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O Novo Milagre Russo

Posted: 17 Apr 2021 01:56 PM PDT

# Publicado em português do Brasil

Lyon Arnaud* | OneWorld

A necessidade de a União Europeia adquirir a vacina russa Sputnik V está se tornando mais urgente a cada dia

Enquanto as autoridades em Bruxelas estão considerando se permitem que a vacina russa contra a Covid-19 entre no território da União Europeia, a própria Rússia está usando essa ferramenta mais recente para implementar um programa planejado para proteger os residentes de suas regiões. Não é surpreendente que seja por esta razão que, no momento, quase todas as restrições relacionadas à pandemia foram levantadas quase simultaneamente com as europeias, quando o “Sputnik V” ainda não foi desenvolvido, testado e ampliado.

E agora, quando os países da UE dizem que podem ter uma “quarta onda”, a Rússia já está se livrando das consequências da “segunda”. A razão aqui é a mais simples: na questão da vacinação prática, a Europa não está protegida, então ninguém lá está imune à “quinta”, “sexta” e outras ondas. Deveria ser acrescentado: “infelizmente”, já que a vacina russa contra o coronavírus também poderia ter ajudado os europeus há muito tempo.

Muitos europeus não querem esperar, porque a sua própria saúde e a saúde da sua família são mais caras do que as circulares dos funcionários de Bruxelas, que confundiram completamente a medicina com a política. É simbólico que em um dos assuntos notáveis ​​da Federação Russa, a região de Saratov, o diretor geral da fábrica “Robert Bosch Saratov”, localizada na cidade de Engels, Werner Richter, tenha sido vacinado. Em uma entrevista à mídia, ele disse: “Você (quer dizer a Rússia) foi o primeiro a voar para o espaço e o primeiro a fazer a vacina Covid-19. Tive a sorte de estar na Rússia durante este período. A Rússia tem uma rica experiência em vacinação, bons especialistas e você saberá fazer da maneira correta. ” Ele teve sorte de estar na Rússia naquele momento e, por definição, não testou várias vacinas ocidentais, ao qual até a liderança da UE tinha muitas perguntas. No entanto, nem todos os europeus têm a mesma sorte, muitos deles não podem vir para a mesma região de Saratov para finalmente dar um suspiro de alívio.

 

Outro exemplo de vacinação bem-sucedida foi o professor de inglês, o cidadão britânico Joshua Levy, que mora em Moscou. “Não doeu. Durante o dia, tive sintomas semelhantes aos do Covid-19, fraqueza e dores no corpo. No dia seguinte, os sintomas desapareceram” – disse ele. Três semanas depois, Joshua recebeu uma segunda dose da vacina: “Os sintomas foram os mesmos, mas mais intensos. Tudo se acalmou no terceiro dia e voltei à minha vida normal.”

Em contraste com a situação da Rússia, a situação sanitária e epidemiológica geral na Europa deixa muito a desejar. As vacinas ocidentais não resistem ao teste da prática, e a droga russa, como já mencionado, ainda não pode cortar a “janela para a Europa” devido às ações provocativas de políticos individuais da UE. Assim, a ampla disseminação do vírus em toda a UE no momento não restringe nada, exceto para nominais, puramente para o relatório a Bruxelas, vacinações com vacinas ocidentais.

E não há necessidade de nenhuma evidência extra, conhecimento e números puramente especiais, porque a prática é o melhor critério da verdade. Se tal número de vacinas ocidentais, que foram anunciadas no espaço de informação, tivessem um efeito real e impedissem a disseminação da Covid-19, então nem a “terceira” nem a “quarta” onda de coronavírus poderiam cobrir a União Europeia em princípio. E se as pessoas ainda estão em quarentena lá, se as pequenas e médias empresas ainda não conseguem trabalhar normalmente, isso significa apenas uma coisa: não existe uma vacina real contra o coronavírus na União Europeia, apesar da grande variedade de nomes publicitários. Para que a sociedade europeia volte à vida, não pode passar sem uma vacina russa. Caso contrário, a sombra da “praga”

