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  • timor micro conto

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    ” Adormeceu. Sob as palapas em mavioso movimento num azul límpido. Um chapéu de abas largas, gasto, cobria-lhe a tez da exposição ao sol quente. A aragem húmida deixava um rasto de gotículas na amurada de madeira. O som tranquilo de um meio-dia à beira-mar dissipava, por momentos, fragmentos de vida que ainda permaneciam na memória.
    Sentia voláteis figuras nas marés serenas, simples sorrisos e espontâneas diabruras. Avistava descalças correrias nas escaldantes areias finas, num longínquo sonho de um sono tranquilo. Os sons de uma brisa, acariciando os ramos de exóticas árvores, transformavam-se em bocejos de alguns cães, espreguiçando-se na terra, preparando uma sesta que o calor convidava. O alarido dos pontapeares em esféricos entrapados, num tapete relvado imaginário com craques triunfantes, erguiam estádios fantásticos, repletos de ovações a primorosas jogadas e golos marcados nas balizas improvisadas por pequenos paus distorcidos e enterrados nos verdes de areias finas. As várzeas verdes serviam de repasto a animais serenos na indolência dos dias. Os cantares longínquos vindos das aldeias vizinhas e o eco de búzios ancestrais nas montanhas eram um prenúncio de visitas nas redondezas. No clube desportivo, salas apinhadas, sorrisos francos nos seus fatos dignos, prontos para uma dança nos bailaricos domingueiros. Uma realidade transformada em sonho, um pretérito quase perfeito, não fossem as lágrimas escorridas por entre os dedos.
    O sal impregnado na pele e o cheiro do peixe seco em estendais ao longo do pequeno porto prefabricado, pairava no ar abafado. “Vagaroso” era a palavra mais adequada para o passar do tempo. Mas as pálpebras enrugadas contradiziam.
    – Uma questão de se viver meio dia e sonhar o outro meio. – Costumava dizer para justificar o estado enrugado das suas faces.
    Adormeceu o cansaço dos mergulhos em corais.
    A vida continuava mesmo sabendo da sua imprevisibilidade. Manter-se vivo e cuidar da família, fosse num ou outro local, era a sua rotina. Permanecer no mesmo sítio, por um período mais extenso que o habitual, era fruto de uma vivência encoberta, quase estoica, num território assaz pequeno.
    (…) “
    Helena Soares Silva ( in “Os crocodilos têm memória” Coletânea Viagens IPOR e ” Nunca é longe de mais” contos SDM.
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  • autarcas contra calçada

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    May be an image of 1 person, street and road

     

    Adriana Carreiro

    Que triste é a forma de pensar desses autarcas .Uma das belezas da Horta são essa lindissima calçada portuguesa.Os Açores são 9 ilhas mas nenhuma se compara á Horta. Por favor ,não destruam mais do que já fizeram.

    Maria Zulmira Rodrigues

    Está vai ficar?Ou será substituída por cimento às bolas??Até com tanta bola e bolinhas dá enjoo ao olhar para este panorama!Devem dar muitas dores de cabeça!jSiga a marinha!
  • santos barros 40 anos depois

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    J. H. SANTOS BARROS.
    (1946-20.5.1983)
    40 ANOS DE AUSÊNCIA
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  • /saude-nos-acores.pdf

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    Saude Nos Açores

  • manuela-marujo-o-universo-da-emigracao-no-feminino.pdf

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    Manuela Marujo O Universo Da Emigração No Feminino

  • canoas-pelo-mar-fora-jose-g-avilas.pdf

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    Canoas Pelo Mar Fora Jose G Avilas

  • stop deep-sea mining

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    https://only.one/act/mining?utm_source=organic-share&utm_medium=share-copy&utm_plan=anonymous

     

     

    URGENT: Add your name to stop deep-sea mining today, and help prevent this tragedy before it begins.
    Quick facts: Deep-sea mining could emit noise levels estimated to be several hundred times louder than a space-rocket launch. This impact alone can annihilate reefs, alter geographic topographies and kill off species. #DefendTheDeep
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    Deep-sea mining could emit noise levels estimated to be several hundred times louder than a space-rocket launch. This impact alone can annihilate reefs, alter geographic topographies and kill off species. Add your name to call for a pause on this lethal practice. #DefendTheDeep

     

     

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