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COM OBAMA III, AO QUE VEM O “HEGEMON” Posted: 21 Apr 2021 01:18 PM PDT Martinho Júnior, Luanda O IMPÉRIO COLONIAL BRITÂNICO, QUE EM ÁFRICA TEVE EXPOENTE E GEOSTRATÉGIA EM CECIL JOHN RHODES, ANIMA AINDA A ESTEIRA DO DOMÍNIO DOS FALCÕES DO “ESTADO PROFUNDO”! O “hegemon” mesmo com as doutrinas de Rumsfeld/Cebrowski e agora a rotulada de Joe Biden, (https://www.voltairenet.org/article212605.html) faz reaproveitamentos na esteira das culturas imperiais do colonialismo anglo-saxónico que advêm dum passado preenchido praticamente desde o início da Revolução Industrial. Em relação a África, ultraperiférica e condenada a “eterna” fornecedora da matérias-primas e mão-de-obra barata (na verdade, em muitos lugares, “meio-escravizada”) as geoestratégias de Cecil John Rhodes constam nesse tipo de reaproveitamentos, que se evidenciam quando o Partido Democrata ganha as eleições e assume o poder, nos termos modernos sobretudo desde a administração de Bill Clinton, ele próprio um “Rhodes Scholarship” que chegou a ser Governador do único estado com diamantes no vasto território dos Estados Unidos, o Arkansas!… Associando-se intimamente à exploração de minérios pelo miolo sul-norte do continente africano desde a formação da British South Africa Comopany, o dominante “lóbi” dos minerais tornou-se suporte do Partido Democrata, ganhando dimensionamento com as explorações minerais em função dos interesses dos Rockefeller, Rothschield e suas multinacionais, conjugadas com outras, a que o próprio Cecil John Rhodes deu origem ou inspirou desde a África do Sul: De Beers, Anglo-American, Lonrho… Em pleno século XXI e na sua segunda década, o partido da guerre do hegemon” é o partido da guerra sem fim”! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/12/04/siglos-de-plomo/).
01- O “hegemon” foi duma forma ou de outra mas particularmente com a agilidade e funcionalidade das poderosas casas bancárias da aristocracia financeira mundial, ganhando em África incontornável espaço, (http://www.bilderberg.org/; https://isgp-studies.com/pim-fortuyn-assassination) não só na África do Sul, mas na enorme placa central que é a bacia vital do Congo, aproveitando o facto de ser o Rei Leopoldo II da Bélgica, o primeiro potentado a ficar com o bolo, sujeitando os autóctones à opressão e repressão numa tal escala que perfilhou um imenso e terrível genocídio de que o Congo jamais se recompôs…. (https://www.thenation.com/article/archive/americas-early-role-congo-tragedy/; https://www.hypeness.com.br/2020/06/rei-leopoldo-ii-responsavel-pela-morte-de-15-milhoes-na-africa-tambem-teve-estatua-removida-na-belgica/). … Jamais se recompôs por que o domínio passou da opressão e repressão extremada para um caos colonial ou neocolonial contínuo, onde apenas nos poucos territórios meio-urbanizados e nos territórios onde se faziam as explorações minerais (onde as multinacionais estavam implantadas), estava garantida alguma segurança para a mão-de-obra colonizada, como se fossem malparadas ilhas num mar de miserável agitação e constante pressão, extensiva a imensos territórios rurais com comunidades de culturas sedentárias, ou em vias de o ser, instaladas cada vez mais em terras de baixa qualidade (as de boa qualidade eram ocupadas pelas entidades colonizadoras). (https://afreekasite.files.wordpress.com/2017/12/neocolonialismo-kwame-nkrumah-ilovepdf-compressed-1.pdf; https://www.congoforum.be/Upldocs/3%20Le%20Temps%20des%20H%C3%A9ritiers.compressed.pdf). A bacia do Congo (https://www.worldwildlife.org/places/congo-basin; https://whc.unesco.org/en/conservation-congo-basin/) de há muito (antes da implantação das potências coloniais por via da Conferência de Berlim em finais do século XIX e da chegada das multinacionais mineiras) era alvo de pressão humana: em busca de segurança e espaço vital sucediam-se as migrações “compulsivas” (em busca de melhores condições de vida, de sobrevivência só possível com espaço garante de água e de vida) das regiões com culturas de nomadização, próprias dos maiores desertos quentes do globo (Sahara e Sahel), situados a norte. (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/07/memoria-cinco-dum-sempre-actual.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2018/12/mais-de-cem-anos-volvidos-ainda-o.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/08/fluxos-contemporaneos-de.html; https://isgp-studies.com/1001-club-of-the-wwf). Com a instalação das multinacionais mineiras, o recrutamento de mão-de-obra interferiu na migração para dentro do Congo (que tinha rarefacção humana perante as novas necessidades), estendeu-se inclusive ao Ruanda, ao Burundi, à Zâmbia e a Angola, com padrões de saúde desumanos, próprios do colonialismo! (https://fr.wikipedia.org/wiki/Union_mini%C3%A8re_du_Haut_Katanga). A Bélgica e o Luxemburgo foram plataformas para a aristocracia financeira mundial (enlaces Rothscield e Rockefeller), desde os Estados Unidos e por via de entidades como por exemplo, a Société Générale Belgique!… (https://fr.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%A9t%C3%A9_g%C3%A9n%C3%A9rale_de_Belgique; https://plus.lesoir.be/278400/article/2020-02-07/un-empire-digne-de-rockfeller; http://www.bilderberg.org/bilder.htm#pepis). Esse tipo de sociedades, com o cortejo de actividadesw a elas adstritas, penetraram na exploração e transporte de minérios em África (Congo, Zâmbia e África do Sul como principais alvos), em proveito de suas usinas nas metrópoles neocoloniais até aos nossos dias!… (https://www.societegenerale.lu/fr/societe-generale-luxembourg/communiques-presse-actualites/news-details/news/lance-fonds-deinvestissement-partenariat-avec-rockefeller-financial/; https://www.lesechos.fr/2008/06/la-societe-generale-entre-au-capital-de-rockefeller-511432). Com a exploração mineira desenfreada, essa tendência para o “caos endémico” aumentou e estendeu-se de forma “informal”, anárquica, caótica, o que impôs ao Congo uma desestabilização contínua, “larvar”, que chegou aos nossos dias, quantas vezes com amplos recursos a mercenários, as modernas “private militar companies” (https://etd.ohiolink.edu/apexprod/rws_etd/send_file/send?accession=miami1376054002&disposition=inline; https://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/rescaldos-dos-fantasmas-do-rei-leopoldo.html). Essa tendência tornou-se mais gritante por todo o leste, em particular nos dois Kivus, quando com as novas revoluções tecnológicas, outras matérias-primas passaram a ser alvo de extracção mineral desenfreada e anárquica, quando a população flutuante, uma parte dela chegada de recente data, estava em vias de se instalar. (https://www.challenges.fr/entreprise/alliance-entre-la-societe-generale-et-rockefeller_372316; http://www.pole-institute.org/archive-poleInstitute/sites/default/files/regards15_eng.pdf; https://www.magd.cam.ac.uk/system/files/2020-08/the_political_economy_of_super-exploitation_in_congolese_mineral_mining_-_peter_peckard_prize_2020_-_owen_dowling.pdf). Por essa razão, os Grandes Lagos tornaram-se num enorme vulcão humano e as porosas fronteiras, abarcando a República Democrática do Congo, a República Centro-Africana, o Sudão, o Sudão do Sul, o Uganda, o Ruanda, o Burundi e até a Tanzânia, adicionavam ainda mais instabilidade humana, com constantes fluxos de comunidades em deslocamento, quantas vezes fugindo desesperadamente às tensões, aos conflitos, às rebeliões e às guerras! (https://paginaglobal.blogspot.com/2020/04/a-vulnerabilidade-cronica-e.html; https://reliefweb.int/report/democratic-republic-congo/coltan-and-conflict-drc; https://www.accord.org.za/conflict-trends/rebellion-conflict-minerals-north-kivu/). 02- O Embaixador que os Estados Unidos colocaram agora no posto em Angola, é um fruto de todo esse imenso cadinho histórico e antropológico que advém do passado colonial e neocolonial, tanto de feição e conveniência do “hegemon”. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/05/reconversion-estrategica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar/). Em adição é necessário também não esquecer que foi a 19 de Maio de 1993 que os Estados Unidos, por via da administração democrata de Bill Clinton, acabou por reconhecer formalmente o estado angolano, formatado aliás desde os Acordos de Bicesse (31 de Maio de 1991) e assumido em novo formato a partir da inevitável Lusaka (Protocolo de Lusaka, de Novembro de 1994). (https://www.hrw.org/legacy/portuguese/reports/angopor/entirebook-02.htm). Tulinabo Salama Mushingi é o primeiro Embaixador nascido em África, precisamente no Kivu do Sul, (https://www.sudkivu.cd/gouv/; https://en.wikipedia.org/wiki/South_Kivu) que tendo-se naturalizado estado-unidense foi colocado em postos diplomáticos representativos dos Estados Unidos no continente africano! (https://uviraonline.com/personnalite-dr-tulinabo-salama-mushingi-originaire-du-du-sud-kivu-et-ambassadeur-extraordinaire-et-plenipotentiaire-des-etats-unis-damerique-aupres-du-burkina-faso/; https://www.voaportugues.com/a/novo-embaixador-americano-em-angola-nasceu-em-%C3%A1frica-/5855556.html). Migrando para os Estados Unidos, a sua trajectória indicia o seu próprio aproveitamento na direcção de África, numa altura em que tinha sido lançado, de fresca data, o Comando África do Pentágono, o Africom, a quem ele está, como todos os outros Embaixadores dos Estados Unidos em África, conectado. (https://www.africom.mil/; https://isgp-studies.com/pilgrims-society-us-uk#rockefeller-cia). Na biografia sucinta publicada pelo Jornal de Angola consta o seguinte: “Segundo nota da Casa Branca, o sucessor de Nina Maria Fite em Angola é um veterano diplomata de carreira, com a categoria de conselheiro. Antes do actual posto em Dakar e Bissau, Mushingi foi embaixador no Burkina Faso e chefe adjunto da Missão dos Estados Unidos em Addis Abeba, Etiópia. Exerceu, também, funções de topo no Departamento de Estado e esteve colocado em representações diplomáticas norte-americanas em Dar-es-Salaam (Tanzânia), Casablanca (Marrocos), Moçambique e Malásia. Doutorado pela Georgetown University, Mushingi é licenciado pela Howard University, além de graduado pelo Instituto Superior de Educação de Bukavu, República Democrática do Congo (RDC), seu país natal. Segundo a nota da Casa Branca, além do inglês, como é óbvio, Tulinabo S. Mushingi fala fluentemente português, francês e swahili. Depois de nomeados pelo Presidente, os diplomatas norte-americanos têm de ser confirmados no posto pelo Senado, depois de ouvidos em comissão.” (https://jornaldeangola.ao/ao/noticias/mushingi-indicado-embaixador-dos-estados-unidos-em-angola/). 