Ao mesmo tempo, os desenvolvedores russos não escondem nada e estão sempre prontos para compartilhar suas melhores práticas com seus colegas da UE. Alexander Gintsburg, diretor do Centro de Pesquisa Gamalei para Epidemiologia e Microbiologia do Ministério da Saúde da Rússia, disse à agência de notícias RIA-Novosti que “A União Européia não quer permitir que a vacina russa contra o coronavírus” Sputnik V “entre em seu mercado, pois teme a sua alta qualidade e a concorrência com os medicamentos que já estão disponíveis na Europa. ”

Ao mesmo tempo, os próprios principais meios de comunicação ocidentais falam abertamente sobre as vantagens do produto russo. Assim, a Bloomberg chamou diretamente de “Sputnik V” “a maior descoberta científica da Rússia moderna”. O jornalista desta publicação, Henry Mayer, chamou a atenção para o fato de que “o registro da primeira vacina contra o coronavírus na Rússia antes mesmo da conclusão da terceira fase de testes causou ceticismo por parte da comunidade internacional”, o que por si só determinou o processo de dificuldades no registrando o “Sputnik V” na UE.

Mayer, que é muito difícil de suspeitar de parcialidade, também enfatizou que “os resultados de uma avaliação de especialista publicada na revista The Lancet mostraram que a vacina russa não é inferior às análogas americanas e europeias, e também supera as drogas chinesas. Anteriormente, The Lancet publicou os resultados da terceira fase dos ensaios clínicos da vacina russa contra o coronavírus “Sputnik V.” Segundo os cientistas, a eficácia da vacina foi de 91,6%, para voluntários com mais de 65 anos – 91,8%. A vacina também prevê 100% de proteção contra coronavírus grave. ” Não há mais nada a acrescentar aqui, tudo é bastante claro.

Mas e se os burocratas europeus estiverem no caminho da recuperação da Europa? Empresários dos principais países europeus – Alemanha, França, Itália, etc. – sempre foram muito ativos e empreendedores. E agora todos os outros europeus podem apenas esperar por eles. A união situacional dos empresários no confronto conjunto com a Covid-19 ajudará não só a abrir as suas próprias empresas, mas também a restaurar plenamente as funções da “velha Europa”. Alguns ascetas dentro da UE – na Áustria, Eslováquia, Hungria e vários outros países – estão tentando importar da Rússia ou iniciar a produção do “Sputnik V” na hora, mas as próprias sombras do passado estão tentando impedi-los de todas as maneiras possíveis. Por causa disso, a situação sanitária e epidemiológica na UE parece cada vez mais desagradável, tanto em um sentido social quanto político. Hoje, uma coisa é clara: as autoridades da UE não querem comprar a vacina russa apenas por razões políticas, sacrificando milhões de seus próprios cidadãos.

Se isso continuar, é impossível excluir o fato de que a população da UE romperá todas as fronteiras e caminhará para o Leste, para salvar o milagre da Rússia. Exemplos específicos de vacinação pelo “Sputnik V” de conhecidos cidadãos europeus – como o mesmo diretor da fábrica alemã na região de Saratov, e não apenas o seu, mas a fábrica inteira como um todo, e exclusivamente de forma voluntária –São a melhor recomendação prática para a vacinação em massa e rápida de residentes de países europeus contra esta “praga do século XXI”.

Caso contrário, o próprio povo derrubará as barreiras e fronteiras artificialmente erguidas pelos funcionários da UE. Não devemos conduzir a Europa à revolução.

*Lyon Arnaud — Perito político e comentarista de assuntos internacionais

ONEWORLD

A associação que quer julgar o Presidente al-Assad é uma farsa

Posted: 17 Apr 2021 01:41 PM PDT

Uma operação de desestabilização foi montada contra o Working Group on Syria, Propaganda and Media (Grupo de Trabalho sobre a Síria, a Propaganda e os Média) do Professor Tim Hayward (director do Just World Institute, da Universidade de Edimburgo) [1].

Ela foi levada a cabo pela Commission for International Justice and Accountability – CIJA (Comissão para a Justiça Internacional e a Responsabilização); uma associação criada para ditar a culpabilidade da República Árabe Síria e dos seus dirigentes. Esta associação foi financiada, no montante de US $ 50 milhões de dólares, pela Alemanha, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Noruega, Holanda, Reino Unido e União Europeia.

