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  • Ventos podem atingir os 120 km/h nos Açores, tempestade atinge Portugal Continental no final da semana

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    Os Açores estão sob aviso amarelo devido à passagem da tempestade Patty. A tempestade subtropical vai provocar chuvas e ventos fortes na região autónoma pelo menos até ao final de domingo.

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  • O destino sustentável chamado Açores

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    Os Açores receberam oficialmente a certificação de ouro como destino turístico sustentável atribuído pela ‘EarthCheck’, que reforça o posicionamento da região em matéria de sustentabilidade. A distinção fora conhecida em…

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  • Já sabemos porque é que o betão romano antigo era capaz de durar milhares de anos

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    Os antigos romanos eram mestres da construção e da engenharia, talvez mais conhecidos pelos aquedutos, e essas maravilhas ainda funcionais baseiam-se num material de construção único: o betão pozolânico.

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  • turista indesejada

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    vem aí a Patty

    A tempestade Patty está a deslocar-se para leste/sueste a 11 quilómetros por hora, prevendo-se uma mudança no seu trajeto para leste no domingo e leste-nordeste na segunda-feira.
    IPMA coloca Açores sob aviso amarelo devido à tempestade Patty
    sicnoticias.pt
    IPMA coloca Açores sob aviso amarelo devido à tempestade Patty
  • | In Memoriam | Poet Michael Garcia Spring with roots in the Azores has died – CommunityPortuguese American Journal

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    Portuguese American poet, Michael Garcia Spring, of Azorean roots, has passed away following complications with gallbladder cancer. The author of many poetry books and one children’s book, Spring was known for his love for the

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  • 12 poemas inéditos Chrys

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    748. primeiros finados sem ti, 2.11.2024

     

    dia de finados a seguir a todos os santos

    e tu que nunca te finaste nem foste santa

    faltaste à entrega de lollies das crianças

    dos enxames da tua escola que aqui tocavam

    sabedores da tua imensa generosidade

    da tua dádiva diária e no pão por deus

     

    ontem a campainha não tocou

    não se ouviram as vozes juvenis

    nem o latir das cadelas assarapantadas

    nem o teu andar hesitante e lento

    no curto roteiro da cozinha à porta

    carregando um saco de guloseimas e sorrisos

     

    todos os outros correm uma vez ao ano

    aos cemitérios com promessas, velas e flores

    lembrando nesse dia quem esqueceram durante o ano

     

    eu fiquei mudo e quedo aqui em casa

    no meu castelo como diria o daniel de Sá

    olhei da minha torre de menagem

    evoquei memórias tuas a chegar da escola

    a partir para reuniões ou lanche com colegas

     

    não fui ao ossário visitar as tuas cinzas

    não estive no cemitério a derramar uma lágrima

    não te levei flores perecíveis como a vida

    evoco-te em pensamento a toda a hora, todos os dias

    sem esperar pelo feriado ou dia de finados

     

    para mim nunca te finarás e aqui fico

    eternamente à espera do teu regresso

    ou da minha partida para o nosso reencontro

    depois desta separação dolorosa insuportável

    que nenhum tempo mitigará

     

    amo-te hoje mais do que nunca

    sem imaginar que te amava tanto

    queimo os minutos de cada dia

    como outrora queimava cigarros

    evolo-me no seu fumo

    enquanto busco o teu sorriso


    736, não à guerra na ucrânia, 28. fevº 2022

     

    já não ouço os tambores de guerra

    silenciaram as sirenes aéreas

    os alarmes calaram-se

    as bombas não caem

    os soldados não disparam

    o choro das crianças ficou suspenso

    os mortos não estrebucham

    os feridos não gemem

    nesta guerra não há bons nem maus

    nem o czar nem os falcões eua

    neste mar de gente

    morta e inocente

    feneceu a humanidade

     

    (inédito chrys c)

     