03- O “hegemon” (de facto o “estado profundo”) não hesita em mobilizar e recrutar meios humanos que comprovadamente sirvam seus interesses “no terreno”, não apenas “coligados” ou “parceiros” de contingência, algo de que o Partido Democrata (https://www.voltairenet.org/article210613.html) assente na representatividade do “lóbi” dos minerais é de há largas décadas exímio, não impedindo que as administrações republicanas aproveitem, dando continuidade á fluência dos implicados. (https://frenteantiimperialista.org/la-ultraperiferia-atrae-a-la-hegemonia-unipolar/; https://isgp-studies.com/isis-rise-under-obama-and-clinton). Neste caso trata-se duma personalidade que só pode ser perita em áreas instáveis, ou sujeitas a desestabilização, algo que é cultivado até ao mais alto nível (caso da encubação de Barack Hussein Obama). O arsenal de experiências africanas do Embaixador Tulinabo Salama Mushingi desde a sua raiz humana no Kivu do Sul, por si não é de menosprezar e o seu significado, tendo em conta as envolvências e a sua integração, deve ser alvo de atento acompanhamento e constante análise, tendo em conta a progressão dos agrupamentos rebeldes por toda a África e particularmente os impulsionados pelo jiadismo sunita/wahabita! Tendo em conta a “experiência económica” e a implicação das elites do Partido Democrata em África, mas particularmente na RDC e nos Grandes Lagos, é evidente que a filtragem mental que ele traz para Angola está assente nessa base de compromissos, conhecimentos e comportamentos, que se interligam aos processos dominantes em curso na África Central e Austral, o que inclui fenómenos de “transversalidade” e os que indiciam divisão, desagregação e retalhe (regionalismo, tribalismo e etno-nacionalismos) numa não declarada mas cada vez mais evidentemente exposta Nova Conferência de Berlim que tem tudo a ver com as pretensões do domínio neocolonial (dividindo e dividindo, para melhor reinar)! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/a-persistencia-da-barbarie.html). As implicações da exploração de minerais em Angola, particularmente a exploração anárquica senão caótica de diamantes aluviais na imensa região transfronteiriça do Cuango e do Cassai interligada à da bacia do Cuanza mais a sul (http://pagina–um.blogspot.com/2011/01/o-vale-do-cuango.html), é determinante nas “transversalidades” sociais em curso que projectam sensibilidades sociopolíticas que tendem a marginalizar, senão a frontalmente contradizer, a actual Constituição angolana! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/06/seculos-de-solidao-i.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-ii.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-iii.html; http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/07/seculos-de-solidao-iv.html). O “fenómeno” exposto em Cafunfo demonstra-o! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/02/18/la-mano-de-obra-savimbiesca-se-mueve-en-el-mpplt-resucitando-los-fantasmas-de-mobutu-y-del-mismo-savimbi/). O manancial que o Embaixador Tulinabo Salama Mushingi vem encontrar é uma tentação para ele explorar a contento das divisões propícias às oportunidades do domínio! 04- Subsidiariamente a esse contencioso há áreas de estudo que devem ser melhor aprofundadas, até para que em Angola se possa perceber o que “coube na rifa” e entre elas realço: . A natureza das elites do Partido Democrata, os seus comportamentos corruptos e enredos tentaculares, particularmente depois do exercício da administração de Bill Clinton, dadas as múltiplas implicações que tiveram e têm em África (cada vez mais incrementadas); a “doutrina Biden” está a procurar trazer para África contenciosos que não interessam aos povos, nações e estados do continente, (https://www.africom.mil/article/33670/secretary-of-defense-visits-africom-to-share-vision-recognize-personnel). . Particulares incidências devem-se debruçar sobre os relacionamentos no então Zaíre (enquanto Mobutu esteve no poder) e actualmente na RDC, assim como nas situações que levaram ao holocausto no Ruanda, antes, durante e depois, com todas as suas implicações internas e internacionais; (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/12/mais-de-cem-anos-volvidos-ainda-o.html?fbclid=IwAR2PVVwbF1DUVX4ZbpwoYx3Gx2ZXRgE4-jOnRPTIe2MtsETrEdJJ_jjO8qE; https://www.voltairenet.org/IMG/pdf/La_France_le_Rwanda_et_le_ge_nocide_des_Tutsi_1990-1994_.pdf; https://www.voltairenet.org/IMG/pdf/2021-04-19_RAPPORT_MUSE_-_extraits.pdf). . Os papeis das plataformas dóceis em que se tornaram particularmente o Uganda e o Ruanda (governos de Yoweri Museveni e Paul Kagame), implicadas no saque e nos mais recentes genocídios no Congo e nos Grandes Lagos, incidindo intensamente no Kivu (agora dividido em três Províncias – Maniema, Kivu do Norte e Kivu do Sul); (https://www.theguardian.com/news/2017/sep/12/americas-secret-role-in-the-rwandan-genocide). . A natureza e o comportamento das rebeliões que no Uganda e no Ruanda foram agenciadas de facto pelo “hegemon” e tendem a disputar o domínio nos Grandes Lagos; (http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/08/os-conflitos-contemporaneos-na-africa.html). . A natureza das rebeliões e do jihadismo no Sahara, no Sahel e até já dentro da RDC e em Moçambique; (https://actualidad.rt.com/actualidad/389865-muere-presidente-chad-heridas-recibidas-combate?utm_source=browser&utm_medium=push_notifications&utm_campaign=push_notifications; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/morte-de-deby-especialistas-criticam-a-seguranca/; https://southfront.org/isis-claims-its-fighters-foiled-large-military-campaign-in-northeastern-nigeria-photos/). . A natureza dos tácitos contraditórios étnicos e religiosos, particularmente os que no quadro da ADF, estão a propiciar condutas jihadistas nos Grandes Lagos e em direcção à África Austral (com evidências na direcção da Tanzânia e Moçambique (implicitamente os fenómenos migratórios que lhe são inerentes); (https://information.tv5monde.com/afrique/en-rdc-qui-est-la-rebellion-adf-qui-sevit-dans-la-region-de-beni-334045; https://www.youtube.com/watch?v=ffrRXs_bvkE; https://www.youtube.com/watch?v=TbRwl1NjQcg; https://www.youtube.com/watch?v=38b8rttuXYU; https://jornaldeangola.ao/ao/noticias/tanzania-e-mocambique-juntos-contra-o-terrorismo/) . A natureza de todos os laços económicos e financeiros que contribuem nos vários lados de cada “front” para os fenómenos de terrorismo, caos, desagregação e retalhe neocolonial; (https://www.youtube.com/watch?v=nXdFgGbkA0k; https://www.youtube.com/watch?v=C8x_QfI9c28) . A natureza dos laços económicos que, “a cavalo” em processos neoliberais, estão a tornar Kampala e Kigali as verdadeiras capitais económicas, financeiras e “operativas” do leste da RDC, e particularmente em relação a Maniema e aos dois Kivus; (https://journals.openedition.org/echogeo/10793; https://www.oecd.org/countries/congo/47194658.pdf; https://www.uni-koeln.de/phil-fak/afrikanistik/kant/data/Vogel-KANT3.pdf) . As possibilidades da paz na África Central e Austral; (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/mini-cimeira-em-luanda-chefes-de-estado-ja-estao-no-local-do-evento/; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/oposicao-armada-na-rca-aceita-abandonar-via-da-guerra/; https://www.angop.ao/noticias/politica/diplomacias-de-angola-e-do-ruanda-exortadas-a-trabalhar-pela-paz-na-rca/). . A atenção sempre a dispensar aos fenómenos migratórios, em particular os que dizem respeito ás migações dentro do continente africano. (https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/fenomenos-migratorios-exigem-adopcao-de-melhores-praticas/; https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/sme-promete-combate-cerrado-a-imigracao-ilegal/). Todas as peças estão a encaixar no que interessa a uma cade vez maior decisão pela neocolonização de África, a qualquer preço e “sem fronteiras” e o facto dos dirigentes africanos estarem a procurar a paz entre todos os contentores “no terreno” africano (apesar da experiência de Angola nesse sentido), continua a ser insuficiente para tirar África do subdesenvolvimento crónico a que tem sido remetida, na ultraperiferia económica global! COM A DOUTRINA BIDEN A ESTABELECER CONDUTAS DE “GUERRA SEM FIM”, O AFRICOM DEVE SER POSTO DE PARTE NO DIÁLOGO INTER AFRICANO, ASSIM COMO NAS RESPOSTAS QUE OS AFRICANOS DEVEM ENCONTRAR PARA A PAZ, QUE INCLUEM DESENVOLVIMENTO DE OUTRAS CAPACIDADES TÁTICAS OPERATIVAS, ABERTAS Á PREVENÇÃO, À DISSUASÃO E À SEGURANÇA VITAL COLECTIVA!… Martinho Júnior — Luanda, 19 de Abril de 2021 Imagens: 01- Mushingi indicado embaixador dos Estados Unidos em Angola – O diplomata Tulinabo Salama Mushingi foi nomeado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, embaixador em Angola e São Tomé e Príncipe, deixando o posto em Dakar e Bissau – https://jornaldeangola.ao/ao/noticias/mushingi-indicado-embaixador-dos-estados-unidos-em-angola; 02- La stratégie de Sécurité nationale du président Biden – par Thierry Meyssan – L’Administration Biden est pleine de bonne volonté, mais ignorante du monde tel qu’il est. Sous l’autorité d’un président sénile, elle se propose de restaurer la démocratie dans le monde, sans avoir conscience que les classes sociales qui ont fait ce régime politique sont en voie de disparition. Elle espère rétablir l’Empire américain, redouté par une majorité de peuples, avec la conviction de leur rendre service. Enfin, elle entend poursuivre la « guerre sans fin », mais sans sacrifier de vies de soldats US. Mais cela, elle ne sait pas l’expliquer – https://www.voltairenet.org/article212598.html; 03- Bill Clinton’s favorite African, Paul Kagame, wins re-election by 99 percent, arrests oponente – Paul Kagame and Bill Clinton are friends. Clinton has visited Kagame many times. Here they are together at Kagame’s farm in Muhazi, Rwanda, in 2010. – Photo: Charles Onyango-Obbo – https://sfbayview.com/2017/09/bill-clintons-favorite-african-paul-kagame-wins-re-election-by-99-percent-arrests-opponent/; 04- Actual nº 390, de 3 de Abril de 2004 – Um holocausto para não se esquecer; 05- Actual nº 390, de 3 de Abril de 2004 – Um holocausto para não se esquecer. Nota: Os links contêm matérias de interesse informático, analítico e de estudo, pelo que recomendo aumentar, com