Blog

  • já não há pai nem mãe????

    Views: 0

    Joaquim Fraga shared a link.

    40m
    Nunca fui “mal criado” “ofensivo” nas minhas publicações, mas ao ler esta publicação não consegui conter nas palavras.
    Mas que MERDA é está agora de não existir Pai/Mãe mas sim progenitor 1/2.????
    Quem foi o “filho da puta” que se lembrou em aplicar isto no registo de uma criança recém nascida.
    Os valores humanos, valores maternos e paternos estão acabar, com essa “corja” que defende a questão de “géneros” e quererem implantar/obrigar aos outros, deixando as pessoas na possibilidade de escolha.
    Essa “gentezinha” que não ponta por onde se pega, vão fazer com que as pessoas se revoltem cada vez mais, depois começam a queixar de não os respeitar…, não pois é esta mesma “gentezinha” que não respeita os outros e ainda nos obriga aquilo que querem.
    Sabem uma coisa “gentezinha”, os nomes MÃE/PAI é fácil de prenunciar, agora ser MÃE/PAI pois isso já não para todos e é isso que não tem capacidade de serem e arranjam esses nomes “progenitor 1/2”.
    Triste realidade dessa “gentezinha”.
    Ao responsáveis pergunto; onde estão os valores humanos, os valores de família?
    Depois não se queixem do acréscimo do extremismo.
    É verdade que "já não há pai e mãe" e que os pais são designados como 1º e 2º Progenitor ao registarem bebés? - Polígrafo
    POLIGRAFO.SAPO.PT
    É verdade que “já não há pai e mãe” e que os pais são designados como 1º e 2º Progenitor ao registarem bebés? – Polígrafo
    Uma crónica de opinião publicada no jornal “Observador” tornou-se viral. Nela, o seu autor – o advogado Tiago Picão Abreu – indigna-se contra aquilo que designa de “materialização de uma agenda ideológica que contraria os mais elementares princípios científicos”. Mas será mesmo assim?
    May be an image of one or more people and text that says "...saudades de quando dava para saber o sexo do bebé com 3/4 meses... ...agora ter que esperar 13/14 anos,...é stressante..."
    2
  • há 10 anos publiquei vol 2 da trilogia da história de timor

    Views: 0

    Chrys, we care about you and the memories that you share here. We thought that you’d like to look back on this post from 10 years ago.
    No photo description available.

    10 years ago

     

    pode descarregar tudo em
  • Scientific Facts That Sound Fake But Are 100% True

    Views: 0

    Sometimes, scientific facts can outright amaze us. However, some sound completely fake in spite of how true they really are.

    Source: Scientific Facts That Sound Fake But Are 100% True

  • POLÓNIA, MULHERES, SEXO E ÁLCOOL RSRSRS

    Views: 0

    MAIS UM XAMÃ DA SEITA «DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA»
    Este é polaco, líder do partido ultra-«católico» que lidera o governo e já foi primeiro-ministro.
    [ Jaroslaw Kaczynski, presidente do partido no poder na Polónia (Lei e Justiça, PiS, sigla em polaco), culpou as “raparigas e jovens mulheres” até 25 anos que “bebem o mesmo que os seus parceiros” pela baixa taxa de natalidade no país. “Assim não haverá crianças”, afirmou aquele que também foi o ex-primeiro-ministro do país de 2006 a 2007.]
    @ Ryc
    May be an image of 1 person and text that says "P POLÓNIA Culpa da baixa natalidade é de as mulheres beberem álcool, diz líder polaco"
    1 comment
    Like

    Comment
    Send
    1 comment
    Top comments

  • ADOLESCENTES DEPRIMIDOS IN CHRONICAÇORES 2006

    Views: 0

    ADOLESCENTES, 19 MAIO 2006 CRÓNICA 20.

