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A invasão da Ucrânia pela Rússia vai ter consequências graves para a Europa e que a nossa região também não poderá evitar.
O aumento de preços vai ser generalizado e é bem provável que algumas matérias primas, de que somos dependentes daqueles dois países, possam rarear.
O sector da agricultura, que já vinha com problemas sérios nesta pandemia, vai ser um dos mais afectados, sobretudo ao nível das rações, que se reflectirão no leite e na carne, as maiores riquezas da nossa economia.
O preço do barril do petróleo já ultrapassou os 100 dólares, o que não acontecia desde há oito ano, o que significa que vamos ter em Portugal o agravamento de preço dos combustíveis já a partir da próxima semana.
Aliás, ainda sem o efeito da guerra, o preço da gasolina e gasóleo vai aumentar significativamente nos Açores a partir da próxima terça-feira.
Esta escalada vai agravar-se nos próximos trimestres, pelo que é urgente o Governo dos Açores, parlamento e parceiros sociais (CESA) unirem-se num pacto de emergência para responder ao que aí vem.
As famílias e as empresas já foram bastante sacrificadas nesta pandemia, pelo que não aguentarão mais um impacto desta natureza nas suas vidas.
É preciso rever o ISP nos combustíveis, vigiar o preço dos bens e matérias primas que chegarão ao arquipélago nas próximas semanas e monitorizar o auxílio aos mais necessitados.
Noutra vertente, é preciso que a região disponibilize toda a ajuda aos 73 ucranianos que vivem na região, caso seja necessário trazer as suas famílias ou outros refugiados do conflito.
Vão ser tempos difíceis e é de recear que os líderes europeus não tenham capacidade para responder à altura perante tamanha gravidade.
Já lá vão os tempos dos grandes estadistas, que souberam encarar as Grandes Guerras com outro talento estratégico, que os actuais líderes europeus já demonstraram não possuir.
O fracasso diplomático e as reacções tímidas do Ocidente são outros sinais da fragilidade da liderança europeia, que cavalgou, nas últimas décadas, uma dependência excessiva da Rússia, em torno do fornecimento de produtos essenciais, como a energia.
No meio do Atlântico, longe do palco do conflito, não estamos imunes às consequências, sobretudo as derivadas dos bloqueios económicos.
A Liberdade não tem preço perante a loucura de Putin.
E como todos os ditadores são loucos sem cura, Putin vai criar mais problemas.
Convém estarmos preparados para o pior.
Ressuscitou!
O Governo dos Açores demorou quase uma semana a perceber o atoleiro em que estava mergulhado com a concessão do Pavilhão do Mar ao Casino de Ponta Delgada.
Ao terceiro dia da contestação popular a trágica Secretaria dos Transportes e Turismo ressuscitou e anunciou que o ‘negócio’ estava cancelado, não fosse a mesma empresa criar mais um imbróglio como o das Galerias da Calheta.
O mais curioso naquele comunicado governamental é a referência ao “impacto popular”.
Ou seja, não foi uma decisão tomada racionalmente, ponderada e sensata, foi apenas porque o “impacto popular” contestou os jogos de azar naquele local.
Bela maneira de governar!
A partir de agora, sempre que discordarmos do governo, é fazer “impacto popular”, que a coisa resolve-se.
Este governo está a fazer um enorme esforço para ficar na história como o que conseguiu coleccionar mais disparates em tão pouco tempo.
Espera-se de tudo, sobretudo porque parece não ter ninguém que pense com sensatez, nem tão pouco tenha a noção da realidade das vidas dos cidadãos.
Se o problema é gerir o espaço, então porque não entregam o Pavilhão à Câmara do Comércio, que no governo anterior fez uma proposta nesse sentido, para realização de eventos que envolvam todas as nossas empresas e não apenas uma?
É impressionante o modo como este governo não sabe capitalizar as boas medidas que anuncia.
A tarifa dos 60 euros ficou ‘abafada’ pela polémica das Agendas Mobilizadoras e, agora, na semana que anuncia uma boa medida de apoio aos idosos em casa, dispara esta polémica do Pavilhão, mais a bulha entre o Presidente da ATA, o Presidente da SATA e o Presidente da Câmara do Comércio de Angra, numa demonstração da enorme desorientação que grassa no sector do turismo desta região, sem que ninguém se entenda, sem liderança, sem orientação e cada um navegar à sua maneira.
É estranho que um partido como o PSD, com tantos quadros e influência na sociedade, não tenha ninguém, a começar pelos deputados e dirigentes das estruturas locais, que aponte os inúmeros erros e disparates que este governo está a cometer nos últimos tempos, curvando-se piedosamente aos pequenos parceiros de coligação.
Este governo não tem estrategas políticos, não parece ter conselheiros, não sabe fazer ‘spinning’ político e, em matéria de marketing, é um desastre.
Por este andar, vamos chegar ao fim do mandato e a oportunidade perdida por aquele que era o maior partido de oposição, que parece não ter aprendido… será um caso de estudo.
Uma greve misteriosa
A greve que há quatro meses perdura na Atlânticoline é um fenómeno estranho.
As populações do triângulo vão sofrendo caladas, perante a inoperância de toda a gente envolvida, incluindo o governo.
Se fosse numa ilha maior, o tal “impacto popular” já tinha resolvido o problema.
Mas no Triângulo é assim, sujeitam-se a tudo.
Esperam há mais de um ano que resolvam a alienação dos estaleiros navais do Pico, aguentam com o fim dos encaminhamentos, não se decide nada sobre a ampliação da pista, assistem ao ‘enfileiramento’ de apoios financeiros a ilhas maiores para criarem novas rotas internacionais, menorizam o Instituto da Vinha e do Vinho e, agora, levam com mais esta greve, que se arrasta incompreensivelmente.
Como diz, muito bem, o insuspeito Carlos Morais, Vereador do PSD, empresário e Presidente da ATA:
“Ninguém fica bem nesta novela. Sindicato, colaboradores, governo regional e Atlânticoline. Talvez se fosse da Terceira para oriente já estaria resolvido. Paciência tem limites, tanto serve para o sindicato, para os colaboradores e para o governo. E sei o que escrevo, estão asfixiar as empresas do triângulo”.
Alguém vai tomar nota do recado?
(Osvaldo Cabral – Diário dos Açores de 27/02/2022)
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- Paolo FerrerAntevendo aumento de custos e escassez alguém nesta terra irá semear cereais ? Ou daqui a meses irão lamentar-se por mais uns subsídios para importar? Este ano não haverá nada para vir do continente. Devido à seca no continente não haverá cereais, erva…See more
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