base nessa disponibilidade, o caudal de conhecimentos. ******* O CONGO É UMA PREOCUPAÇÃO CENTRAL PARA TODA A ÁFRICA! A nomeação do Embaixador dos Estados Unidos em Angola, tendo em conta as suas origens, suscita a memória do que a 3 de Abril de 2004 (há 17 anos) escrita no Semanário Actual nº 390 sob o título “RUANDA – UM HOLOCAUSTO PARA NÃO SE ESQUECER” Faz a 6 de Abril de 2004, dez anos que o avião Mistère Falcon da Presidência do Ruanda foi abatido por um comando do “FPR”, à sua chegada, pelas 20H25 desse dia, hora local, ao Aeroporto de Kigali, o que causou a morte de todos os seus ocupantes, entre eles os Presidentes Juvenal Habyarimana, do Ruanda e Cyprien Ntaryamira, do Burundi. De acordo com uma investigação realizada ao longo de mais de seis anos, o Juiz Francês Jean Louis Bruguière, que respondeu à queixa apresentada pela viúva do falecido co piloto de Nacionalidade Francesa do referido avião, assumiu publicamente essa conclusão, depois de reunir provas e depoimentos sobre esse terrível episódio e no seguimento de várias denúncias que a seu tempo foram sendo feitas por pessoas detentoras de algumas informações sobre o assunto e outras que analisaram a terrível sucessão de ocorrências em 1994, no Ruanda. De facto, a situação crítica em que se encontrava na altura o Ruanda, apesar do Acordo de Arusha firmado a 4 de Agosto de 1993 entre as partes em guerra e interessadas no poder, precisava apenas duma fagulha como essa para fazer desencadear a explosão, o que deixa entender que o derrube do avião Presidencial foi propositado e decidido, mesmo com as nuvens de tempestade que um acto dessa natureza trazia para o próximo horizonte. Qualquer uma dessas partes, o regime do Presidente General Juvenal Habyarimana e o Comando do “FPR” (“Frente Patriótica do Ruanda”) tendo à frente o actual Presidente do Ruanda, General Paul Kagame, podiam avaliar com bastante fundamento a situação e prever com muita precisão os resultados dos incitamentos étnicos radicais que se vinham praticando, ao mesmo tempo que os contendores se armavam, equipavam e se preparavam para uma confrontação final, tudo isso fruto de antecedentes em que se havia instalado a lógica do ódio e da guerra, praticamente desde a fermentação da Independência do pequeno País. Qualquer dos lados, quando foi assinado o Acordo de Arusha, tinham bastos motivos para se mostrar confiantes; efectivamente, quer o regime, quer o “FPR”, correspondiam à lógica e à geoestratégia de duas Potências: o regime apoiando-se na França, sua mentora e retaguarda e o “FPR” apoiando-se nos Estados Unidos, cuja actividade tão bons resultados trouxe às mudanças de regime no Uganda, com a ascensão do Presidente Yoweri Museveni ao poder. Tinha acabado a Guerra Fria, as contradições entre o campo capitalista e o campo socialista deixaram-se de colocar à escala Global e, por reflexo, também em África, mas quer a França quer os Estados Unidos tinham razões próprias para alimentar de forma divergente, no início da época da Globalização as suas geoestratégias no Continente. A França ainda não havia abandonado a política do “pré carré” e a ideia do espaço francófone era uma motivação ideológica – política que determinava a resistência às pressões anglófonas, particularmente estimuladas pela articulação Estados Unidos – Grã-Bretanha, evidentemente com os sentidos despertos em relação às riquezas naturais. Os Estados Unidos, de certo modo herdeiros pela via dos comuns interesses financeiros do Império Britânico que teve o seu apogeu por alturas da Revolução Industrial nos finais do século XIX e princípios do século XX, estavam à beira de se tornar na Potência Hegemónica e a contínua expansão da sua economia, implicando numa nova Revolução Científica e Tecnológica, determinava, entre outros fundamentos da sua política externa, a prioridade no acesso às riquezas naturais, de forma a incorporar alguns materiais que só agora são utilizáveis, como recurso para as suas recicladas indústrias, mesmo que para tal tivesse que vencer resistências históricas. O regime de Mobutu, no então Zaire, dava sinais de completo colapso, em relação ao projecto para que havia sido criado e, se a França tinha motivos para ainda o apoiar, em função da sua geoestratégia, os Estados Unidos, tinham motivos para o derrubar, pois Mobutu havia esgotado todas as suas possibilidades e os novos desafios que se colocavam, inclusive nos interesses relativamente ao acesso às riquezas naturais, impulsionavam os Estados Unidos para uma alteração substancial dos cenários políticos e económicos em toda a África Central, bastando para o efeito e entre outras opções, explorar os dinamismos emergentes nos Grandes Lagos, ou seja, o “eixo” Yoweri Museveni – Paul Kagame, até por que parte substancial do “alvo” , estava no Leste do Zaire , no “suculento” Kivu. Partindo de geoestratégias e concepções distintas, as Potências como a França e os Estados Unidos interessadas na África Central e nas suas riquezas naturais, alinharam cada qual com os seus pares e não se cansaram de estimular as suas actividades, pelo que a refrega intensificou-se nos Países dos Grandes Lagos, com os olhos postos na parte mais apetitosa do Continente: o Leste do Congo. Esse facto funcionou como estimulante ao discurso dos dois lados da barricada e ao tipo de mensagens que passou a ser emitido, apesar do Acordo de Arusha. De forma grosseira a política da Administração Democrata de Bill Clinton tornou-se tão Tutsi quanto bastasse e a política da célula Africana do Eliseu, onde pontificava o filho do Presidente François Mitterrand, tão Hutu quanto o que se achasse necessário e ninguém teve o cuidado e a cabeça fria para evitar a deriva étnica e a enorme irresponsabilidade ética, cívica e moral que isso acarretou. Desse modo, as implicações sobre os terríveis acontecimentos no Ruanda põem em causa não só os actores locais que produziram o cenário do holocausto, mas também a geoestratégia das Potências em relação ao Continente, pelo que o conjunto da situação, para nós Africanos, merece ser estudada como um caso – padrão que nos incita a encontrar consciência, saber e força, no sentido de se tornar possível, aqui e agora, soluções inteligentes e solidárias para os problemas de cada Nação, de cada País, de cada Estado e de cada Região, por maiores que eles sejam e por mais Subdesenvolvidos em que nos encontremos. |
Teoria da conspiração de recompensas russo-talibã pós-morte Posted: 21 Apr 2021 09:56 AM PDT # Publicado em português do Brasil A recente revelação de que a Comunidade de Inteligência dos EUA só teve ‘confiança baixa a moderada’ nas sensacionais alegações do verão passado de que a Rússia estava pagando recompensas ao Taleban por cada soldado americano que eles mataram leva os observadores a refletirem sobre as lições que podem ser aprendidas com isso teoria da conspiração desmascarada. As sensacionais afirmações da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos no verão passado de que a Rússia estava pagando recompensas ao Taleban por cada soldado americano que eles mataram foi uma teoria da conspiração estereotipada desde o início, uma que foi armada com o propósito de infligir danos estratégicos à diplomacia da Grande Potência da Eurásia esforços para acabar com aquela guerra de longa duração. Expliquei tudo isso em meu artigo na época sobre como “ As notícias falsas sobre a Rússia e o Talibã buscam atingir três objetivos estratégicos ”, que foi seguido por outra análise sobre como “ A verdade sobre os laços russo-talibã é tão intrigante Como as notícias falsas sobre eles ”. Meu trabalho, desde então, foi justificado após a recente revelação de que os EUA sempre tiveram ” confiança baixa a moderada”Nesta teoria da conspiração agora desmascarada, que é uma conversa espiã que basicamente se traduz em uma admissão de que foi tudo inventado ou baseado em rumores não confiáveis, sem qualquer evidência tangível. A reflexão pós-moderna dos observadores sobre as lições que podem ser aprendidas com esses relatórios desacreditados revela alguns insights relevantes. A primeira e mais óbvia é que a Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos não é confiável, especialmente quando se trata de suas acusações cada vez mais violentas contra a Rússia. Em segundo lugar, essas acusações podem ser utilizadas como arma para fins estratégicos, como as três que foram explicadas na análise citada anteriormente, que também inclui a intromissão na própria política externa do chefe de estado eleito, na medida em que esta relacionada aos esforços do ex-presidente Trump na época para explorar um “Novo Detente” com a Rússia. Em terceiro lugar, há uma rede global de gerentes de percepção na mídia convencional que amplia avidamente as afirmações da Comunidade de Inteligência dos EUA,
Com base na última lição mencionada, esta observação acrescenta substância às afirmações de que a mídia convencional não é mais confiável. Ao contrário de outros tempos, eles não funcionam mais como jornalistas de verdade, mas mais como ativistas políticos, especialmente na esfera externa. As alegações da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos são tratadas como o evangelho e não podem ser questionadas publicamente para que ninguém se arrisque a ser considerado um “ativo russo” apenas porque pediu evidências reais para apoiar tais acusações escandalosas. Isso fala com a falta objetiva de uma imprensa livre na América moderna, por meio da qual o chamado “quarto estado” hoje em dia deixa de existir como qualquer entidade semi-independente, mas desde então se tornou um instrumento do exército permanente do país, inteligência e burocracias diplomáticas (“ estado profundo”). O que é ainda mais irônico sobre a teoria da conspiração russo-talibã é que ela foi desmascarada por ninguém menos que o mesmo “estado profundo” que a inventou. Além disso, o próprio presidente dos Estados Unidos Biden disse durante seu discurso monumental na Casa Branca na semana passada, anunciando sua decisão de retirar totalmente as forças americanas do Afeganistão até o vigésimo aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro que “vamos pedir a outros países – outros países em a região – para fazer mais para apoiar o Afeganistão, especialmente o Paquistão, bem como a Rússia, China, Índia e Turquia. Todos eles têm um interesse significativo no futuro estável do Afeganistão. ” Em outras palavras, ele reconheceu implicitamente o papel de liderança da