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  • castanhas açorianas

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    Produtor da Terceira com 200 castanheiros tem nome de São Martinho, colheu 500 quilos de castanhas este ano que vendeu a 3 euros o quilo
    O produtor de castanhas Martinho Homem tem o nome do santo que se comemora hoje (São Martinho) e tem uma exploração de castanhas nos Biscoitos, em São Mateus, com cerca de 200 castanheiros num espaço de 20 alqueires de terra. Herdou a exploração há um ano mas, “desde que se lembra, há 46 anos”, o pai “sempre teve castanhas”.
    No ano passado, os castanheiros produziram quatro toneladas de castanhas e Martinho Homem esfregou as mãos de contente. Só que, como afirma, as castanhas “não tinham” qualidade e o que ofereceram por elas foi de 90 cêntimos o quilo. Com este preço, como afirma, não vale a pena produzir castanhas porque os ganhos não dão para as despesas.
    Já este ano a produção dos cerca de 200 castanheiros não chegou aos 500 quilos e o desânimo era evidente na família de Martinho Homem. O agricultor a tempo parcial não sabe explicar porque os castanheiros deram tão poucas castanhas este ano. “Não sei explicar, aconteceu”, disse ao jornalista. “O que sei é que o ano passado deram um exagero e não prestavam e este ano foram poucas e boas”.
    As castanhas deste ano de Martinho Homem são consideradas, de facto, de “excelente” qualidade, e o preço de venda chegou aos 3 euros o quilo.
    Alguma da castanha que produziu o ano passado foi vendida em São Miguel mas, este ano, a qualidade da castanha de Martinho Homem correu de ‘boca em boca’ e os 500 quilos “desapareceram num ápice”, mesmo na Terceira.
    “Já desapareceram todas” afirmou. E perante a observação do jornalista de que as castanhas ainda estão no mercado, a resposta é a de que “se estão no mercado é porque não estão no castanheiro”.
    Feitas as contas, Martinho Homem recolheu 4 toneladas de castanhas em 2021 que vendeu a 90 cêntimos o quilo por não serem de boa qualidade, o que não chegou a quatro mil euros. Já este ano colheu à volta de 500 quilos de castanhas e arrecadou cerca de 1.500 euros. Ao se juntar os custos do trabalho e o tempo perdido para colher 4 toneladas de castanhas num ano e 500 quilos no outro, pode-se verificar como com menos se pode ganhar mais.
    Quase todo o trabalho de tratamento dos castanheiros é feito por Martinho, que é funcionário público, e pela família. Trabalham aos fins-de-semana, feriados e nas férias. E só mesmo quando é preciso é que contrata homens para retirar as castanhas dos casulos de espinhos.
    Martinho Homem é de poucas palavras e não deixa que se criem espaços de silêncio no diálogo com o jornalista. E, por isso, está sempre a perguntar: “Quer mais alguma coisa”.
    Foi quando questionámos se hoje iria comemorar o Dia de São Martinho e a sua resposta foi uma surpresa. “Sim, vou comemorar o dia dos meus anos. Faço amanhã (hoje) os 48 anos em Dia de São Martinho”.
    Vai festejar com os amigos? “Não”, respondeu. “Vou beber uma cerveja com a família e depois é para a cama”, concluiu.
    Tal como aconteceu com Martinho Homem, todos os pequenos e médios produtores de castanhas dos Açores se queixam que este foi um ano de poucas castanhas, embora a sua qualidade seja superior à de outros anos.
    “A castanha da Terceira, além de ser um produto regional, é muito boa”
    Milton Bernardo é proprietário do estabelecimento Príncipe dos Queijos, na Rua dos Mercadores. Está a vender castanhas da Terceira a 5.49 euros o quilo.
    Correio dos Açores – Este ano houve menos castanhas?
