PDL CAPITAL DA CULTURA 2026=Cultura É monocultura da vaca

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Uma pessoa lê e não acredita e acreditem que até eu já me canso de mim próprio e desta constante lamúria de “lá vem este gajo criticar tudo e todos outra vez”. Mas há coisas com as quais simplesmente não me conformo e que, de tão ridículas e estapafúrdias, precisam de ser expostas, já para não dizer vilipendiadas na praça pública. E esta é manifestamente uma delas.
Nada me move contra os agricultores, a agropecuária ou a agroindústria, nem mesmo contra as vacas, placidamente ruminando nos seus pastos esverdeantes. Sejam elas felizes ou infelizes. Mas não podemos ignorar que se trata de uma atividade intensiva, de grande impacto ambiental na região, que nas últimas décadas tem deixado uma pegada pesada no nosso território. Uma realidade que só agora muitos começam a compreender. Para além da necessidade óbvia de separar as águas entre o que é Cultura e o que é monocultura da vaca.
Eu próprio há mais de vinte anos atrás fui sócio de uma empresa de produção cultural chamada MUU. Mas era um muu sarcástico e irónico que visava, precisamente, assinalar criticamente essa hegemonia ruminante da parca cultura que então por cá se fazia.
Esta intromissão disparatada de uma na outra, fazendo passar a ideia de que os Açores são afinal vacas, distorce a imagem da região, menoriza-nos como povo e, acima de tudo, como agentes criadores de Cultura.
Para além de ser uma concessão lastimável ao poder do marketing e do dinheiro, entrega-se um projeto que devia elevar os Açores à mercê dos interesses privados de uma multinacional apenas interessada em promover-se a si própria, aos seus produtos e à sua marca.
Vir afirmar que a vaca é a “identidade açoriana” ou, pior ainda, que é “Cultura”, é não perceber nada nem de identidade nem de Cultura.
E escolher este monumento à vaca como segunda grande iniciativa da Capital da Cultura é um sinal claríssimo de para onde esta iniciativa se encaminha. Pode-se chamar Ponta Delgada Capital da Cultura, mas está mais para curral do que para cultura… E no fim, fica a pergunta: querem promover a cultura de raiz açoriana ou apenas o logótipo da vaca feliz?
Permitam-me uma adenda em resposta ao meu amigo Luís Filipe Borges. Aquilo que, pelo menos a mim, causa mais indignação nestes episódios da Capital da Cultura é o que demonstra de desconhecimento flagrante do que é o panorama local em termos de vida cultural, de criação açoriana e de políticas culturais.
Os Açores, apesar do desinvestimento governamental, ou por causa disso, têm uma vibrante produção artística e cultural e de, em muitos casos, de altíssima qualidade, o que os agentes locais precisam é de apoio e reconhecimento, duas coisas que ações como esta da Bel e da Capital da Cultura não fazem…
agroportal.pt
Ponta Delgada Capital da Cultura 2026 celebra produtores de leite açorianos com projeto de arte pública – Agroportal
Esta escultura será “uma peça central” da Capital Portuguesa da Cultura.
Deduzo que a recuperação de mirantes, da época da laranja, também o sejam.
Oi, talvez, um sarau de musica clássica numa estufa, rodeados de ananases.
Ou talvez não e por cá a monocultura da vaca é que conte mesmo.
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Ponta Delgada Capital da Cultura 2026 celebra produtores de leite açorianos com projeto de arte pública – Agroportal
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AÇORES VACA= CULTURA???

