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  • dia das amigas

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    O calendário pré-carnavalesco açoriano inclui a tradição de festejar o Dia dos Amigos, das Amigas, dos Compadres e das Comadres nas quatro quintas-feiras antes do Carnaval. Uma tradição que remonta ao século XIX e que não se sabe muito bem como terá começado.
    Hoje, nos Açores, celebra-se a quinta-feira das Amigas. Os festejos vão das malassadas ao striptease. Com mais ou menos excessos, este dia pretende ser uma ode à amizade entre as mulheres.
    De domingo a sexta-feira, em todos os meses de todos anos, a Amizade continua a ser a melhor forma de activismo contra a intolerância e contra a solidão.
    Um abraço

    a todas as minhas amigas, que perto ou longe, continuam estoicamente a aturar-me.

    Tenho amigos que não sabem o
    quanto são meus amigos.
    Não percebem o amor que lhes
    devoto e a absoluta
    necessidade que tenho deles.
    A amizade é um sentimento mais
    nobre do que o amor,
    eis que permite que o objeto dela
    se divida em outros afetos,
    enquanto o amor tem intrínseco o ciúme,
    que não admite a rivalidade.
    E eu poderia suportar,
    embora não sem dor,
    que tivessem morrido todos os
    meus amores, mas enlouqueceria
    se morressem todos os meus amigos!
    Até mesmo aqueles que não percebem
    o quanto são meus amigos e o quanto
    minha vida depende de suas existências ….
    A alguns deles não procuro, basta-me
    saber que eles existem.
    Esta mera condição me encoraja a seguir
    em frente pela vida.
    Mas, porque não os procuro com
    assiduidade, não posso lhes dizer o
    quanto gosto deles.
    Eles não iriam acreditar.
    Muitos deles estão lendo esta crônica
    e não sabem que estão incluídos na
    sagrada relação de meus amigos.
    Mas é delicioso que eu saiba e sinta
    que os adoro, embora não declare e
    não os procure.
    E às vezes, quando os procuro,
    noto que eles não tem
    noção de como me são necessários,
    de como são indispensáveis
    ao meu equilíbrio vital,
    porque eles fazem parte
    do mundo que eu, tremulamente,
    construí e se tornaram alicerces do
    meu encanto pela vida.
    Se um deles morrer,
    eu ficarei torto para um lado.
    Se todos eles morrerem, eu desabo!
    Por isso é que, sem que eles saibam,
    eu rezo pela vida deles.
    E me envergonho,
    porque essa minha prece é,
    em síntese, dirigida ao meu bem estar.
    Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
    Por vezes, mergulho em pensamentos
    sobre alguns deles.
    Quando viajo e fico diante de
    lugares maravilhosos, cai-me alguma
    lágrima por não estarem junto de mim,
    compartilhando daquele prazer …
    Se alguma coisa me consome
    e me envelhece é que a
    roda furiosa da vida não me permite
    ter sempre ao meu lado, morando
    comigo, andando comigo,
    falando comigo, vivendo comigo,
    todos os meus amigos, e,
    principalmente os que só desconfiam
    ou talvez nunca vão saber
    que são meus amigos!
    A gente não faz amigos, reconhece-os.
    (Milôr Fernandes)
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    Carlos Bessa, Gabriela Silva and 11 others
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