Blog

  • limpeza de Díli Angela Carrascalao 2006

    Views: 0

     

    Segunda-feira, Julho 17, 2006
    Brigada de limpeza na cidade

    Quem se lembra de Díli do tempo da colonização portuguesa, a seguir à Segunda Guerra Mundial – quando tudo como agora foi destruído – , recorda-a como uma cidade pequena, limpa arrumada.
    Com casas pintadas de branco, arborizada, ruas largas, cheia de acácias e gondoeiros, Díli encantava os seus habitantes que até se esqueciam de que as ruas não eram asfaltadas! Aliás, só no início da década de sessenta, as autoridades do governo local decidiram alcatroar três quilómetros de estradas. na cidade, bem entendido!
    A década de sessenta, quando se construiu o novo porto, foi, se bem me lembro, o da modernização. Díli era uma cidade de casas de palapa. Aliás, as casas comerciais eram todas assim construídas porque este tipo de construção era bem mais acessível e os comerciantes, de etnia chinesa, não estavam dispostos a despender dinheiro em Timor. Até que o governador Filipe Themudo Barata decidiu impor a obrigatoriedade de edificação de casas em alvenaria. Os comerciantes argumentaram que não tinham dinheiro, mas o governador não se comoveu e eles, mesmo esperneando muito, tiveram de abrir os cordões à bolsa.
    Contrariamente, Kupang, a capital de Nusa Tenggara Timur (Timor Ocidental) que era então bem mais populosa que Díli, tinha as ruas estreitas, sujas , mal cheirosas, desarrumada e com as casas encavalitadas umas nas outras. Em Kupang, não havia acesso público para as praias porque as casas dos particulares e respectivos muros estendiam-se até à beira mar.
    Tão gritante era a diferença entre Díli e Kupang, que El Tari, o governador indonésio do lado de lá de Timor, dava a cidade timorense como exemplo a seguir pelos responsáveis pela administração local da província indonésia.
    Díli guarda ainda umas reminiscências desse tempo de que são alguns exemplos o bairro do Farol, o Palácio do Governo e a zona envolvente, o Liceu Dr. Francisco Machado, a embaixada de Portugal, toda a zona ribeirinha que vai até Lecidere, ou a via que vai até Lahane, à residência do governador e ao Hospital Dr. Carvalho e que passa pelo antigo Mercado Municipal.
    É verdade que os actuais cerca de 150 mil habitantes de Díli vivem numa cidade planeada para 20 mil. E também é verdade que se nota bem a diferença entre a cidade delineada pelos portugueses e a que surgiu no tempo da ocupação indonésia, sem qualquer respeito pelo plano de urbanização. Tal como Kupang, com as casas encavalitadas umas nas outras, sem esgotos e com ruas tão estreitas que apenas possibilitam que quem lá entre de carro saia de marcha-atrás, não havendo sequer espaço para outro carro em sentido contrário.
    Perderam-se, cortaram-se as acácias vermelhas e os gondoeiros centenários, construiu-se muito e de forma deficiente, os casinhotos mal traçados – alguns deles com paredes de zinco – substituíram as casas típicas de palapa. Díli ganhou outra aparência, ficou diferente. Mais feia, mais suja, mais desarrumada.
    Já no tempo da independência, com a descida dos habitantes da montanha para a cidade, as coisas complicaram-se ainda mais. À desarrumação existente, juntou-se a proliferação de mercados de rua numa total barafunda e em bem aceite convivência com porcos, cabritos, vacas.
    Depois destes três meses de quase total paralisação dos serviços de administração pública, se as coisas já não andavam bem, pioraram ainda mais.
    Mas hoje, verificou-se um movimento desusado, com brigadas de limpeza dispersas pela cidade limpando, varrendo, recolhendo e queimando o lixo e, claro, levantando poeira, imensa poeira!
    Ali, no terreno mais nobre do centro da cidade, cedido pelo Governo de Timor-Leste ao governo português, logo ao lado do Palácio do Governo e onde há-de ser um dia a Embaixada de Portugal, – não sei quando, mas um dia terá de ser! – já se notava a diferença!
    No jardim onde se vê o monumento aos Descobrimentos, se bem que as buganvílias emprestem ao ambiente um aspecto de jardim, a relva transformou-se em erva, bem alta!
    Tive de passar pelas arcadas do Palácio do Governo que deveria ser um excelente cartão de visita de Timor-Leste. Bem, por ali, ainda não passou nenhuma brigada de limpeza. No local, tão vulgar como a presença de tropa internacional é o aspecto negligente do edifício.
    Fez-me pena, o abandono a que está votado o palácio onde ainda continuam bem visíveis as provas da violência da manifestação de 28 de Abril, com os vidros das janelas todos partidos, as portas fechadas, e muitas teias de aranha a encher os tectos altos das varandas do Palácio.
    Ai, Timor Lorosa´e!

