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  • LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO. ESCLARECENDO A RELAÇÃO ENTRE ELES Alexandre Banhos.

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    LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO.

    ESCLARECENDO A RELAÇÃO ENTRE ELES

     

    Alexandre Banhos.

     

    Como apurado exemplo explicativo, dizer, que o liberalismo é ao neoliberalismo, como o conservadorismo e ao fascismo, como a seguir direi.

     

     

    Que é o liberalismoi.-

     

    O liberalismo é uma doutrina filosófica, social e política, que tem as suas raízes num acúmulo de fatos e posicionamentos que se produzem ao longo do tempo.

    O liberalismo alimentou-se em primeiro lugar, da reforma protestante, que colocou a semente para o livre pensamento, sem este ser dirigido.

    Em segundo lugar da revolução filosófica, que se desenvolveu nos séculos XVII e XVIII e que encetou um Espinosa (cuja língua familiar era a nossa), e um Hobbes, Locke, Descartes, Kant, Rousseau e Voltaire.

    Podemos dizer que as suas primeiras raízes políticas têm lugar na Gloriosa Revolução britânica de 1688, e eclosionaram logo na revolução francesa de 1789.

     

    Ainda que a expressão e afirmação liberal com toda a sua força de ação social e política não se produz e consagra até o século XIX.

     

    Do liberalismo nasce tudo. Os posicionamentos socialistas e comunistas nasceram como uma radicalização do pensamento liberal.

     

    O liberalismo era contrastivo frente ao pensamento conservador, ele também legítimo. Eram as posições de esquerda frente às de direita numa simplificação. Nos países anglosaxónicos, as pessoas de esquerda seguem a ser chamadas de liberais.

     

     

    Que carateriza ao liberalismo.-

     

    O Liberalismo vem de liberdade. Liberal é o que defende a liberdade, a começar pola liberdade de pensamento frente o direito divino do monarca; a secularização frente ao estado confessional; a igualdade frente aos privilégios hereditários etc;

    Frente a economia estamental pré-capitalista, o liberalismo defende a liberdade económica, a iniciativa, o livre mercado e o livre comércio. O liberalismo adotou-se como uma maravilhosa luva ao nascente capitalismo, mas também tinha a semente para que as críticas mais potentes contra este, nascessem dentro do movimento liberal.

     

    O liberalismo é o leito no que se geraram a democracia e as liberdades civis, o sistema parlamentar, as liberdade do indivíduo etc. Em muitos países o liberalismo identifica-se com o estado de políticas de bem-estar, verbi gratia o Japão. Não existiria democracia no mundo se não existir o pensamento liberal.

     

    O liberalismo é muito plural mas há uma série de questões que são gerais: Direitos individuais, é dizer os direitos civis (liberdade de imprensa, e de expressão) e os modernos direitos humanos, e direitos linguísticos, secularismo do estado e liberdade religiosa (de pensamento) dos indivíduos; liberdade económica, e dizer liberdade de iniciativa e de empresa.

     

    E uma visão do estado como um fator poderoso, mas que pode ser uma ameaça, e que de facto o é em muitos casos; e pois logo, o liberalismo concebe o estado como elemento a ser limitado e controlado, e onde o bom equilíbrio entre os três poderes, legislativo, executivo e judiciário, garantem um bom funcionamento, e um travamento eficaz, para que nenhum dos poderes se possa sobrepor aos outros.

     

    Na última década do século XIX e começo do século XX o liberalismo divide-se de forma clara entre liberais e liberais radicais ou socialistas.

     

    Os liberais radicais, são aqueles para os que as liberdade individuais, tem que estar num quadro de fraternidade e de igualdade consequente.

     

    E os liberais clássicos aqueles para os que a iniciativa individual e a liberdade da pessoa em todos os campos é o elemento principal, e isso está por cima das diferenças que a ”livre escolha” da lugar entre os indivíduos. E a intervenção corretora nunca pode pôr em questão as liberdades.

     

    Os liberais radicais acabaram modificando a visão do estado, que passa a ser o único elemento fulcral para que a igualdade e a fraternidade possa ser levada de jeito efetivo à prática, dando lugar ao nascimento dos movimentos socialista e comunista, nas suas mais diversas gradações.

