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Os recados de Ernest Moniz (Cron. rádio)
As recomendações de Ernest Moniz, ex-secretário de estado da energia na presidência de Obama, nascido em Fall River e neto de emigrantes micaelenses, deveria levar os governantes regionais a decidirem de imediato os projetos a candidatar aos programas da união europeia destinados a implementar as energias eólica e das ondas em zonas off-shore.
O antigo professor Emérito de Física e Engenharia de Sistemas do MIT na cerimónia em que a Universidade dos Açores lhe concedeu o título de doutor Honoris causa, propôs também que os voos inter-ilhas deveriam ser efetuados em aviões híbridos.
As sugestões, são, certamente viáveis, pois vêm de uma autoridade mundial na matéria.
Além disso, a União Europeia dispensa largos milhões de euros para a instalação de off-shores destinados à produção de energias renováveis.
Em face disso os decisores devem despertar de uma certa letargia que teima em entorpecer o poder.
Habituámo-nos a pensar no curto prazo e só arriscamos quando temos certezas absolutas. Aconteceu, assim com o processo geotérmico e a posterior instalação das centrais instaladas, quando já havia certezas noutros países.
Passados tantos anos, é que se fala em cabos submarinos para distribuição da energia geotérmica pelas ilhas mais pequenas, com excessiva produção de energia térmica e reduzidíssima produção de eólica, o que reduziria, certamente, o custo ao consumidor e colocar-nos-ia numa posição ambientalmente vantajosa.
Somos lentos a decidir e quando o fazemos já outros tomaram a dianteira com processos alternativos decorrentes da investigação científica e da experiência acumulada.
Continua-se a pensar a economia dos Açores como há 40 anos. Pretendemos que os consumidores externos se deslumbrem com o leite de pastagens verdes, altamente subsidiado, mas essa riqueza não se traduz em bem-estar que justamente reclamamos.
Falta criatividade, inovação e uma imagem que atraia o consumidor para os produtos da Marca Açores, que dadas as suas qualidades deveriam ser comercializados como alimentos de boutique, altamente credenciados, e não como alimentos de linha branca, sem origem.
Ernest Moniz veio aos Açores, não apenas para receber um título que já lhe deveria ter sido atribuído, mas para abanar os professores e investigadores da nossa academia e apelar aos governantes e decisores que arrisquem em força e rapidamente, no novo rumo ambiental da humanidade.
A nossa pequena dimensão é largamente ampliada pela importância da posição geoestratégica do arquipélago não apenas em situações de conflito militar .
Quem não tem a noção do quanto esta situação nos pode favorecer, não tem competência para decidir o futuro de todos nós.
A velocidade com que a evolução acontece, exige conhecimento e reflexão para não recuarmos ainda mais, fechados nas quatro paredes de uma ilha, temendo que o mar salte a muralha.
Oxalá o contributo de Ernest Moniz seja levado em conta. Outros açorianos existem, espalhados por países e continentes que mereciam também ser ouvidos.
Espero que não lhes fechemos as portas, pois são tão açorianos como nós.
Ponta Delgada,17 junho 2023
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- Francisca PedroBom dia amigos um abraço bom sucesso
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- 1 d
- Oliver BagacoOs Acores e totalmente regional onde nao existe ideias viradas ao foturo, somos ricos em corrente maritimas em todas as ilhas, e para confirmalo basta se sentar com os pescadores de todas as ilhas e eles lhes darao uma demonstracao autentica deca riquesa, ingnorada totalmente onde em outras localidades no mundo andam a ser exploradas a muito, e nos no pico podemos ser 100% eficientes usando a Lagoa do Paul mas o bairrismo e arrogancia sega tudo e todos.
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- 16 h
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- ActiveDiniz BorgesBelo texto meu caro amigo. As potencialidades nos Açores são imensas. Abraços da Califórnia
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- 15 h