Rússia no processo de paz afegão que seu enviado especial ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, oficialmente reconheceu no mês passado, depois de ter participado da última rodada de negociações de paz em Moscou pela primeira vez. É lógico que se o presidente Biden realmente pensasse que a Rússia estava pagando recompensas ao Taleban para matar soldados americanos, então ele nunca teria chamado publicamente a Rússia “a fazer mais para apoiar o Afeganistão” após a retirada em setembro deste ano. Esta teoria da conspiração desmascarada serviu com sucesso a um propósito, porém, que confundiu as mentes americanas antes das eleições do ano passado, fazendo alguns deles pensarem erroneamente que o ex-presidente Trump era tão “brando com a Rússia” (talvez devido às afirmações anteriores desacreditadas de que ele é secretamente um “fantoche russo”) por ter deixado o presidente Putin escapar impune, supostamente pagando recompensas ao Talibã para matar soldados americanos. Foi essa teoria da conspiração da própria Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos e não nenhuma das acusações que eles fizeram naquela época e desde então sobre a suposta “intromissão russa” que representou uma interferência real nos processos democráticos da América. É ainda mais irônico que os espiões americanos se revelaram quando poderiam ter mantido a conspiração se realmente quisessem, Esfregue na cara de seus cidadãos que o “estado profundo” está agora no controle total do inferno distópico que é a América de Biden . *AndrewKorybko — analista político americano |
Como os deuses deixaram o primeiro-ministro britânico louco Posted: 21 Apr 2021 09:59 AM PDT # Publicado em português do Brasil Martin Sieff* | Strategic Culture Foundation No famoso hino “Rule Britannia”, os britânicos orgulhosamente cantaram por centenas de anos que nunca seriam escravos: Mas em seus sonhos malucos nietzschianos, Boris Johnson os está transformando em palhaços pastelões. “Aqueles a quem os deuses iriam destruir, eles primeiro enlouquecem.” Nunca fui um admirador de Friedrich Nietzsche ou das declarações grandiosas, geralmente absurdas e repulsivas, que passam por seu assim chamado “pensamento”. (Como o filósofo político irlandês Conor Cruise O’Brien apontou, se você acha que Nietzsche não abraçou e encorajou com entusiasmo o extermínio de raças “inferiores” como os eslavos, pense novamente). Mas essa observação, pelo menos, é uma verdade óbvia – e o primeiro-ministro Boris Johnson, do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte em rápida desintegração, acaba de prová-lo novamente. Você pode ter pensado que um país no caos econômico e político com seu segundo principal componente nacional (Escócia) caminhando a toda velocidade para a secessão e a independência total tinha problemas suficientes em sua própria porta, sem tentar escolher um conflito global em grande escala com o maior (Rússia) e as nações mais populosas (China) do planeta. Você pode ter pensado isso, mas pense novamente.
Você deve ter pensado que sair da desorganizada União Europeia e imaginar que os burocratas de Bruxelas tratariam bem a Grã-Bretanha depois que Johnson passou uma vida fazendo insultos abusivos e falsos baratos e ridículos (ele é bom nisso) levaria a mais conflito. Você pode ter pensado que qualquer primeiro-ministro com um cérebro maior do que uma ervilha ordenaria pelo menos um esforço sério de planejamento sustentado para reorientar a economia e a sociedade nacionais do Reino Unido que haviam sido integradas à Europa por 47 anos. Você pode ter pensado isso, mas pense novamente. Em vez disso, Johnson e o que passa por seu “governo” surgiram com a Grande Estratégia mais imbecil da história britânica: Aberta hostilidade e ódio em relação à União Europeia, Rússia e China – ao mesmo tempo! Tendo corajosamente se afastado da UE, o capitão Boris quer que seu Bold Ship Britain se apegue mais do que nunca aos Estados Unidos, de acordo com sua importante revisão de política que proclama o plano mestre para a política externa pós-Brexit, divulgada na terça-feira, 16 de março. A Grã-Bretanha dará as costas a toda a Europa a 35 quilômetros de distância, cruzando o Canal, Johnson e seu governo proclamaram com orgulho. Em vez disso, sua grande visão estratégica é provocar uma nova era de hostilidade em relação à Rússia e à China, a meio mundo de distância! A afirmação de que a Grã-Bretanha se posicionará como fiel aliada leal da América no confronto da Rússia e da China no cenário global é particularmente risível. Pois o presidente Joe Biden não o quer, nem a Grã-Bretanha. E em menos de três meses no cargo até agora, ele humilhou os britânicos em todas as ocasiões imagináveis. Biden removeu o busto de Winston Churchill que Donald Trump mantinha no Salão Oval e o mandou para o esquecimento. No mesmo dia após Johnson ter corajosamente proclamado seu “novo” grande golpe de mestre estratégico de ser o Poodle da América, Biden emitiu uma declaração conjunta com o visitante irlandês Taoiseach (primeiro-ministro) Micheál Martin, repreendendo claramente a posição da Grã-Bretanha na questão da fronteira irlandesa. A secretária de imprensa de Biden, Jen Psaki, até fez o possível para elogiar a “coragem” do príncipe Harry e sua esposa, a ex-estrela da TV a cabo Meghan Markle, por falarem sobre suas lutas contra a saúde mental depois de envergonharem enormemente a rainha Elizabeth II. Se isso não foi queimar o rabo do orgulhoso e digno Royal British Lion de forma humilhante, o que foi? O mais revelador de tudo é que a própria revisão da política externa do governo Biden enfatizou a importância de restaurar os laços estreitos com a União Europeia. A Grã-Bretanha dificilmente avaliou mais do que uma única frase. A única política específica real que Johnson enunciou em sua revisão de política externa foi, de todas as coisas, desperdiçar ainda mais do sobrecarregado orçamento de defesa da Grã-Bretanha na expansão de seu arsenal nuclear de 180 ogivas para 260. Em comparação com as milhares de ogivas que os Estados Unidos implantam e o próprio arsenal da Rússia, isso é simplesmente ridículo: E o sul da Inglaterra, com uma densidade populacional que amontoa 50 milhões de pessoas em uma das concentrações humanas mais densas da Terra, tem um interesse óbvio investido em reduzir os arsenais termonucleares, e não aumentá-los estupidamente. O relatório de 100 páginas diz pouco sobre a cooperação em segurança com a União Europeia, que continua sendo o maior parceiro comercial da Grã-Bretanha e o gorila de 700 libras em sua vizinhança. Desde que a retirada do Brexit da Grã-Bretanha foi finalizada em janeiro, as relações entre Londres e Bruxelas pioraram ainda mais. A ideia de que a China é um “competidor sistemático” da minúscula Grã-Bretanha também é insana. Atualmente, a Grã-Bretanha tem a sorte de se considerar um “concorrente sistemático” da Lituânia. E, claro, o relatório reaquece a calúnia não comprovada contra a Rússia de que Moscou estava por trás do envenenamento do ex-agente de inteligência russo e agente duplo britânico Sergei Skripal em Salisbury em 2018. Johnson também enviou o porta-aviões Queen Elizabeth de 60.000 toneladas ao redor do mundo, para a região do Indo-Pacífico, aparentemente com a convicção de que aterrorizará os líderes em Pequim, em vez de fazê-los rir desamparados. As fantasias de Johnson marcham resolutamente em um ritmo acelerado. Ele agora convidou os líderes da Austrália, Índia e Coreia do Sul para participar de uma reunião do G7 que a Grã-Bretanha deverá sediar em junho. É tudo delirante, é claro. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha está em um estado de fuga enquanto seu país se desintegra ao seu redor. Até mesmo Washington, geralmente preparado para alimentar seu velho poodle inglês com um ou dois ossos mastigados pela metade, desistiu. No famoso hino “Rule Britannia”, os britânicos orgulhosamente cantaram por centenas de anos que nunca seriam escravos: Mas em seus sonhos malucos nietzschianos, Boris Johnson os está transformando em palhaços pastelões. *Martin Sieff — Durante seus 24 anos como correspondente estrangeiro sênior do The Washington Times e United Press International, Martin Sieff relatou de mais de 70 países e cobriu 12 guerras. Ele se especializou em questões econômicas dos Estados Unidos e globais. |
O futuro do Reino Unido depende de um renascimento do Trabalhismo na Inglaterra Posted: 21 Apr 2021 08:50 AM PDT # Publicado em português do Brasil Rafael Behr* | The Guardian | opinião Conforme constava do censo recentemente, hesitei antes de escolher o inglês em vez do inglês no menu de identidades nacionais. A resposta correta é ambas. Equipe GB para as Olimpíadas, Inglaterra para a Copa do Mundo. Depois disso, fica difícil separar os diferentes elementos culturais que me ligam ao país em que nasci, mas que meus pais imigrantes escolheram. Na química do pertencimento, o britanismo é um composto, não uma mistura. Fiquei ressentido com a tensão da demagogia Brexit que buscava estreitar a afiliação patriótica , excluindo aqueles de nós que se sentiam apegados à Europa. Tenho amigos escoceses que temem a perspectiva de um segundo referendo sobre a independência porque sua preferência por permanecer no Reino Unido será considerada um orgulho nacional deficiente. Se aquele plebiscito fosse realizado e vencido por nacionalistas, dois países seriam incubados – uma Escócia pós-união e uma Grã-Bretanha truncada. Nenhum seria inteiramente novo, na visão de longo prazo da história, mas ambos seriam desconhecidos, e apenas um deles teria votado por seu status alterado. Isso não é um argumento para algum tipo de votação em todo o Reino Unido. A questão da autodeterminação é que a Escócia decide seu destino sem ter que pedir permissão. A supremacia numérica da Inglaterra, gerando regimes de Westminster sem mandatos escoceses, tem sido o mais generoso fornecedor de argumentos pela independência da história recente. O Brexit é destaque nessa categoria, já que dois terços dos escoceses eram contra. Estar fora da UE também torna a tarefa prática de criar uma Escócia independente muito mais complicada e cara, mas, por enquanto, esse argumento não está obtendo força equivalente. Um fator agravante é o radicalismo de um modelo Brexit imposto por um primeiro-ministro cujo estilo irresponsável e arrogante é o seu próprio catálogo de razões para escapar ao domínio dos conservadores ingleses.