     

    A maioria dos pais de jovens e adolescentes costuma enfrentar a situação desconcertante de terem filhos que, por um lado, se comportam irresponsavelmente sem dar importância às coisas que teoricamente lhes deveriam interessar e, por outro lado, se manifestam devastados pelo peso dos estudos, pela incerteza do futuro ou por pequenos reveses. Em vários aspetos da vida parece que nasceram sabendo tudo mas são incapazes de enfrentarem minúsculos contratempos. Estou deprimido, é uma das expressões mais constantes nesta geração paradoxal. Inconsciência crónica com um excesso de preocupações. Da banalidade despreocupada à angústia paralisante. Como é possível, que jovens tão pouco dados a levar a vida a sério se tornem em vítimas quando veem as coisas malparadas. Estarão a exagerar? Não se tratará dum estratagema de autodesculpa, um recurso para obterem compaixão e evitarem terem de atuar como é costume? Tudo leva a crer que não é assim. Poucas vezes se trata de excesso de birras e de espavento de crianças malcriadas tentando comover os adultos assustadiços a fim de conseguirem levar a sua avante.

    Aumentou substancialmente na última década o número de consultas de adolescentes nos serviços de urgência psiquiátrica. Num hospital de Barcelona as estatísticas indicam em primeiro lugar as alterações de conduta, seguidas das crises de ansiedade com quase 25% do total de casos. Se a estes acrescentarmos os 15% de tentativas de suicídio teremos de admitir que se trata dum problema grave e crescente.

    Trata-se, de facto, de intolerância à frustração. Muitos jovens não aguentam os revezes pois não foram treinados para os enfrentarem. Nasceram sobreprotegidos, acostumados a conseguirem da família mais próxima tudo o que querem, falta-lhes a experiência de sentirem necessidades ou de passarem pela penúria, carecendo de defesas face às dificuldades. Já se disse e redisse à saciedade, e com um certo fundamento, que os pais das últimas décadas criaram inválidos sem recursos para enfrentarem um mundo, regido pela competitividade e elevados padrões de exigência, quer a nível laboral quer profissional, nas relações interpessoais e integração social. Os adolescentes naufragam no trajeto entre a infância almofadada que nada lhes exigiu e um futuro eriçado de obstáculos. A geração paterna apenas tem a perpetuação desse estereótipo. A sobreproteção e a permissividade excessivas criaram jovens dependentes, sem autonomia quando se trata de fazer planos, de tomar decisões maduras e de confrontarem os próprios problemas.

    Não será totalmente justo adotar o discurso de serem os pais culpados como acontece com os diagnósticos sobre o mal-estar da juventude e a desventura da adolescência. As famílias apenas em parte são culpadas da irresponsabilidade dos filhos que pagam com angústias a sua vida mole e não adianta colocar mais esse peso nos ombros dos pais. Eles atuaram movidos pelo carinho mesmo que revestido de formas erradas. A maioria dos jovens deprimidos deixou de buscar apoio e cumplicidade nos amigos como acontecia, quando se refugiavam dos pais cheios de defeitos, mas mais eficazes a gerirem a segurança emocional que é necessária nesses momentos.

    Muitos especialistas concordam, as causas da intolerância e da frustração nos jovens estão intimamente ligadas aos valores propugnados pelos meios de comunicação. Quando, desde a nascença, um jovem recebe através da TV, mensagens, não é descabido pensar que alguém os incapacitou para enfrentar a dura realidade e esse alguém não foi nem o pai nem a mãe, incapazes de negarem os seus caprichos, mas os meios de comunicação capazes de enganar e de manipular as mentes dos recetores consumidores.

    A televisão (ou a publicidade que dirige como soberana implacável os conteúdos e as formas das mensagens) é o agente principal da frustração. Que capacidades de enfrentar os problemas terão os que nos anos mais recetivos da vida foram metralhados com promessas de felicidade virtual, de satisfação através do consumo, de êxito imediato, com visões da vida pintada como um show de diversões que nunca termina? O discurso mediático e mercantil alimenta uma falta de maturidade que só se revela quando a realidade nua e crua mostra a sua face e o jovem constata que nada é como lhe disseram, criando um desajustamento causador de insatisfação e ansiedade extrema.

    Assim como nos anos 60 e 70 se falava da geração rebelde, nos anos 90 foi a geração Prozac, agora podemos ter chegado à da frustração. Nem poderia ser doutra forma, mas a evidência não resolve o problema nem serve de consolo. Quando os adolescentes dizem que estão agoniados e deprimidos estão a falar a sério, sofrendo mais do que possamos imaginar. E convém fazer constatações mais comezinhas. A atual geração não passou em termos de privações familiares como a geração de “baby boomers” no pós-guerra (entenda-se 2ª Grande Guerra) a que pertenço. A geração rebelde que no fim dos anos 60 se revoltava contra o status quo na França e a guerra colonial em Portugal tinha algo contra que lutar. Vivia melhor que a geração dos pais em termos de conforto e de posses económicas, mas era arrastada para projetos militares que nada lhes diziam e aos quais se opunham. Queriam tomar parte na construção da História em vez de serem arrastados como nota de rodapé para ela tal como acontecera aos seus pais.

