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Os Senhores dos Anéis
A barafunda que a TAP tem posto cá fora, dá ao governo liderado por António Costa total descrédito perante a opinião pública e não admira que depois de pagarmos 2 mil e trezentos milhões de euros àquela companhia, entremos numa espiral de inteira desconfiança perante a irresponsabilidade que agora nos é dado à vista.
A cobardia é total. Ninguém quer culpas de nada. Mesmo se a TAP esteve à beira da insolvência pelos desmandos dos aprendizes da política. Não foi culpa de ninguém…
Depois veio um pouco de ordem na casa, com dirigentes mais competentes e a TAP estava a começar a entrar nos eixos. Mas isso não interessava aos políticos, porque deixavam de ter absoluto controlo para as manipulações que servem os interesses partidários. Por que é isso que conta. O país que se lixe. Primeiro o partido e depois… logo se verá.
A TAP – como outras empresas governamentais – tem servido para toda a espécie de debocho político-partidário. É verdadeiramente devassa a forma como são tratadas as empresas públicas. Delapidadas economicamente para beneficiar partidos e ideologias, numa permanente atitude de menosprezo pelo povo e pelos interesses públicos.
Especialistas em vender frigoríficos aos esquimós, tal é a lábia política, essa elite mafiosa que arranjou maneiras de (des)governar Portugal, usa da mais requintada retórica perante as câmaras televisivas, esquivando-se ao fundamental, às perguntas pertinentes dos jornalistas e usam e abusam de um descomunal e vergonhoso menosprezo pela coisa pública.
O grande buraco negro da galáxia socialista, é ele ser cada vez mais preenchido por incompetência, ignorância, prepotência, aprendizes mal-intencionados, ambições desmedidas interpartidárias, enormes vaidades, jactância e presunção, arrogância insolente.
“vanitas vanitatum et omnia vanitas – vaidade das vaidades e tudo é vaidade”.
E o que piora tudo, é que António Costa, enquanto líder desta confusão, acaba vítima inconsequente da situação. Uma situação que periga entrar numa espiral descontrolada que pode obrigar o fraco presidente da República a exercer uma das prerrogativas constitucionais: Desmantelar esta desgovernação e provocar eleições antecipadas. E António Costa não merece este desfecho. Afinal, esquecem-se os vaidosos incompetentes que o rodeiam, que foi ele (quase sozinho) quem ganhou o plebiscito popular. Só por isso deveriam exercer os seus cargos com a dignidade e transparência exigidas.
Os casos e casinhos da TAP, convenientemente transpostos, são comparáveis ao que se tem passado na SATA durante anos a fio nos Açores.
As empresas públicas de enorme complexidade, devem ser geridas por quem sabe, sem a ingerência maliciosa do acionista principal (governo) e muito menos por políticos de polichinelo, bajuladores partidários sem qualquer prudência nem habilidade para lidar diretamente com as chefias dessas empresas. Prepotentes inatos e autênticos covardes quando toca o sino das responsabilidades. Terá sido o caso de alguns impreparados secretários-de-estado e ministros que são clones de José Sócrates.
Com uma oportunidade excecional de maioria absoluta e sem oposição à vista, António Costa pode ainda provocar excelentes resultados, mas tem de tomar as rédeas de forma absoluta, forte e responsável, limpando as melgas, os imbecis e os mal-acabados que o rodeiam.