wc no avião descarrega na atmosfera?

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On a 747 long-haul flight, each passenger uses the toilet an average of 2.4 times, resulting in 870 liters of excrement. This is roughly equivalent to the capacity of a four-person jacuzzi.

There is a huge amount of unwanted material, and processing it all requires miraculous engineering techniques.

This is where the flush function of the airplane toilet comes in handy.

These toilets currently don’t work with traditional siphons and water.

As early as 1982, new toilets began to be installed on airplanes. The toilet featured a non-stick toilet bowl that used a blue substance called SkyChem instead of water, and a powerful vacuum suction device that left almost nothing in the toilet bowl.

Skykem helps to eliminate bad odors and disinfect toilet bowls. What’s more, vacuum toilets use much less water than siphon toilets, are much lighter, and can be installed in a variety of ways, increasing fuel and space efficiency. This is two very important factors on an airplane.

When flushed, the trapdoor at the bottom of the toilet bowl opens, filling it with Skykem liquid. The loud noise you hear when running water is not, as many people think, the sound of a trapdoor opening outside. It’s simply the sound of vacuum suction, like a large vacuum cleaner.

Waste sucked in through holes in the toilet bowl travels through pipes to the rear of the aircraft and ends up in tanks that can only be accessed from outside the aircraft. Even if they wanted to, pilots would not be able to empty this tank in flight.

When the plane lands on the ground, the tank is emptied with a special tanker truck. Tank trucks attach hoses to airplanes and vacuum up waste. When an airplane tank is empty, it is cleaned with disinfectant.

However, in the past there have been a number of accidents in which waste from airplane toilets fell from the sky and into houses.

This was a common problem in the 60s and 70s, when airplane toilet pipes were not sealed properly, causing leaks. Urine and excrement mixed with Skykem and leaked out of the pipes, usually near the rear landing gear and onto the outside of the plane.