     

     

    Que é o neoliberalismo.

     

    Ainda que o termo neoliberal tenha sido usado várias vezes na história, o seu significado naqueles momentos, nada tinha a ver com o uso que modernamente o consagrou.

     

    Podemos dizer que o moderno neoliberalismo nasce na poderosa escola de Chicago sob a direção do professor Milton Friedman, nos anos sessenta.

     

    Os regimes liberais sofreram um grande golpe com a depressão nascida após a grande crise económica de 1929. O estado liberal deixou de facto de funcionar. E frente a crise apareceram os estados totalitários, fascistas, nazistas etc, e por outro lado a proposta americana de welfare state. Franklin Roosevelt chegou à presidência em 1934, e em 1935 lançou a lei de Social Security Act, onde se colocam os alicerces do estado de bem-estar. Mas a recuperação nos USA não se produziu de jeito total até que a segunda guerra mundial e a mobilização de recursos, a colocaram de novo nos trilhos.

     

    Milton Friedman dedicou toda a sua vida professoral à pesquisa sobre a depressão económica de 1929, e da análise da mesma, tirou os alicerces para a construção da sua peculiar teoria económica (neoliberal).

    Ele desenvolveu uma potentíssima teoria económica. Começou como mais um economista liberal, porém a sua teoria económica é muito potente[i][ii].

    Ele escreveu muitíssimo e teve inúmeros discípulos, ele como professor não ensinava economia, ensinava uma nova teoria da “liberdade económica”, O que Bourdieu chama de mito Walrasiano: “Esta teoria tutelar é uma obra de pura ficção matemática, fundada, desde o princípio, numa formidável abstração: essa que, em nome de uma conceção tão estreita como estrita da racionalidade identificada à racionalidade individual, consiste em pôr entre parêntesis as condições

    económicas e sociais das disposições racionais e das estruturas económicas e sociais que são a condição de seu exercício.

    Para compreender o tamanho desta omissão, basta pensar no sistema de ensino, que nunca é considerado enquanto tal num momento em que possui um papel determinante na produção de bens e serviços, assim como na produção dos produtores. Deste pecado original, inscrito no mito

    walrasiano[i] da “teoria pura”, brotam todas as falhas e deficiências da disciplina económica, e a fatal obstinação com a qual ela se apega à oposição arbitrária, que ela mesma faz existir, por sua própria existência, entre a lógica propriamente económica, fundada na concorrência e portadora da eficiência, e a lógica social, submetida à regra da igualdade”.

     

    É um pouco como a teoria marxista desenvolvida por Karl Marx, que os seus epígonos apresentaram como um determinismo económico; e das suas análises tirava-se a construção de um mito, a sociedade comunista, que como toda teoria “pura”quando ele se leva a prática, parece funcionar só se existir uma enorme força coativa e compulsória sobre as pessoas.

     

    No mito neoliberal passa-se o mesmo, tem tanta força a teoria, que ao perceber tudo como entraves a teoria, só pode funcionar sob condições fortemente autoritárias e coativas. É ao ser profundamente arrasadora “do social” com tudo o que o acompanha, faz que seja abraçada por neo-evangelistas pentecostalistas, católicos reacionários como a liderança de Vox, 13 tv e por todo aquele, que quer destruir todo rascunho de liberdade, é dizer o novo neofascismo[iii].

     

    O primeiro estado do mundo onde a ideologia neoliberal triunfou, foi no Chile da ditadura do general Pinochet, que adotou essa ideologia política após a violenta carnificina do golpe militar de 11 de setembro de 1973. No mundo ocidental começou a botar raízes a fins dos anos 70 do século passado, e consagrou-se com os governos de R. Reagan e M.Thatcher nos Estados Unidos de América e no Reino Unido, respetivamente. A sua penetração foi muito forte no mundo ocidental, sobretudo nos Estados Unidosii, e no latinoamericano; e muito fraca no mundo asiático. Os resultados estão à vista, Ásia liderará o planeta do futuro.

     

    Que carateriza ao neoliberalismo.

