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Bibliografia Recomendada
NUNES, J. C. (1999) – A actividade vulcânica na ilha do Pico do Plistocénio Superior ao Holocénio: Mecanismo eruptivo e hazard vulcânico. Tese de doutoramento no ramo de Geologia, especialidade de Vulcanologia, Universidade dos Açores, 357 pp.
MADEIRA, J. (1998) – Estudos de neotectónica nas ilhas do Faial, Pico e S. Jorge: uma contribuição para o conhecimento geodinâmico da junção tripla dos Açores. Tese de Doutoramento no ramo de Geologia, especialidade em Geodinâmica Interna. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 428 p.
Ao longo da planície central de cones do vulcão até a costa leste, a paisagem é marcada por resquícios de crateras e cones cheios de lagos, e dominada pelo antigo vulcão do Topo. Geomorfologicamente, a ilha é composta por três unidades: [11] [12]
Vulcão Topo – Localizado no extremo sul da ilha, corresponde a um antigo vulcão escudo criado pela sobreposição de vários fluxos de lava e destruído pela erosão e deslizamentos de terra;
Planalto da Achada – Estendendo-se do lado leste da ilha até o estratovulcão, o Planalto da Achada é uma zona axial composta por respingos e cones de lava ao longo de uma crista montanhosa preenchida com crateras lacustres, matagal denso e florestas. Os cones nesta região são orientados ao longo de um eixo oeste-noroeste e sul-sudeste ao longo de um caminho de leste a oeste entre as outras estruturas vulcânicas;
Vulcão do Pico – Ocupa a porção oeste da ilha, e corresponde a um vulcão central com 2.351 m (7.713 pés) de altitude, criado por inúmeras erupções havaianas e estrombolianas . Ao longo de seus flancos existem diversos cones de lava e respingos que são formados ao longo de fraturas e falhas radiais.
Geralmente, as estruturas tectônicas da Ilha do Pico são orientadas ao longo de um eixo oeste-noroeste a leste-sudeste e um eixo nordeste a sudoeste. O eixo principal controla as estruturas principais, especialmente a montanha principal do Pico, enquanto os eixos secundários afectam as fracturas e falhas radiais ao longo da planície central e do vulcão oriental.
Semelhante às estruturas geomorfológicas descritas acima, os acidentes geográficos vulcânicos foram identificados por Madeira (1998) nas seguintes unidades: [13]
Complexo Vulcânico das Lajes – pertence às estruturas vulcânicas mais antigas, formadas por vulcões, lavas e destroços com idades compreendidas entre os 35 e 300.000 mil anos; compõe as estruturas da parte oriental da ilha, incluindo o antigo vulcão do Topo.
Complexo Vulcânico da Calheta de Nesquim – datado de há cerca de 230.000 mil anos, trata-se de uma zona fissural de cones e lavas basálticas, associada à Planície da Achada, e às inúmeras falhas ao longo do planalto central da ilha.
Complexo Vulcânico da Madalena – o complexo vulcânico mais recente, com erupções geológicas e históricas; inclui o estratovulcão basáltico do Pico, mas também muitos dos cones, falhas e campos de lava que circundam o cume de 2.351 metros.
A última erupção vulcânica (que é discutível) ocorreu em 1963, em uma pequena erupção submarina na costa noroeste (norte do Cachorro em Santa Luzia ). Antes disso, a maior atividade vulcânica era evidente em campos de lava gerados apenas nas áreas da Prainha (1562-64), Santa Luzia(1718), São João (1718) e Silveira (1720). Os caminhos dos fluxos de lava ainda são visíveis; as do século 16 e 1718 foram particularmente substanciais, estendendo-se por mais de 10 km. Hoje, a única evidência visível de vulcanismo ativo surge no cume do Pico, na base e interior do Piqueninho (o minipico do cume); existem emissões irregulares de fissuras nesta zona. Além disso, há emissões nos flancos orientais entre 1.500 e 2.000 metros de altitude. Também foram encontradas áreas de desgaseificação ao longo da falha associada à Lagoa do Capitão e outra no Vulcão Topo, bem como uma nascente rica em CO2 na zona da Silveira.
Fonte Wikipédia
Apontamento de muito interesse de Zilda França
University of the Azores
Na simulação de escoadas lávicas, utilizou-se o modelo probabilístico de máxima pendente (Dobran e Macedonio, 1992 e Macedónio, 1996) no qual é assumido (1) que a probabilidade do fluxo se des-locar de uma célula – centro eruptivo – para as oito circundantes é proporcional ao pendor; (2) que o fluxo não ocorre contra pendente sendo, então, neste caso a probabilidade nula e (3) que na determinação do pendor se deve somar, à altura topográfica da célula emissora, um factor correctivo – correcção de altura (hc) simulador do efeito da espessura da lava ou de efeitos da rugosidade do terreno (Macedónio, 1996). Estas simulações permitiram tirar algumas ilações sobre a perigosidade da ilha do Pico associada à ocorrência de escoadas lávicas. Da leitura das várias simulações apresentadas é possível concluir (1) que o pior cenário vulcânico corresponde a uma erupção com centro eruptivo no topo da Montanha; e (2) que as possíveis erupções associadas ao C.V. São Roque-Piedade poderão afectar as duas costas da ilha, embora as populações do litoral norte pareçam estar sujeitas a um maior perigo vulcânico. Julga-se necessário assumir, dada a experiência de campo e de laboratório, que na aplicabilidade destas simulações se deve ter em consideração, (1) o facto de as lavas do Pico serem de muito baixa viscosidade e de frequentemente no passado se terem deslocado através de tubos lávicos, o que facilita a sua progressão e possibilita que atinjam grandes distâncias e (2) o desmoronamento constante que se verifica a nível dos bordos da cratera permitindo uma maior dispersão radial das lavas em caso de uma erupção focalizada no topo do estratovulcão do Pico.
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