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CHRÓNICAÇORES

(Volume 7 – 2021-2023)
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miséria africana e emigração

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Eles trabalham na maior lixeira de África Ocidental enquanto sonham chegar à Europa
(…) Stefano Paikos visitou Mbeubeuss, a maior lixeira a céu aberto de África Ocidental, e trouxe o retrato de quem trabalha arduamente em prol de um sonho: o de chegar à Europa. Em exposição em Braga.
(…)
[Ana Marques Maia, “Público”, 10/10/2025]
………………
A maioria das pessoas que trabalha em Mbeubeuss não é de Dakar, mas vem do norte do Senegal ou de países vizinhos, como Guiné-Bissau, Mali ou Mauritânia. Elas deixam as suas casas por vários motivos: secas prolongadas, desespero económico, instabilidade política
Para muitos migrantes provenientes de países africanos, a jornada em direcção à Europa não começa num barco, a cruzar perigosamente o Mediterrâneo, mas sim muito antes.
“Por vezes, começa em lugares como Mbeubeuss, a maior lixeira a céu aberto de África Ocidental, que fica nos arredores de Dacar, no Senegal”, diz ao P3, em entrevista, o fotógrafo grego Stefanos Paikos, o autor do projecto Reaching for Dusk, que se encontra em exposição ao longo da parte pedonal da Avenida da Liberdade, em Braga.
“O debate político [em torno da migração] foca-se geralmente nas causas – a guerra, a pobreza, as alterações climáticas – e deixa de fora uma questão essencial: como é que as pessoas financiam a sua jornada [até à Europa]?”
Mbeubeuss é, nas palavras do fotógrafo, um “desastre ambiental” e ocupa, sensivelmente, uma área semelhante à do Parque das Nações, em Lisboa. Transformou-se, ao longo dos anos, num “sistema frágil e informal de trabalho e sobrevivência”, lê-se no artigo redigido por Paikos, que esteve no Senegal em Dezembro de 2024 e Março de 2025.
“Milhares de pessoas, homens, mulheres e crianças, vivem e trabalham em Mbeubeuss sob condições extremamente precárias. Recolhem metal, garrafas de vidro, cabos, e queimam plástico para dele extrair materiais reutilizáveis – sem utilizar material de protecção e rodeado de fumo tóxico e fagulhas afiadas.”
Quem lá trabalha, senegaleses e imigrantes de países vizinhos, ganha entre quatro e nove euros por dia, dependendo da qualidade e quantidade dos materiais que recolhe; muitos demoram anos a juntar o valor de que precisam porque os valores pagos aos trabalhadores são bastante baixos.
Por cada quilo de cobre ou metal indiferenciado, cada trabalhador recebe quase quatro euros; por alumínio, recebe pouco mais de 50 cêntimos e o valor decresce progressivamente: as latas são pagas a 0,27 euros por quilo e os plásticos e o vidro a 0,11 euros.
“O objectivo de quase todas as pessoas com quem falei é juntar dinheiro para chegar à Europa”, refere Stefanos Paikos. “Cerca de três mil pessoas trabalham ali, competindo pelos artigos mais rentáveis. É um ambiente que facilmente se torna agressivo.”
Ami Ndiaye trabalha em Mbeubeuss, tem 26 anos e é natural de Kaolack, região que fica a 190 quilómetros a sudeste de Dacar. “Ela é a pessoa mais forte que conheci lá”, recorda o fotógrafo. Ela e o seu filho Babacar de dois anos vivem muito perto de Mbeubeuss.
Ami trabalha longas horas na lixeira apenas com um objectivo em mente: o de pisar solo europeu. “No início quer ir sozinha, encontrar trabalho, e mais tarde quer trazer também o filho”, refere o grego. No último dia que Stefanos e Ami passaram juntos, “ela chegou com um vestido longo amarelo e um lenço azul na cabeça”, recorda o fotógrafo.
“Quando o vento pressionou o tecido contra o seu corpo, ficou claro: Ami está grávida. Tudo o que ela suporta, o trabalho árduo naquele lugar e criar o seu filho, ela faz enquanto carrega outra criança no ventre.”
A maioria dos que trabalham em Mbeubeuss são de outras paragens, de dentro ou de fora do Senegal. “Muitos vêm de países como Guiné-Bissau, Mali ou Mauritânia.
Deixam as suas casas por uma grande variedade de razões: secas prolongadas, desespero económico, instabilidade política.” Neste contexto, a Mbeusseus é sempre uma paragem, nunca o destino final. Quem chega, raramente o faz sozinho.
“Amigos, familiares, vizinhos já abriram caminho para a sua chegada”, lê-se no artigo que acompanha o projecto. “Através de redes informais, espalha-se a palavra de que pelo menos ali é possível ganhar um pouco de dinheiro. Para muitos, é a única oportunidade de dar continuidade à sua jornada em direcção a norte.”
Demba Baldé nasceu em Gabu, na Guiné-Bissau, há 25 anos e chegou a Dacar há dois, depois da morte do pai. Trabalha em Mbeubeuss diariamente por quatro a cinco euros por dia para poder enviar para casa uma parte porque a mãe está gravemente doente.
“A família não consegue suportar os custos do tratamento médico dela e é difícil encontrar trabalho na Guiné, é difícil construir uma vida melhor.”
Demba tem uma rotina “monótona, mas perigosa”, descreve Paikos. “É comum haver disputas violentas por achados valiosos em Mbeubeuss.” O guineense tem no braço uma cicatriz que resultou de uma facada desferida por outro trabalhador. “
“O seu objectivo é chegar a Portugal porque consegue falar a língua e acredita que isso facilitará na sua busca de emprego. Disse-me que se houver racismo, se as pessoas não gostarem de mim lá, eu não me irei importar porque é a única chance que tenho de ter uma vida melhor.” Até Março de 2025, altura em que o fotógrafo tirou o seu retrato em Mbeubeuss, Demba ainda não tinha conseguido a quantia necessária para seguir viagem.
“Todo este fluxo migratório tem, no fundo, uma só raiz: a Europa e o seu passado”, observa o grego. “A instabilidade que existe em muitos países africanos, os conflitos que lá existem, são, não raramente, uma herança da colonização europeia — que, mesmo no presente, se mantém por via económica. As pessoas que sofrem com esses problemas, em África, querem ir para a Europa para procurar uma vida melhor, mas agora os países europeus não as querem.”
O grego sentiu nos migrantes uma desesperança esmagadora. “Muitos acham que não têm hipótese alguma de mudar algo nos seus países por acreditarem que esses estão, ainda que de forma não declarada, sob domínio externo.”
O projecto Reaching for Dusk está dividido em vários capítulos – um realizado na Grécia, outro na Tunísia e outro na Turquia –, todos dedicados ao tema da migração. “Acredito que, no futuro, me irei debruçar cada vez mais sobre os problemas que os países europeus levaram até aos países onde se verificam esses êxodos em massa.”
Ana Marques Maia, “Público”, 10/10/2025]