    737. nem guerra nem paz 10.3.2022

     

    já não quero salvar o mundo

    nem salvar o planeta

    nem salvar-me a mim

    não quero salvar nada

    não quero guerra nem paz

    nem capitalismo nem comunismo

    nem nenhum outro ismo

    nem quero acabar com a fome

    ou a sede ou a pobreza

    quero voltar à pureza original

    da infância e da ingenuidade

    em vez de estar aqui velho

    à espera que nos matem a todos

    738 imarcescível 22.5.2022

     

    imarcescível quis ser

    escrevi livros, plantei árvores e tive filhos

    lavrei no granito natal

    os meus petróglifos de nazca

    em timor dissipei-me na areia branca

    em bali fui hippie em kuta beach

    em macau fiz tai chi no lou lim iok

    na austrália nadei em rottnest island

    em bragança renasci transmontano

    e no basalto açoriano gravei

    imperecíveis poemas

    este o improvável epitáfio

     

    739 outro epitáfio 25.6.2022

     

    ser velho é isto

    olhar para a parede que já foi branca

    contar os traços quase a atingir 26645

    já pouco espaço resta para mais traços

    cada um deles um dia

    uma alegria mil tristezas

    sonhos que se esfumaram

    sonhos nunca sonhados

    que se concretizaram

    sonhos recorrentes

    nunca atingidos

    subidas aos sete céus

    descidas a mil infernos

    a certeza inabalável

    de ter feito a diferença

    no carneirismo cinzento

    a ovelha negra

    no meio do rebanho

    sem medo

    dos cães pastores

    de seus dentes ameaçadores

    sem temor da chibata do pastor

    e para epitáfio

    um “smile” gigantesco

    de desdém, de zombaria

     

    740. Caos 24.7.2023

     

    em tempo de caos

    arrume a confusão

    na harmonia da poesia

     

    741. pianíssimo (à Ana Paula Andrade) 26.8.2023

     

    as tuas mãos são poemas

    que dedilhas no teclado

    pianíssimos versos que invejo

    umas vezes a solo

    outras com solfejo

    seja com violino ou violoncelo

    a métrica rigorosa

    desenha o bailado dos teus dedos

    as teclas calcorreiam desertos

    montanhas, mares e vulcões

    impérvios a ciclones ou furacões

    compões obras maiores que a ilha

    mais altas que a montanha do pico

    mais fundas que a fossa das marianas

    poemas que dançam na partitura

    vibrações únicas numa só leitura

    o sentir e a alma açorianas

     

    742 dores – Maria nini nunca saberei viver sem ti 4.2.2024

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    o pior de tudo é não ouvir a tua voz

    ao telefone com colegas e amigas

    ou a ralhar com as cadelas ou comigo

    o pior de tudo é ninguém bater, o telefone não tocar

    e os silêncios dantescos como as sombras

    como os murmúrios que ainda ouço, das tuas dores

     

    o pior de tudo é a irreversibilidade

    as fotos que passam não voltam

    29 anos de memórias, partilhas, cumplicidades,

    e a certeza inabalável de que nada nos separaria

    e nada nos separará, ou afastará

    nem a morte traiçoeira que chegou sem ser convidada

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    o pior de tudo é não ter quem leia os meus escritos

    não os corriges nem criticas

    o amanhã não vai mudar nada

    e a solidão será companheira indesejada e fria

    havia tantos planos e projetos

    a tua vontade inabalável para os concluir

    mesmo quando já te faltavam as forças

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    entrecortados pelo toque dos sinos,

    como os murmúrios que ainda ouço, com as dores

    e as fotos que passam na moldura não voltam mais

    nem as poderemos recriar ou reviver

    e onde quer que vá estive lá contigo

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    esta irreversibilidade inaceitada

    chorar a saudade do teu riso alegre

    ansiar o teu sorriso cúmplice

    nestes dias chorosos e tristes

    solitários, vazios, silenciosos

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    esta imensa dor nunca vai passar

    a angústia e solidão não vai mudar

    preciso tanto de ti ao meu lado

    para me ajudares com esta dor

    não quero viver sem ti

    não posso crer que não vais voltar

     

     

    o pior de tudo são os silêncios sem fim

    e ninguém sente o que estou a passar

    só tu entendes esta dor

    só tu podes secar estas lágrimas

    só tu podes dar-me razão para viver

    e eu nunca saberei viver sem ti

     

