O barómetro da Madeira

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Peixe do meu quintal José Soares

 

O barómetro da Madeira

 

Das eleições para o parlamento madeirense, nova vitória do centro-direita liderado pela sucursal insular do Partido Social Democrata de Miguel Albuquerque. Nada de novo, portanto, no xadrez inalterável da Madeira depois quase cinquenta anos. Mais uma vez aliada ao CDS, que desta forma ficará a flutuar em dois parlamentos: Açores e agora Madeira. As únicas sucursais CDS a governar em todo o país.

As réstias do verão quente de 1975 – os promotores de ditaduras de extrema-esquerda (tão radicais e populistas como o Chega) – ficarão pelo esquecimento das bruxas. Os comunistas já estão extintos, mas ainda não se deram conta disso. O seu prazo de validade há muito que expirou. Todos os seus principais membros sabem disso, mas só não desistem por vergonha, ou porque não sabem fazer mais nada na vida.

Temos o BE, que tenta continuar a desviar eleitorado aos comunistas e aos socialistas. Na Madeira do presente contexto, tem sido fácil dada a enorme fraqueza dos socialistas. Estes nunca souberam eleger alguém com suficiente carisma para atrair um eleitorado que está solidificado em basalto social-democrata.

Nos últimos dias de campanha, pudemos assistir a um partido socialista completamente em pânico, desvairado diante de mais uma estrondosa derrota. A culpar tudo e todos, menos a si próprio.

A frase do atual presidente Miguel Albuquerque, foi fácil: “Não governarei sem uma maioria absoluta”. Ou seja: Perante a perspetiva de vitória limitada, Albuquerque limitou-se a dizer aos indecisos: Ou votam em mim, ou procuram outro. Amedrontando muitos que vão preferir votar nele, mesmo a contragosto, sabendo que a certeza de estabilidade governativa, aliada à longa experiência do PSD nos sucessivos governos na Madeira se sobrepõe às incapacidades demonstradas pela oposição.

Os madeirenses elegeram pela 13.ª vez os governos liderados pela sucursal do PSD à Assembleia Legislativa da Madeira, neste setembro de 2023. Desde 1976, os sociais-democratas venceram onze eleições legislativas com maioria. Claro que estes resultados só demonstram a facilidade de controlar dois territórios – Porto Santo e Madeira – ao contrário dos nove territórios dos Açores. Mas se existe manipulação, onde está a capacidade da oposição para desmantelar esta estagnação ideológica?

Sérgio Gonçalves é o décimo líder da sucursal Socialista na Madeira, eleito no dia 19 de fevereiro de 2022 com 1.095 votos, correspondendo a 98,6%. Mais uma vez, a estratégia programada para derrotar o PSD abortou, atirada para o “Curral das Freiras” para outro exílio de mais um mandato.

Em 2019, o PSD perdeu pela primeira vez a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, que detinha desde 1976. Elegeu 21 deputados e formou um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS elegeu 19 deputados, o JPP três e o PCP um.

Quanto às franjas radicais, tanto da extrema-esquerda como da extrema-direita, os resultados não foram os desejados pelos populismos de ambos os lados. Abaixo de modestos.

As eleições na Madeira servem para provar que, o Chega ameaça, mas não vinga. O eleitorado é mais inteligente, mais digitalizado, mais bem preparado para interagir entre si, para mal de muitos políticos.