     

    O liberalismo era um canto à liberdade…em todos os campos. O neoliberalismo, é pura teoria económica, produzindo de vez uma rutura entre a economia e as realidades sociaisiii. Toda ação humana é percebida como um problema para a lógica do mercado puro, as liberdades interferem com o mercado. Pierre Bourdieu definiu o neoliberalismo como um programa de destruição metódica do coletivo.

     

    Nos anos 60-70 do século passado apareceu nos USA o movimento neoconservador, um movimento que queria enfrentar a modernidade, e até se diria que em matéria social e ética, estava muito além do que estavam os movimentos conservadores, diria-se que eles em realidade sonhavam, com uma sociedade cristã como a norte América do século XIX, que percebiam idílica, e uns USA militarmente senhores intocáveis do mundo.

     

    O movimento neoconservador em seguida percebeu que o neoliberalismo era a melhor alavanca destruidora da modernidade, e de todo tipo de pensamento e liberdade, que eles percebiam tudo como criação do marxismo cultural, -essa palavra de ordem inventada por Goebbels nos anos 30 do século passado-. Para eles tudo era marxismo cultural: Feminismo= marxismo cultural. Políticas LGTB =marxismo cultural. Livre pensamento=marxismo cultural. Liberdade de cátedra=marxismo cultural, etc etc, governo não neoliberal=marxismo de todo tipo..

     

    O neoliberalismo para poder empolgar o seu programa necessita imperiosamente de grandes doses de autoritarismo e violência, para conseguir esse espaço de pureza económica, há que usar muita coação, autoritarismo social e violência descarnada.

     

    Para a pureza económica e a luta contra a inflação, o neoliberalismo põe no centro do sistema o mundo financeiro, como um jeito de se recuperar a taxa de ganho decrescente do capital.

    O neoliberalismo modificou a ideia de Montesquieu dos três poderes que se equilibram e acrescentou um novo, o Banco Central independente, que passa a ser a verdadeira máquina da política económica, pero como o mundo financeiro se coloca no plano principal, os bancos centrais deixam de ter o seu role principal, que sempre fora o do financiamento barato das políticas públicas. É bem certo que quando isso se faz descontroladamente a inflação é brutal, e o dinheiro torna-se nada. O grande economista liberal John Kenneth Galbraith, explica essas funções e seus problemas num seu livro clássico Money, ele que foi o gestor da emissão de dinheiro nos Estados Unidos durante a segunda guerra mundial.

     

    E claro, após os estados perderem esse jeito de se financiarem, bem barato, para os seus investimentos de capital, o estado passa a ter que pedir em qualquer caso o dinheiro, não ao banco central, e sim ao sistema financeiro. Isto levou a verdadeiras aberrações[iv].

     

    No século XIX um ativista católico publicou um livrinho de grande sucesso El Liberalismo es Pecado. Nele fica bem retratado o liberalismo frente ao pensamento conservador. Para Salvany o Liberalismo era demolidor do dogma e da religião. Atualmente todos os movimentos ultraconservadores e neofascistas cristãos são radicalmente neoliberais, porque esse neoliberalismo é a alavanca de destruição do social, entendendo o social como todo aquilo que viveu e se desenvolveu graças ao liberalismo. Isto é como a prova do algodão, pois se o neoliberalismo fosse liberal, garante das liberdades todas, toda essa mada reacionária não teria acolhida nessa toca do neoliberalismo.

     

    Apontamento final.-

     

    Na esquerda é onde o neoliberalismo produziu mais confusão, ao não saberem entender que o neoliberalismo não é liberalismo, deixando que desse jeito se apoderarem do campo liberal as personagens mais tétricas, truculentas, reacionárias e o novo neofascismo.

     

    Teve algo de positivo o neoliberalismo?

     

    O programa económico neoliberal, teve um efeito não procurado, de diminuição das disparidades económicas mundiais, como esclareço eu neste[v] artigo. Logicamente progrediram os que não adotaram o programa neoliberal, e potenciam a produção.

