Views: 0
O CENTRALISMO DO GOVERNO DE COSTA
Bastou passar só mais uma semana sobre o que aqui escrevemos acerca das tropelias que têm sido feitas pelo governo de António Costa às Regiões Autónomas, particularmente aos Açores, para ficarmos a conhecer mais uma, gravíssima, que vai prejudicar o bolso de todos os contribuintes açorianos.
Trata-se do atraso no lançamento do concurso das Obrigações de Serviço Público (OSP) para as rotas de Pico, Faial e Santa Maria.
Não é um atraso qualquer, porque os 9 milhões de euros destinados para estas operações foram aprovados em sede de Orçamento de Estado em Novembro do ano passado.
Já vamos no terceiro trimestre de um novo ano e o desastrado governo da República “esqueceu-se” de abrir o processo, atirando a responsabilidade para a ANAC.
É mais uma rasteira política vergonhosa de um governo que aproveita, sempre que pode, para prejudicar os Açores, como fez com o financiamento da Universidade dos Açores, com o pagamento das verbas para reconstruir os danos do Furacão Lorenzo e continua a fazê-lo com a transferência de verbas do PRR.
António Costa é o pior primeiro-ministro em toda a história das Autonomias Regionais e os seus ministros incompetentes carregam no registo dos mais centralistas que já se viu na desorientada governação deste país.
Por alguma razão a então ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, reconheceu, há um ano, que faz parte de um “dos governos mais centralistas” que o “país já teve” e que esse centralismo se acentuou com a pandemia “inevitavelmente”.
“Eu faço parte dos Governos mais centralistas que o nosso país já teve, o nosso primeiro-ministro reconhece isso, e esse centralismo acentuou-se com a pandemia, inevitavelmente”, disse a boca santa, que depois foi “apertada” e voltou atrás.
A falta de abertura do concurso das referidas OSP, quando as actuais terminam este mês, vai fazer com que a Azores Airlines prolongue o cumprimento daquelas rotas à sua custa, pagando o respectivo défice.
Ou seja, é mais um prejuízo a juntar ao enorme buraco da SATA, também da autoria dos governos do PS na região, que só trouxeram ruína à gestão da companhia.
É a sina dos socialistas na SATA: mesmo falida, vão contribuindo cada vez mais para escavar o buraco até à sua venda final.
O pior é que a factura não vai bater à porta do Largo do Rato, mas à algibeira de todos os açorianos.
Foram estes senhores que, por birra com a coligação, queriam atribuir apenas 3,5 milhões de euros para aquelas OSP não liberalizadas, o que veio depois a ser corrigido para 9 milhões na Assembleia da República.
É triste assistir a estes jogos políticos, com vinganças e recalcamentos entre partidos, prejudicando as finanças públicas, a algibeira dos contribuintes e minando a confiança dos eleitores.
Mais triste ainda é assistir ao silêncio comprometedor do PS dos Açores e dos seus deputados na República, vergados perante estes actos de centralismo mesquinho e vingativo.
É preciso não esquecer estes episódios em próximos actos eleitorais.
O povo saberá julgar. Como sempre.
Osvaldo Cabral
Editorial Diário dos Açores 24-03-2023
4
Like
Comment
Share