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  • ESTAMOS A VOLTAR AO PASSADO 1916

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    Quando nos deparamos com esta foto de 1916

     

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    Para quem acha que as trotinetas são o último grito da moda urbana. Em Agosto de 1918 já faziam capa na revista Ilustração Portuguesa. Chamavam-lhe Autoped. 🇵🇹

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  • ÓRFÃOS DO SNS

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    ÓRFÃOS DO SNS
    Certamente, já habituados à minha poesia, estranham o título deste meu texto.
    Contudo, a minha indignação falou mais alto. Muitos são os órfãos do Serviço Nacional de Saúde por este Portugal fora.
    As “cadavéricas” promessas dos sucessivos governos para solucionar a falta de médicos nos centros de saúde, merece, uma vez mais, uma séria e razoável reflexão.
    Sublinho e destaco a adjectivação cadavéricas levando em consideração a longevidade desnutrida das promessas. A lividez indisfarçável dos governantes que inflam o peito com “soluções ruidosas” e crepitantes em períodos eleitorais.
    Após a sua eleição; o sonolento, conveniente e entediante silêncio ajuda a esquecer, melhor dizendo a amnésia selectiva ocorre subitamente. As moribundas palavras proferidas, aos ouvidos do cidadão sem médico de família, são promessas de mentes inférteis vazias de reais intenções para solucionar o problema.
    Dito isto, porque certamente já estão curiosos com este preâmbulo, passo a relatar o que observei e me deixou estupefacto no Centro de Saúde da minha área de residência.
    É do conhecimento geral que, centenas de milhares de portugueses não têm médico de família. Esperam e desesperam horas para conseguir uma consulta de recurso em condições desumanas às portas dos centros de saúde. Enfrentando os rigores do clima; doentes oncológicos, diabéticos, insuficientes cardíacos, etc, são resilientes numa espera que se inicia a altas horas da madrugada.
    No centro de saúde de Caneças às 4:30, já é possível deparar-mo-nos com idosos junto à porta do centro de saúde, cujo horário de abertura é às 8h da manhã. No entanto a resiliente espera destes órfãos do SNS não termina por aqui. É necessário aguardar a confirmação das vagas para as consultas de recurso, só anunciada após as 10:30 ou 11:00.
    Na realidade as ordens superiores é de que essa informação seja comunicada apenas às 14h.
    Como se tudo isto não fosse por sí só lamentável, os órfãos do SNS, mesmo com a abertura do centro de saúde às 8h são obrigados a esperar na rua (ordens superiores).
    Depois de informados do número de vagas disponíveis para a consulta de recurso, são obrigados a aguardar na rua (ordens superiores).
    O acesso ao interior só é permitido para uso das instalações sanitárias e/ou à máquina dispensadora de água.
    Gostaria de enfatizar para todos vós que, os órfãos do SNS recebem a informação pelo segurança no exterior do centro de saúde.
    Portanto, resumindo, os órfãos do SNS são descriminados em relação aos outros utentes do centro de saúde.
    Após questionar o porquê destas “ordens superiores” os argumentos apresentados para justificar tal procedimento são:
    – Não há cadeiras suficientes para todos.( Os órfãos do SNS tem o banco de jardim feito de madeira no exterior).
    – Os órfãos do SNS fazem muito barulho perturbando os utentes com médico de família. (Têm que esperar no exterior por causa da poluição sonora).
    – Nos dias de marcação de consultas, vacinação, etc. Há muita confusão. (Os órfãos do SNS são a origem da confusão).
    Conclusão: no centro de saúde de Caneças os utentes sem médico de família são cidadãos descriminados, insurgentes e tóxicos para o ambiente, são tratados como cidadãos de direitos reduzidos em comparação aos demais.
    Em Portugal, país da comunidade europeia, em pleno século XXI, existem chefias nos organismos públicos de um “dito” estado democrático que descriminam cidadãos de plenos direitos.
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  • ELEIÇÕES, AINDA É POSSÍVEL SONHAR TIMOR?