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Privatização da Azores Airlines tem hoje reunião decisiva: o que está em causa?

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Reunião foi solicitada pelo presidente do júri do concurso de privatização da companhia aérea, Augusto Mateus, e vai contar com a presença da administração da SATA e do agrupamento Newtour/MS Aviation, o único concorrente admitido no procedimento

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Chega: seita nacional, flop local

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Chega: seita nacional, flop local
Os fiéis são crédulos no grande líder, mas não adoram as pagelas: o “impensável” aconteceu mesmo e o partido de André Ventura não conseguiu a desejada implantação autárquica.
Um líder carismático com autoridade total, manipulação psicológica e social dos seguidores, crença numa verdade milagrosa, uma estrutura interna rígida e hierarquizada, tendência para o isolamento.
Se esta é a descrição de uma seita religiosa, a verdade é que se aplica também à política.
E em particular ao Chega e à sua relação com o eleitorado.
E se André Ventura tem sido bem-sucedido a evangelizar o povo para confiar nele para o Governo à base do protesto e do soundbite, domingo ficou claro que não conseguiu plantar “santinhos” igualmente adoráveis por esse país fora.
Os fiéis são crédulos no grande líder, mas não tanto nas pagelas: (pseudo) Messias há só um, Ventura e mais nenhum.
A política tem destas coisas: o Chega ganhou as suas primeiras três câmaras e mais do que quadruplicou os resultados face a 2021,
mas foi mesmo o grande perdedor destas eleições autárquicas, ficando muito aquém de todas as expectativas sonhadas e declaradas.
A desilusão ao nível local foi brutal.
O Chega pode ter conseguido a Câmara do Entroncamento, mas saiu-se um fenómeno do Encolhimento:
mingou para menos de metade a votação das Legislativas e “só” foi até aos 654 mil votos.
O líder Ventura chegou a aventar 60 câmaras, declarou o objetivo das 30 e viu o seu coordenador autárquico traçar a meta das dez.
E se disse e repetiu que “era impensável” que o partido tivesse menos votos do que o CDS e a CDU, mais uma vez não pensou bem no assunto.
É que o que lhe era inimaginável impôs-se: só atingiu metade das câmaras do CDS (6) e um quarto das da CDU (12),
dois partidos que o líder do Chega despreza e aos quais vaticinou o fim, mas que, apesar de tudo, se aguentaram.
Apesar de ter colocado quase toda a bancada da Assembleia da República como cabeças de cartaz, o povo não aderiu.
As pessoas querem Ventura como porta-voz para o seu ressentimento em Lisboa, mas preferem outros a gerir-lhes as questões de proximidade do dia a dia por esse país fora.
Os populistas de pantufas Bruno Mascarenhas em Lisboa e Miguel Corte Real, no Porto, não convenceram.
Rita Matias faz vídeos que bombam no TikTok, mas não disparou em Sintra:
ficou-se pelo terceiro lugar, bem atrás do PSD e do PS, ambos com mais de 30%.
Em Oeiras, Pedro Frazão vinha com taxas de autoconfiança em máximos, mas acabou a noite com uma taxa de votação em mínimos:
só chegou aos 8%, atrás de Ana Sofia Antunes, do PS, a invisual que apostou na mensagem da inclusão.
Isaltino, como era esperado, esmagou com 62% e “limpou o chão” autárquico com o Andrezito e o Pedrito, conseguindo mais um vereador para a sua maioria absolutíssima.
Notório foi o facto de o Chega ter começado logo com o pé extremo-direito:
