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A ALEMANHA TEM UM NOVO PARTIDO (BSW) QUE QUER SER O “PARTIDO DO POVO”
Alemanha mais pluripartidária e com ela a Europa
O Cenário político está a mudar-se e a mudar a Europa também na paisagem partidária. Dissidentes do partido “A Esquerda” formaram um novo partido em torno de Sahra Wagenknecht e também dissidentes da CDU (União Democrática Cristã) preparam a formação de um novo partido: o partido de Hans-Georg Maaßen como alternativa à AfD (Alternativa para a Alemanha, partido político populista de direita na Alemanha).
A ex-política de esquerda Sahra Wagenknecht fundou o novo partido BSW (Aliança Sahra Wagenknecht) em 8 de janeiro de 2024. Isso aconteceu depois de um grupo de deputados (10) ter deixado o Partido de Esquerda com ela e assim o Partido de Esquerda perdeu repentinamente os direitos de fração de esquerda no parlamento e os apoios financeiros a que tinha direito como Grupo parlamentar (De 38 deputados passou a ter só 27). O partido de Wagenknecht integra nele princípios da esquerda e da direita…
Wagenknecht, de 54 anos, vê no partido “o potencial para mudar fundamentalmente o espectro dos partidos alemães e, acima de tudo, para mudar fundamentalmente a política no nosso país”.
O objetivo é “empregos bem remunerados e segurança social, investimentos em um “sistema de preços justos”, na educação e infraestruturas.
O partido é contra o fornecimento de armas à Ucrânia e apela a negociações de paz imediatas, é contra movimentos extremistas do género, contra o excesso de migração (migrantes como concorrentes por benefícios sociais, empregos e habitação) e contra os carros a combustão…
O novo partido BSW conseguirá para si um pedaço do bolo da AfD. Por outro lado, cria um pouco de paz nos partidos do arco do poder que se viam ameaçados pela ascensão acentuada da AfD que era na Alemanha a única oposição ao governo e nas sondagens atuais contava com 34%…
António CD Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8945
ALEMANHA – UM PAÍS EM TURBULÊNCIA
Várias Greves paralisam a República entre elas a dos Agricultores
O governo federal precisa de dinheiro para moldar a política no mundo e para transformar também ideologicamente a própria sociedade; por isso tem tomado medidas restritivas em vários sectores da sociedade e quis abolir os subsídios ao gasóleo dos agricultores…
Na Europa atual, as regulamentações são impostas de cima, mais pela ideologia do que pelos especialistas. Os agricultores estão indignados e ao lado de outros atores doutros sectores movimentam os ânimos de todo o país com manifestações com os seus tratores (com a maioria da população a apoiar a manifestação). Há acusações de representantes do governo alemão de que as manifestações dos agricultores estão a ser infiltradas por extremistas de direita. Mas isto foi contradito pelos organizadores das manifestações atendendo ao bom andamento das mesmas. A acusação de extremismo de direita é regularmente utilizada pelo sistema quando faltam argumentos factuais que justifiquem o seu agir (embora pequenos grupos de extremistas de direita e também de esquerda tentem, por vezes, perturbar manifestações pacíficas e abusar delas no sentido dos seus próprios fins). Também durante a crise do coronavírus, os críticos das medidas anti Corona foram rotulados de “direitistas” e “inimigos da democracia”. Os cidadãos já perceberam isso e não se deixam impressionar; muitos deles retiram-se para as suas vidas privadas.
Quer a falta de objetividade em afirmações de atores governamentais, quer o tipo radical e agressivo de pequenos grupos, provoca receios infundados entre a população que a leva a apelar por um Estado autoritário…
O governo alemão quer redirecionar imensos fundos públicos para implementação da indústria militar, tecnologias de ponta e outros sectores de futuro como o energético, sector importante para indústrias viradas para a exportação…
Um fenómeno novo que se observa em iniciativas cívicas e no acompanhamento de manifestações é o radicalismo acompanhante. Manifestantes chegam a paralisar o país como é o caso de: protestos de agricultores, greves de maquinistas da ferrovia, “a última geração”, etc…
A partir de agora, os agricultores teriam de pagar a taxa normal de imposto de 47,07 cêntimos por litro sobre o gasóleo. No entanto, podem solicitar um retorno de 21,48 cêntimos por litro consumido.
Na Europa, segundo apresenta o diário HNA 8 de janeiro de 2024, existem diferentes taxas de imposto para o gasóleo agrícola: Na Holanda, os agricultores não recebem quaisquer descontos e pagam a taxa integral de 52 cêntimos por litro. A França subsidia com 18,8 centavos por litro. Na Polónia, os agricultores não têm descontos, pagam 33,4 cêntimos por litro. Na Itália é de 13,6 cêntimos por litro, em Espanha de 9,7 cêntimos e na Dinamarca de 7,1 cêntimos por litro. Na Bélgica não existe qualquer imposto sobre o gasóleo agrícola. Com a restituição do imposto, na Alemanha os agricultores pagam 25,56 cêntimos por litro…
Em 2020 havia 263.500 explorações agrícolas e há 25 anos havia mais do dobro delas…
Em 2022, sete mil milhões de euros do fundo agrícola da UE foram canalizados para a agricultura e a pesca alemãs.
Os subsídios da UE representaram cerca de 57% do total de subsídios pagos à empresa em 2021/2022. O restante dos subsídios pertence aos governos federal e estaduais…
A segurança e a agricultura são a base de um Estado soberano, razão pela qual também a agricultura deveria ser protegida pelos políticos.
António CD Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8942