Views: 0
Não funcionou
A declaração da cerca sanitária para todos os concelhos de S. Miguel parece ter vindo um pouco apressada.
Não está em causa a necessidade da medida e se o Presidente do Governo dos Açores diz que há um risco elevado de transmissão comunitária é porque dispõe de dados que nós, cidadãos comuns, desconhecemos.
O problema foi a organização de todo o dispositivo para barrar as passagens de concelho para concelho.
A confusão foi evidente e ficou à vista de todos que as forças policiais, protecção civil e serviços governamentais não estavam devidamente preparados para tamanha dimensão.
Tudo isso cria um ambiente de descrédito e desconfiança por parte da população, que é a última coisa que se deseja nestes momentos que estamos a viver.
Que se tomem as medidas que o momento exige e que as autoridades entendem ser as mais recomendáveis, mas que se operacionalize antes, com a devida preparação, aquilo que é decretado.
Está mais do que visto que apenas a força da PSP é insuficiente para controlar as barreiras, pelo menos nas horas de ponta, pelo que se deve pensar, de imediato, no reforço dos controles, avançando outras forças da ordem e oferecendo a todos os seus elementos os equipamentos mais básicos para pegarem em documentos entre tantos condutores, para que não haja algum contágio.
Esperemos que amanhã funcione melhor.
Alguém mentiu?
Vive-se uma clara aflição no Hospital de Ponta Delgada.
Os profissionais de saúde não podem ser os últimos da linha no que se refere à disponibilidade de equipamentos de protecção, porque são eles que estão frente da linha mais dura.
Não vale a pena estar agora à procura de culpados, nem tão pouco quem mentiu ao Presidente do Governo dos Açores (porque, de facto, alguém
mentiu), esse balanço far-se-à mais tarde, agora é imperativo as autoridades focarem-se na distribuição dos equipamentos aos profissionais e disponibilizarem todo o material que se exige num momento destes.
Não pode haver hesitações.
A Secretaria da Saúde tem de ser mais eficiente nas encomendas e vigilante junto das unidades de saúde que não gerem adequadamente os equipamentos.
A esmola da EDA
A EDA lá foi de arrasto atrás da Madeira, que há muito tempo decidiu reduzir o tarifário da electricidade.
Pior são os valores da redução, uma ninharia num momento em que empresas e famílias não dispõem de liquidez para as suas necessidades mais básicas, muito menos para engordar a factura da luz.
Claro que a ERSE é que decide, mas a EDA não pode escudar-se apenas neste argumento, porque tem autonomia para ir mais além.
Como é que uma empresa que detém o monopólio da actividade nesta região, que distribui quase todos os anos vários milhões de euros pelos accionistas, tem poder para isso mas não tem para baixar mais o tarifário?
Num momento excepcional como o que vivemos esperava-se mais da EDA e dos seus accionistas.
O que foi anunciado parece uma esmola
Osvaldo Cabral