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Frank Alabastro

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somos todos idiotas

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Somos todos “os idiotas”
« (…) As redes sociais industrializaram o reflexo idiota. O algoritmo necessita de que estejamos convictos de que o outro é um idiota, pois rentabiliza e monetariza essa certeza. (…)»
[Luís Pedro Nunes, “Expressso”, 16/10/2025]
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«É evidente, óbvio e indiscutível que o idiota, os idiotas são os outros. Sempre. Estou mais do que absolvido. Aquele ataque de raiva no trânsito que tive ali atrás? Estava com pressa. E tinha razão. Basta o dia horrível que tive.
O outro tipo era um asno. Há neste “reflexo idiota” um instinto automático e um equívoco cognitivo de milissegundos: explicamos os nossos erros pelas circunstâncias, mas os dos outros pelo carácter. Uma economia emocio­nal de autopreservação, pois poupa-nos a chatice de admitir falhas. Só que o preço a pagar é a empatia. Absolvo-me automaticamente mas nem tento perceber o outro.
O exemplo da estrada — a road rage, a fúria no trânsito — serve bem porque está estudado, mesmo a nível neurológico, o motivo que explica como pessoas pacatas passam de repente a “ver tudo a vermelho”. E assenta nesse princípio primevo de sobrevivência e reação, que hoje se resume a atacar o outro ao desconsiderá-lo em termos de carácter: “É um idiota”.
O problema é que essa “certeza moral” passou para a política e para a sociedade e tornou-se na base de toda a polarização: cada um “sabe ver o mundo melhor do que o outro”. O problema são sempre os outros, e o outro é um idiota, logo quero odiá-lo e assim necessito dele para existir.
É aqui, diz Amanda Ripley, autora do livro “High Conflict”, que o conflito passa a ser a nossa própria identidade. E é isso que nos está a acontecer. Ou já aconteceu. Vivemos para estar em conflito com o outro, que tentamos desvalorizar. Somos algo em função daquilo que ofendemos nos outros: os idiotas. Muitos dirão que nada disto é novo, a teoria. De Nietzsche a Sartre, o homem moral sempre precisou de um culpado ou sempre soube que o inferno foram os outros.
Mas há uma alteração crucial que transcende a filosofia e a análise social. É que este mecanismo é um atalho evolutivo do cérebro, em que a amígdala cerebral dispara antes de pensarmos e em que inundamos o corpo de adrenalina — preparando-o para um suposto perigo. O normal seria a via lenta emocional, em que o estímulo passaria por uma rota racional pelo córtex. A raiva é um curto-circuito evolutivo. A amígdala não distingue a ameaça física da ameaça simbólica — reage a ambas com a mesma bioquímica.
E hoje temos humanos viciados num loop de indignação e raiva que proporciona um prazer moral. Essa é a resposta a esses sucessivos estímulos. E é onde o cérebro se vicia nesses estímulos que acaba por construir uma visão do mundo baseada no princípio de “os outros são idiotas”. Nas redes sociais, óbvio.
As redes sociais industrializaram o reflexo idiota. O algoritmo necessita de que estejamos convictos de que o outro é um idiota, pois rentabiliza e monetariza essa certeza — e a raiva é o modelo de negócio. Ripley, por exemplo, diz que as redes, para poderem ter lucro, funcionam como empreendedores de conflito, uma “máquina de indignação” onde se vendem certezas morais, geram cliques e fabricam inimigos.
A idiotia tornou-se relacional: eu sou inteligente porque o outro é estúpido. As redes não criaram o reflexo do idiota — apenas lhe deram megafone e esteroides. Mas a raiva é uma emoção com recompensa neuroquímica — liberta adrenalina e dopamina. E queremos cada vez mais.
As redes sociais industrializaram o reflexo idiota. O algoritmo necessita de que estejamos convictos de que o outro é um idiota, pois rentabiliza e monetariza essa certeza
Esta é verdadeiramente a embrulhada em que estamos. O “reflexo idiota” já não é algo circunscrito à raiva no trânsito. Deixou de ser um lapso cognitivo e tornou-se numa economia de atenção. Da “road rage para a rage scroll”. Em vez de buzinar, comentamos com raiva; em vez de cortar a passagem, bloqueamos; em vez de sair do carro, cancelamos.
É o mesmo mecanismo fisiológico: descarga de adrenalina, necessidade de reafirmar domínio e sensação moral de superioridade (“estou certo, logo o outro é idiota” ou o contrário).
Nas redes, este comportamento é até premiado — cada explosão moral rende atenção, reforçando o ciclo do reflexo idiota. A estrada tem faixas, o Twitter tem timelines: ambos territorializam o ego. Ultrapassar alguém é igual a contradizê-lo publicamente — ambos ameaçam o estatuto.
No “beef”, o território é simbólico: quem responde por último ou mais agressivamente reconquista o espaço social perdido. E a economia de atenção é a economia da raiva, em que o “nós” é moralmente superior ao “eles”, os idiotas. No trânsito, o outro é incompetente; na política, o outro é ignorante; na cultura, o outro é inculto.
O idiota é o motor da civilização digital. Quando falamos de polarização, de tribalismo, de divisão na sociedade, temos de pensar que, no fundo, estamos a ser manipulados através de um mecanismo de autopreservação — a raiva —, que nos serviu para sobreviver (algo chamado “sequestro da amígdala”), mas que agora é usado para odiarmos o outro sem refletirmos. A amígdala não distingue um tigre-dentes-de-sabre de um tuíte, que nos deixa o sangue a ferver.
E temos aqui uma questão grave que não estamos dispostos a aceitar: o problema poderá estar na arrogância do diagnóstico. O idiota é o espelho onde se reflete a nossa própria necessidade de superioridade. É que a solução é complexa. Num cenário destes, ser inimigo de alguém é mais confortável do que ser incerto em relação a algo.
O reflexo do idiota pode ser a lente com que se pode ler o século XXI. A indignação é a droga socialmente aceite, a raiva é o prazer mais estimulado e usado para criar identidade. O moralista é o toxicodependente da dopamina da superioridade.
E sim, estamos todos nisto. Os outros. E nós. E se não percebermos isso, estamos bem lixados. Somos todos idiotas. Eles e nós.»
[Luís Pedro Nunes, “Expressso”, 16/10/2025]

Assaltantes entram no Louvre, roubam jóias da última imperatriz de França em 7 minutos e fogem de scooter

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Três assaltantes entraram no museu com as primeiras visitas da manhã e roubaram várias jóias de coleção da última imperatriz francesa. Fugiram de scooter. O museu do Louvre está fechado.

