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A Azores Wine Company dispensa apresentações. Esta jovem empresa do Pico tem sido responsável por grande parte da recuperação de vinhas abandonadas em várias zonas da ilha ao longo dos últimos anos (cerca de 125 hectares) e com os seus galardoados vinhos tem elevado o Vinho do Pico a patamares elevados. No coração de uma dessas vinhas recuperadas (Cais do Mourato, Madalena) foi recentemente inaugurada a sede da Azores Wine Company, que compreende a adega, sala de eventos, alojamentos turísticos e o restaurante. O restaurante promete elevar o patamar gastronómico no Pico. Fomos conhecê-lo com o Filipe Rocha, um dos 3 sócios fundadores da empresa.
O Restaurante da Adega Azores Wine Company abriu recentemente ao público neste mês de julho de 2021. O que dá alma ao restaurante?
Filipe Rocha: A alma do restaurante está nos vinhos, na incrível paisagem envolvente, no edifício, e também em todos os que de forma mais ou menos visível trabalham para criar uma experiência gastronómica única e memorável.
Quem está no mundo dos vinhos tem muitas vezes também uma grande ligação à gastronomia e restauração, e assim acontece com os 3 sócios da empresa (António Maçanita, Filipe Rocha e Paulo Machado).
Fui Diretor da Escola de Hotelaria de S. Miguel durante 12 anos, e tenho naturalmente uma relação muito forte com o sector. Sabemos bem o conceito e a experiência que queremos dar a quem nos visita. No enoturismo contamos com uma equipa que é liderada pela Judith Martin. No restaurante contamos com a criatividade e competência técnica do José Diogo Costa, um jovem chef nascido na Madeira, que tem viajado pelo mundo, e com o seu braço direito, Angelina Pedra, natural de S. Miguel, e formada na EFTH. Na sala, o bom serviço é garantido pela jovem Inês Vasconcelos, natural do norte de Portugal, e também com muita experiência internacional.
Quando surgiu a ideia para este projeto? A ideia de investir na área da restauração surgiu naturalmente com o projeto da nova adega?
O projeto da nova adega da Azores Wine Company começa a ser desenhado em 2015. Foram 3 anos de projeto, mais 2 anos de obra, e um ano de interregno durante a pandemia… Desde o início a adega da Azores Wine Company foi pensada e projetada para ser um espaço que para além de industrial, fosse uma referência e um marco para começar uma nova era no enoturismo nos Açores. Por isso, tem alojamento, sala de provas e restaurante.
Fale-nos um pouco sobre a carta e as origens dos ingredientes. Quais as vossas apostas, qual o vosso conceito? O que tem o Pico de bom (gastronomicamente falando) e como tiram partido disso?
O nosso restaurante tem 2 tipos de experiências. Por um lado, o menu de degustação, com 6 pratos e diferentes harmonizações de vinhos. Uma experiência única, onde todos os convidados se sentam à volta de uma mesma mesa de partilha, com vista sobre as vinhas, o mar e as ilhas de S. Jorge e Faial.
Por outro lado, um Menu ao Balcão. No nosso restaurante tudo gira em torno de uma cozinha aberta à volta da qual se servem ao balcão pratos simples e de partilha, acompanhados por uma boa seleção de vinhos a copo.
Os pratos são sobretudo com base em produtos locais, mas de inspiração diversa, que nos fazem viajar pelo mundo…
O objetivo principal é a harmonização com os vinhos produzidos pela Azores Wine Company?
Claro que sim! Os clientes terão acesso a uma boa lista de vinhos, com algumas novidades e outros vinhos de colheitas mais antigas, que já não se encontram facilmente no mercado. Para além disso, temos ainda vinhos das nossas adegas irmãs Fita Preta (Alentejo) e Maçanita Irmãos & Enólogos (Douro).
O mercado alvo é o Turista que visita a ilha? Estando a vossa porta aberta todo o ano, há receios em relação aos meses de inverno (sazonalidade), ou estão preparados para essa eventualidade?
