O POVO É SÁBIO! Osvaldo José Vieira Cabral

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Assim fala quem sabe:
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O POVO É SÁBIO!
O “furacão” Chega não funcionou desta vez.
Era o maior receio sentido nas sedes dos dois maiores partidos, porque o sucesso das candidaturas de cada um dependeria do comportamento do Chega, a pensar ainda no terramoto eleitoral de Maio passado.
No curto espaço de seis meses os eleitores voltaram à realidade local e provaram que a tradição ainda é o que era: o bipartidarismo mantém-se, também, nos Açores, dando uma vitória inequívoca ao PSD e um novo fôlego à liderança de Francisco César, que apesar dos sinais de continuado declínio (perdeu mais um município), conseguiu segurar as restantes (há quatro anos tinha perdido três).
O alívio dos resultados não apaga, no entanto, as perdas de votos de ambos os partidos.
No cômputo geral, o PSD perde quase 8 mil votos e o PS cerca de 10 mil, em comparação com as eleições de há quatro anos, uma erosão que devia preocupar os aparelhos partidários.
Nota relevante destas eleições é que os autarcas que se recandidatam reforçam a sua votação e a estratégia dos que terminam os três mandatos, saindo meses antes para dar lugar aos seus eventuais sucessores, funcionou na perfeição.
A única excepção foi Ponta Delgada, onde o PSD não reforçou a sua votação e perdeu a maioria absoluta, com muitas lições a retirar por Pedro Nascimento Cabral, obrigado a mudar a sua actuação para alcançar os devidos consensos numa Câmara agora quase ingovernável.
Neste particular o Movimento de Sónia Nicolau revelou-se um sucesso, logo à primeira vez, deixando o PS para um obscuro terceiro lugar e a confirmar que a estratégia socialista estava toda errada.
Se Sónia Nicolau humilhou o PS em Ponta Delgada, também é certo que o PS humilhou o PSD na Lagoa, comprovando a ambos os partidos que as escolhas dos candidatos, para os eleitores, não têm nada a ver com as fidelidades aos líderes.
Extrapolar o resultado destas eleições para a governação regional não é justo, mas é possível perspectivar que José Manuel Bolieiro vai ter mais dores de cabeça, porque os municípios importantes onde venceu com significativa perda de eleitores, como Ponta Delgada, Ribeira Grande ou Madalena, vão ser mais reivindicativos nos compromissos “esquecidos” pela governação regional (scut Ponta Delgada-Mosteiros, Avenida do Mar na capital do norte e ampliação da pista do Pico), juntando-se às continuadas reivindicações dos municípios socialistas, que também têm razões para se queixar.
Outra aspecto importante é que as expectativas imoderadas dos partidos nem sempre correspondem à realidade da noite eleitoral, como aconteceu com Vila Franca do Campo, em que o PSD estava convencido da vitória (a candidata Eugénia Leal tinha ganho as eleições para a Assembleia Municipal há quatro anos), o mesmo acontecendo com a Praia da Vitória, onde o PS esperava o sucesso da sua candidatura devido ao mandato problemático de Vânia Ferreira, fruto da herança ruinosa da anterior governação.
A nível de freguesias é de destacar as mudanças nas maiores em S. Miguel, nomeadamente a passagem de Rabo de Peixe para as mãos do PS ou dos Arrifes e Capelas para o PSD.
Notas positivas para os discursos dos líderes, com leituras moderadas e assertivas sobre os resultados e negativas para a contagem demorada dos votos nalgumas freguesias.
A desilusão da noite vai para a nova aplicação digital, criada pelo Governo Regional, para acesso aos resultados: nunca funcionou devidamente e muito mal concebida. É a imagem chapada da nossa administração regional.
Venham, agora, as presidenciais.
Osvaldo Cabral
(Açoriano Oriental, Diário Insular, Portuguese Times EUA, LusoPresse Montreal)
O POVO É SÁBIO!
O “furacão” Chega não funcionou desta vez.
Era o maior receio sentido nas sedes dos dois maiores partidos, porque o sucesso das candidaturas de cada um dependeria do comportamento do Chega, a pensar ainda no terramoto eleitoral de Maio passado.
No curto espaço de seis meses os eleitores voltaram à realidade local e provaram que a tradição ainda é o que era: o bipartidarismo mantém-se, também, nos Açores, dando uma vitória inequívoca ao PSD e um novo fôlego à liderança de Francisco César, que apesar dos sinais de continuado declínio (perdeu mais um município), conseguiu segurar as restantes (há quatro anos tinha perdido três).
O alívio dos resultados não apaga, no entanto, as perdas de votos de ambos os partidos.
No cômputo geral, o PSD perde quase 8 mil votos e o PS cerca de 10 mil, em comparação com as eleições de há quatro anos, uma erosão que devia preocupar os aparelhos partidários.
Nota relevante destas eleições é que os autarcas que se recandidatam reforçam a sua votação e a estratégia dos que terminam os três mandatos, saindo meses antes para dar lugar aos seus eventuais sucessores, funcionou na perfeição.
A única excepção foi Ponta Delgada, onde o PSD não reforçou a sua votação e perdeu a maioria absoluta, com muitas lições a retirar por Pedro Nascimento Cabral, obrigado a mudar a sua actuação para alcançar os devidos consensos numa Câmara agora quase ingovernável.
Neste particular o Movimento de Sónia Nicolau revelou-se um sucesso, logo à primeira vez, deixando o PS para um obscuro terceiro lugar e a confirmar que a estratégia socialista estava toda errada.
Se Sónia Nicolau humilhou o PS em Ponta Delgada, também é certo que o PS humilhou o PSD na Lagoa, comprovando a ambos os partidos que as escolhas dos candidatos, para os eleitores, não têm nada a ver com as fidelidades aos líderes.
Extrapolar o resultado destas eleições para a governação regional não é justo, mas é possível perspectivar que José Manuel Bolieiro vai ter mais dores de cabeça, porque os municípios importantes onde venceu com significativa perda de eleitores, como Ponta Delgada, Ribeira Grande ou Madalena, vão ser mais reivindicativos nos compromissos “esquecidos” pela governação regional (scut Ponta Delgada-Mosteiros, Avenida do Mar na capital do norte e ampliação da pista do Pico), juntando-se às continuadas reivindicações dos municípios socialistas, que também têm razões para se queixar.
Outra aspecto importante é que as expectativas imoderadas dos partidos nem sempre correspondem à realidade da noite eleitoral, como aconteceu com Vila Franca do Campo, em que o PSD estava convencido da vitória (a candidata Eugénia Leal tinha ganho as eleições para a Assembleia Municipal há quatro anos), o mesmo acontecendo com a Praia da Vitória, onde o PS esperava o sucesso da sua candidatura devido ao mandato problemático de Vânia Ferreira, fruto da herança ruinosa da anterior governação.
A nível de freguesias é de destacar as mudanças nas maiores em S. Miguel, nomeadamente a passagem de Rabo de Peixe para as mãos do PS ou dos Arrifes e Capelas para o PSD.
Notas positivas para os discursos dos líderes, com leituras moderadas e assertivas sobre os resultados e negativas para a contagem demorada dos votos nalgumas freguesias.
A desilusão da noite vai para a nova aplicação digital, criada pelo Governo Regional, para acesso aos resultados: nunca funcionou devidamente e muito mal concebida. É a imagem chapada da nossa administração regional.
Venham, agora, as presidenciais.
Osvaldo Cabral
(Açoriano Oriental, Diário Insular, Portuguese Times EUA, LusoPresse Montreal)

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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