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o regresso do urso

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+18 e,m https://www.facebook.com/photo/?fbid=4667855966589265&set=pcb.3106540942788903
A extraordinária história do regresso do urso-pardo
Por estes dias ainda estão em hibernação – os ursos saem das covas em maio, quando as flores das árvores já se transformaram em fruto. A maioria permanece na zona onde nasceu, mas alguns avançam para sul, movendo-se de noite, de esconderijo em esconderijo. Caminham em quatro patas, em média dez quilómetros por dia, numa grande marcha por território e alimento. E vão caminhando, lentamente. Os ursos avançam a passo firme. E avançam para Portugal.
Depois de séculos de extinção, os cientistas da Fundación Oso Pardo (FOP), associação que trabalha há 25 anos na conservação desta espécie, estimam que o nordeste transmontano comece a receber visitas de ursos ao longo da próxima década. “A natureza tem sempre um grau de imprevisibilidade, por isso a nossa certeza não pode ser total. Ficamo-nos nos 95% de convicção, vá”, ri-se Fernando Ballesteros, biólogo da FOP. O que está a acontecer, na sua opinião, é um pequeno milagre. Há 30 anos, afinal, a espécie estava praticamente à beira da extinção na cordilheira Cantábrica. “Mas a população recuperou, está a expandir-se e a chegar a zonas de onde tinha desaparecido há séculos.”
Francisco Álvares, biólogo do CIBIO, centro de investigação da Universidade do Porto, e representante português da Rede Europeia de Estudos de Grandes Carnívoros, escreveu em 2010 um artigo em que anunciava a possibilidade do regresso do urso-pardo a Portugal. “As coisas estão a acontecer mais rápido do que imaginávamos e agora é urgente fazer duas coisas. Por um lado travar as notícias falsas de aparecimento de urso, como aconteceu o mês passado no Gerês, porque elas criam inquietação nas pessoas. Por outro, é urgente arrancar com um plano de informação às populações que vão passar a conviver com o urso. É preciso que ele não seja visto como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade.”
Isto é certo: os ursos que chegarem, vão chegar assustados. São jovens adultos, machos, em processo de dispersão. A partir do momento em que aparecer o primeiro, é altamente provável que outros se sigam – os animais deixam marcas nas suas incursões e, quando encontram bons corredores ecológicos, percorrem-nos repetidamente. “Não haverá populações fixas em Portugal, nem fêmeas com crias, apenas animais de passagem”, e Fernando Ballesteros explica que um processo desses demorará no mínimo meio século.
Mas porque vêm então os bichos para aqui? A fronteira norte de Portugal preserva uma mancha de floresta nativa que lhes permite algum refúgio. Não é impossível que os animais regressem ao Gerês, mas o nordeste transmontano tem um fator diferenciador. É que, nas últimas duas décadas, os concelhos de Bragança e Vinhais encheram o seu território de castanheiro. “Há alimento. E é por isso que os ursos vão voltar.”
Um grande negócio
Os ursos que avançam em direção a Portugal são originários do sudoeste da Cordilheira Cantábrica – 150 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa. Ao longo da última década foram avançando para sul, em todas as direções, mas o seu ponto de origem são os montes de Somiedo. É terra asturiana, está encostada à região de Castilla-León e perto da Galiza. A rota que os animais cumprem hoje não é assim tão diferente da dos cruzados que iniciaram a reconquista no século VIII. A partir das Astúrias, os ursos vão tomando a Península.
“Estivemos pertinho de perder os bichos todos, mas conseguimos recuperar e isso foi a melhor coisa que nos podia ter acontecido”, diz Belarmino Fernández, alcaide de Somiedo. É um homem baixo e de sorriso fácil, filho de ganadeiros, como todos na região. “Fazíamos tanta caça ao urso que há 30 anos já só nos restavam três. Mas depois transformámos todo o território do município em parque natural – e os animais começaram a recuperar.”