As políticas de um governo não devem ser decisivas na resolução de questões constitucionais. O desgoverno de Boris Johnson é temporário; a ruptura com a Inglaterra seria permanente. Mas, na prática, o caso do sindicato é obscurecido quando todo o primeiro plano político é assumido por Johnson em sua pompa. O sindicalismo não é propriedade do partido conservador. Nem é preciso dizer isso, mas a reivindicação do Partido Trabalhista de ser um partido para toda a Grã-Bretanha diminui quando parece tão longe de assumir o controle de Westminster. Maiorias comuns de 80 geralmente não são anuladas em uma única eleição. A tarefa torna-se ainda mais desafiadora pela fragmentação da parcela de votos do Partido Trabalhista. O núcleo é dividido em eixos de geografia, demografia e cultura – centros mais antigos, de classe trabalhadora, antigos centros industriais e centros metropolitanos mais jovens e ricos. Os apelos a um público repelem o outro e os esforços para superar a divisão alienam ambos – como aconteceu com o torturado equívoco trabalhista sobre o Brexit. Claro que é mais complicado do que isso. Um relato mais sutil (mas ainda sombrio) do problema está contido em Hearts and Minds , uma coleção de ensaios de parlamentares trabalhistas, publicada esta semana pela Fabian Society. A análise quase sempre absolve Keir Starmer da culpa pelo fraco desempenho de seu partido nas pesquisas, dada a profundidade da podridão e as poucas oportunidades que ele teve de enfrentá-la durante a pandemia. Mas quando o público estiver mais pronto para ouvir, não será fácil pregar um evangelho político que mexe com os corações em Hartlepool e também em Hampstead. É possível fundir blocos de votação díspares em um todo vencedor. Os conservadores ganharam Workington e Winchester em 2019. O primeiro recebeu 61% de licença em 2016; o último foi de 60% para permanecer. A maioria de Johnson não é formada apenas do Brexit, mas é muito inglesa. O Partido Trabalhista é o principal partido do governo no País de Gales. Também domina a política descentralizada em Londres, Manchester e Liverpool. Mas Starmer não será primeiro-ministro a menos que seu partido tenha um aumento simultâneo na Escócia e na Inglaterra. Essa é uma ambição sindical, mesmo que ainda não seja rotulada como tal. O panfleto Fabian menciona brevemente a missão escocesa do Trabalhismo, apenas para colocá-la de lado como um problema discreto (e por implicação, ainda mais desconcertante). Mas a expulsão em massa do partido de cadeiras escocesas anteriormente seguras foi, em muitos aspectos, um prenúncio do que o esperava em áreas capturadas por Johnson anos depois. Havia uma “ parede de xadrez ” na Escócia, como a “parede vermelha” inglesa, e eles desmoronaram por razões semelhantes: os eleitores se ressentiam de serem tomados como garantidos por um partido considerado complacente por anos de monopólio local e culturalmente distante do povo que representava. O afastamento do Trabalhismo foi mais rápido e decisivo na Escócia porque o nacionalismo ofereceu uma aliança alternativa sem a necessidade de superar o ódio visceral dos Conservadores. E uma vez que a oposição à independência é liderada por governos conservadores, o Trabalhismo está preso, taticamente e emocionalmente, entre o apego histórico ao sindicato e a compulsão de ser contra o que quer que Johnson defenda. Esse dilema não se limita ao Scottish Labour. Há eleitores ingleses cuja lealdade política mais forte nos últimos anos tem sido a raiva contra o Brexit. E embora também sofram a separação da Escócia, eles podem ver por que a independência atrai seus vizinhos como um remédio para o governo conservador (especialmente com Nicola Sturgeon tão adepto de desempenhar o papel de médico obstinado). As opiniões inglesas não decidirão um referendo escocês, mas a vitalidade da oposição não-conservadora na Inglaterra afeta o clima em que a questão é debatida. É difícil vender uma parceria democrática de nações a partir de uma banca que só estoca governos conservadores. O sindicalismo precisa de um renascimento do Trabalhismo na Inglaterra. Como se o fardo de Starmer já não fosse pesado o suficiente, a existência do Estado britânico em sua forma atual depende dele tanto quanto de Johnson. Talvez mais. Existe um modo de britanismo que é cultural, não político – uma identidade de pertencimento compartilhado a uma ilha. Mas sem a perspectiva crível de mudança de regime em Westminster, ficar na Grã-Bretanha sempre soará, na Escócia, como submissão à Inglaterra conservadora. *Rafael Behr é colunista do Guardian |
Brexit. Reino Unido e UE ainda no processo de aceitar divórcio, diz embaixador da UE Posted: 21 Apr 2021 08:27 AM PDT O diplomata português, João Vale de Almeida, comparou a situação a um “divórcio”, admitindo que a relação entre Londres e Bruxelas “não tem sido colaborativa, nem muito construtiva, nem muito positiva”. O Reino Unido e a União Europeia ainda estão no processo de aceitar o ‘Brexit’, admitiu esta quarta-feira o embaixador da UE no Reino Unido, João Vale de Almeida, que vê sinais de mudança na atitude do Governo britânico. O diplomata português comparou a situação com um “divórcio”, admitindo que a relação entre Londres e Bruxelas “não tem sido colaborativa, nem muito construtiva, nem muito positiva” e que este é o resultado de “anos de negociações complicadas”. “Lamento que às vezes o Governo britânico tenha optado por agir de forma unilateral em vez de uma forma mais construtiva. Eu vejo sinais de isto estar a mudar e espero que seja sustentável”, acrescentou o embaixador, durante a palestra anual no Centrode Excelência Jean Monnet da Universidade de Manchester, em que foi orador convidado.
Em declarações à BBC, o primeiro-ministro britânico, BorisJohnson, disse na terça-feira estar a trabalhar para acabar com as “barreiras ridículas” que o acordo do Brexit impôs ao comércio entre a província da Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido. Johnson sublinhou que tomará as “medidas necessárias” caso a UE se recuse a eliminar os aspetos “absurdos” do novo acordo que entrou em vigor em Janeiro passado. O Reino Unido já adotou medidas unilaterais para atrasar a aplicação de controles alfandegários aos produtos que entram no mercado da UE através da Irlanda do Norte, o que levou Bruxelas a iniciar um procedimento de infração a 15 de março por considerar que o Governo britânico violou o Protocolo sobre a Irlanda e a Irlanda do Norte. Na semana passada, as duas partes comprometeram-se na semana passada a “intensificar” as discussões para resolver os problemas, que levaram à falta de alguns produtos nas lojas na Irlanda do Norte. Porém, do lado britânico, o secretário de Estado para as Relações com a UE, David Frost reconheceu que “um certo número de dificuldades persiste” e é “importante continuar a discuti-las”. Além do diferendo relativo ao protocolo da Irlanda do Norte, assistiu-se a um agravamento da tensão naquela região britânica com uma vaga de confrontos violentos que resultaram em quase 100 polícias feridos. O novo acordo comercial entre Londres e o bloco comunitário, no âmbito do ‘Brexit’, impôs controlos aduaneiros e fronteiriços a algumas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido. O acordo foi elaborado para evitar controlos entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da UE, uma vez que uma fronteira irlandesa aberta ajudou a sustentar o processo de paz construído pelo Acordo de Sexta-Feira Santa em 1998, que terminou na altura com três décadas de violência que provocaram mais de 3.000 mortes. Dinheiro Vivo | Lusa | Imagem: Daniel Leal-Olivas / AFP |
Portugal | BE quer altos cargos públicos a justificar acréscimos patrimoniais Posted: 21 Apr 2021 07:16 AM PDT O BE propõe que os titulares de altos cargos públicos sejam obrigados a declarar como a justificar “acréscimos patrimoniais acima de 50 salários mínimos nacionais”, prevendo pena de prisão até cinco anos em caso de incumprimento. Acoordenadora do BE, Catarina Martins, apresentou hoje, em Lisboa, o projeto de lei para criar o crime de enriquecimento injustificado e ocultação de riqueza, que altera o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, uma proposta próxima da apresentada pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses e que “acompanha aquilo que têm vindo a ser as declarações de vários partidos sobre a necessidade de avanços” nesta matéria. “O que nós agora propomos é que os altos titulares de cargos públicos sejam obrigados não só a declarar, mas também a justificar acréscimos patrimoniais acima de 50 salários mínimos nacionais. Se já são obrigados a declarar que sejam obrigados a justificar”, explicou. De acordo com Catarina Martins, “não há aqui nenhuma inversão do ónus da prova porque os altos titulares de cargos públicos já têm que declarar estes rendimentos”, considerando que “não levanta nenhum problema de inconstitucionalidade” já que o Tribunal Constitucional “não teve nenhum problema com esta obrigação declarativa especial para estas pessoas”. “A proposta do Bloco prevê que haja uma punição com a pena de prisão até cinco anos para quem não justificar esse acréscimo patrimonial que os rendimentos declarados não conseguem explicar”, acrescentou. Segundo a líder bloquista, passa-se a estar perante “dois crimes”, ou seja, “é crime não declarar e é crime não justificar quando a declaração de rendimentos não é explicação suficiente para aquele acréscimo”. “E o que propomos também é que em vez de reverter 80%, reverta 100% para o Estado todo o acréscimo de rendimentos, de património que não é justificado”, acrescentou. Com esta proposta “muito simples e muito concreta”, o BE espera ultrapassar aquilo que considera ser “dois bloqueios”. “Por um lado, PS e CDS que foram os dois partidos que bloquearam durante anos estes avanços do parlamento já tiveram, os dois, declarações de que querem avançar. Então, avancemos”, apelou. Por outro lado, continuou Catarina Martins, “resolver os problemas de constitucionalidade” que têm impedido que a lei avance, “fazendo claramente uma separação entre as obrigações de um qualquer cidadão e as obrigações dos altos titulares de cargos públicos”. Notícias ao Minuto Leia em Página Global: PCP quer enriquecimento injustificado com pena agravada para políticos Leia em Notícias ao Minuto: Costa afirma que Associação dos Juízes desbloqueou enriquecimento ilícito |
Covid-19 | Portugal regista mais uma morte e 610 novos casos. Rt desce Posted: 21 Apr 2021 06:48 AM PDT Já é conhecido o mais recente boletim epidemiológico revelado esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais uma morte (um aumento de 0,01%) e 610 novos casos (uma variação de 0,07%) da Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico revelado esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). No total, desde o início da pandemia, o nosso país já contabilizou 16.952 óbitos e 832.255 infeções. De salientar que o Rt diminuiu de 1 – valor que apresentava no último relatório – para 0,98 a nível nacional e 0,99 a nível do Continente. Os casos ativos são hoje 24.653 (mais 77 em relação a ontem), havendo ainda registo de mais 532 recuperados, para um total de 790.650. Contactos em vigilância são 21.681, menos 185. Quanto a internamentos, há, de momento, 397 pessoas em hospitais derivado da Covid-19 (menos 32), sendo que, destas 110 se encontram em Unidades de Cuidados Intensivos – menos três do que ontem. Por regiões, o Norte somou hoje 285 casos, para um total de 334.246 desde março do ano passado. Quanto a óbitos, manteve os 5.331 já registados no último boletim. O Centro contabilizou mais 53 casos de infeção pelo novo coronavírus, para um total de 118.236. Esta foi a zona do país em que se registou o único óbito das 24 horas, tendo já 3.008 pessoas perdido a vida para a doença nesta região. Lisboa e Vale do Tejo tem agora 315.075 casos registados desde o início da pandemia (mais 189) e manteve as 7.188 vítimas mortais. Já o Alentejo somou 16 casos (são agora 29.625) e contabiliza um total de 970 mortes desde o início da pandemia. Por fim, o Algarve registou mais 19 casos. Desde março de 2020, contabilizaram-se na região 21.438 infeções e 356 óbitos. Nas Regiões Autónomas, os Açores têm agora 4.599 casos (mais 29 nas últimas 24 horas) e 31 vítimas. Na Madeira contabilizaram-se mais 19 casos (para um total de 9.036), mantendo-se os 68 óbitos já ontem contabilizados.
