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- ActivePaula De Sousa LimaMuito agradecida, Telmo, por esta excelente leitura. Abraço grande.
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Aparelho esteve cerca de hora e meia no ar.
Source: Voo da TAP para o Brasil obrigado a regressar por morte a bordo
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A Editora Letras Lavadas lançou o convite a 17 escritores das ilhas para participar nesta nova antologia de autores açorianos. O resultado?
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crónica 463 a escrava açoriana DE ALMEIDA MAIA
crónica 463 a escrava açoriana de ALMEIDA MAIA 25.6.2022
A escrava açoriana de ALMEIDA Maia lê-se em dois fôlegos, dos grandes, umas primeiras 80 páginas ou tal, que se estranham pelo estilo diverso de livros anteriores, mas com a mesma eficiente recriação histórica ao detalhe.
Até um determinado ponto o enredo parece previsível de tão plausível que é, numa viagem pela saga heroica dos homens e mulheres que fizeram parte do Brasil e o construíram à força de trabalho, imigração ilegal, vontade de alforria como se a própria escravatura fosse melhor que a vida no arquipélago.
Depois, o enredo complica-se e entra numa montanha russa de mais uma centena de páginas até final com mais reviravoltas que um “roller-coaster” gigantesco de emoções, acontecimentos reais visitados e ficcionalizados, numa teia intrincada de emoções e sensações, independentismo, emancipalismo, femininismo, republicanismo sempre com volte-face de emoções e situações inesperadas e imprevisíveis, prendendo o leitor na espera de um desenlace que nunca surge como se antecipa, numa total antítese do que se esperava nas primeiras oitenta páginas.
Uma vez mais aqui e ali os mil e um detalhes da época, de cada época específica em que a ação decorre.
A magistral entrada em cena do quadro “Os emigrantes” de Domingos Rebello é de uma maestria soberba de imaginação.
Nada é forçado, nada é desfocado, nada é despropositado nesta narrativa empolgante, como já nos habituou o autor, que ara as palavras como quem cuida de colher filigranas. um livro a não perder de um autor que tem de – forçosamente – almejar a lugar cimeiro da escrita contemporânea em língua portuguesa, eivada da riqueza única da açorianidade literária, de uma universalidade sem fronteiras.
chrys chrystello
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739 outro epitáfio 25.6.2022
ser velho é isto
olhar para a parede que já foi branca
contar os traços quase a atingir 26645
já pouco espaço resta para mais traços
cada um deles um dia
uma alegria mil tristezas
sonhos que se esfumaram
sonhos nunca sonhados
que se concretizaram
sonhos recorrentes
nunca atingidos
subidas aos sete céus
descidas a mil infernos
a certeza inabalável
de ter feito a diferença
no carneirismo cinzento
a ovelha negra
no meio do rebanho
sem medo
dos cães pastores
de seus dentes ameaçadores
sem temor da chibata do pastor
e para epitáfio
um “smile” gigantesco
de desdém, de zombaria
imarcescível quis ser
escrevi livros, plantei árvores e tive filhos
lavrei no granito natal
os meus petróglifos de nazca
em timor dissipei-me na areia branca
em bali fui hippie em kuta beach
em macau fiz tai chi no lou lim iok
na austrália nadei em rottnest island
em bragança renasci transmontano
e no basalto açoriano gravei
imperecíveis poemas
este o improvável epitáfio
chrys chrystello inédito