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Entregues a déspotas !
Quem é quem na alegada “teia” socialista de Reguengos de Monsaraz?
Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos acusaram o aparelho socialista de ter responsabilidades diretas na gestão do lar de Reguengos de Monsaraz. Quatro membros do Conselho de Administração e o diretor regional de saúde são do PS
A acusação partiu do PSD de Rui Rio e foi esta terça-feira reforçada pelo CDS de Francisco Rodrigues dos Santos: à boleia dos factos imputados pela Ordem dos Médicos à administração do Lar de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas vítimas de Covid-19, sociais-democratas e democratas-cristãos apontaram baterias ao poder local e exigiram intervenção imediata de António Costa. O PSD denunciou uma alegada “teia de relações partidárias”, que resulta da “ocupação generalizada das estruturas da administração local e regional por parte do PS” em proporções “insuportáveis”; o CDS aumentou hoje a pressão: “Exige-se a António Costa que meta na ordem o seu Governo e o PS. Portugal não tem donos, o PS não é o Dono Disto Tudo”.
O lar de Reguengos de Monsaraz está sob a alçada da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), que, desde a sua criação, e por vontade da fundadora, tem como membros do conselho de administração o presidente da câmara em funções, um representante da Santa Casa de Misericórdia local e um representante da Junta de Freguesia. Há ainda outros dois membros do conselho de administração que são escolhidos entre “pessoas de reconhecido mérito na comunidade”.
Ora, José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz desde 2009, é, por inerência, presidente do conselho de administração da Fundação. No início de agosto, quando já era de conhecimento público de que o lar estava a ser investigado, o autarca deu uma entrevista à “Rádio Campanário” em que refutava todas as acusações de más práticas. “Não me distraí com acusações infundadas pois se o fizesse não estaria a prestar um bom serviço aos reguenguenses”, afirmou.
Contactado pelo Expresso, o gabinete de imprensa da Câmara de Reguengos de Monsaraz informou que Calixto se encontrava de férias, remetendo para o comunicado enviado pela Fundação, onde se garante que “a Instituição fez tudo o que estava ao seu alcance e dentro das suas competências para salvar vidas humanas”.
Uma das pessoas de “reconhecido mérito na comunidade” escolhida para integrar o conselho de administração é Ana Paixão Duarte, que tem funções executivas na fundação. Ana Duarte que é presidente da Assembleia Municipal de Reguengos de Monsaraz depois de ter sido eleita pelo PS.
Também Joaquim José Passinhas, autarca socialista durante várias décadas e membro da Assembleia Municipal, foi escolhido para o conselho de administração da fundação por “reconhecido mérito na comunidade”.
António José Medinas, ex-presidente da Junta de Freguesia e atual presidente da Assembleia de Freguesia de Reguengos de Monsaraz, também ele socialista, faz igualmente parte do conselho de administração. Tal como Manuel António Galante, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, que, em 2015, foi absolvido dos crimes de que estava acusado (maus tratos e sequestro agravado, por omissão), ocorridos num lar para crianças e jovens que também pertencia à Fundação – a psicóloga que dirigia a instituição foi condenada a uma pena de nove anos de prisão efectiva pelos crimes de abuso sexual continuado de menor dependente, maus tratos e peculato.
Outro dos intervenientes neste processo foi o socialista José Robalo, Diretor da Administração Regional de Saúde, que iniciou a sua atividade política em 2000, ano em que foi nomeado coordenador da Sub-Região de Saúde de Évora pelo Governo de António Guterres. O mesmo que na segunda-feira admitiu ao Expresso ter ameaçado com processos disciplinares os médicos que denunciaram falta de condições no lar.
(Miguel Santos Carrapatoso – Expresso)

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