    Milton Bernardo – Este ano há castanha, mas vieram um pouco mais tarde. A época de vender bastante castanha é na Semana de Todos os Santos. Por acaso, nesta altura do São Martinho está a vender-se bem, no entanto verifica-se uma quebra em relação ao ano passado.
    Por que razão optou por castanha regional?
    No meu estabelecimento temos quase só produtos regionais e o interesse é vender mercadoria regional. A castanha da Terceira, além de ser um produto regional, é muito boa.
    As pessoas preferem a castanha da Terceira?
    Aderem mais à castanha da Terceira, especificamente da Terra Chã. Não digo que a castanha de São Miguel não seja boa, mas a da Terceira tem mais qualidade, é mais grada e sã por dentro. Vê-se que é mesmo uma boa castanha.
    Há quanto tempo vende castanha da Terceira?
    Desde há quatro anos.
    No São Martinho há um aumento de vendas?
    Sim. Muita gente tem vindo cá comprar castanhas, assim como a fruta da época, nomeadamente tangerinas, mandarinas, bananas, ananases. Os queijinhos, para petiscarem com um bom vinho, também têm saído bem.
    O que gosta de fazer no São Martinho?
    Gosto de comer uma boa castanha, um pouco de queijo com pão de milho, beber um bom vinho e celebrar o São Martinho.
    Uma dúzia de castanhas assadas na Avenida vendida a três euros em papel de jornal
    Milton César Pacheco de Melo, 42 anos, natural da freguesia de São Roque, tem por profissão jardineiro e, no tempo da castanha, que coincide com a festa de São Martinho, tem um carrinho assador de castanhas devidamente equipado para vender ao público que adere, sobretudo, nos dias mais frios. Milton Melo, que tem o seu posto de venda perto da Alfândega, faz cones com papel de jornal onde coloca as castanhas assadas. Uma dúzia delas passou a custar, este ano, 3 euros, mais 50 cêntimos que o ano passado.
    Correio dos Açores – A ideia de se aventurar na actividade foi sua?
    Milton Melo – Sim. Decidi ver se conseguia ganhar um dinheiro extra para sobreviver.
    Há quanto tempo?
    Há cerca de dois meses. É muito recente.
    É o único que faz isso em São Mi-guel?
    Sou eu e o meu primo Fernando. Eu costumo estar junto à Alfândega e ele costuma estar ao pé dos gelados. Começámos mais ou menos ao mesmo tempo.
    Como surgiu a ideia?
    Vimos que em Lisboa também se faz e tem muita saída, por isso decidimos experimentar. Pusemos mãos à obra e está dando certo. Estamos a conseguir fazer um dinheiro extra para sobreviver.
    Vem todos os dias?
    Costumo estar todos os dias ao pé da Alfândega, menos à Quinta-feira que vou para o Campo de São Francisco.
    Vai a outras localidades da ilha?
    Não, é sempre em Ponta Delgada. Acho que não vale a pena.
    Tem vendido mais a turistas ou a locais?
    A pessoas de cá. Os turistas também têm comprado, mas é muito pouco.
    Aumentou o preço da castanha?
    Aumentei, porque a castanha está cara e o transporte também subiu. Aliás, subiu tudo, os cachorros, etc. Além disso, há a taxa da castanha. Uma dúzia custa três euros.
    Vende mais no São Martinho?
    Tenho mais venda. Gosto imenso do São Martinho. É uma festa.
    Qual o feedback dos clientes?
    Por acaso, a castanha é boa. Não tenho razões de queixa. Penso que, em geral, as pessoas têm gostado.
    A venda de castanhas é uma actividade sazonal. O que faz além disto?
    Eu sou jardineiro. A minha vida é a jardinagem. Durante o dia, venho para aqui trabalhar para ganhar o meu dinheiro. Os dias em que não venho para as castanhas, trabalho em jardinagem.
    Começo por volta do meio-dia, meio-dia e meia e fico até às 22 horas. De Outubro até ao Natal, portanto, no tempo da castanha.
    Carlota Pimentel/JP
    (Correio dos Açores de 11.11.2022)
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  • SATA Air Açores cancela nove voos devido ao mau tempo – Açoriano Oriental