    Depois chegou o 25 de abril e as liberdades misturaram-se com as libertinagens e os jovens dos anos 70 e 80 nasceram com o rei na barriga, tudo era permitido e nada era proibido, podiam almejar a uma sociedade sem classes com acesso ilimitado a todos os bens e seriam felizes para todo o sempre. As crises económicas que atravessaram o mundo não se fizeram sentir na Europa Ocidental (exceção feita à crise do petróleo de 1972) e a máquina da publicidade assenhoreou-se da televisão e demais órgãos de comunicação social moldando aquilo que hoje temos em casa ou que dela saíram há pouco. Por mais que lhes tenhamos dito que a vida era feita de sacrifícios eles não passaram pelas nossas experiências dolorosas, nem as viram nem as sentiram. Frequentar uma universidade não era um apanágio de elites, nem mesmo frequentar universidades privadas era já considerado elitista. Os cursos facilitaram o acesso a canudos que tinham a fama de servirem para distinguir entre os que vencem na vida e os outros, embora na prática começasse a ser diferente.

    Numa conferência sobre educação e conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou citando quatro frases:

    1) A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, troça da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus.

    2) Não tenho nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível.

    3) O nosso mundo atingiu o ponto crítico. Os filhos não ouvem os seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe.

    4) Esta juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura.

    Após ter lido as citações, ficou satisfeito com a aprovação dos espetadores. Então, revelou a origem:

    • A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.)
    • A segunda é de Hesíodo (720 a.C.)

    • A terceira é de um sacerdote do ano 2.000 a.C.

    • E a quarta foi escrita num vaso de argila nas ruínas da Babilónia (atual Bagdad) com mais de 4.000 anos de existência.

    Aos que são pais: RELAXEM, POIS SEMPRE FOI ASSIM… GRAÇAS A DEUS!

    As classes sociais esbateram-se e o grande fosso, entre os que tinham e os que não tinham, passou a ser uma memória do passado. Claro que como pais fizemos o que nos competia dando o máximo de bens materiais aos filhos, já que no nosso tempo não tínhamos tido livre acesso aos mesmos. Aproveitámos também para nos rodearmos desses mesmos bens e deixamos de poder viver sem eles. Parecia uma sociedade de abundância e não haver limite ao que os nossos filhos podiam aspirar a ter, a pressão dos pares a nível social e movida pela insaciável máquina da publicidade ajudou a comprar tudo e mais alguma coisa. Só que quando a árvore das patacas seca, i.e., quando os filhos saem de casa dão-se conta que as pequenas coisas têm um custo e a vida está feita de pequenas coisas, o que os irrita profundamente porque quando chega a altura das grandes coisas já não há dinheiro para nada.

    Como crianças mimadas em vez de lutarem por trabalhar mais e ganhar mais, queixam-se, entram em depressão apática e sofrem na inação e deprimem-se anda mais. Para eles tudo é um direito divino que compete aos pais satisfazer e quando estes não podem ou não continuam a alimentar a ilusória vida fácil, sentem-se traídos pela sociedade e pela família. Mas o que eles não sabem é que um dia irão ter de pagar pelas dívidas que o mundo e a sociedade dos seus pais lhes deixaram, porque só então teriam razão para se sentirem deprimidos, mas ainda não chegaram lá e não se preocupam. Parece a história deste país que habito, mas não é.

    ADOLESCENTES DEPRIMIDOS

     

    “Estou deprimido” é uma expressão recorrente nesta geração paradoxal. Inconsciência crónica com um excesso de preocupações. Da banalidade despreocupada à angústia paralisante. A propósito convirá recordar que a atual geração não passou por nada em termos de privações familiares comparado com a geração de “baby boomers” a que pertenço, nascida no pós-guerra (2ª Grande Guerra). A geração rebelde que, no fim dos anos 60, se revoltava contra o status quo na França e contra a guerra colonial em Portugal tinha algo contra que lutar. Vivia melhor que a geração dos pais, em conforto e posses económicas, mas era arrastada para projetos militares alienígenas aos quais se opunham. Queria tomar parte na construção da História e não ser arrastada como nota de rodapé como acontecera aos pais.

