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“A Opus Dei proibiu 79 livros de autores portugueses. José Saramago, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, Vergílio Ferreira são alguns dos escritores censurados na lista de livros da Opus Dei, entre uma listagem de 33 573 livros proibidos, com diferentes níveis de gravidade. É precisamente nos três níveis mais elevados que se encontram estas 79 obras. Só José Saramago tem 12 livros censurados. “Caim”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “O Manual de Pintura e Caligrafia” e “O Memorial do Convento” são considerados os mais perigosos. O que está aqui em causa, deixando outras questões subjacentes, como a liberdade de pensamento, que aqui não está em causa, porque quem se subordina às regras da instituição abdica do que tem de abdicar em várias áreas da sua vida, e isso é do foro de cada um, é que, do ponto de vista legal, não há restrições sobre a criação desta lista, mas questiona-se até que ponto é legal um professor, membro da Opus Dei, recusar leccionar determinado autor porque consta na “lista negra” da organização deixando de “revelar” a obra do mesmo autor, a mando da Obra. Há, ainda, tantos machados que cortam a raiz ao pensamento! Saramago pode até parecer mais “inconveniente”, mas o Eça tem, de facto, uma linearidade de pensamento e uma lucidez e tal clarividência que as suas palavras podem “abrir” muitas alminhas. Que se querem bem fechadinhas.”

OPUS DEI