    Angela Carrascalão Segunda-feira, Julho 17, 2006 | Permalink

  • LOMBA-DA-MAIA-DE-MA-SAUDE.pdf

    Views: 0

    https://blog.lusofonias.net/wp-content/uploads/2022/01/LOMBA-DA-MAIA-DE-MA-SAUDE.pdf

  • AS DUNAS COMUNICAM ENTRE SI

    Views: 0

    Curiosidades
    Dunas de areia “ comunicam se ” entre si
    Descoberta ajuda a entender a migração de dunas, que aumenta a desertificação e pode enterrar estradas
    Dunas: interação conhecida em mais detalhes agora. Dunas de areia são seres inanimados, mas isso não as impede de “comunicar-se” umas com as outras. Uma equipe da Universidade de Cambridge (Reino Unido) descobriu que, à medida que se movem, as dunas de areia interagem e repelem seus vizinhos a jusante (abaixo em relação ao observador). O estudo foi apresentado na revista “Physical Review Letters“.
    Usando uma pista experimental de dunas, os pesquisadores observaram que duas dunas idênticas começam juntas, mas com o tempo elas se distanciam cada vez mais. Essa interação é controlada por redemoinhos turbulentos da duna a montante (acima em relação ao observador), que empurram a duna a jusante. Os resultados são fundamentais para o estudo da migração de dunas em longo prazo, que ameaça os canais de transporte, aumenta a desertificação e pode enterrar infraestruturas, como estradas.
    Quando uma pilha de areia é exposta ao vento ou ao fluxo d’água, forma uma duna e começa a se mover a jusante com o fluxo. As dunas de areia, seja nos desertos, no fundo dos rios ou no fundo do mar, raramente ocorrem isoladamente e em geral aparecem em grandes grupos, formando padrões impressionantes conhecidos como campos ou corredores das dunas.
    É sabido que as dunas de areia ativas migram. De um modo geral, a velocidade de uma duna é inversa ao seu tamanho: dunas menores se movem mais rapidamente e dunas maiores se movem mais lentamente. O que não havia sido entendido é se e como as dunas dentro de um campo interagem entre si.
    Física desconhecida
    “Há diferentes teorias sobre a interação das dunas: uma é que dunas de tamanhos diferentes colidem e continuam colidindo até formar uma duna gigante, embora esse fenômeno ainda não tenha sido observado na natureza”, disse Karol Bacik, doutoranda em Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica de Cambridge e primeira autora do artigo. “Outra teoria é que as dunas podem colidir e trocar massa, como bolas de bilhar quicando umas nas outras, até que tenham o mesmo tamanho e se movam na mesma velocidade, mas precisamos validar essas teorias experimentalmente.”
    Agora, Bacik e seus colegas de Cambridge mostraram resultados que questionam essas explicações. “Descobrimos a física que não fazia parte do modelo antes”, disse Nathalie Vriend, que liderou a pesquisa.
    A maior parte do trabalho de modelagem do comportamento das dunas é feita numericamente, mas Vriend e os membros de seu laboratório projetaram e construíram uma instalação experimental única, que lhes permite observar seu comportamento no longo prazo.
    As calhas cheias de água são ferramentas comuns para estudar o movimento das dunas de areia em um ambiente de laboratório, mas as dunas só podem ser observadas até que cheguem ao final do tanque. Em vez disso, os pesquisadores de Cambridge construíram uma calha circular para que as dunas possam ser observadas por horas enquanto a calha gira, período em que as câmaras de alta velocidade permitem rastrear o fluxo de partículas individuais nas dunas.