o primeiro presidente de câmara eleito (José Carlos Gonçalves, na Madeira) agrediu o delegado do PSD na assembleia de voto.
Habituem-se…
A outra derrotada da noite foi a Iniciativa Liberal.
Esteve melhor do que em 2021, é certo, mas não conseguiu implantação autárquica, não ganhou nenhuma câmara
e ficou-se por uns parcos dois vereadores, um em Braga (Rui Rocha) e outro em Castelo Branco.
Poucochinho.
O partido da ambição que quer acelerar Portugal não consegue sair do passo de caracol.
Por outro lado, as notícias da morte do bipartidarismo ao nível local eram manifestamente exageradas.
No país real, o centrão está bem e recomendou-se.
O PSD foi o grande vitorioso da noite em todos os critérios relevantes:
conseguiu os dois bastiões de Lisboa e Porto, as cinco câmaras mais populosas do país e a Associação Nacional de Municípios.
Luís Montenegro está de parabéns: ganhou um boost de energia com o facto de poucos se terem mostrado agastados com o rumo do seu governo minoritário
(nem com os seus problemas de falta de transparência na Spinumviva).
Em Lisboa, a vitória foi do mérito de Moedas e do seu vertiginoso marketing pessoal, mas também do demérito do frentismo de esquerda liderado por Alexandra Leitão – um erro que se adivinhava.
Já o PS teve um mau resultado e deixou de ser o maior partido autárquico,
mas não foi a “hecatombe” das Legislativas (palavras do próprio José Luís Carneiro)
e até teve algumas vitórias de consolação que lhe dão ligeiro fôlego:
roubou cinco capitais de distrito ao PSD, incluindo o tradicional “Cavaquistão” de Viseu e a câmara laranja de Bragança.
No Algarve, onde se esperava um grande resultado do Chega, o Partido Socialista manteve-se o mais votado (e até aumentou em número de votos),
alcançando 11 câmaras, incluindo a capital de distrito.
O povo ordenou (dentro de ti, ó cidade), está ordenado.
Mafalda Anjos.
CNN Portugal, 13 de Outubro de 2025.

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O líder do PS-Açores, dr. Francisco César, é o grande responsável pelo resultado eleitoral na Câmara Municipal de Ponta Delgada. Recusou apoiar a drª Sónia Nicolau, para impor a drª Isabel Almeida Rodrigues, que, como era de esperar, teve um resultado desastroso. Importa salientar que a drª Isabel Almeida Rodrigues é uma pessoa muito digna e fez uma campanha também muito digna, mas revelou cansaço e falta de vocação para autarca. Com a divisão do eleitorado socialista, o PSD conseguiu manter a Câmara Municipal de Ponta Delgada. Esta é a maior e a mais importante autarquia concelhia açoriana, pelo que a derrota humilhante do PS deve ter consequências na liderança do partido nos Açores. Depois de já ter registado uma grande derrota nas últimas legislativas nacionais, o dr. Francisco César mostrou que não tem “dedos” para tocar o “violino” do PS-Açores. A drª Sónia Nicolau, através de um movimento independente após se desvincular do PS, não alcançou a presidência da autarquia, apesar de uma boa campanha, mas afirmou-se como uma personalidade política com notável valor. Dela ainda há muito a esperar. Quanto ao dr. Pedro do Nascimento Cabral, que era recandidato, venceu mais pela divisão que se criou na oposição. O dr. Francisco César, com a sua insensata estratégia, contribuiu muito para a reeleição do dr. Pedro do Nascimento Cabral como presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Alexandre Moniz

O líder do PS Madeira já se demitiu este devia seguir o caminho