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    Foram cancelados nove voos da SATA AirAçores entre a manhã e o início da tarde desta quinta-feira,devido às condições atmosféricas adversas que se fazem sentir naRegião, afetando 528 passageiros.

    Source: SATA Air Açores cancela nove voos devido ao mau tempo – Açoriano Oriental

  • “O que foi feito de Timor-Leste?”

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    GRANDE REPORTAGEM SIC
    “O que foi feito de Timor-Leste?”
    Conceição Lino
    10.11.2022
    A Grande Reportagem da SIC foi saber que sucessos e fracassos regista o país na era da liberdade.
    A independência de Timor-Leste foi a maior causa do povo português depois do 25 de abril. Quem o disse pela primeira vez foi Jorge Sampaio quando era Presidente da República. Este ano, por ocasião dos 20 anos de independência de Timor-Leste, o atual Presidente português lembrou essas palavras no Parlamento timorense.
    Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Díli para a tomada de posse de José-Ramos Horta como Presidente da República de Timor-Leste, a 20 de maio, o dia que assinala o nascimento do primeiro Estado-nação do século.
    Onze anos antes, o mundo tinha despertado para a luta dos timorenses contra a ocupação e a repressão da Indonésia, a partir da divulgação das imagens do massacre do cemitério de Santa Cruz.
    Na sequência de uma manifestação durante as cerimónias fúnebres de um jovem pró-independência, os militares indonésios não hesitaram em disparar, mesmo dentro do cemitério, onde centenas de pessoas, na maioria jovens, tentavam proteger-se das balas. O momento foi registado pela câmara do jornalista inglês Max Stahl, que conseguiu que as imagens fossem divulgadas e o mundo não tivesse dúvidas sobre o que estava acontecer.
    Em Portugal, ouvir a aflição de um povo tão distante rezar a Avé Maria em português fez despertar consciências. Políticos da esquerda à direita, figuras públicas, cidadãos anónimos defendiam os que em Timor queriam um país livre e independente.
    O que acabou por acontecer só em 2002. A partir daí, foi preciso garantir a paz e reconstruir o país, um percurso que tem podido contar com ajudas de vários países e organizações internacionais. Portugal tem tido projetos de cooperação com o Estado timorense, desde a justiça, ao ensino da língua portuguesa ou à produção do café, o produto que Timor mais exporta.
    Para o português Hugo Trindade, que chegou a Timor há 15 anos, é preciso mais investimento no setor agrícola, sobretudo num contexto de crise alimentar.
    A agricultura é a principal atividade no país e os que dependem dela são também os mais pobres. Timor tem podido contar com receitas do petróleo e com ajudas da comunidade internacional mas que diferença tem tido esse apoio no desenvolvimento do país e quais têm sido os maiores investimentos?
    O turismo é um dos setores em que o país ainda tem caminho para fazer. Há poucas estruturas turísticas num país rodeado por água e onde muitas praias estão interditas devido à presença de crocodilos, animal considerado sagrado pela maior parte da população. Mas o território esconde lugares de rara beleza em terra e no mar. Entre Díli, a capital, e a ilha de Ataúro, a riqueza da fauna e da flora marítimas conta com mais de 250 espécies diferentes.
    A língua oficial do país é o tetum, mas o português foi a segunda língua oficial escolhida por Timor-Leste quando alcançou a independência. O português tinha sido proibido pela ditadura indonésia durante a ocupação. Os que se atreviam a falar a língua e ou a ensiná-la eram perseguidos e houve quem tivesse perdido a vida por causa disso.
    Hoje há mais gente a falar português do que em 2002. Para isso, têm contribuído os CAFE-Centro de Aprendizagem e Formação Escolar, onde todas as matérias se aprendem em português. Nestes centros, há 117 professores portugueses que também dão formação a professores timorenses. Mas o ensino do português só chega a uma parcela da população. Em cada um dos 13 distritos, há apenas uma destas escolas e em todas há mais procura do que vagas para novos alunos.
    Em duas décadas, a população cresceu para um 1,3 milhões de pessoas, a maioria com menos de 25 anos. A mais-valia de uma população jovem coloca também imensos desafios a quem governa.
    Simoa da Silva Tilman viveu de perto a história recente do país. A família defendia um Timor livre e independente e pagou por isso um preço elevado. Um dos irmãos foi levado pelas tropas indonésias e nunca mais foi visto.
    Casos como o dela não faltam em Timor.
    Durante a ocupação indonésia foram mortas centenas de milhares de pessoas.
    O país vive hoje em paz mas ainda a tentar sarar as feridas e as divisões entre os timorenses que queriam a independência e os que defendiam o regime indonésio.
    Até que ponto valeu a pena a luta pela liberdade e pela autodeterminação, que custou a vida a centenas de milhares de timorenses?
    Em 20 anos de independência, o que conseguiu alcançar Timor-Leste e o que está ainda por fazer?
    A Grande Reportagem foi saber como está e para onde quer caminhar esta democracia do sudeste asiático.
    Veja os vídeos no link abaixo:
    "O que foi feito de Timor-Leste?"
    SICNOTICIAS.PT
    “O que foi feito de Timor-Leste?”
    A Grande Reportagem da SIC foi saber que sucessos e fracassos regista o país na era da liberdade.
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  • TIMOR NA ASEAN

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    Acordo de princípio para integrar Timor-Leste na Associação de Nações do Sudeste Asiático
    Phnom Penh, 11 nov 2022 (Lusa) – Os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) chegaram a um acordo de princípio para integrar Timor-Leste na organização regional, foi hoje anunciado, na cimeira anual, na capital do Camboja.
    O país, de 1,3 milhões de habitantes, uma antiga colónia portuguesa anexada por Jacarta em 1975, tornou-se um Estado totalmente independente em 2002, depois de 24 anos de uma sangrenta ocupação indonésia.
    EJ // VQ
    Lusa/Fim
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  • açores e o turismo

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    Turismo Nos Açores

  • crónica de nuno costa santos

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    Nuno Costa Santos Depois Do Sismo Da Pobreza

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    Inflação

  • Pico protesta contra discriminação nos voos inter-ilhas para este Inverno IATA – Diario dos Açores

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    Source: Pico protesta contra discriminação nos voos inter-ilhas para este Inverno IATA – Diario dos Açores

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