    743. Gaza, sem choro nem dó, (lomba da maia, 25/7/2024)

     

    todos choram os mortos em gaza

    mais um genocídio sionista, dizem

    há fome, há dor, há morte

    agitam-se bandeiras e manifs

    todos solidários e palestinos

     

    os israelitas repetem em gaza

    os tormentos nazis que sofreram

    até ao extermínio quase total

    mas não vencem nem vencerão

     

    e eu que tanta vez fui palestino

    não choro nem tenho dó

    sofro silente as dores dos reféns

    de quem ninguém fala

    moeda de troca em campo de morte

     

    744. Nini, sinto a tua enorme falta, 6.8.2024

     

    na esquina do tempo

    restam as nossas sombras

    memórias de vidas passadas

     

    na esquina da vida

    sobram os nossos silêncios

     

    na esquina da memória

    sombras silenciosas

    memórias dum amor eterno

     

    na esquina da morte

    ficaram imagens e sons

    que nenhum tempo apagará

     

    745 nos meus poemas não cabe… 21.8.2024

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    abarcam um universo de momentos
    dias, meses e anos felizes

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    carregam a alegria que nos unia

    teus sorrisos e risos contagiantes

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    celebram as lutas e as vitórias

    de mil e uma batalhas e conquistas

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    e são pequenos demais

    para os nossos sonhos

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    profunda como a fossa abissal

    que não partilho com ninguém

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    viajam à velocidade da luz

    em milhares de imagens e locais

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    fomos à descoberta do mundo

    e encontramo-nos a nós

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    nem a alegria dos nossos livros

    nem todo o amor que nos consumia

     

    nos meus poemas não cabe

    toda a dor da tua ausência

    apenas há espaço para te perpetuar

    neste tempo que ainda me resta

     

    746. lamento de viúvo 19.9.2024

     

    se eu pudesse ir para os amanhãs

    levava comigo todos os ontens…

    nunca devemos deixar os ontens no armário

    têm a tendência de desaparecer sem rasto

    sabe-se lá para onde vão e o que vão dizer

     

    nunca devemos confiar nos ontens

    são frágeis como as memórias

    ou a neblina ou a gaze ou algodão-doce

    pintam-se e abonecam-se de muitas cores

     

    os ontens amarram-nos e impedem a viagem

    mas eu só fui feliz ontem

    e os amanhãs são apenas

    a memória de ontem sem felicidade

     

    747. abril 4ever, 22.10.2024

     

    houve quem sonhasse com o 25 abril

    houve quem vivesse o 25 abril

    houve quem ainda esperasse por abril

    houve quem se esquecesse já de abril

    mas já não haverá quem faça abril

     

    748. primeiros finados sem ti, 2.11.2024

     

    dia de finados a seguir a todos os santos

    e tu que nunca te finaste nem foste santa

    faltaste à entrega de lollies das crianças

    dos enxames da tua escola que aqui tocavam

    sabedores da tua imensa generosidade

    da tua dádiva diária e no pão por deus

     

    ontem a campainha não tocou

    não se ouviram as vozes juvenis

    nem o latir das cadelas assarapantadas

    nem o teu andar hesitante e lento

    no curto roteiro da cozinha à porta

    carregando um saco de guloseimas e sorrisos

     

    todos os outros correm uma vez ao ano

    aos cemitérios com promessas, velas e flores

    lembrando nesse dia quem esqueceram durante o ano

     

    eu fiquei mudo e quedo aqui em casa

    no meu castelo como diria o daniel de Sá

    olhei da minha torre de menagem

    evoquei memórias tuas a chegar da escola

    a partir para reuniões ou lanche com colegas

     

    não fui ao ossário visitar as tuas cinzas

    não estive no cemitério a derramar uma lágrima

    não te levei flores perecíveis como a vida

    evoco-te em pensamento a toda a hora, todos os dias

    sem esperar pelo feriado ou dia de finados

     

    para mim nunca te finarás e aqui fico

    eternamente à espera do teu regresso

    ou da minha partida para o nosso reencontro

    depois desta separação dolorosa insuportável

    que nenhum tempo mitigará

     

    amo-te hoje mais do que nunca

    sem imaginar que te amava tanto

    queimo os minutos de cada dia

    como outrora queimava cigarros

    evolo-me no seu fumo

    enquanto busco o teu sorriso