Blog

  • ELEIÇÕES aÇORES, O EFEITO BORBOLETA

    Views: 0

    A física e a matemática serão os descodificadores do universo na busca de respostas à dúvida persistente de onde vimos e o que somos; já a filosofia talvez possa ser entendida como o catalisador dessas duas primeiras ferramentas e o motor que nos puxa a equacionar, a questionar de forma sistemática “quem somos” e “para onde vamos”.
    À matemática e à Física, sem desprimor para as outras ciências, cabe então descodificar o Universo sob a forma de Leis e/ou Teorias. Como é o caso da Teoria do Caos onde cabe o popular Efeito Borboleta, segundo o qual o simples bater de asas de uma borboleta na Asia pode desencadear uma tempestade na Europa. Uma metáfora científica que tem utilidade noutros campos da vida na Terra, nomeadamente na política. Senão vejamos.
    Rui Rio bateu as asas para afastar a sombra do Chega e jura que, mesmo que tenha de deixar de formar governo, jamais aceitará o concubinato com André Ventura.
    O ar tremelicou para os lados do Chega e Ventura abanou a asinha para se vingar da afronta de Rui Rio. Eis como duas borboletas a esvoaçar em Lisboa causam uma ventania danada nos Açores. José Pacheco, despenteado pelas borboletas continentais, chama a si o papel de furacão dos Açores, que tudo ameaça derrubar. E pode, de facto, contribuir para chumbar o Plano e Orçamento e, se isso acontecer, o melhor mesmo é voltar a pedir a opinião do Povo e limpar o ar onde esvoaçam as borboletinhas.
    E aqui o presidente do governo regional deu a resposta certa aos lepidópteros: a palavra cabe agora aos 57 deputados eleitos; o jogo está na arena parlamentar e o governo nada mais tem a fazer a não ser esperar para depois decidir.
    O que nos transporta para a teoria eleitoral e as suas consequências metafísicas. Uns dizem que, havendo eleições, o PSD sairia reforçado e ver-se-ia livre do lastro que amarra a governação, outros que Vasco Cordeiro acredita poder voltar a sentar-se no trono de Santana, mas não será o único socialista a olhar o céu. O cenário não parece ser o melhor para o PS-A ir a votos.. Cordeiro já não é o soberano que sobre todos reina e tem sido confrontado por vozes críticas que, em caso de eleições antecipadas, se poderão fazer ouvir mais alto.
    A primeira manifestação de inconformismo sobre a atual liderança já tem voz pública e dá pelo nome de “Coletivo Açores 2050”. Um clube político do PS que aparenta uma certa dificuldade em assumir publicamente ao que vem. De resto, foi publicado um direito de resposta a corrigir uma falha na capa da edição de domingo passado deste jornal. Uma situação perfeitamente inofensiva que, no entanto, levou alguns a considerarem estar sob ataque. Como se o Coletivo tivesse essa importância. Fica aqui o pedido de desculpas ao Coletivo 2050 pela falha da qual sou o principal responsável.
    Mas convenhamos que o espalhafato feito em tomo de uma nuance … mais pareceu o esvoaçar de um Milhafre assustado.
    E assim se percebe que este não é o melhor momento para eleições antecipadas nem para o PS nem para os Açores. Tal como não é para Portugal.
    (Paulo Simões – Açoriano Oriental de 21/11/2021)
    May be a black-and-white image of 1 person, beard and indoor
    7
    1 comment
    Like