     

    O programa de pura teoria económica neoliberal, teve a sua importância positiva nos desenhos das modernas políticas monetárias dos bancos centrais, ligadas às profundas crises económicas vividas, e que estão muito marcados polas pesquisas de M. Friedman sobre a crise de 1929iv.

     

     

    iLiberal é uma palavra bem anterior no tempo, a palavra liberalismo, mas o seu significado não tinha a carga que adquiriu como ideologia política e social

     

    iiP. Bourdieu afirmou que o neoliberalismo destruiria os Estados Unidos, e há que reconhecer que o está logrando, destruiu lá o estado de bem estar e por pôr um exemplo, em muitos campos o seu nível já é o dos estados latinoamericanos pobres, por exemplo na esperança de vida, que leva 30 anos de retrocessos.

     

    iiiSindicatos, agitação social, salários, localização do trabalho…tudo eram entraves para a teoria económica pura.

     

    ivE bem interessante que estados como o Brasil, ao que lhe foi imposta uma regressão neoliberal, não se aplicaram essas ensinanças do Friedman sobre a gestão económica das crises, e não se fez porque o objetivo de destruição neoliberal é muito mais importante, que o combate à crise.

     

     

    [i]

    [ii] A teria neoliberal de M. Friedman está ela plena nos seguintes dos seus livros:

    Capitalismo e Liberdade, onde a liberdade é pura e simplesmente a liberdade do desenvolvimento da sua teoria. Liberdade para Escolher, refere-se a pura liberdade económica ajeitada a sua teoria. Este livro foi desenvolvido em programas de tv, em youtube estão os vários capítulos. A Grande Contração, e sobre a crise do 29 e as suas propostas para enfrentar a crise, mas a vez vai muita mais cousa, explicativa da sua teoria. A Tirania do Statu Quo, o os problemas e entraves que estão estabelecidos por todo o lado e que dificultam a plena liberdade da sua teoria, pois a liberdade em Friedman é sempre a da execução pura da sua teoria.

    [iii] Em 1973 na famosa sentença do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Roe versus Wade, se estabeleceu o direito condicional a uma mulher poder interromper a sua gravidez. Foi uma interpretação de um Supremo bem liberal.

    https://www.law.cornell.edu/supremecourt/text/410/113%26amp

     

    Há uns dias esse mesmo Tribunal Supremo, numa resolução sem assinar, vem de dar por boa a lei texana conhecida como SB8, lei anti-jurídica, por razões que resumidamente se reduzem, a que quem actua, são os particulares, e a afectada/o não pode pedir o amparo das autoridades públicas. Este ano 2022 provavelmente o direito aborto seja muito limitado e/ou proibido nos Estados Unidos… e seguindo o seu ronsel em muitos outros lugares num retrocesso de liberdades que só apoia o 8% por cento dos norteamericanos, mas que o neoliberalismo e a sua aliança com as visões mais chatas religiosas, -o ideólogo do retrocesso e Brett Kavanaugh-, um dos juízes subidos ao Supremo por Trump e que está nas ondas do Opus Dei.

    O neoliberalismo é a onda que ameaça com barrer muitas das liberdades, como um entrave ao funcionamento duma ideia teórica do mercado, que abraçam os neopentecortalistas brasileiros, Vox, 13 Tv… e tuda caterva do nove neofascismo.

    Há quem acredita que há uma série de liberdades e conquistas que estão bem consolidadas, mas é bom lembrar que em 1930, Alemanha tinha a constituição mais democrática da Europa e imensas liberdades, e em apenas 8 meses após se fazer com o porder o nazismo, tudo se evaporara.

     

    [iv] Na União Europeia não se está aplicando com a radicalidade que exigia a pura teoria económica neoliberal.

    [v] https://www.nosdiario.gal/opinion/author/carta-aberta-a-margaret-thatcher/20130620200625016323.html

     

    [1]

    [1] A teria neoliberal de M. Friedman está ela plena nos seguintes dos seus livros:

    Capitalismo e Liberdade, onde a liberdade é pura e simplesmente a liberdade do desenvolvimento da sua teoria. Liberdade para Escolher, refere-se a pura liberdade económica ajeitada a sua teoria. Este livro foi desenvolvido em programas de tv, em youtube estão os vários capítulos. A Grande Contração, e sobre a crise do 29 e as suas propostas para enfrentar a crise, mas a vez vai muita mais cousa, explicativa da sua teoria. A Tirania do Statu Quo, o os problemas e entraves que estão estabelecidos por todo o lado e que dificultam a plena liberdade da sua teoria, pois a liberdade em Friedman é sempre a da execução pura da sua teoria.

