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Barbara – YouTube
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Six people have been killed, including two police officers and an innocent bystander, during an incident at a remote property in Queensland.
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Two Australian police officers and a bystander have been fatally shot in an ambush at a remote property in Queensland state as officers were investigating reports of a missing person
Source: 2 Australia police, bystander killed in ambush in rural area – ABC News
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CINQUENTA ANOS DE POESIA VOLUMES 1 A 6 DE CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL
VENDA EM LETRAS LAVADAS, FNAC, WOOK, ETC..
ÁLAMO OLIVEIRA PREFACIOU A OBRA
(…) é urgente descobrir um poeta.
Repito
É indispensável um só!
Para Ministro das Finanças.
Se a Poesia pudesse entrar no mercado de valores, ela estava, com certeza, mais cara. E estaria mais cara, porque, nomeadamente, se veste de uma energia capaz de converter pecadores da Palavra, ou, se se preferir, ela quiser medir forças com os malefícios discursivos, onde tudo pode acontecer, mesmo o menos respeitável. Chrys Chrystello quer – e muito bem – que os poemas, escritos de há cinquenta anos a esta parte, possam garantir motivos de festa, mesmo que essa festa seja programada para dizer ao Mundo que a Poesia não é máscara para covid e, muito menos, cemitério de «quotidianos inúteis». Uma coisa é certa: Chrystello bem pode dizer que a sua Poesia tem o seu quanto de canino, mas, o que tem para dizer diz sem mais demoras.
Durante cinquenta anos tudo aconteceu e de tudo Chrystello deu conta. Ele expressa-se através de uma inquietação, que até pode parecer prosaica, mas que, ideologicamente, é profunda. A sua Poesia não é gratuita e, parecendo querer percorrer espaços pequenos, eis que a grandeza, banalizada pela injustiça, pela guerra, pela fome e pela falta dos saberes suficientes para resolver esse «quotidiano inútil», transparece como vontade no espelho da vida. Tudo o que pode acontecer numa guerra, ele denuncia como quem despe o denominado «cadáver adiado», denunciando barricadas, recolher obrigatório, fronteiras francas, o que provoca uma relação penosa com o Poder, através da corrupção das palavras. Nunca como agora as palavras adiam as mentiras, seguindo o velho ditado que a mentira dita convictamente e muita vez, passa a ser uma verdade indesmentível. É o Poeta que afirma: «Não vos vou dizer que (os homens) eram fortes como certezas.»
Vem a surpresa da Poesia de Chrys Chrystello dar a entender que se está perante uma escrita situada e sitiada. eivada de partidas e de chegadas, pois a tanto o obriga o desassossego geográfico de uma vida que nunca aceitou a monotonia do tempo e do lugar e sempre quis captar, mesmo que de forma cronicada, o rosto possível dos habitantes e o que lhes abria as portas para o resto do Mundo, apesar das suas paisagens virem quase sempre tocadas por colorações bélicas. Neste viajar irrequieto, o Poeta procura, no interior das comunidades que vai convivendo, adaptar-se ao léxico de cada lugar e que, obviamente, se deixa temperar pela Língua portuguesa.
Porém, são as condições político-sociais dos povos o tema que mais sensibiliza o Poeta de Crónica do Quotidiano Inútil. Transforma-se em poeta militante; desenvolve uma estratégia armada com a poesia de combate; é um amante à procura da pátria estabelecendo as suas próprias fronteiras afetivas. Os afetos dão-lhe essa espécie de força erótica, embora o seu coração permaneça em Díli – lugar onde «os sentimentos não são fraldas descartáveis, nem piedosas senhoras tricotantes». Afinal, «é preciso levantar o amor.»
A Poesia de Chrystello não se fica por aqui. Para lá deste encontro muito intencional com o pulsar dos seus afetos, há que referir que o poeta não esconde a militância política de rosto descarado, quase deslírica porque também sarcástica. Apunhala, de seguida, o leitor com «só se é rio uma vez (na vida).» É um trabalho de escrita violento, mas objetivo, com manuseado e cuidado de escrita, de forma a obter um desenho vocabular que atrai o leitor.