Somiedo tem 300 quilómetros quadrados, todos eles classificados como Reserva da Biosfera pela UNESCO desde 2000. 42% do território é de reserva integral – aqui os humanos não podem entrar. Foi onde os ursos encontraram espaço para se reproduzir. Hoje, a população calcula-se em 70 indivíduos (os números são sempre aproximados, porque os biólogos só contabilizam as fêmeas com crias).
Somiedo fica no sudoeste das Astúrias. Em 30 anos, passou de uma população de 3 ursos a 70.
Nas estradas de alcatrão há sinais a alertar os condutores para a possibilidade de atropelarem ursos. Belarmino percorre de jipe o caminho dos lagos do vale, e vai apontando para os montes à volta do planalto. “Aqui é uma cova de reprodução, ali descem para comer, ali vi um dia três crias na brincadeira.” Entre maio e outubro os animais estão bastante ativos e não é difícil vê-los a uma relativa distância.
Todos os anos, chegam milhares de pessoas de todo o mundo para ver os maiores carnívoros da Europa. “Quando eu era criança, toda a gente aqui vivia das vacas, era uma economia de subsistência. Cada família tinha três ou quatro, os mais ricos tinham umas dez”, conta Belarmino. “Ainda é uma fatia importante da nossa economia. Temos oito mil vacas e 150 pastores.”
Os rendimentos dos 1300 habitantes de Somiedo têm, na maioria dos casos, outra fonte. “Temos 90 negócios turísticos no nosso concelho. Empresas de observação de ursos são umas dez, restaurantes uns 20, temos mais de 1400 camas na hotelaria.” E o alcaide assegura que o ecoturismo representa mais de metade dos rendimentos da região. “Isto só existe porque temos um símbolo como o urso. Mesmo que as pessoas não o vejam sempre, o facto de ele existir aqui certifica-nos como um paraíso natural e isso é um fator de atração.”
Em Somiedo, o urso não é só o urso. É também a salvação de uma terra esquecida.
Yo me quedo
Sérgio Coframa, 33 anos, já chamou as autoridades. Ontem à noite apareceram-lhe três colmeias todas escavacadas e o homem não tem grandes dúvidas: andou ali urso. Agora tem de mostrar os danos aos agentes da Patrulla Oso, um corpo da guarda-florestal encarregado da monitorização desta espécie. Juan Díaz avalia o estrago, procura os terrenos à volta e encontra excrementos do animal. “Foi urso sim senhor.”
As autoridades asturianas pagam aos apicultores por cada colmeia atacada. Mas a verdade é que, há 30 anos, quando Somiedo se transformou em parque natural, os produtores de mel receberam todos formação de como haviam de proteger as suas explorações. “Nas mais das vezes isso faz-se com vedações eletrificadas”, conta Coframa. “Mas a culpa foi minha, que deixei desleixar a minha. O animal não tem culpa nenhuma.”
Fernando Ballesteros diz que a prevenção é essencial para estancar qualquer conflito entre o urso e o homem. É isso que a FOP anda agora a fazer pela Galiza. Em Somiedo, como se vê no exemplo do apicultor atacado, não é preciso. “Todos aqui entendem que o urso só traz benefícios.”
O alcaide da terra acredita que se deve ao animal o fim da sangria populacional que lavrava a região. “Como todas as zonas rurais, a população estava em declínio, mas de há vinte anos para cá tem vindo até a aumentar ligeiramente. Agora há emprego, por causa do ecoturismo, e vemos que mais gente fica e até regressa.”
Marcos Simón, que trabalha no centro de interpretação do Urso Pardo e organiza caminhadas de avistamento, regressou há dez anos, trouxe para cá a mulher de Madrid, e acabaram de ter um filho, o primeiro bebé de 2019 no município. Noé Alvarez também voltou: estudou informática em Oviedo, mas quando a mãe abriu um complexo com hotel, parque de campismo e restaurante, decidiu regressar com a namorada às origens e assumir a cozinha.