    Depois chegou o 25 de abril e as liberdades misturaram-se inicialmente com as libertinagens em que tudo era permitido. Os jovens dos anos 70 e 80 nasceram já com o rei na barriga. Nada era proibido, tudo era permitido e podiam almejar a uma sociedade sem classes em que todos tinham acesso ilimitado a todos os bens, sendo felizes até todo o sempre.

    As crises não se fizeram sentir severamente na Europa Ocidental (exceção à crise do petróleo 1972-1974) e a máquina da publicidade assenhoreou-se da televisão e órgãos de comunicação social moldando os jovens que temos em casa ou os que dela saíram há pouco. Por mais que se lhes tenha dito que a vida era feita de sacrifícios, não passaram pelas suas experiências dolorosas, nem as viram nem as sentiram.

    Frequentar a universidade não era um apanágio de elites, nem mesmo as universidades privadas. Os cursos facilitaram o acesso a canudos com a fama de distinguir entre os que vencem na vida e os outros, embora na prática começasse a ser diferente. As classes sociais esbateram-se e o grande fosso educacional, passou a ser memória do passado.

    Claro que como pais fizeram o que lhes competia dando o máximo de bens materiais aos filhos, pois no tempo deles não tinham tido esse acesso. Aproveitaram, também, para se rodearem desses bens e não podiam viver sem eles. Parecia uma sociedade de abundância sem limites. A pressão dos pares a nível social, e engendrada pela insaciável máquina da publicidade, ajudou-os a que lhes comprassem tudo e mais alguma coisa. Quando a árvore das patacas seca, i.e. só quando saem de casa é que se dão conta de que até as mais pequenas coisas têm um custo.

    A vida está feita de pequenas coisas, o que os irrita profundamente e quando chega a altura das grandes coisas já não há dinheiro. Como crianças mimadas, em vez de lutarem por trabalhar e ganhar mais, queixam-se, entram em depressão, sofrem, apáticos (na inação em vez da ação) e deprimem-se mais. Para eles tudo é um direito divino que compete aos pais satisfazer. Quando os progenitores não podem ou não querem alimentar a ilusão, sentem-se obviamente traídos pela sociedade e família. Mas o que não sabem é que um dia pagarão as dívidas que o mundo e a sociedade lhes deixaram. Então, sim, terão razão.

    Parece a história deste país que habitamos, mas não é. Foi tudo inventado numa deprimente tarde chuvosa de inverno aqui na ilha de S. Miguel.

  • OS MENINOS DE HOJE

    Views: 0

    Ana Cordeiro is feeling thoughtful.