    [1] Em 1973 na famosa sentença do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Roe versus Wade, se estabeleceu o direito condicional a uma mulher poder interromper a sua gravidez. Foi uma interpretação de um Supremo bem liberal.

    https://www.law.cornell.edu/supremecourt/text/410/113%26amp

     

    Há uns dias esse mesmo Tribunal Supremo, numa resolução sem assinar, vem de dar por boa a lei texana conhecida como SB8, lei anti-jurídica, por razões que resumidamente se reduzem, a que quem actua, são os particulares, e a afectada/o não pode pedir o amparo das autoridades públicas. Este ano 2022 provavelmente o direito aborto seja muito limitado e/ou proibido nos Estados Unidos… e seguindo o seu ronsel em muitos outros lugares num retrocesso de liberdades que só apoia o 8% por cento dos norteamericanos, mas que o neoliberalismo e a sua aliança com as visões mais chatas religiosas, -o ideólogo do retrocesso e Brett Kavanaugh-, um dos juízes subidos ao Supremo por Trump e que está nas ondas do Opus Dei.

    O neoliberalismo é a onda que ameaça com barrer muitas das liberdades, como um entrave ao funcionamento duma ideia teórica do mercado, que abraçam os neopentecortalistas brasileiros, Vox, 13 Tv… e tuda caterva do nove neofascismo.

    Há quem acredita que há uma série de liberdades e conquistas que estão bem consolidadas, mas é bom lembrar que em 1930, Alemanha tinha a constituição mais democrática da Europa e imensas liberdades, e em apenas 8 meses após se fazer com o porder o nazismo, tudo se evaporara.

     

    [1] Na União Europeia não se está aplicando com a radicalidade que exigia a pura teoria económica neoliberal.

    [1] https://www.nosdiario.gal/opinion/author/carta-aberta-a-margaret-thatcher/20130620200625016323.html

  • FALECIMENTO DONA MARLIT BECHARA

    FALECIMENTO DONA MARLIT BECHARA

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    é com extrema consternação que acabamos de saber do falecimento há dias da nossa associada e sócia honorária Nº9-2010 DONA MARLIT DA SILVA CAVALCANTE BECHARA que nos acompanhou desde 2007. De trato refinado e de invulgar gentileza e cultura Dona Marlit sempre acompanhou o nosso patrono e marido desde a primeira vez que se deslocaram ao 8º colóquio em Bragança 2007 e a última em 2019 no 29º Belmonte. Na Assembleia-Geral de 2019 agradecendo o grande mérito do nosso associado, Luciano Pereira propôs a eleição dos Professores Malaca Casteleiro e Evanildo Bechara como Presidentes Honorários. Ambos são eleitos com unanimidade e com aclamação. Foi proposto e aprovado por unanimidade um voto de congratulação às consortes (Conceição Casteleiro e Marlit Bechara) dos novos Presidentes Honorários pelo seu apoio e dedicação à AICL ao longo dos anos e na Assembleia-Geral de 2021 foi decidido o sancionamento da proposta da Direção já aceite pelos próprios, de nomear Evanildo Cavalcante Bechara para sócio honorário número três e Marlit Bechara sócia honorária número quatro, dispensados de pagamento de quotas e taxas de inscrição com efeitos retroativos a 2020. A proposta foi aceite por unanimidade. O académico Evanildo Bechara mantém-se como Presidente Honorário vitalício e membro do Comité Científico.