    Comment
    Share
    1 comment

  • FRIO E POBREZA EM PORTUGAL

    Views: 0

    A CAUSA DAS COISAS
    Quase uma em cada quatro pessoas com 65 e mais anos refere não ter capacidade financeira para manter a casa suficientemente aquecida.
    Quando chegaram os primeiros dias de chuva e frio este ano, já o Outono ia a meio. Recuperam-se os casacos compridos, os guarda-chuvas e demais apetrechos invernais para enfrentar o frio lá fora. Tira-se o pó do aquecedor eléctrico ou a gás para se resistir ao frio dentro de casa. É assim, segundo os dados dos Censos 2011, que se aquecem quatro em cada dez alojamentos de residência habitual, isto é, excluindo as residências secundárias, como as casas de férias, por exemplo. No entanto, em muitas casas (uma em cada dez), não existe qualquer sistema de aquecimento que possa assegurar uma temperatura interior confortável.
    A relação entre a exposição a temperaturas interiores extremamente baixas durante longos períodos e o excesso de mortalidade nos meses de Inverno é estudada desde há muito e, na literatura, o caso português é frequentemente referido como exemplo de mortalidade de Inverno excessivamente elevada. A idade é o factor de risco mais importante para este tipo de mortalidade e, embora as razões não sejam totalmente conhecidas, são conhecidos alguns factores que contribuem para esta compressão da mortalidade relacionada com o frio nas idades mais avançadas. Os mais velhos tendem a passar longos períodos dentro de casa, a mover-se menos, e são mais propensos a sofrer de problemas na regulação da temperatura corporal. As pessoas mais velhas são também mais vulneráveis a situações de pobreza energética.
    Um dos indicadores utilizado pelo Eurostat para monitorizar os progressos dos países europeus nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas é a pobreza energética. Portugal tem um desempenho muito aquém do desejável neste indicador recolhido pelo Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (Instituto Nacional de Estatística). A proporção da população sem capacidade financeira para manter a casa suficientemente aquecida é, em Portugal, quase o triplo da média europeia (19% e 7% em 2019, respectivamente).
    Numa conjugação perigosa, as pessoas com idades mais avançadas são também mais vulneráveis à pobreza energética. A proporção das pessoas com mais de 65 anos sem capacidade financeira para manter a casa suficientemente aquecida é de 23% no contexto português. Por outras palavras, em 2019, quase uma em cada quatro pessoas com 65 e mais anos refere não ter tido capacidade financeira para manter a casa suficientemente aquecida. Se a implementação da tarifa social da energia em 2010 poderá estar a contribuir para a tendência decrescente da proporção da população em situação de pobreza energética observada nos últimos anos, não é menos verdade que ainda existe um longo caminho a percorrer para que Portugal se aproxime da média da União Europeia.
    A acrescentar a este cenário já bastante desastroso, a proporção da população com 65 e mais anos a residir em casas cujos telhados têm infiltrações, em que há humidade nas paredes, no chão ou nas fundações ou em que se observa um apodrecimento de caixilhos de janelas ou do chão, situa-se em torno dos 25%. A raiz do problema está assim, muitas vezes, a montante dos alojamentos, nos edifícios. Neste aspecto, aliás, recentemente têm vindo a ser realizados progressos no âmbito do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis. No entanto, curiosamente, o programa tem assumidamente objectivos de dinamização económica e não necessariamente de melhoria das condições habitacionais da população.
    Em síntese, podemos reconhecer como facto que as condições habitacionais têm um impacto importante nas condições de vida e de saúde da população, sobretudo da população mais velha. Perante esse facto, existem três níveis de intervenção diferenciados. Em primeiro lugar, garantir que as casas de residência habitual estão equipadas com sistemas de aquecimento eficazes. Em segundo lugar, salvaguardar a capacidade das pessoas de pagar a utilização desses equipamentos. Em terceiro, e último lugar, assegurar que os edifícios estão preparados para garantir a estabilidade na temperatura interior. Parece simples, mas claramente não tem sido.
    in Alda Botelho Azevedo,
    doutorada em Demografia pela Universitat Autònoma de Barcelona (2016), é investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais e professora auxiliar convidada no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, ambos da Universidade de Lisboa. As suas publicações e investigação centram-se no estudo da demografia da habitação e do envelhecimento.
    As casas gélidas em Portugal
    GERADOR.EU
    As casas gélidas em Portugal
    Quase uma em cada quatro pessoas com 65 e mais anos refere não te
  • OUTRA VEZ O SOUSA TAVARES???