O mercado-alvo são todos os que gostam de uma boa experiência de vinhos e comida! Todos aqueles que procuram uma cozinha contemporânea em que a harmonização com os vinhos tem particular destaque, e todos os que gostam de vinho, e procuram uma experiência mais vasta, num ambiente moderno e descontraído. Naturalmente que no Inverno há muitos menos turistas, e estes são uma parte importante da nossa clientela. Mas também acreditamos que o enoturismo não tem época, e podemos estender ao longo do ano a nossa operação.
Que desafios encontram enquanto empresários do sector do turismo?
Neste momento, os grandes desafios são colocados sobretudo pelo impacto que ainda se faz sentir da pandemia.
Todas as limitações, próprias ou impostas, à circulação das pessoas. Por outro lado, acreditamos que é um momento passageiro e que, num futuro próximo, haverá um incremento no turismo. O maior desafio para o Pico e para os Açores em geral é conseguirem aproveitar os muitos pontos positivos que têm, mas continuarem a subir o nível de qualidade, quer na oferta, quer no serviço.
Que dificuldades sentem no que toca aos recursos humanos? A vossa equipa é composta por quantas pessoas?
No Açores em geral, e fora dos maiores centros em particular, há grandes carências de recursos humanos. De base, porque as ilhas têm pouca população. Mas também porque o turismo é uma atividade recente, para a qual quase não existem recursos humanos qualificados. Num projeto como este, é inevitável recorrer a mão-de-obra externa. No total, na Azores Wine Company, somos 35 pessoas. Mas apenas 7 estão ligadas ao enoturismo (alojamento, provas de vinhos e restaurante).
Como vê a evolução do turismo na ilha do Pico?
O Pico é uma das ilhas com maior potencial para o turismo, quer pela dimensão, quer pela diversidade de oferta, desde a montanha, à riqueza da história da baleação agora transformada em whale watching, quer naturalmente pelo sector do vinho. Em particular em relação ao vinho, muito foi feito nos últimos anos, quer ao nível da recuperação de vinhas, quer de aumento de qualidade dos vinhos, quer de novos produtores no mercado, todos com grande qualidade. É isso que vai tornar o enoturismo mais forte e cada vez mais importante para a ilha.
Associado ao Restaurante e à Adega abriu também o alojamento turístico? Quais as características do alojamento e que experiências pretendem transmitir a quem vos visita, com a conjugação das 3 valências?
O alojamento na adega está a funcionar desde o início do mês! Temos 5 quartos e um apartamento T2. São unidades confortáveis, inseridas dentro do edifício da adega. É uma verdadeira adega do Pico! Um local onde se produz vinho, onde se partilha pratos e vinhos à volta de uma mesa, e onde também se pode dormir!
Têm outros projetos em mente? Sentem-se pessoas realizadas?
Este é um grande projeto para uma empresa da nossa dimensão, e que conta apenas com os poucos recursos próprios dos 3 sócios, mas que conta sobretudo com uma grande capacidade de trabalho e engenho de uma extraordinária equipa!
Estaremos realizados quando os Açores se voltarem a afirmar como uma das grandes regiões de vinhos do mundo!
Horário de funcionamento do Restaurante?
O restaurante funciona apenas de 5ª a Domingo ao jantar. Aconselha-se reserva (292 241 840 / 918 266 989), pois são lugares limitados. Os contactos são Azores Wine Company, Rua do Poço Velho, 34, Bandeiras, 9950-054 Madalena – Pico, ou http://www.azoreswinecompany.com/
https://www. facebook.com/azoreswinecompany
(Diário dos Açores de 08/08/2021)
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- Luisa CâmaraOxalá que o entusiasmo não estrague esta lindíssima ilha.
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- Jorge Almeida E SousaÉ um a ilha espectacular e que está a fazer as coisas bem feitas : Bom alojamento local; pequenas e charmosas unidades turísticas e excelente restauração . Esta adega é um exemplo de bom gosto e de enquadramento paisagístico. A juntar a tudo isto, são …See more
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