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Ainda sobre o monumento à vaca e a Capital da Cultura deixo aqui a minha resposta a uma pergunta do Paulo Do Nascimento Cabral no mural do Luis Filipe Franco porque a pergunta me parece pertinente e acho que é uma discussão que deve ser tida…
“Não concorda que a agricultura também faz parte da nossa cultura e identidade?”
Caro Paulo Do Nascimento Cabral Não, não concordo. Nem me parece que a identidade possa ser reduzida, ou sintetizada, se quisermos, a algo tão básico ou, mesmo, folclórico como a vaca ou o atum-patudo. Acho, aliás, que essa ideia deve ser combatida, sobretudo no contexto dos discursos identitários regionais, que tantas vezes tendem a cristalizar a identidade em imagens cómodas e estereotipadas, e que, no limite, cerceiam a liberdade criativa e a pluralidade do pensamento.
Na minha modesta opinião, a identidade é um movimento dinâmico, que não se reduz à agricultura nem a qualquer outro elemento isolado, como o mar, as vacas, o verde ou a bruma. A identidade é algo múltiplo e em constante reconstrução. A agricultura pode fazer parte da história e da paisagem, mas não é, nem nunca foi, a totalidade da experiência de ser de Ponta Delgada, ou mesmo dos Açores, nem sequer a sua essência.
E, a sê-lo, por hipótese, e no que estritamente tem a ver com este monumento à vaca, teria então de incluir o chá, o ananás, a laranja, o pastel, o trigo, as baleias e os atuns… se é que queremos, de facto, prestar homenagem à história dos Açores que ajudou a construir a sua identidade.
Essa visão instrumental da “identidade”, enquanto decoração naïve e folclórica, com tudo o que o folclore tem de mau e retrógrado, usada como adorno turístico, argumento político ou símbolo de uma autenticidade vazia, é um fator de atraso cultural. É, aliás, a antítese do que deve ser a Cultura. Em vez de aceitar o cliché do “povo ligado à terra”, pode-se, e deve-se, no meu entender, defender uma identidade feita acima de tudo de contradições urbanas e rurais, tensões sociais, transformações culturais e desafios contemporâneos, onde a paisagem, e a agricultura, se quisermos, ou até a monocultura da vaca, sejam antes lugares de debate e de discussão, em vez de unanimismos identitários e celebratórios.
Eu sei que é tentador reduzir a identidade a uma imagem simples e redutora, o campo, o mar, as vacas, o verde e a bruma. Há sempre uma certa nostalgia que procura conforto nesse retrato bucólico e pastoril de nós mesmos, como se bastasse a agricultura para explicar quem somos ou o bailado da garça para brindar a nossa melancolia intrínseca. Mas essa síntese folclórica é uma ilusão, por mais conveniente que seja. Oferece uma ideia estável de pertença, mas oculta as mudanças reais e as pressões que moldam o presente, onde a vaca, aliás, tal como o turismo, são fatores de dualidade e ambivalência e não de coesão identitária.
A identidade não é, nem pode ser, um museu de tradições, nem um catálogo de símbolos. É um processo vivo, feito de tensões e contradições entre o urbano e o rural, o passado e o futuro, o centro e a periferia. Posso até recomendar um pequeno livro que trata exatamente desta matéria e está à venda na Livraria SolMar
Ponta Delgada não é apenas a memória da terra lavrada: é também o eco da cidade em transformação, onde o quotidiano já não cabe no seu substrato rural nem nas molduras dos postais turísticos, muito menos no slogan pueril das “vacas felizes”.
A razão por que esta matéria causa tanta estranheza é precisamente a alta expectativa e ambição com que os agentes culturais de Ponta Delgada, e dos Açores, julgo eu, aguardavam um evento tão impactante como Ponta Delgada Capital da Cultura. Perceber, logo no seu início, que está a ser tratado com tamanha frivolidade, numa mistura de marketing empresarial com folclore identitário, é não só desgostoso, como perturbante.
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Médico destaca “primeiro sinal de demência” (e não é a falta de memória)

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O “sinal mais precoce” de demência ou doença de Alzheimer pode não ser “a falta de memória, palavras ou nomes”. Um médico revelou “o principal sinal” a ter em conta. Saiba qual.

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Aos 91 anos, Brigitte Bardot é levada de urgência para o hospital

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Brigitte Bardot encontra-se hospitalizada. A veterana atriz, atualmente com 91 anos, foi levada de urgência para o hospital, avança a imprensa internacional. Sabe-se ainda que terá sido operada numa unidade hospitalar em Toulon, França.

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Parlamento aprova proibição da burca em espaços públicos em Portugal

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A Assembleia da República (AR) aprovou, esta sexta-feira, a proibição da burca em espaços públicos em Portugal. A proposta foi feita pelo Chega e teve apoio do PSD, da IL e do CDS.

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Paulo Monteiro, vencedor da ED#3 do IN COLORS PROJECT

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A minha resposta à segunda pergunta.

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Paulo Monteiro, vencedor da ED#3 do IN COLORS PROJECT, convocatória internacional de fotografia da LUMICROMA.
Paulo Monteiro, winner of ED#3 of the IN COLORS PROJECT, Lumicroma’s international photography competition.

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histeria feminina

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Na antiguidade, as mulheres que sofriam de ansiedade, depressão e mudanças repentinas de humor eram enviadas ao médico. Após um “exame”, foi decidido que sofriam de “histeria feminina”.

Para ajudar no combate a esta doença, foi criada uma série de tratamentos, entre os quais a “massagem pélvica” , com o objetivo de alcançar o que na época se chamava “paroxismo pélvico” , ou seja, um orgasmo.

Logo o tratamento se popularizou, e tantas mulheres procuraram o médico em busca de tratamento que precisaram criar um dispositivo especial.

O artefato emitia vibrações rítmicas e massagens e, a princípio, mulheres ricas ou de boa família os mantinham em suas casas para o caso de aparecer algum “surto de histeria”.

Foi assim que um dos primeiros vibradores da história foi criado. Um dispositivo que ainda é usado hoje, e que obviamente assumiu uma nuance puramente sexual.

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gente burra com invenções anormais

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As meias peludas de Kim Kardashian estão causando reação

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O presidente de Angola recebe mais do que os Presidentes dos 7 Países mais ricos do mundo todos juntos…

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João Filipe Gonçalves TolentinoMay be an image of text

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a alma existe

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Cientistas da Universidade de Calgary comprovaram o que textos sagrados e mestres espirituais sempre afirmaram:
todo ser vivo literalmente emite luz.
Utilizando câmeras quânticas de alta sensibilidade (EMCCD), a equipe do físico Dan Oblak captou o que chamam de emissão fotônica ultrafraca (UPE) — um brilho microscópico e constante emanado das células vivas.
A intensidade medida foi de cerca de 10 a 1000 fótons por centímetro quadrado por segundo, algo invisível a olho nu, mas perceptível pela tecnologia.
⚡ Essa radiação nasce dos processos metabólicos do corpo —
cada reação química, cada célula respirando, cada átomo pulsando energia.

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