    Views: 0

    Um texto do João Maia na página “Força Espinho” de hoje, trouxe-me à memória algumas questões do passado.
    Tenho vários motivos por não simpatizar muito com o Miguel Sousa Tavares, (MST), não é de agora, a coisa já vem dos anos 80 lá das Lísbias, cujos cruzamentos furtuítos em espaços comuns,Grémio’s Literário’s, Bertrand’s e mais uma mão cheia de ocasionais eventos, não me fascinaram por aí além em relação à personalidade. Até pode ser um problema meu, não desminto, nem sequer refuto, tenho para mim as minhas razões!
    Poderia enumerar variadíssimas razões para este meu sentimento, ou capricho, pode bem ser, mas desconfio que tem a ver com a personalidade do MST,muito mais do que a sua capacidade de criação literária, que reconheço, interessante.
    Mas nem sempre…
    É que o MST tem a característica de ser cáustico, mas não raramente extremado, extravagante, arrogante, tendencioso.
    Poderia falar das questões clubísticas e o seu ódio de estimação pelos encarnados, mas dou de barato!
    O livro “Cebola Crua com Sal e Broa”, de memórias e reflexões do autor, tem como pano de fundo Portugal contemporâneo, dos anos 1960 a 2010, foi editado em 2014, já lá vão pois, 6 anos.
    Tem cerca de 400 páginas, divididas por 16 capítulos, e traça o percurso do MST desde os primeiros anos, numa quinta na Serra do Marão, no norte, à juventude, “numa Lisboa cinzenta interrompida por uma revolução muito familiar, a descoberta do mundo através dos livros, dos jornais e da televisão.
    Pode um homem viver impunemente começando a sua infância numa aldeia do Marão, comendo cebola crua com sal todas as merendas? E daí saltar para o mundo cinzento e as manhãs submersas da vida salazarenta da Lisboa dos anos sessenta?
    Mas é sobretudo sobre o capítulo relativo aos verões nas praias da Granja e em Espinho, que me acicata os ânimos e que me vou pronunciar!
    Conheço muito bem as duas piscinas aludidas no livro, nos anos 60/70 nos meus 17,18,19 anos, frequentei a da Granja esporádicamente, a de Espinho com grande frequência, até pelo facto de lá ter feito animação em dois ou tres verões 68/70,naquela cabine de som que transmitia musica ambiente.
    Pelos vistos o MST tinha uma preferência, o que me parece perfeitamente natural, pela piscina da Granja, que tinha e tem uma vista sobranceira e soberba sobre o mar e de onde se defruta efectivamente uma maior proximidade natural com o ruido das ondas a rebentarem nas rochas, mesmo alí na borda.
    Todavia, ao fazer considerações à sua piscina de água salgada “única no país” sic, esquecendo que ao lado em Espinho já existia desde 1942, uma piscina olímpica de água salgada, durante muito tempo a maior da Península Ibérica, equivoca-se redondadamente. Menciona ainda, pejorativamente, a Espinho como “uma das terras mais feias do País a par com a Régua.”
    E é aqui que “a porca torçe o rabo”!
    Porque é necessário ser muito cretino, quando para projectar ou dar relevo a qualquer coisa que nos agrade escrevinhar, tenhamos que rebaixar, ou humilhar ou diminuír o que quer ou quem quer que seja. Quando as narrativas revelam laivos de ressabiamentos, ou paixões exacerbadas, tornam o narrador numa coisa sem mérito!
    Contudo os Espinhenses conheçem bem a “figura” do MST e as suas chicanas culturais, as suas subtilezas falaciosas e a “pinta” do figurante! Por outro lado, aos Espinhenses sempre os ouvi se referiram à diminuta piscina da Granja com algum desdém, considerando-a mesmo como o bidé dos marqueses.
    Nas fotos antigas sacadas do (Pinterest) a Piscina Solário Atlântico de Espinho e o bidé dos Marqueses.
    Artur Arêde
    Like

    Comment
    0 comments
  • AO1911

    Views: 0

    escolha do dia retirada de Paulo Gonçalves Ribeiro (ANNUNCIO: O Aucthor ou escriptor recusa-se a acceitar na sua escripta e calligraphia a introducção do accordo orthographico de 1911 para a linguae portugueza, pelo que continuará a elaborar phrases usando o methodo anterior.
    Pedindo a vossa comprehensão, assignado: Eu.)