o código dos piratas

Como muitas outras coisas, o Código dos Piratas foi inventado por um português, Bartolomeu.
Não sabemos se visitou a Boca do Inferno, onde o vento parece uivar aos que caíram em desgraça, como os corsários que já rondavam essas águas, nem o que mais fez em Portugal antes de partir para as Caraíbas.
Para os menores de 20 anos, o código deve ter sido inventado por Johnny Depp em Piratas das Caraíbas. Mas não. Tudo indica que foi, é claro, uma ideia de portugueses, de Bartolomeu Português, um bucaneiro que operava nas Caraíbas por volta de 1600.
Foi pirata ou corsário. Capturou um grande navio espanhol na costa de Cuba com 70.000 peças de oito (moedas de prata de 8 reais, ou 1 dólar espanhol) e muito cacau (real, mesmo).
Na rota para Port Royal, na Jamaica, foi detido pelos espanhóis. Conseguiu escapar, e nadou até a costa e caminhou na selva durante mais de 180km até chegar a El Golfo Triste, no Yucatán. Que nome.
Conseguiu depois regressar a Port Royal, onde armou um barco, e voltou a Campeche, no Golfo do México, e capturou o navio onde estivera preso. Mas o navio encalhou, a carga e muitos tripulantes perderam-se, e Bartolomeu voltou a Port Royal, uma última vez antes de nunca mais ser visto.
Deixou um legado, o Código dos Piratas, uma lista de regras muito mais estritas e puritanas do que a imginação atribui aos piratas. Determinava a disciplina, a divisão de saque, a remuneração, as regras de alimentação e bebida e inclusive a proibição de jogar cartas a dinheiro. Não estaria muito longe das regras das companhias de mercenários que hoje atuam em África ou na Ucrânia
Os piratas tinham de assinar o documento, (ou deixar a sua marca se fossem analfabetos). Ficavam mais expostos à lei e mais impiedosos na resistência. Eram piratas, afinal.
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Kaleo Dornaika Guaraty

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