    Ao grande mestre e amigo Professor Bechara endereçamos as mais sentidas condolências

  • LOMBA DA MAIA DE MÁ SAÚDE

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    Crónica 432 LOMBA DA MAIA DE MÁ SAÚDE 3.1.2022

    1. POSTO DE SAÚDE

    Quando se padece de alguma maleita vai-se ao Posto de Saúde mais próximo para se melhorar e não para se piorar, como parece ser o caso no dilapidado Posto da Lomba da Maia. Ao entrar deparei com baldes espalhados, uma pequena cascata deslizava pela parede ao lado do WC dos homens, e quando meto os sapatos no gabinete administrativo comecei a chapinhar no lençol de água que caraterizava o chão do aposento. A funcionária, de botas e peúgos duplos, queixava-se do chão alagado e da impossibilidade de se trabalhar naquelas condições. Havia toalhas e cartões prensados no chão a tentarem (inutilmente) absorver a água que tornava insalubre aquele local. Um atentado à saúde de funcionários e utentes. De facto, já em visita anterior constatara o excesso de humidade e inúmeras infiltrações nas paredes do edifício, mas nunca vira tanta água como agora. Medidas imediatas de reparação urgente ou uma mudança das instalações seria o que algum executivo de bom senso decretaria. Tomei nota mental de usar galochas em futuras visitas. E deixa-se a pergunta em quantas freguesias não haverá situações semelhantes?

    2. Abrigos nas paragens de autocarro

    Resido na freguesia há 17 anos e fico sempre compungido com a indiferença autárquica pelas crianças em idade escolar (que se deslocam para a EBI da Maia ou ES da Ribeira Grande) e demais população idosa e doente por estarem expostos ao frio, à chuva abundante e ventos frequentes que assolam os locais onde implantaram as paragens da camioneta de carreira.

    Quando me desloco ao vizinho concelho do Nordeste vejo abrigos modernos, bem delineados em todas as freguesias, mas aqui devem ter superpoderes estes habitantes para estarem à chuva, frio e vento sem adoecerem enquanto esperam pelo autocarro. Se a Junta de Freguesia não tem fundos que peça a ajuda da Câmara da Ribeira Grande para criar abrigos. E deixa-se a pergunta em quantas freguesias não haverá situações semelhantes?

     

    3. A Estrada Lombinha – Maia

    Perdi a conta às vezes que já escrevi sobre este assunto nos jornais mas parece que a estrada costeira entre a Lombinha da Maia e a Maia (caminho municipal 519) em obras há dois anos vai candidatar-se ao Prémio Santa Engrácia, quando a conclusão das suas obras ocorrer. Depois de dezembro 2015 várias derrocadas ocorreram, felizmente sem vítimas a lamentar, apesar do enorme trânsito que tinha, em especial autocarros escolares. De promessa em promessa os anos passaram. Os transportes privados, os públicos, incluindo os transportes escolares, fazem desvios morosos por Calços da Maia, Gorreana e São Brás em estradas que não foram feitas para tal movimento e depois de anos de a estrada ter estado cortada à circulação entre a Lombinha e a Maia, mantém-se o silêncio sobre o andar das obras ou a razão da sua paragem. Eu fiquei tranquilo em julho 2020 pois a malfadada estrada entre a Maia e a Lombinha da Maia (cuja passagem de viaturas foi encerrada com pompa e circunstância) iria entrar em obras à medida que a data de eleições se aproxima. Mas já vieram e foram umas tantas eleições e de conclusão da obra nada. Murmura-se que o projeto foi mal pensado e não resultava…

     

    4. Centro de Dia

    Pior que esta obra da estrada é a conclusão do Centro de Dia na Rua da Igreja na Lomba da Maia, começado in ilo tempore, parado e enferrujado num para arranca, ano após ano, sem nunca mais ser formalmente concluído e inaugurado ao fim de tantos anos de promessas, dádivas da diáspora e anúncios vários. Este assunto interessa-me particularmente pois estou a chegar à idade em que preciso dele para ter com quem jogar uma bisca lambida ou uma sueca, mas a data de abertura ainda se mantém no segredo dos deuses e a esses não tenho acesso.