    Verdadeiramente BRILHANTE!!! 👏👏👏
    Os meninos de hoje
    Os meninos não podem sair da nossa beira porque os meninos não podem estar sozinhos. Os meninos não podem ficar no recreio a brincar quando os professores faltam – são levados para a biblioteca ou para alguma aula de pseudo-apoio. Se os meninos ficassem no recreio a jogar à bola e se por acaso se magoassem, o que seria dessa escola! Os pais poderiam até processar a instituição de ensino! Os meninos não podem ir a pé ou de autocarro para a escola porque isso pode ser perigoso. Os meninos não se podem sujar ou magoar – os pais nunca se perdoariam (e fá-los-ia perder tempo que não têm). Os meninos andam a saltar de pais para os avós e para a escola e para o atl e para a piscina e para o inglês e para a música e para o karaté e para o futebol e para a patinagem e… Porque os meninos têm de estar sempre ocupados e nunca sozinhos; não saberiam o que fazer com o tempo livre. E os pais têm de ganhar dinheiro para os meninos andarem sempre bonitos e com roupa de marca – caso contrário, os colegas poderiam até gozá-los. E se o colega tem uma coisa, o menino também tem de ter (senão faz birra e com toda a razão). E os meninos têm de ter festas de aniversário espetaculares – e não pode ser em casa só com a família, que isso não se usa. Tem de ser com a turma toda e os amigos e os primos e tem de se alugar (e pagar) um sítio onde tenha muitos brinquedos e escorregas e palhaços e malabaristas e baby-sitters. Algum sítio onde alguém se responsabilize pelos filhos dos outros, de preferência. Os meninos, coitadinhos, são muito novos para pensar – mais vale nós planearmos a vida deles e dizer-lhes o que fazer. Mas só se eles concordarem, claro. Porque os meninos não têm culpa de nada; se se portam mal, a culpa é da educação que recebem na escola (que é o sítio onde eles devem ser educados). Os meninos não comem sopa e verduras porque não gostam. Os meninos saem da mesa quando lhes apetece e passam o (pouco) tempo livre entre smartphones, tablets e computadores. Mesmo enquanto comem, coitadinhos, tem de haver alguma coisa para os entreter – e não se fala com a boca cheia. Alguns até comem com auscultadores colocados nos ouvidos – e ainda bem, para não incomodar a conversa dos adultos. Os meninos só vêem desenhos animados (e a televisão é deles quando eles estão em casa). Porque os meninos querem, os meninos têm. O que não vale é chorar – não gostamos de os ver tristes. Chora chora que a mamã dá mais brinquedos para brincares duas vezes e arrumar a um canto – a casa fica cheia deles; depois compram-se outros diferentes porque os meninos têm de ter sempre mais e mais coisas e mais experiências novas. Os meninos não ajudam em casa porque são meninos. Os meninos começam a sair cedo e os papás vão buscá-los onde e à hora que for necessário. Não há meninos burros, arruaceiros, nem medricas, nem preguiçosos, nem tímidos, nem distraídos, nem mal-educados, nem maus, nem… Nada disso. Os meninos são todos bons (os melhores) e muito inteligentes. Todos. E todos os anos há meninos finalistas e festas de finalistas e viagens de finalistas e até praxes, do primeiro ao último ano da escola, porque eles são muito inteligentes e importantes, agora que acabaram mais um ano. Que bem, já tens a quarta classe – que orgulho, meu filho Ah, parece que foi ontem a tua festa de finalistas do terceiro ano… Os meninos não se podem (nem sabem) defender sozinhos; para isso é que existem os pais e os psicólogos e os professores e até os tribunais. Os meninos têm explicações desde a escola primária porque precisam de toda a ajuda possível para ser os melhores. Se não estão atentos nas aulas, a culpa é do professor. Os meninos não levam palmadas – ai se isso acontecer. Podiam ficar traumatizados, coitadinhos. Se os meninos estragam, os papás pagam. Os meninos têm direitos – mais concretamente, têm o direito a fazer o que lhes apetece porque são meninos e não têm de entender as preocupações dos crescidos. Por isso desarrumam a casa e todos os sítios por onde passam; partiu? virou? desapareceu? morreu? Não sei, eu sou apenas um menino.
    Até que um belo dia, os meninos se veem subitamente fora de casa e da escola e longe de todas as pessoas e coisas que costumam controlar todos os seus movimentos (e até pensamentos). Longe daqueles que lhes disseram sempre que os meninos não são responsáveis nem culpados daquilo que fazem.
    E só aí, longe pela primeira vez, começam a aprender a ser pessoas, a respeitar a liberdade e o espaço dos outros (os outros que afinal também existem! – descobrem os meninos nesta altura). Só aí entendem que cada ato tem uma consequência. E torna-se difícil – que a pegada dos meninos agora é grande e os erros notam-se como patas de elefante em cima de nenúfares. Destroem tudo porque têm de aprender e agora é muito mais complicado. Pensavam que podiam fazer tudo o que lhes apetecesse, mas afinal parece que não. Ninguém lhes tinha dito. E de repente aparecem ratos que assustam os elefantes. Todo aquele tamanho, mas no fundo continuam apenas meninos que agora vivem em corpos de adultos. Ficam muito assustados (pudera) e não entendem.
    Voltam para casa e perguntam aos pais: o mundo é mesmo assim, papás? Não posso atirar colchões pela janela dos hotéis? Não posso ligar extintores e estragar as paredes e camas? Porque não avisaram antes?
    E nessa altura, levam um estalo – a primeira palmada das suas vidas. Deixaram finalmente de ser (e da pior forma) meninos.
    Mário Durval Rosário