Ao falar-se da Poesia de Chrystello, não se pode deixar de lembrar Eduardo Lourenço que tem pelo neorrealismo português, «uma realidade literária (que) nasceu após a sua teorização, como vestimenta de uma ideologia cuja força histórica, sugestão e potencial universalidade, a exigiam.» E acrescenta: o «neorrealismo português decorrerá desta singular relação entre teoria ideológica e prática literária, (…)» Entende-se assim que a Poesia de Chrys é esta relação «sofrida entre os factos e os lugares», sendo de ajuizar o que é dito de forma crua e sentida. Por isso, «é urgente descobrir um poeta/ Repito/ É indispensável um só!/ Para Ministro das Finanças.»
Cinquenta anos de Poesia é uma vida de palavras sustentadas com a coragem dos versos que dão importância ao quotidiano. É uma apreciação redutora, mas que facilita a própria leitura. Não foi inútil. Não houve, não há tempo para rasurar a fórmula do discurso. Talvez seja abusivo falar aqui de neorrealismo, uma vez que a Poesia saltou de versos a verso como se o Mundo estivesse todo por fazer. Ou estivesse feito demais. O novo-realismo tem destes erros de espelhos. O que é «inútil» é a deformação das palavras apodrecidas.
Álamo Oliveira
Raminho, 5 de maio de 2022
EDUÍNO DE JESUS SOBRE CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL VOLS 1-6
Uma Poesia do real e da análise como meditara Cesário, mas noutra clave, em que a palavra, o texto, a estrutura circular do sentido – o real e a análise – , tudo isso se desintegra, estilhaça em vários fragmentos de forma e de sentido que é preciso reconjuntar para atingir o Poético e o Sentido. Tal, se bem a entendo, a Poesia nesta Crónica do Quotidiano Inútil, em que Chrys Chrystello a e se exprime.
Eduíno de Jesus
maio 2022
Algures entre o Polígono de Acústica Submarina e o Forte/Castelo do Cabrestante. O que será feito daquele canhão? O que será feito daquela estrutura?
Em 1999, quando foi gravado o programa “Horizontes de Memória” da RTP em Santa Maria, ainda estavam 2 canhões junto ao Forte/Castelo de São João Baptista, e outros 2 canhões junto ao local do Forte de Nossa Senhora dos Anjos. E desses? O que é feito?
Disse José Hermano Saraiva, segurando numa mão fragmentos de um dos canhões:
«Em breve, dos canhões só há a lembrança de que outrora eles estavam aqui. (…) Eu já mostrei isto faz agora meia dúzia de anos e volto a mostrar. Porque meia dúzia de anos depois ainda é mais urgente, e o estado destas peças ainda é mais lamentável.»
Acrescentou:
«Nós não temos outro passado. Se deixarmos perder este, o que é que nós temos para nos recordar aquilo que já fomos?»
E não diziam só os “de fora”. Ouçamos um “de cá”:
1) «A tua ilha tinha condições para haver guardado todas as memórias construídas desde a primeira casa de pedra que abrigou gente. (…) É certo que eles não saberiam que estaríamos tão interessados nessas relíquias do passado, mas isso não alivia a nossa sensação de perda.»
2) «Todos éramos guardiões dos lugares onde vivíamos, e por isso nesse tempo não era preciso haver zonas classificadas e protegidas oficialmente. Mas agora é. (…)»
3) «(…) E tudo em Santa Maria é demasiado precioso para que alguma coisa se perca.»
(Daniel de Sá, em “Santa Maria, a ilha-mãe”)
Afinal, o que é preciso para que se comece (mesmo) a valorizar e a preservar património em Santa Maria? Desde a fortificação mais antiga, à torre de controlo do aeroporto, não faltam “memórias construídas” que, anos após anos, décadas após décadas, nós, os “guardiões dos lugares”, elegemos como não prioritários na constante construção da nossa memória colectiva. E isto tem um custo. Quantas memórias construídas ao longo de mais de 500 anos deste lugar de memória e de futuro já deixámos ruir? Precisamos de classificar tudo? Precisamos de deixar cair a última pedra? Afinal, de quanto tempo mais é que precisamos para agir?
40 anos depois desta foto, e 20 anos depois do episódio no “Horizontes de Memória”, os trabalhos de investigação sobre a História de Santa Maria e o seu património são consideráveis, e as formas de preservação/salvaguarda de património também evoluíram. Saibamos aproveitar estes valiosos contributos. Mas saibamos também ser guardiões dos nossos lugares.
Não se esqueçam:
«(…) é .»
(Daniel de Sá, em “Santa Maria, a ilha-mãe”)
* Fotografia: ©J.H.C.Loura | ©J.P.Santos | ©ÂdSL
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