Views: 0
Miguel Castelo Branco
tSpo1l8nsmoergSed ·
Um povo para o mundo
Ao contrário de outros povos europeus, cujos impérios se fixavam no estrito cumprimento dos quadros jurídico, militar e comercial e das resultantes competências que eram assinaladas aos seus funcionários, o império português sempre foi diferente nas práticas e na atitude. O holandês ou o inglês que passavam pela Ásia só tinham como fito acumular riqueza e regressarem à sua pátria de origem ao fim de dez anos de Oriente, para na Europa viverem dos rendimentos amealhados.
Porém, a massa de portugueses que se estabeleceu no Brasil, no Oriente e em África partia para lá ficar, pelo que a característica marcante dessa gente era a da total ambientação aos quadros geográficos locais e regionais em que vivia. Como bem notou Antonie van Diemen, governador da Batávia holandesa nas décadas de 1630 e 1640, “a maioria dos portugueses na Ásia olham para estas terras como a sua pátria. Não pensam mais em Portugal e dirigem pouco ou nenhum comércio para [Portugal], contentando-se com o comércio asiático, como se fossem nativos dela e não tivessem outro país”. Daí que estes homens, transplantados para regiões distantes se casassem, construíssem as suas vidas, as suas aldeias, cidades, entrepostos, igrejas e hospitais como se aquelas tivessem sido sempre a sua pátria.
Alfons van der Kraan – “Anthony van Diemen: Patron of Discovery and Exploration, 1636-45”. In The Great Circle: Journal of the Australian Association of Maritime History, 2005.
Joao Paulo Esperanca
12 m ·