     

     

    Chrys Chrystello, drchryschrystello@journalist.com

    Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

    [Australian Journalists’ Association – MEEA]

    Diário dos Açores (desde 2018)

    Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)

    Tribuna das Ilhas (desde 2019)

    Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)

    Jornal do Pico (desde 2021)

     

     

  • a origem do nome da serra da estrela

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    SERRA DA ESTRELA
    “Astrónomo descobre origem pré-histórica do nome da Serra da Estrela
    Fábio Silva, astrónomo português da University College London, descobriu pela orientação de construções megalíticas com seis mil anos que o nome da Serra da Estrela tem origem na estrela Aldebaran.
    As entradas dos dólmens construídos há seis mil anos em volta da maior montanha da Serra da Estrela estão todas viradas para o lugar onde, no horizonte, a estrela Aldebaran nasce em abril, e explicam a origem do nome da mais alta serra de Portugal Continental.
    Quem descobriu o segredo guardado por aquelas construções megalíticas foi o astrónomo português Fábio Silva, investigador na University College London, onde fez um doutoramento em arqueologia, depois de se ter doutorado em astrofísica na Universidade de Portsmouth, também no Reino Unido.
    Num artigo publicado na revista científica de referência internacional “Papers from the Institute of Archaeology”, Fábio Silva revela a importância da estrela Aldebaran, a mais brilhante da constelação do Touro, para os povos pré-históricos e explica de que forma as lendas locais da Serra da Estrela confirmam a sua tese.”
    Retirado do grupo Amigos da Covilhã.
    (Via Manuel Tavares e Jorge Bravo)
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  • está tudo acumulado no cérebro

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    Bolsonaro internado por suspeita de obstrução intestinal. ″Está estável″ e sem previsão de alta
    DN.PT
    Bolsonaro internado por suspeita de obstrução intestinal. ″Está estável″ e sem previsão de alta
  • Zé do Telhado: Robin dos Bosques português ou mero ladrão?

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    O Zé do Telhado ficou para a história, recordado por uns como mero ladrão, e por outros como uma espécie de Robin dos Bosques à portuguesa…

    Source: Zé do Telhado: Robin dos Bosques português ou mero ladrão?

  • VASCO CALLIXTO O ÚLTIMO TEXTO

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    May be an image of 2 people and text that says "JOSÉ CORREIA GUEDES Autor de Ο Aviador CARLOS BLECK O herói esquecido da aviação portuguesa PORTUGAL PREFÁCIO DE Jaime Nogueira Pinto"
    ́ … Ao início da tarde de Domingo 26 de Dezembro, horas antes de a morte o levar tranquilamente enquanto dormia, o meu avô Vasco Callixto enviava-me por mail a quase totalidade do seu último texto, escrito tanto quanto sei nessa mesma manhã. Tendo-lhe oferecido na noite de Natal o livro recém-publicado “Carlos Bleck – O Herói Esquecido da Aviação Portuguesa”, da autoria de José Correia Guedes, foi a esta obra que o meu avô dedicou esse último texto. No entanto, como disse acima, a parte final do mesmo (a partir de “O País está em dívida”) não me chegou a ser enviada pelo meu avô, o que levou a que na sua agenda-diário anotasse que não tinha conseguido enviar-me o texto. Assim, essa parte final foi agora por mim transcrita do manuscrito que estava em cima da secretária no quarto do meu avô. Aqui fica esse pequeno texto, que mostra que toda a sua verve se manteve inalterada até ao último sopro de vida…
    ” numa obra do Comandante José Correia Guedes, que considera o consagrado aviador “o herói esquecido da Aviação Portuguesa”. Realmente, o único aviador português que, por três vezes, voou sozinho sobre três continentes, não tem sequer o seu nome numa rua de Lisboa, nem na Amadora, somente em Sintra, porque lá faleceu. Nesta obra se espelha a ingratidão e a ignorância da gente de hoje em relação à gente de ontem, cujos feitos ficaram na “História dos Heróis” de terra, mar e ar. Carlos Bleck, o nosso primeiro aviador civil, não merecia tal desfeita. O País está em dívida relativamente a uma das mais destacadas figuras da Aviação Portuguesa. De desejar será que o livro agora publicado contribua para remediar a infeliz situação. O autor, também aviador consagrado, embora de uma nova geração, oferece aos interessados uma obra excelente sobre Carlos Bleck, com uma colecção de fotografias inéditas.”
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