    Interação inesperada
    Bacik não pretendia estudar a interação entre duas dunas: “Originariamente, coloquei várias dunas no tanque apenas para acelerar a coleta de dados, mas não esperávamos ver como elas começaram a interagir umas com as outras”, disse.
    As duas dunas começaram com o mesmo volume e na mesma forma. Quando o fluxo começou a se mover pelas dunas, elas começaram a se mover. “Como sabemos que a velocidade de uma duna está relacionada à sua altura, esperávamos que as duas se movessem na mesma velocidade”, disse Vriend, que trabalha no BP Institute for Multifhase Flow. “No entanto, não foi isso que observamos.”
    De início, a duna da frente se moveu mais rapidamente que a duna de trás, mas, à medida que o experimento continuou, a duna da frente começou a desacelerar, até as duas se moverem quase na mesma velocidade.
    Padrões diferentes
    Crucialmente, o padrão de fluxo nas duas dunas foi observado como diferente: o fluxo é desviado pela duna frontal, gerando “redemoinhos” na duna traseira e empurrando-a para longe. “A duna frontal gera o padrão de turbulência que vemos na duna traseira”, disse Vriend. “A estrutura de fluxo atrás da duna da frente é como uma esteira atrás de um barco e afeta as propriedades da próxima duna.”
    À medida que o experimento continuou, as dunas se distanciaram cada vez mais, até formarem um equilíbrio em lados opostos da calha circular, mantendo-se afastadas a 180 graus.
    O próximo passo da pesquisa é encontrar evidências quantitativas da migração de dunas em larga escala e complexa nos desertos, usando observações e imagens de satélite. Ao rastrear aglomerados de dunas por longos períodos, será possível observar se as medidas para desviar a migração de dunas são eficazes ou não.
    ” TAGSareiacalhadunajusanteKarol BacikmigraçãomontanteNathalie VriendPhysical Review LettersUniversidade de Cambridge”
    5
    2 comments
    Like

    Comment
    2 comments
    All comments

  • CRISE DA BANCA

    Views: 0

    Se a crise global continuar, para o ano somente dois bancos ficarão operacionais: o Banco de Sangue e o Banco de Esperma! Mais tarde estes 2 bancos serão fundidos, internacionalizados e chamados: “The Bloody Fucking Bank”. E é com eles que contamos para a retoma financeira e o aumento das taxas de natalidade europeias.

  • Park Hotel detainees housed alongside Novak Djokovic describe ‘disgusting’ and ‘cruel’ conditions – ABC News

    Views: 0

    The detention of Serbian tennis star Novak Djokovic at Melbourne’s infamous Park Hotel has inadvertently highlighted the plight of refugees and asylum seekers that have been locked away for up to nine years with no end in sight.

    Source: Park Hotel detainees housed alongside Novak Djokovic describe ‘disgusting’ and ‘cruel’ conditions – ABC News

  • Migration’s impact on regional Australia is vital, but visas need to be forthcoming, agent warns – ABC News

    Views: 0

    Mohsin works at a supermarket in the middle of Australia, and has been in a protracted battle to secure a working visa. As some regional areas battle decline, one expert says making migration easier could be part of a solution.

    Source: Migration’s impact on regional Australia is vital, but visas need to be forthcoming, agent warns – ABC News