Verifica-se que o seu principal dirigente, William Wiley (foto), era também o do escritório de advocacia Tsamota, domiciliado no mesmo endereço. A sua empresa especializou-se no aconselhamento a empresas para não serem alvo de processos jurídicos, enquanto a sua associação se dedica à organização de queixas jurídicas. A Tsamota trabalhou para os Estados Unidos e o Reino Unido, e está incluída no escândalo dos Panama Papers.

Diz-se que William Wiley terá sido um analista da CIA no Iraque.

 

A CIJA empreendeu contacto, sob falsa identidade, com o Professor Paul McKeigue, membro do Working Group on Syria, Propaganda and Media. Ela transmitiu-lhe falsas informações a fim de que ele as retransmitisse e assim ela o pudesse desacreditar. No entanto, a operação falhou.

No ano passado, o Gabinete de Luta Anti-fraudes da União Europeia (OLAF) pediu que a CIJA fosse processada no Reino Unido, nos Países Baixos e na Bélgica por «apresentação de falsos documentos, falsa facturação e lucros ilegais» [2].

Além disso, o trabalho da CIJA contra a Síria não parece muito sério, apesar das somas gastas. Também em 2020, a Alemanha julgou Anwar Raslan, acusado de ser um torcionário do «regime de Bashar». A CIJA tinha difundido documentos denunciando a sua posição no seio da administração síria. Azar! Veio a verificar-se que o homem era um membro da Oposição e trabalhava com os jiadistas.

Voltairenet.org

[1] “Western govt contractor entrapped British scholar in sting operation to cover up Syria corruption scandal”, Ben Norton, The Greyzone, March 27, 2021.

[2] “OLAF unravels fraud among partners in Rule of Law project in Syria”, European Anti-Fraud Office, March 24, 2020.

Irão anunciou identidade do suspeito de ataque à usina nuclear de Natanz

Posted: 17 Apr 2021 01:30 PM PDT

# Publicado em português do Brasil

A televisão estatal identifica suspeito de sabotagem de 11 de abril como Reza Karimi, de 43 anos, e promete repatriá-lo

O Irão nomeou um suspeito do ataque à instalação nuclear de Natanz que danificou centrífugas, dizendo que ele havia fugido do país “horas antes” da sabotagem.

Embora a extensão dos danos da sabotagem de 11 de abril permaneça obscura, ela ocorre no momento em que o Irã tenta negociar com as potências mundiais para permitir que os EUA voltem a seu acordo nuclear esfarrapado e suspendam as sanções econômicas que enfrenta.

O Irã já começou a enriquecer urânio com até 60% de pureza em resposta – três vezes mais do que antes, embora em pequenas quantidades. A sabotagem e a resposta do Irã a ela também inflamaram ainda mais as tensões em todo o Oriente Médio, onde uma guerra sombria entre Teerã e Israel, o principal suspeito da sabotagem, ainda continua.

A televisão estatal nomeou o suspeito como Reza Karimi, de 43 anos. Ele mostrava uma fotografia tipo passaporte de um homem identificado como Karimi, dizendo que ele nasceu na cidade vizinha de Kashan.

O relatório também refere o que parecia ser um “aviso vermelho” da Interpol pedindo sua prisão. O aviso de prisão não estava imediatamente acessível no banco de dados público da Interpol. A Interpol, com sede em Lyon, França, não quis comentar.

A reportagem da TV disse que “ações necessárias” estão em andamento para trazer Karimi de volta ao Irã por meio de canais legais, sem dar mais detalhes. O suposto “aviso vermelho” da Interpol listava sua história de viagens ao exterior como incluindo Etiópia, Quênia, Holanda, Qatar, Romênia, Turquia, Uganda e Emirados Árabes Unidos.

O relatório não detalhou como Karimi teria acessado uma das instalações mais seguras da República Islâmica. No entanto, pela primeira vez, mostrou as autoridades reconhecendo que uma explosão atingiu as instalações de Natanz.

 

Houve uma “explosão limitada de uma pequena parte do caminho de alimentação de eletricidade para o corredor das centrífugas”, disse a reportagem da TV. “A explosão aconteceu devido à função de materiais explosivos e não houve ataque cibernético.”

Relatos iniciais na mídia israelense, que mantém relações estreitas com seus serviços militares e de inteligência, culparam um ataque cibernético pelos danos.

