonialismo mental, onde as elites lucram e o povo paga. O antídoto? Uma audaciosa “Cultura de Paz”, financiada com a mesma verba que se destina às armas. A escolha é entre sermos um forte militar ou uma luz para o mundo.

António da Cunha Duarte Justo

Resumo do artigo integral em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10478

 

 

pobreza de país:Metade dos pensionistas por velhice com reforma abaixo dos 462 euros em 2024

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Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.

Source: Metade dos pensionistas por velhice com reforma abaixo dos 462 euros em 2024

escravos em lisboa (podia ser noutra qualquer capital da época)

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Desconhecia por completo que foram vendidos em Lisboa escravos japoneses e até mesmo indígenas do Brasil.
Se quiserem conhecer um pouco mais sobre um capítulo pouco discutido da história portuguesa segue um texto que não é da minha autoria mas que julgo bastante interessante.
Se considerarnos que houve cerca de 400.000 africanos introduzidos em Portugal é possível imaginar que boa parte desses indivíduos tiveram relações entre si e com a população portuguesa e que seus descendentes podem ser alguns dos nossos antepassados.
A escravidão em Portugal: uma longa história
Arlindo Manuel Caldeira.
“Pode parecer bizarro que o anúncio seguinte fosse publicado por um jornal de Lisboa em Fevereiro de 1723:
“A Diogo Reymondo, morador à entrada da calçada que vai do Rossio para o Colégio de Sto Antão, fugiu em 13 do corrente um preto cativo chamado
António dos Santos que tinha comprado há pouco tempo a Manoel Ramires Esquível, corpo espigado e bem feito, de 28 até 30 anos de idade. Dará
alvíssaras a quem o apanhar ou disser parte certa em que esteja.”
E que, alguns anos depois, um comerciante de escravos, com loja no Bairro Alto, em Lisboa, mandasse anunciar no mesmo periódico: “Quem
quiser comprar escravos e escravas boçais que vieram nesta monção de Cacheu [Guiné], podem-nos vir ver à casa de Patrício Nolan, no meio da rua das Flores.”
Nada de estranho. No século XVIII, a escravidão continuava a ser uma prática habitual em Portugal, onde, aliás, tem de ser vista como um fenômeno de
longa duração, uma vez, que, sobretudo mercê das guerras da chamada “Reconquista cristã”, nunca desapareceu do território peninsular durante a Idade
Média, ao contrário do que aconteceu em alguns países da Europa do Norte.
No entanto, se a presença de escravos nunca se interrompeu em Portugal, o seu número cresceria de forma exponencial com a expansão portuguesa, que se iniciou em 1415, com a conquista de Ceuta (Marrocos), e se alargou depois por toda a costa de África, pela Ásia e pela América.
Desta forma, iriam chegar a Lisboa escravizados de todas essas origens: azenegues das costas da Mauritânia, naturais da África subsariana ocidental e
oriental, habitantes da Índia, do Japão, da China e da América do Sul (ditos brasis). Estes últimos foram os menos representados, pelas dificuldades de
sobrevivência no clima europeu e porque o seu comércio cedo foi proibido.
Aliás, no mesmo ano em que D. Sebastião legislou sobre a liberdade dos índios do Brasil, vedou também, por alvará de 20 de Setembro de 1570, a compra
e venda de escravos japoneses,, o que, mesmo que a medida não fosse cumprida com rigor, tirou significado a esse tráfico.
Embora escravos mouriscos, chineses, indianos, javaneses e de múltiplas outras origens cruzassem as ruas de Lisboa nos séculos XVI a XVIII, a principal
origem dos escravos que chegavam a Portugal foi, ao longo de mais de três séculos, a África transariana, sobretudo a costa ocidental. Essa proveniência majoritária levará, a médio prazo, a uma “cromatização” da escravatura, de que decorreram, inevitavelmente, preconceitos racistas e ações discriminatórias.
Foi em 1444 que chegou ao sul de Portugal o primeiro grande contingente de escravos, resultante das viagens de expansão. Neste, como nos desembarques imediatamente posteriores, os escravizados eram africanos do Sudão (trazidos pelas caravanas transarianas) e azenegues, obtidos, uns e outros, através de acções de pilhagem. No mesmo ano de 1444, as caravelas portuguesas atingiam o litoral
