O desperdício da fome josé soares

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Peixe do meu quintal

 

O desperdício da fome

 

A edição de 2022 do relatório The State of Food Security and Nutrition in the World (Sofi) [Situação da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo – disponível somente em inglês] apresenta atualizações sobre a situação da segurança alimentar e nutricional em todo o mundo, incluindo as estimativas mais recentes do custo e acessibilidade de uma alimentação saudável. O relatório também analisa maneiras pelas quais os governos podem redirecionar apoios à agricultura para reduzir o custo de alimentos saudáveis, levando em consideração a disponibilidade limitada de recursos públicos em muitas partes do mundo.

O relatório foi publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em conjunto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cerca de 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021 – 46 milhões a mais em relação ao ano anterior e 150 milhões a mais desde 2019.

Depois de permanecer relativamente inalterado desde 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome saltou em 2020 e continuou a aumentar em 2021, para 9,8% da população mundial, em comparação com 8% em 2019 e 9,3% em 2020.

Cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo (29,3%) estavam em insegurança alimentar moderada ou grave em 2021 – 350 milhões a mais em relação a antes do início da pandemia de covid-19. Quase 924 milhões de pessoas (11,7% da população global) enfrentaram insegurança alimentar em níveis graves, um aumento de 207 milhões em dois anos.

 

“A União Europeia desperdiça mais alimentos do que aqueles que importa, contribuindo para o agravamento da segurança alimentar, segundo um relatório da organização Feedback EU. Considerando a crise climática e o aumento do custo de vida na Europa, os ambientalistas consideram “um escândalo” o desperdício de milhões de toneladas de produtos alimentares todos os anos.

“Reduzir a perda e o desperdício de alimentos é uma das ações mais importantes que podemos tomar para combater a crise climática e melhorar a resiliência do nosso sistema alimentar”, começa por referir o relatório No Time to Waste.

O desperdício alimentar “é um desafio global” com impactos a nível ambiental, social e económico para todos os países e regiões, incluindo na União Europeia – cujo desperdício alimentar representa pelo menos seis por cento das suas emissões totais e custa mais de 143 mil milhões de euros por ano.

De acordo com as conclusões da Feedback EU, são desperdiçadas cerca de 153 milhões de toneladas de alimentos na UE todos os anos, o dobro das estimativas anteriores e 15 milhões de toneladas a mais do que é importado. Só a quantidade de trigo desperdiçada apenas no bloco comunitário é igual a cerca de metade das exportações de trigo da Ucrânia e um quarto das outras exportações de cereais da UE.”

A média de desperdício por ano e por habitante, na UE, é de 173 quilos, abaixo dos 183 quilos que os portugueses desperdiçam.

 

jose.soares@peixedomeuquintal.com

 

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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