A reportagem da TV estatal iraniana também disse que havia imagens que corroboravam o relato de uma explosão, em vez de ciberataque oferecido por serviços de segurança, mas não transmitiu essas imagens.

O relatório também mostrou centrífugas em um corredor, bem como o que parecia ser fita isolante, na instalação de Natanz. Em uma foto, um repórter de TV entrevistou um técnico não identificado, que foi mostrado por trás – provavelmente uma medida de segurança, já que cientistas nucleares iranianos foram assassinados em ataques supostamente orquestrados por Israel no passado.

“O som que você está ouvindo é o som de máquinas em operação que felizmente não estão danificadas”, disse ele, referindo-se ao zumbido agudo das centrífugas ouvido ao fundo. “Muitas das correntes de centrífuga que apresentavam defeitos agora estão sob controle. Parte do trabalho que foi interrompido estará de volta aos trilhos com os esforços ininterruptos de meus colegas. ”

Em Viena, as negociações sobre o acordo continuaram no sábado, com outra reunião de diplomatas do Irã e das cinco potências que permanecem no acordo, com grupos de trabalho de especialistas em levantamento de sanções e questões nucleares definidos para continuar as atividades até a próxima semana.

A UE, a Rússia e o Irã saudaram o progresso nas negociações. Enrique Mora, o funcionário da UE que presidiu as negociações, tuitou que “o progresso foi feito em uma tarefa nada fácil. Precisamos agora de um trabalho mais detalhado. ”

O embaixador russo em Viena, Mikhail Ulyanov, acrescentou que “os participantes tomaram nota com satisfação do progresso feito até agora e expressaram determinação em continuar as negociações com vistas a concluir o processo com sucesso o mais rápido possível”.

O chefe da delegação do Irã, Abbas Araghchi, comentou sobre o Telegram: “Uma boa discussão ocorreu dentro da comissão mista. Parece que um novo acordo está tomando forma e agora há um objetivo final comum entre todos ”.

O acordo de 2015, do qual o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retirou unilateralmente os EUA em 2018, impediu o Irã de estocar urânio enriquecido o suficiente para ser capaz de perseguir uma arma nuclear se optasse pelo levantamento das sanções econômicas.

O Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico, embora o Ocidente e a AIEA digam que Teerã tinha um programa nuclear militar organizado até o final de 2003. Um relatório anual de inteligência dos EUA divulgado na terça-feira manteve a antiga avaliação americana de que o Irã não está tentando construir uma bomba nuclear.

O Irã disse anteriormente que poderia usar urânio enriquecido em até 60% para navios com propulsão nuclear. No entanto, a República Islâmica atualmente não possui tais navios em sua marinha.

O ataque em Natanz foi inicialmente descrito apenas como um blecaute em sua rede elétrica – mas depois as autoridades iranianas começaram a chamá-lo de um ataque.

Um oficial iraniano referiu-se a “vários milhares de centrífugas danificadas e destruídas” em uma entrevista à TV estatal. No entanto, nenhum outro oficial ofereceu esse valor e nenhuma imagem das consequências foi divulgada.

The Guardian | AP

Imagem: A TV estatal mostra o retrato de um homem identificado como Reza Karimi, supostamente responsável pelo ataque à sala de centrifugação da instalação de enriquecimento de urânio de Natanz. Fotografia: AP

Biden declara emergência nacional: EUA e OTAN consideram a Rússia pária internacional

Posted: 17 Apr 2021 11:32 AM PDT

# Publicado em português do Brasil

Rick Rozoff

Global Research, 16 de abril de 2021

Anti-bellum 15 de abril de 2021

Os trinta membros do Conselho do Atlântico Norte, o órgão de tomada de decisões políticas da OTAN consistindo de embaixadores de todos os estados membros, publicou uma declaração apoiando a declaração da administração de Joe Biden de uma emergência nacional atribuída a ações russas, reais ou imaginárias.