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      • EU TB SONHO MAS NÃO TENHO GRANDES ESPERANÇAS..
        O QUE MUDOU DESDE ESTE POEMA DE 2012???
        112. eleições sem lições em timor (lomba da maia, julho 2012)
        díli, 23 setº 1973 cheguei hoje a timor português
        que marcará a minha vida para sempre
        sem o saber nunca mais nada será igual,
        o futuro começa hoje e aqui
        entrei no tempo da ditadura
        sairei na democracia adiada
        na bagagem trouxe sabores
        mil imagens e odores
        sonhos de pátria e amores
        divórcios e outras dores
        cheguei sem bandeiras nem causas
        parti rebelde revolucionário
        tinha uma voz e usei-a
        tinha pena e escrevi sem parar
        pari mais livros que filhos
        para bi-beres e mauberes
        48 anos de longo inverno da ditadura
        24 de luta independentista
        agora que a lois vai cheia
        e não se passa na seissal
        já maromác se apaziguou
        crescem os lafaek no areal
        perdida a riqueza do ai-tassi
        gorada a saga do café
        resta o ouro negro
        para encher bolsos corruptos
        sem matar a fome ao timor
        perdido nas montanhas
        sem luz, água ou telefone
        repetindo gestos seculares
        mascando sempre mascando
        o placebo de cal e harecan
        mas com direito a voto
        para escolher quem o vai explorar
        sob a capa diáfana da lei e ordem
        do cristianismo animista
        oprimido sim mas enfim livre.
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      • 2012 lágrimas por timor, até quando? (lomba da maia, julho 2012)
        confesso sem vergonha nem temor
        os olhos transbordaram hoje
        lágrimas em cascata como diques
        pior que a lois quando chove
        o coração bateu impiedoso por timor
        os olhos turvos a mente clara
        as mãos trémulas de impotência
        nas covas e nas valas comuns
        muitos se agitaram com a violência
        mais uma morte gratuita
        mais um casal de pais órfão
        mais um filho varado às balas
        sem razão nem justificação
        poucas vozes serenas se ouviram
        velhos ódios, vinganças acicatadas
        o povo dividido como em 1975
        sem alguém capaz de congregar o povo
        sem alguém capaz de governar para todos
        sem alguém acima de agendas pessoais
        sem alguém acima de partidos
        temos de superar agosto 75
        udt e fretilin, a invasão
        a indonésia e o genocídio
        amigo, família, irmão
        é urgente um passo em frente
        faça-se ou não justiça
        vamos congregar toda a gente
        é urgente alguém com visão
        um sonhador, um utópico
        um poeta como xanana já foi
        todos juntos em união
        alguém que ame timor
        mais do que as suas crenças
        mais do que a sua família
        mais do que as suas tenças
        ou memórias e homilias
        talvez mesmo uma mulher
        meiga e sensível
        olhar almendrado
        pele tisnada e volúvel
        capaz de amar
        impulsiva para acreditar
        talvez mesmo uma mulher
        liberta de injustiças passadas
        solta de ódios, vinganças
        e outras dores desusadas
        capaz de abdicar
        das armas e liderar
  • PORTUGAL ENTRE A SALSA E OS COENTROS