Jimena Cerna e Alfredo Martinez criaram uma empresa curiosa. Dão aulas de espanhol em Somiedo a estrangeiros que pagam para aprender línguas e visitar o território do urso – por estes dias têm uma francesa chamada Vivianne a passar uma semana com eles.
O caso mais peculiar é, no entanto, o de Pablo García, 40 anos. Antigo guarda-costas do governo do País Basco, fazia segurança pessoal a políticos que várias vezes foram alvos de atentados da ETA. “Um dia escapei por pouco à explosão de um carro-bomba em que um colega meu perdeu as pernas e outro ficou cego. Foi então que me fartei e decidi mudar-me para aqui.”
Não tinha ligação a Somedo, mas quando descobriu que a mais antiga mercearia da vila havia fechado portas há meia dúzia de anos, comprou-a e transformou-a em bar e venda de lembranças. Vende e aluga binóculos para observações, camisolas, canecas e peluches do urso-pardo. “Ganho por ano uns bons 30 mil euros graças aos recuerdos do animal. É tanto quanto faturo em tudo o resto.”
Memória portuguesa, com certeza
Era uma noite de inverno de janeiro de 1989 e chovia que se fartava. Armindo Alves, hoje com 65 anos, tinha passado a tarde com os amigos a trocar conversa e copos de vinho na aldeia de Pinheiro, concelho de Vinhais. “Era noite quando me pus a caminho da vila. Tive medo de ser caçado pela Guarda, então meti-me num antigo caminho que devia haver uns 50 anos que já ninguém usava.”
O caminho de Cabanelas é hoje de terra batida e está aberto, mas naquela altura tinha sido invadido pelo mato. Com o jipe, ia abatendo os pequenos pinheiros que ocupavam o que um dia havia sido um atalho, até que foi parar a um curso de água e já não conseguiu passar. “Fiquei ali atolado toda a noite e só na manhã seguinte é que percebi onde estava.”
Quando amanheceu, a chuva parou. E foi então que o homem reparou “num muro de xisto muito direitinho que estava meio escondido no meio da urze”. Foi lá espreitar e percebeu que era largo e redondo. Uma circunferência com 80 metros de diâmetro, definida por muros de pedra de três metros de altura por um de largo. Por cima, ainda repousavam algumas lajes saídas. “Percebi logo que era uma espécie de fortaleza.”
O que Armindo descobriu nessa noite foi uma das mais antigas e bem conservadas silhas do mundo. Foi provavelmente erguida antes da fundação de Portugal e servia para proteger as colmeias dos ataques de urso. Nos meses seguintes, comprou os terrenos e descobriu mais duas estruturas idênticas mesmo ali ao lado. “Hoje produzo aqui mel e vêm cá os miúdos das escolas ver isto. É mesmo bonito, não é?”
Ainda que não sejam tão imponentes, há silhas espalhadas por todo o país, o que é determinante para perceber que o urso esteve presente em todo o território. “Portugal tem, aliás, uma das mais antigas leis de proteção de uma espécie”, diz o biólogo Francisco Álvares. “A 5 de fevereiro de 1412 o rei D. João I promulgou uma lei que proíbe a caça aos ursos a sul do rio Tejo.”
A última caçada
Aconteceu em Montalegre, corria o ano de 1843. O facto foi anunciado no ano passado quando foi publicado o livro Urso Pardo em Portugal – Crónica de Uma Extinção. Miguel Brandão Pimenta, antigo funcionário do Parque Nacional Peneda-Gerês (e coautor da obra a par do ex-jornalista Paulo Caetano), foi quem descobriu a história em antigos arquivos. “Até aí, acreditava-se que o animal tinha desaparecido do território português no século XVII.”
A perseguição ao urso foi uma constante na história portuguesa. “Os animais eram caçados porque as peles eram extremamente valiosas e a cabeça um troféu magnífico”, diz o investigador. “Mas aquilo que era verdadeiramente raro eram as patas, obrigatoriamente entregues ao rei, e depois cozinhadas em azeite na corte. Era um dos mais valiosos pitéus que poderiam subir a uma mesa.”