Biden começou uma carta que acompanha uma ordem executiva enviada ao Congresso dos EUA hoje com este anúncio:

“De acordo com a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (50 USC 1701 et seq.) (IEEPA), eu informo que emiti uma Ordem Executiva declarando uma emergência nacional com relação à ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, política externa , e a economia dos Estados Unidos representada por atividades estrangeiras prejudiciais especificadas do Governo da Federação Russa. ”

Em um mandado de acusação que inclui nada menos que sete graves – em alguns casos as mais graves – acusações, a carta continuou:

“Eu determinei que atividades estrangeiras prejudiciais específicas do Governo da Federação Russa – em particular, esforços para minar a realização de eleições democráticas livres e justas e instituições democráticas nos Estados Unidos e seus aliados e parceiros; participar e facilitar atividades cibernéticas maliciosas contra os Estados Unidos e seus aliados e parceiros; promover e usar a corrupção transnacional para influenciar governos estrangeiros; para exercer atividades extraterritoriais visando dissidentes ou jornalistas; minar a segurança em países e regiões importantes para a segurança nacional dos Estados Unidos; e violar princípios bem estabelecidos do direito internacional, incluindo o respeito pela integridade territorial dos Estados – constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, política externa,

A última vez que essa linguagem quase apocalíptica foi usada em relação à Rússia foi depois que as tropas soviéticas entraram no Afeganistão em dezembro de 1979. Em seu discurso sobre o Estado da União em janeiro de 1980, o presidente Jimmy Carter pronunciou essas palavras (dando origem à Doutrina Carter de mesmo nome) , escrito por seu Conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski e modelado após a Doutrina Truman de 1947, que marcou o início da Guerra Fria:

“Que nossa posição seja absolutamente clara: uma tentativa de qualquer força externa de obter o controle da região do Golfo Pérsico será considerada um ataque aos interesses vitais dos Estados Unidos da América, e tal ataque será repelido por todos os meios necessários , incluindo força militar. ”

As preocupações de Truman eram sobre as atividades comunistas na Grécia e na Turquia. Carter estava sobre a influência potencial da Rússia no Golfo Pérsico. Os de Biden são globais em sua natureza: tudo, desde se intrometer nas eleições de outras nações (algo que seu país, é claro, nunca foi conhecido por fazer) até usar subornos para influenciar funcionários do governo (este artigo foi escrito em Chicago); a visar dissidentes e jornalistas com “atividades extraterritoriais” (a opinião de Julian Assange sobre o assunto seria valiosa) a mostrar falta de respeito pela integridade territorial dos Estados (foram os EUA e não a Rússia que apoiaram a secessão de Kosovo, Sudão do Sul e Eritreia na era pós-Guerra Fria).

 

Mesmo o ataque de 1941 a Pearl Harbor não representou uma ameaça de vida ou morte para os Estados Unidos e seus “aliados e parceiros” em todas as partes do mundo, como Biden gostaria que acreditássemos que a Rússia apresenta ao “constituir um país incomum e extraordinário ameaça à segurança nacional, política externa e economia dos Estados Unidos. ” Washington declarou guerra às pressas contra o Japão há oitenta anos. O que Biden fez hoje pode muito bem ser o equivalente a essa ação.

A OTAN divulgou hoje um comunicado sobre, na verdade uma condenação de item de linha da ameaça da Rússia a quase todos os aspectos da vida, repetindo, ampliando e dando corpo às acusações de Biden:

“A Rússia continua a demonstrar um padrão sustentado de comportamento desestabilizador, incluindo suas violações da soberania e integridade territorial da Ucrânia e da Geórgia, e violação contínua, não implementação e evasão de várias obrigações e compromissos internacionais, incluindo o Memorando de Budapeste. Os exemplos incluem tentativa de interferência nas eleições aliadas, incluindo a eleição presidencial dos EUA; campanhas de desinformação generalizadas; e atividades cibernéticas maliciosas. Os Estados Unidos e outros Aliados avaliam que todas as evidências disponíveis apontam para a responsabilidade da Federação Russa pelo hack do SolarWinds. Somos solidários com os Estados Unidos. Condenamos o ataque a Alexei Navalny, uma figura da oposição russa, com o uso de um agente nervoso do grupo Novichok, banido. Qualquer uso de armas químicas, sob quaisquer circunstâncias, é uma violação clara do direito internacional e contrária à Convenção de Armas Químicas. Relatos de que a Rússia encorajou ataques contra as forças dos EUA e da OTAN no Afeganistão também são motivo de preocupação. ”

A declaração da OTAN seguiu sua ladainha de acusações com a resolução de os Estados membros consultarem regularmente para “abordar as ações da Rússia, que constituem uma ameaça à segurança euro-atlântica.” Exige que a Rússia cesse o que a OTAN caracteriza como seu comportamento desestabilizador. Também exorta a Rússia – e apenas a Rússia – a interromper as alegadas provocações perto e diminuir as tensões na fronteira do Donbass e “na Crimeia anexada ilegalmente.”