da África Negra, mas as formas de captura não mudaram.
A partir de 1448, porém, o infante D. Henrique, que patrocinara a maioria das expedições, proibiu formalmente as razias n acosta africana.
Esta decisão do Infante, embora saibamos que o seu cumprimento esteve longe de ser total e imediato, não deixou de constituir uma viragem histórica, pois
significava a vitória do comércio sobre as a ções armadas. Mas, a partir de então, também as autoridades locais africanas passaram a estar diretamente envolvidas e a ser, cada vez mais, parte interessada no tráfico atlântico de escravos que então se iniciava.
Durante cerca de 180 anos, entre 1444 e 1620, os portugueses praticamente detiveram o exclusivo desse comércio de “mercadoria humana”.
Ainda assim, um exclusivo relativo: quase desde o início que castelhanos, franceses e ingleses desafiavam as restrições do mare clausum decorrentes do Tratado de Tordesilhas e apareciam a negociar no litoral africano.
Os primeiros dois séculos foram ainda, em volume e em estrutura, uma pequena amostra do tipo de tráfico que viria a seguir, embora já cerca de três mil
escravizados tenham sido vendidos em cada ano.
Os destinos principais eram, durante as primeiras décadas, o continente europeu e os arquipélagos atlânticos onde tinha sido introduzida a produção de
açúcar (Madeira, Canárias, São Tomé). A partir de Portugal, um grande número de escravos era, além disso, reexportado para Espanha, para as repúblicas
italianas e até para a Europa do Norte. Parte dos escravos recebidos em Espanha era depois reembarcado em Sevilha ou Cádis em direção à América Espanhola.
Porém, a partir de 1520, ou mesmo um pouco antes, passou a ser autorizado o envio direto de mão-de-obra escrava de África para a América Espanhola, tornando-se os arquipélagos de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe os entrepostos onde os navios portugueses (e alguns espanhóis) se iam abastecer.
Portugal passou a ser um destino de chegada mais do que secundário no tráfico negreiro, desembarcando aqui, durante oséculo XVI, apenas alguns
contingentes de escravos em navios com cargas mistas: escravos, couros e outras mercadorias. “
CALDEIRA, Arlindo Manuel. Escravos e traficantes no Império Português.
Não é fácil determinar, mesmo por estimativa, o número de escravos entrados em Portugal durante todo esse período. O historiador Vitorino
Magalhães Godinho avançou com o número de 2000 a 3000 para os escravos entrados anualmente em Portugal durante o século XVI e, para o conjunto do
século, adiantou a estimativa global de 250.000 cativos.
.
Didier Lahon partindo, em primeiro lugar, de Godinho e do reconhecimento de que o ritmo de entradas esmoreceu nos séculos XVII e XVIII, mas esteve longe de desaparecer, calculou, para os escravos da África subsariana entrados na Península Ibérica entre 1450 e 1750, o número de 400 mil ou mesmo
mais.
Recordou, a propósito, o historiador Alessandro Stella, o qual estima em 700 a 800 mil os escravos africanos entrados na Península Ibérica, dos quais cerca
de metade (350 a 400 mil) teriam ficado em Portugal.
.
Em artigo mais recente, Filipa Ribeiro da Silva segue o mesmo caminho. Fazendo projeções de caráter essencialmente conjectural, estima em cerca de 320
mil os escravos entrados legal e ilegalmente entre 1440 e 1763, total que a autora amplia, na estimativa final, para 300 a 500 mil, passando, em seguida, a fixá-lo no valor mais elevado, o meio milhão de escravos.
A verdade é que as fontes de que dispomos são insuficientes e quase sempre pouco credíveis, para sabermos, com um mínimo de rigor, quantos
escravos entraram em Portugal ao longo de mais de três séculos. Os registos alfandegários das entradas em Lisboa, uma vez corrigidos com uma margem
satisfatória para o contrabando, poderiam ser uma fonte fundamental, se não tivessem sido engolidos pelo terramoto e pelo tsunami de 1755.
Num balanço global, o número de 400 mil escravos entrados e fixados em Portugal, no período que vai de 1440 a 1761, é, provavelmente, exagerado,
tendo sobretudo em conta que uma parte dos escravos desembarcados em Portugal no século XVI eram reexportados.
Foto : mamelucos conduzem indígenas escravizados.
Jean-Baptiste Debret
 

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