A chegada ao continente americano e a introdução do milho nas regiões montanhosas foram o golpe de misericórdia do urso-pardo em Portugal. “As paisagens bravias passaram então a ser ocupadas e o conflito subiu, até se caçar o último animal.”
Todo este tempo depois, o urso anuncia o regresso. Em Vinhais, a terra da grande silha que Armindo descobriu, a chegada traz expectativas. “O ecoturismo é um dos três grandes vetores da nossa economia, junto com a castanha e o fumeiro”, diz o presidente da câmara, Luís Gonçalves. “Percebemos que o urso pode trazer muita gente, não só para o ver mas porque ele significa um território de excelência ambiental.”
Há uns anos os técnicos de Vinhais visitaram Somiedo e perceberam o impacto económico da presença da espécie. Mesmo Vinhais tem feito as suas apostas na vida selvagem – em 2008 a autarquia abriu um Parque Biológico onde existem veados, javalis e raposas que já não sobrevivem livres. “Em maio vamos abrir um centro de interpretação do lobo-ibérico e podermos acrescentar o urso a isto tudo é um sonho”, diz Alfredo Moura dos Santos, autor do Parque Biológico.
Alfredo é pescador de truta, diz que nos rios de Vinhais não falta alimento. “Em Somiedo aprendemos que o urso dificilmente ataca o homem. Então que venha para Vinhais depressa, que nós aqui temos fama de saber receber quem nos visita.”
Montalegre: o urso que afinal não era
Quando, há um mês, o biólogo espanhol Fernando Ballesteros recebeu a fotografia de uma pegada de urso nos arredores da vila transmontana de Montalegre, não pode senão rir-se. “Tenho cem por cento de certeza que não é de urso pardo e foi exatamente isso que eu disse quando me pediram que a analisasse”, conta o investigador da Fundación Oso Pardo (FOP) ao DN. A FOP é uma associação que trabalha há 25 anos na conservação desta espécie e Ballesteros o responsável pela análise da sua expansão – através de pegadas, marcas nas árvores e excrementos consegue determinar os caminhos por onde o bicho se movimenta.
Em Portugal, a imagem daquela pegada espalhou-se pelas redes sociais como lume em eucalipto, fez notícia em jornais e televisões – isso e o relato de quem assegurava ter visto o animal. “Nos avistamentos e nas pegadas há muito esta confusão: olhando de relance, o que parece um urso é afinal um javali de grandes dimensões.” Aquilo que fez Ballesteros rir, no entanto, não foi a confusão entre os dois bichos – essa é relativamente comum. “O que tem piada é que pôs-se toda a gente a olhar para o Gerês quando é no Montesinho que está a acontecer algo de absolutamente extraordinário.”
Ricardo J. Rodrigues
DN

a falácia de muitos imigrantes

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Para desmentir os Venturas, Passos, Taxas e quejandos, que desejam, no fundo, o regresso aos tempos de Mussolini. Vejam bem o número de emigrantes por mil residentes – Portugal está bem cá em baixo…

Filipe Fráguas Mateus

Caro amigo, Temos de ver a origem dos emigrantes e a sua inclusão social. Luxemburgo tem 30% da população portuguesa perfeitamente aculturada e inserida no tecido social. Mas este meu post não está contra quem venha por bem. Quantos mais melhor até porque a nossa história é feita de portugueses emigrantes. Alias em termos percentuais devemos ser o país que mais emigrou desde o século XIX. Por nós e pela nossa história devemos receber estas pessoas, que ,vem por bem, como se fossem nossos familiares. E são.
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Luis Fonseca

Querido amigo Mário, 9 em cada mil, segundo o gráfico.
Qualquer coisa como 0,9%……

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Gato Preto com dívida de 50 milhões de euros – Sociedade – Correio da Manhã

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Empresa é alvo de um Plano Especial de Recuperação e tem como maior credor, de entre mais de 300, o próprio dono.

Source: Gato Preto com dívida de 50 milhões de euros – Sociedade – Correio da Manhã