Caracterização dos casos confirmados Quanto a uma caracterização demográfica dos casos confirmados, desde o início da pandemia já 377.479 homens e 454.473 mulheres foram infetados com o novo coronavírus. Há ainda 303 casos cujo género é desconhecido e estão sob investigação da Autoridade. Já quanto a uma caracterização dos óbitos, dos 16.952 confirmados no nosso país, 8.906 disseram respeito a homens e 8.046 amulheres. A incidência da Covid-19 é atualmente de 72,7 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes a nível nacional e de 68,9 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes a nível do Continente. Pode consultar nestes mapas interativos a evolução da pandemia de coronavírus em Portugal e no mundo. Notícias ao Minuto |
José Sócrates, Rui Rio, André Ventura e o impasse mexicano Posted: 21 Apr 2021 06:36 AM PDT Carmo Afonso* | Expresso | opinião Este trio é a concretização da pior forma de fazer política. Existe esquerda séria, existe direita séria e um longo caminho para andar Vamos fazer isto por ordem de chegada. Primeiro o José Sócrates. Difícil falar sobre ele. É assunto que já farta mas o próprio afirma, no seu último livro, que “Só Agora Começou” e se calhar, nesta parte, diz a verdade. Acabámos de assistir a mais um episódio de uma série cujo guião foi pensado acima das possibilidades do sistema judicial português. Os prazos de prescrição e a complexidade de um processo desta dimensão não são uma boa combinação. Ficou à vista. Os mega processos são montanhas que parem ratos ou que têm abortos espontâneos. Começo por aqui por ser uma evidência. O resto de facto não é. Não existirão muitas pessoas que estejam habilitadas a discutir este processo. Implica o conhecimento de milhares de páginas, o da lei e o da jurisprudência. Podemos então passar adiante da parte em que se avalia se é o juiz Ivo Rosa ou o Ministério Público quem tem razão e, com segurança, constatar o seguinte: É incompreensível que a contagem dos prazos prescricionais não seja uniforme para as magistraturas que foram chamadas a intervir no processo; É também incompreensível que duas magistraturas tenham uma visão totalmente oposta do processo, da relevância dos indícios apurados e da sua qualificação. Tão oposta que levou à não pronúncia dos arguidos por 172 crimes dos 189 que constavam na acusação e à exclusão dessa pronúncia de 22 arguidos de entre os 28 que foram acusados pelo Ministério Público; É ainda incompreensível que tenham ficado à vista, num momento destes, tantas fraquezas no sistema judicial: conflitos e tensões entre magistraturas, morosidade processual, insuficiência da lei penal para os novos contornos dos crimes económicos, um Acórdão Uniformizador de jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça que interpreta a lei num sentido divergente de um Acórdão do Tribunal Constitucional e as consequências que daí podem advir e até uma eventual violação do princípio do juiz natural.
Não aponto a segurança como um valor prioritário no sentido em que habitualmente falamos de segurança mas, na justiça, ela deverá existir. As pessoas devem saber com o que contar e acreditar nela. Quando os portugueses pararam umas horas naquela tarde de sexta-feira, para ouvir a leitura do resumo da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, não foi para saber se José Sócrates é ou não um homem inocente. A curiosidade dos portugueses era a de saber se o sistema judicial iria funcionar, a justiça iria revelar uma decisão intercalar sobre si mesma. A este propósito deve ser dito que houve uma outra falha: o conhecimento público de factos, respeitantes ao processo, de forma ilícita, na sequência de repetidas violações do segredo de justiça e o conhecimento de factos que não têm qualquer relevância para o processo mas que contribuíram para o atiçamento da pior forma de sede de justiça. Era também essa sede que existia aqui, uma que não merecia ser saciada. Mas existia outra que o merecia, que era esperada e que deveria ter sido feita. Não vejo que se possa apontar o dedo ao juiz Ivo Rosa ou até ao Ministério Público, para já. Não sei se alguém estará em condições para o fazer. Falhou o sistema, isso é certo. Antes da falha do sistema judicial já tinha falhado o político. José Sócrates foi secretário-geral do Partido Socialista, foi primeiro-ministro, e era afinal uma pessoa que não se dedicava à causa pública mas à sua própria causa e no que de mais básico se pode ali procurar: queria ser um homem rico e escolheu a vida política para prosseguir esse fim. Mais, mesmo agora, os portugueses, os seus camaradas de partido e quem nele votou, não mereceram da sua parte uma assunção de culpa e, ainda menos, uma palavra de arrependimento. José Sócrates, deixou-nos numa situação complicada e continua na sua causa própria que agora consiste em safar a sua pele. Prossegue objectivos individuais, e menores, no coração do espaço público. Sim, ainda é nesse sítio que está José Sócrates. Cada entrevista, cada intervenção, cada aparição em que José Sócrates renova os seus votos de faltar à verdade, são uma pedrada num charco que nos salpica. Curiosamente quem mais se queixa é quem tira benefício desta postura de José Sócrates e quem, na verdade, aí legitima a sua intervenção pública ou política. O problema de José Sócrates é um problema para a esquerda e não quero fazer parte do grupo que faz de conta que não é bem assim. E claro que não é só um problema do Partido Socialista. A seguir entra o Rui Rio, o líder incapaz. Rui Rio não tem propostas para o país e a sua estratégia, enquanto dirigente do Partido Social Democrata, passa por chegar ao poder. É legítimo mas é pouco. Pior, deixou de ser legítimo quando, para chegar lá, se mostrou disposto a abdicar dos princípios democráticos. Fazer entendimentos com o partido Chega implica abdicar deles, escolher candidatas como Susana Garcia foi um grande reforço pois nesse caso, mais do que fazer um acordo, Rui Rio escolheu apresentar-se como concorrência ao partido Chega. Provavelmente conseguirá o pior dos dois mundos. Seria impensável há uns meses equacionar que um partido como o PSD escolhesse como candidata a uma autarquia uma pessoa com as posições políticas de Susana Garcia. Já tínhamos assistido ao acordo dos Açores mas agora avançou-se mais no caminho do precipício. Nem se pode dizer que a escolha da candidata tenha acontecido apesar dessas posições. Pelo contrário, são precisamente a razão da escolha. Nenhum outro percurso se conhece de Susana Garcia para lá da sua participação em programas de televisão onde exprimiu opiniões de cariz racista, a defesa da castração química e onde, assisti, chamou a moradores de bairros sociais “gentalha”. Não valerá a pena alongar a descrição. Rui Rio deixou lançar a bomba, depois a direção do partido deu sinais de recuo, a seguir atrasaram a decisão para lá do anunciado e eis que Rui Rio confirma a candidatura. Uma estratégia conhecida: deixar arder um bocado e depois manter o que tinha sido anunciado porque afinal o que havia para arder já ardeu. Esta estratégia de Rui Rio prejudicou o PSD e tornou-o efectivamente refém de André Ventura caso queira disputar o poder. As sondagens são reveladoras. O principal partido da direita, com Rui Rio, não tem qualquer capacidade de enfrentar sozinho o PS. Está assente. A candidatura de Carlos Moedas à presidência da Câmara Municipal de Lisboa parecia ser uma cartada que poderia evitar a falência de Rui Rio como líder do PSD. Mas o próprio Rui Rio, e certamente alguma desabilidade de Carlos Moedas, trataram de arrumar o assunto; não há direita credível quando um partido escolhe Susana Garcia para o Município da Amadora. Um concelho com aquelas características, uma candidata com as que lhe são conhecidas. Esta escolha foi a última gota. O problema de Rui Rio é sobretudo um problema para a direita por mais que esta aparente recusá-lo mas já a ultrapassa. As portas estão entreabertas a uma futura coligação com a extrema-direita nas próximas legislativas. Em terceiro lugar André Ventura. Enquanto escrevo decorre a manifestação do partido político Chega contra a sua ilegalização. Ir para as ruas é um ato político mas o que se pretende é uma avaliação, num primeiro momento, por parte da Procuradora-Geral da República e, se esta assim o entender, a seguir por parte do Tribunal Constitucional, da legalidade do partido. Todas as organizações e partidos políticos estão sujeitos a este escrutínio e não o deveriam temê-lo. Importa então saber o que está aqui em causa. Seráuma avaliação do impacto da manutenção deste partido ou do impacto da sua extinção? Deverão ser a Procuradoria Geral da República e o Tribunal Constitucional a analisar se o que está em causa é a própria democracia caso se extinga e Chega ou caso se mantenha o partido? E deverão ter presente o facto de se tratar de uma força política que aparenta estar em grande crescimento? Para o bem, e para o mal, a resposta é não. O que se pede é que seja avaliada a legalidade do partido político Chega e, mais concretamente, se as tais linhas vermelhas que têm sido cruzadas se traduzem ou não na violação efectiva da lei e de forma a determinar a sua extinção. O Chega faz um jogo político que faz lembrar o jogo que todas crianças, naquela parte em que deixam de ser bebés, apreciam. É mais ou menos assim: tapa-se a cara e diz-se: “não está cá!” e a seguir destapa-se a cara e contradiz-se com estrondo: “está, está!”