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    Crónica de Miguel Esteves Cardoso, no jornal Público de 4 de Agosto de 2012.
    É preciso descobrir a fronteira entre o Portugal da salsa e o Portugal dos coentros.
    Por onde passa a linha que separa o uso dos coentros do uso da salsa?
    É um dos maiores mistérios da paisagem em Portugal.
    Não fui eu quem escreveu estas palavras deveras interessantes: foi Henrique Pereira dos Santos que, por generosidade dele e sorte minha, me escreve de vez em quando, nem sempre para me puxar as orelhas.
    É obra ler, de graça e dirigidas a mim, palavras de um autor que costumo ler, gulosamente, nos livros dele.
    Localizar esta misteriosa fronteira não é trabalho que se possa confiar a uma só pessoa.
    Sonho com um mapa de Portugal em que haja, a norte, uma área coberta de folhinhas de salsa e, a sul, de folhinhas de coentros.
    Algures pela cintura do país, com recorte irregular, estaria “a linha divisória” invocada pelo meu sábio e curioso correspondente.
    É irrelevante e estraga-prazeres dizer que os coentros, tal como a salsa, se usam de norte a sul do país.
    Em Lisboa, um ilustre comerciante de hortaliças – o Sr. Mendes do Centro Comercial do Lumiar, que oferecia, por respeitar uma tradição perdida, molhos formidáveis de coentros e de salsa que ele comprava a bom preço – ensinou-me o critério modernista de Lisboa, cidade fronteiriça:
    “Quando não há salsa, usam-se coentros. Quando não há coentros, usa-se salsa”.
    Esta atitude laxista indigna tanto o povo da salsa como o povo dos coentros.
    Nesta modorra contemporânea em que vivemos, em que todas as ervas aromáticas são justamente celebradas, a questão tem de ser colocada de maneira diferente:
    “Caso tivesse de escolher entre o desaparecimento, para sempre, da salsa e dos coentros, qual é que salvaria?”
    Só a violência da escolha pode ajudar a determinar a fronteira.
    Tenho de confessar, como lisboeta, que sobreviveria, muito mal, sem os coentros.
    Mas que morreria sem a salsa.
    A Maria João, filha de um alentejano e de uma lisboeta, passaria (não digo bem mas insinuo) sem salsa.
    A salsa de folha talvez seja mais europeia.
    A cozinha italiana não usa coentros.
    A francesa só começou a usá-la há pouco tempo.
    Os coentros são asiáticos, indianos e árabes.
    Há quem lhes chame salsa chinesa ou árabe.
    Mais alentejanos e algarvios.
    Adivinhando uma fronteira, imagina-se que seja o Ribatejo – a província mais e menos portuguesa de Portugal.
    Desde já solicito a ajuda dos leitores.
    Qual é a povoação mais a sul em que os coentros são maioritariamente detestados?
    Qual é a povoação mais a sul onde os coentros só se toleram numas amêijoas à Bulhão Pato?
    Os coentros detestam-se mais facilmente.
    Para ver até onde chega o fanatismo anticoentros, o site mais engraçado é o NoCilantro.com.
    Zango-me com amigos meus que odeiam coentros – dizem que sabem a sabão -, mas a verdade é que há uma base química e cultural para a aversão.
    O grande Harold McGee, autor da obra-prima On Food and Cooking, conta, num artigo de Abril de 2010 do New York Times, que facilmente se encontra na Internet, que a Julia Child uma vez disse ao Larry King que era incapaz de comer coentros e rúcula, “porque tinham um sabor a morto”.
    Na literatura fundamentalista contra os coentros, os portugueses são sempre citados como os mais criminosamente comilões.
    McGee assegura-nos que atiramos mão-cheias deles para as nossas sopas.
    Quando eu era um pobre estudante na Inglaterra, a única maneira de recriar o sabor português era ir a um loja indiana comprar coentros frescos, misturá-los com alho (chinês…), pão velho (inglês…), azeite (grego…) e água a ferver, fingindo que estava a fazer uma sopa de açorda alentejana.
    Às vezes enganava-me as saudades.
    Voltemos ao que interessa: descobrir a fronteira coentresca.
    Haverá, no Baixo Alentejo ou no Algarve, um aglomerado populacional que considera a salsa repugnante?
    Será possível existirem em Portugal comunidades que fazem pastéis de bacalhau com coentros?
    É urgente obter resposta a estas perguntas, antes que a fronteira se desvaneça.
    Não é de excepções que estamos à procura (malta do Porto que adora pezinhos de coentrada) mas de velhos preconceitos enraizados.
    Se é que eles ainda existem. Deus queira que sim.
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  • (57) Parabéns Onesimo | Kiwamu Hamaoka – Academia.edu

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    Umas breves palavras para o aniversário

    Source: (57) Parabéns Onesimo | Kiwamu Hamaoka – Academia.edu

  • Fãs cantam fado de Coimbra em uníssono com Chris Martin – Expresso

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    O concerto dos Coldplay em Coimbra ficou marcado por este momento que levou o público ao rubro

    Source: Fãs cantam fado de Coimbra em uníssono com Chris Martin – Expresso

  • Quem é a Albertina? O novo sistema de inteligência artificial português – Expresso

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    É o ChatGPT português e este ainda é só o início, a versão melhorada chega já no mês de julho. Oiça aqui o episódio do Economia dia a dia, podcast diário do Expresso

    Source: Quem é a Albertina? O novo sistema de inteligência artificial português – Expresso