. Por alguma razão todas deliram. E é verdade que quando se volta a tapar a cara, a criança, que acabou de ver que ali estamos e que simplesmente acabámos de tapar a cara, fica mesmo na convicção que desaparecemos. A surpresa e a alegria quando, logo a seguir, destapamos a cara são fascinantes. Assim é o jogo do Chega. De vez em quando destapa a cara e mostra a sua face racista e fascista – e atenção: tem mesmo de o fazer, é o que a maior parte do seu eleitorado exige. É do que se alimenta. Depois há um recuo e algumas declarações que vêm por água na fervura. O objectivo é sempre o mesmo: ficar na linha ténue que separa a legalidade da ilegalidade. Poder dizer: não era bem isso. Há de facto quem delire com isto mas também há quem não suporte e, já agora, os que não o suportam são a larga maioria dos portugueses. Todos sabem o que está ali quando o André Ventura volta a tapar a cara: os que apreciam o discurso racista e fascista e os que não o toleram. É um jogo e não engana ninguém. Quando alguém diz que é contra a ilegalização do partido Chega não se está a pronunciar sobre a apreciação da legalidade do partido – se é ou não é racista ou se é ou não é fascista – mas sim sobre a eficácia de resolver o problema da extrema-direita dessa forma. Existe aqui um esquecimento do que efetivamente resulta da lei constitucional, da Lei nº 64/78, de 6 de Outubro e da Lei dos Partidos Políticos. A aplicação da lei não pode estar dependente de uma avaliação estratégica ou política. Se consideram que mais vale manter um partido racista no sistema democrático porque se trata de uma força política com demasiada expressão para ser extinta por decisão do Tribunal Constitucional, isso é lamentável. Acontece que a aplicação da lei não se detém nessas considerações. É racista? Então deve ser extinto. É obrigatório que assim seja. O que está aqui em causa não é se se é a favor da extinção de um partido mas sim se se é a favor da aplicação da lei. Algures no tempo as pessoas deixaram de acreditar na aplicação da lei. Poucos acreditam que o Tribunal Constitucional a fará cumprir e é certo que, para ser chamado a fazê-lo, terá que existir esse pedido por parte da Procuradora-Geral da República. Sobretudo será André Ventura que não acredita e que aproveita o momento para mobilizar os seus apoiantes e as atenções sobre si. Quem está a movimentar-se, pedindo a atuação do Ministério Público, é quem acredita no sistema judicial. Será ingenuidade? Vamos ver. A situação deve ser entregue a quem tem a competência para a apreciar. A responsabilidade de quem enceta o procedimento cessa aí e aí começa a das instituições. Se isto deixou de ser um Estado de Direito estamos feitos. O problema de André Ventura, que tem também contornos penais, é um problema da própria democracia e é trágico que existam os que fazem de conta que não. Agora chegámos ao impasse mexicano. Para quem não sabe o que é: trata-se de um confronto entre três oponentes no qual cada um deles está armado. É um bom momento cinematográfico e certamente já o terão visto em alguns filmes. É um dilema sem estratégia infalível para a vitória. O primeiro a disparar ficará em desvantagem em relação ao que não foi alvejado. É tramado. Ninguém quer ser o primeiro a disparar, será o segundo a disparar que ganha o impasse. Ficar quieto também não é seguro, pode significar a morte. “A” dispara em direção a “B”, este ficará ferido e “C” dispara em direção a “A”. Não, isto não é sobre os três políticos que nos colocam em perigo. Os três, juntos, formam uma letra só. “A” é a justiça, “B” são estes políticos, “C” somos nós. Estão, estamos, com as armas apontadas uns aos outros. Ninguém quer perecer. Aqui existe uma solução: que seja a justiça e que sejamos nós a disparar primeiro e que o façamos em conjunto e na mesma direção. São eles que devem cair. É a boa forma de sair deste impasse. A justiça não pode ser inimiga do povo e o povo precisa da justiça. A luta não deve ser entre “A” e “C”. Em conjunto deveremos obliterar os políticos que não cumprem a lei e que não honram os princípios democráticos. Este trio é a concretização da pior forma de fazer política. Existe esquerda séria, existe direita séria e um longo caminho para andar. Vejamos ainda um outro aspecto: nenhum deles, neste aspecto interessa sobretudo Rui Rio e André Ventura, têm propostas e soluções para os problemas dos portugueses. Com André Ventura a coisa é ridiculamente evidente: apontar o dedo a alguma corrupção e aceitar outra, castigar a comunidade de etnia cigana e castrar pedófilos não vai fazer grande coisa pelo país e pelos portugueses. Com tão pouco nem os de bem se safam. André Ventura ontem, ladeado por um número incompreensível de seguranças, foi do Príncipe Real ao Rossio segurando uma faixa que tinha escrito “Chega ou Morte”. Uma notável mensagem política. Mas André, “ainda não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde”. *Carmo Afonso — advogada — 19.04.21 |
OS MESMOS DE SEMPRE Posted: 21 Apr 2021 05:50 AM PDT Num trabalho do jornalista do Expresso, João Diogo Correia, podemos ver que os mesmos de sempre são alvos de suspeições e buscas por parte da Polícia Judiciária. Um Salgado (que não Ricardo) e Espírito Santo (banco? banqueiro?) estão na berlinda das suspeições. A investigação e a justiça que faça o seu trabalho. Que aplique a justiça que nos deve (cidadãos). Sabendo a populaça de antemão que tudo pode dar em nada, tal como em tantos outros casos de negociatas e corrupções que vêm acontecendo. Não por acaso constatamos a resistência de partidos na Assembleia da República a deixar tudo como está legislativamente… e esses tantos a “viverem acima das suas possibilidades”. Provavelmente cai-lhes do céu dinheiro e outros bens… Da notícia do Expresso, com artigo exclusivo para assinantes, rebuscamos o possível. Se quer saber mais é só uma questão de pagar ou, em melhor oportunidade, encontrar a história noutro jornal ou TV da nossa praça lusa. Eis o que no PG conseguimos como qualquer outro leitor que não se possa dar ao luxo de “viver acima das suas possibilidades”. (PG) Buscas na Câmara de Lisboa. 12 casos, dois nomes que se repetem: Manuel Salgado e Espírito Santo “Operação Olissipus” investiga vários negócios feitos pela Câmara Municipal de Lisboa, que levaram a Polícia Judiciária a fazer buscas… esta terça-feira a alguns edifícios camarários. Fernando Medina diz-se “tranquilo”, sem a imagem beliscada e defende-se apontando um caso que a própria autarquia denunciou e outro que ainda promete denunciar. A Polícia Judiciária fez esta manhã (20.04) buscas em 28 espaços, domiciliários e não domiciliários, pertencentes não só à Câmara Municipal de Lisboa (CML) como a elementos a ela ligados. Em causa estão 12 casos-negócio, dos quais alguns são “amplamente conhecidos e escrutinados”, como apontou esta tarde Fernando Medina… |
GEORGES E VALENTINAS Posted: 21 Apr 2021 05:02 AM PDT Bom dia este é o seu Expresso Curto George e Valentina. A vida dele importou. E a dela? Rui Gustavo | Expresso O suspiro de alívio sentiu-se deste lado do Atlântico: um júri do tribunal de Minneapolis, nos Estados Unidos, considerou o agente Derek Chauvin culpado de três crimes de homicídio em segundo e terceiro grau e por negligência. Onze horas de deliberação chegaram para que “12 angry man” ( na verdade, seis pessoas brancas, quatro negras e duas de “origem variada”, segundo descrição dos próprios) decidissem por unanimidade que o ex-agente da polícia daquela cidade americana, que estava em liberdade, é o responsável pela morte de George Floyd, um afro-americano asfixiado quando era detido depois de ter comprado um maço de tabaco com uma nota de 20 dólares falsa. As imagens do agente Chauvin com o joelho no pescoço de Floyd durante nove minutos e oito segundos, enquanto a vítima gritava que não conseguia respirar “I can’t breath” (27 vezes) e chamava pela mãe (já morta), foram vistas em todo o lado do mundo onde há um televisor, um telemóvel ou um computador, e provocaram mais uma onda de tensão racial nos Estados Unidos onde os negros são, em termos comparativos, as maiores vítimas da violência policial. A morte ocorreu em maio do ano passado e foi filmada pelo telemóvel de um adolescente que foi uma das testemunhas do processo. Ainda antes do veredito, o presidente americano Joe Biden considerou que as provas eram “esmagadoras” e uma senadora democrata, Maxine Waters, apelou a que os manifestantes fossem “mais confrontacionais “ caso Chauvin fosse absolvido, o que dará um excelente argumento para a defesa recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça com a alegação de que não teve direito a um julgamento justo. A pena só deverá ser conhecida dentro de oito semanas e Chauvin arrisca uma pena que pode chegar aos 40 anos de prisão. Ouviu o veredito impassível e saiu da sala algemado porque, ao contrário do que acontece em Portugal, terá de esperar o resultado de um eventual recurso preso. Durante o julgamento, alegou que agiu como foi treinado, o que foi desmentido pelo chefe da polícia, e tentou demonstrar que a morte de Floyd se deveu a problemas de saúde provocados pelo abuso de drogas. Desta vez, ao contrário do que aconteceu em 1992 depois de vários agentes da polícia terem sido absolvidos depois de espancarem quase até à morte Rodney King, não houve violência nas ruas e Joe Biden voltou a fazer uma intervenção pública para garantir que irá fazer tudo para aprovar uma “lei George Floyd” para regular a intervenção policial e impedir, por exemplo, que agentes já condenados por abuso de poder possam ser transferidos. Talvez alguma coisa mude. .”A vida dele importou”, admitiu um dos advogados da família Floyd que recebeu uma indemnização de 27 milhões de dólares, a maior de sempre paga pela morte de um afro americano. Dez dias antes da morte de George Floyd, o corpo de Valentina, uma criança de nove anos que tinha sido dada como desaparecida pelo pai, foi encontrado num eucaliptal a seis quilómetros da casa do pai e da madrasta, em Atouguia da Baleia. Sandro acabou por confessar que tinha sido ele a matar a filha à pancada, porque desconfiava que tinha sido abusada sexualmente. A rapariga, que já tinha sido sinalizada pelos serviços sociais mas pôde continuar a viver com pai, foi deixada a agonizar num sofá durante 12 horas e foi vista pelo irmão, testemunha fundamental no processo que hoje tem um desfecho. O coletivo de juízes vai decidir esta quarta-feira, às 14h00, qual a pena a aplicar ao pai e à madrasta de Valentina. George e Valentina morreram inutilmente, vítimas de uma violência absurda. Só a justiça os pode vingar. Melhor: fazer-lhes justiça. OUTRAS NOTÍCIAS Ainda antes de começar, a Superliga Europeia parece estar prestes a acabar. Sete dos 12 clubes fundadores – todos os ingleses envolvidos e o Inter de Milão – já terão decidido saltar fora desta super péssima ideia que teve o condão de fazer parecer a UEFA e a FIFA agremiações benfeitoras cujo único objetivo é evitar que a ganância estrague um jogo que já foi do povo. Sem se rir, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, defendeu que esta – uma liga de clubes ricos e não necessariamente bons em que se entra por convite tipo clube do bolinha e se ganha tanto dinheiro que torna ainda maior o fosso para os outros cubes – era a melhor maneira de voltar a atrair os jovens para o futebol e de pôr fim aos problemas económicos provocados pela pandemia de covid 19. As reações da UEFA, dos jogadores (os do Liverpool estão contra e já o anunciaram aos donos do clube), dos treinadores e dos fãs (estou a ser ingénuo, mas é de propósito) poderão provocar um recuo dos “dirty 12”, como alguém lhes chamou. Os dois finalistas da Liga dos Campeões da última época, PSG e Bayern, não quiseram entrar nesta aventura. Ainda assim, os 4 mil milhões que a JP Morgan pretende investir na competição podem falar mais alto. Money talks, bullshit walks. Em 2024 aLiga dos Campeões vai mudar e tornar-se numa espécie de Liga em que os clubes jogam entre si e os melhores apuram-se para uma fase final. Nada vai ficar como dantes no futebol europeu. O Ministério Público já pediu a nulidade da decisão instrutória de Ivo Rosa na Operação Marquês considerando que houve uma “alteração substancial dos factos”, mais especificamente o facto de Carlos Santos Silva passar a ser o corruptor de José Sócrates na versão de Ivo Rosa dos acontecimentos. Problema: a reclamação vai ser avaliada pelo próprio Ivo Rosa, mas é possível recorrer para a Relação de Lisboa. Os deputados da oposição de um grupo de trabalho parlamentar aprovaram mais uma medida contra o PS e contra o Governo: mudaram a carreira dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e aumentaram a tabela salarial. O Governo diz que o Parlamento legislou fora da sua competência e que tem de haver negociação com os sindicatos. A medida tem um custo de € 46.5 milhões. A Câmara Municipal de Lisboa foi alvo de buscas que, de acordo com o presidente Fernando Medina, tiveram como principal alvo Manuel Salgado, ex-vereador do urbanismo. Noutro lindo gesto de solidariedade, o rival nas eleições autárquicas comparou Medina a Sócrates e falou de corrosão da democracia. Leia para decidir se exagerou. Hoje há um “Velório pelos Profissionais da Cultura, das Artes e dos Eventos”, uma iniciativa do Grupo Informal Vigília Cultura e Artes que quer “velar todos os profissionais do sector da cultura que ficam deixados para trás pelas parcas medidas de emergência programadas pelo Governo”. A cerimónia fúnebre passa por Angra do Heroísmo, Ponta Delgada, Faro, Lisboa, Porto e Évora. Nem de propósito (aposto que é), hoje também é o último dia para os artistas se candidatarem ao apoio social extraordinário aos trabalhadores da Cultura promovido pelo Governo. O Sporting recebe o Belenenses no Alvalade XXI às 21h15 e pode alargar para nove pontos a distância para o segundo classificado FC Porto que joga amanhã com o Vitória. O Benfica já deitou a toalha ao chão e os leões, apesar da tremedeira dos últimos jogos, têm tudo para pôr fim a um jejum de 19 anos. O número de pessoas mortas por execução de pena de morte é o mais baixo em pelo menos dez anos. Quase que acabava este curto sem falar de Covid 19: Portugal passou o teste da Páscoa, a vacina da vacina Jonhson & Johnson vai continuar a ser inoculada apesar dos casos residuais de efeitos secundários mortais; mais de metade da população com mais de 80 anos já recebeu as duas doses da vacina. Ontem, de acordo com os últimos dados, morreram cinco pessoas em Portugal vítimas do novo coronavírus. E as filas para as lojas de pronto a vestir no Spazio, em Lisboa, não ultrapassavam os dez, onze apressados. Talvez tudo acabe antes do meu corretor de texto passar a reconhecer a palavra Covid. Portugal e a presidência da UE Vacina da J&J. Regulador mantém que benefícios superam riscos O comité de segurança (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) mantém a confiança na administração da vacina da J&J, reiterando os benefícios. No entanto, confirmou na terça-feira que existe uma “possível ligação” entre os casos raros de coágulos sanguíneos e a vacina. Por isso, determina que “um aviso sobre coágulos sanguíneos incomuns associados a um baixo nível de plaquetas deve ser adicionado à informação do produto” e que estes eventos devem ser incluídos como efeitos secundários muito raros da vacina. A EMA lembrou ainda que os casos analisados são “muito semelhantes aos casos que ocorreram com a vacina desenvolvida pela AstraZeneca”, mas que tal como para essa vacina, a avaliação mantém -se “positiva”. As duas vacinas estão recomendadas na União Europeia para maiores de 18 anos. Bruxelas exorta Estados-membros a seguirem recomendação “Exorto os Estados-membros a seguirem a opinião dos nossos especialistas. A vacinação salva vidas”, tuitou a comissária europeia da Saúde após ser conhecida a conclusão do comité de segurança da EMA. No entanto, não é certo que os Estados-membros venham de facto a seguir na íntegra a recomendação do regulador, tal como não o fizeram no caso da AstraZeneca. O vice-presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, apelou à “boa coordenação” dos Estados-membros deixando claro que a decisão final está nas mãos dos Governos e não de Bruxelas. As próximas horas e dias devem demonstrar se a abordagem portuguesa à vacina da Johnson & Johnson vai ser a mesma que a dada à AstraZeneca, tendo em conta que há semelhanças entre os eventos adversos reportados. Portugal, Itália ou Alemanha só a administram a maiores de 60 anos. Frases “Hoje podemos respirar outra vez” “A verdadeira justiça exige muito mais” “A Superliga Europeia vai trazer excitação e drama nunca vistos no futebol” “Vamos com a ambição de tirar a virgindade ao Sporting” “Isso foi confirmado pela própria Polícia Judiciária, no comunicado que fez”. “Não são apenas os comportamentos do ex-primeiro-ministro José Sócrates que corroem o funcionamento da democracia” O que eu ando a ler “O Crime do Padre Amaro” Eça de Queirós Primeiro romance do grande prosador, começou por ser publicado em folhetins e foi sendo melhorado pelo autor até uma terceira versão que se tornou definitiva e que estou agora a acabar de ler numa edição antiga e bonita do Circulo de Leitores. O alegado racista (em os “Maias”, segundo uma professora cabo-verdiana) espanca com muita fineza e evidente fineza tanto o clero como a burguesia provinciana do final do século XIX que – imaginem – se preocupavam mais com a forma do que com o conteúdo da religião e da sua moral. Algo impensável, 14 anos depois. História de beatice e intriga, tem um vilão espetacular – Amaro, o falinhas mansas que seduz a ingénua Ameliazinha com a palavra de Deus – e uma galeria de personagens pérfidas ou ridículas que o autor exploraria nas obras seguintes, como o “Primo Basílio”, mais um misógino miserável e “Os Mais”, o retrato definitivo e impiedoso da burguesia de então. Graças ao espetacular sistema de ensino do Português, li partes deste livro no 9º ano, apreciei moderadamente da versão cinematográfica do mexicano Carlos Carrera (nomeado para um Óscar de melhor filme estrangeiro) e achei de fugir a versão portuguesa com Soraia Chaves e um frigorífico aberto a derramar luz sobre uma versão menos cândida da Amélia. Mas como disse Pulido Valente, “voltamos sempre ao Eça”. Por hoje é tudo. Se puder, aproveite para ir a um museu (o de arte antiga, por exemplo), ver um filme (talvez Nomadland, o grande candidato aos Óscares) ou uma peça de teatro (Eunice Muñoz está a despedir-se dos palcos em “A Margem do Tempo”, com a neta Lídia no auditório com o seu nome, em Oeiras. Ou então vá ver os Luta Livre, de Luís Varatojo, no Luísa Todi, em Setúbal. A agenda (e o resto da vida) está toda nos sites da Blitz e do Expresso. E da Tribuna. Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a |
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