A observação de que a guerra é a continuação da política por outros meios foi atribuída a Carl von Clausewitz. É igualmente verdade que o tipo de denúncia política e diktat detalhado acima pode constituir a condução da guerra por outros meios. Talvez apenas até que a coisa real chegue.

A fonte original deste artigo é Anti-bellum

Copyright © Rick Rozoff, Anti-bellum , 2021

Biden vai acabar com a “guerra para sempre” dos EUA no Afeganistão?

Posted: 17 Apr 2021 11:01 AM PDT

# Publicado em português do Brasil

Amy Goodman e Denis Moynihan | Democracy Now

O presidente Biden anunciou uma retirada completa das tropas do que ele chamou de “guerra para sempre” no Afeganistão, em 11 de setembro. “Apenas os afegãos têm o direito e a responsabilidade de liderar seu país”, disse Biden na mesma sala da Casa Branca onde o presidente George W. Bush anunciou a invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos em outubro de 2001. Nas duas décadas seguintes, mais de 100.000 Civis afegãos foram mortos, junto com 45.000 membros do exército e da polícia afegãos e pelo menos 3.500 soldados dos EUA e da coalizão.

Zaher Wahab conhece bem o impacto da invasão e ocupação em seu país natal, o Afeganistão. Wahab, professor de educação há décadas, divide seu tempo entre os EUA e o Afeganistão. Desde a invasão de 2001, ele tem ajudado a reconstruir o destruído sistema educacional do Afeganistão. “Esta invasão, ocupação e derramamento de sangue destruíram o país, sua economia, suas instituições, sua infraestrutura, sua educação, seu modo de vida, as relações entre os diferentes grupos étnicos”, disse Wahab no Democracy Now! hora das notícias. “Esta ocupação foi nada menos que uma catástrofe.”

Wahab continuou: “Os Estados Unidos e seus aliados nunca deveriam ter atacado e ocupado o Afeganistão. Estava errado. Era ilegal … a guerra pode acabar para os Estados Unidos, mas vai se intensificar para o Afeganistão. É por isso que precisamos de uma força de paz da ONU imediatamente. ”

Ainda não há planos para mantenedores de paz da ONU, e uma exigência central do Taleban nas negociações de paz em andamento é a retirada completa das forças estrangeiras, até 1º de maio, data marcada pelo presidente Trump. A retirada retardada das tropas de Biden pode começar então, mas será tão completa quanto prometido?

“Não inclui os milhares que fazem parte das equipes de operações especiais dos EUA e da OTAN , equipes da CIA , bem como as dezenas de esquadrões de aviões de ataque e bombardeiros, sejam eles tripulados ou drones, que estão na área, ”Matthew Hoh disse sobre Democracy Now! Hoh, um membro sênior do Centro de Política Internacional, foi um fuzileiro naval na ocupação do Iraque, seguido por um cargo no Departamento de Estado no Afeganistão. Ele renunciou em 2009 em protesto contra a escalada da guerra pelo presidente Obama. “O potencial para os Estados Unidos permanecerem envolvidos militarmente é bastante alto, mesmo que todas as 3.500 tropas americanas reconhecidas sejam retiradas, assim como as tropas da OTAN .”

 

Hoh continuou, em Democracy Now !, “É difícil imaginar a devastação do povo afegão … houve milhões e milhões de refugiados. 70% dos afegãos sobrevivem com um dólar por dia. Não há indústria no Afeganistão digna de menção. ”

A estimativa mais recente do custo financeiro para os EUA da guerra no Afeganistão nos últimos 20 anos, do projeto Custo da Guerra da Brown University, é de US $ 2,3 trilhões – o que poderia ter construído uma grande quantidade de infraestrutura, no Afeganistão e nos Estados Unidos . Em vez disso, os Estados Unidos compraram armas, construíram bases que em breve seriam abandonadas e enviaram tropas sem parar por meio de desdobramentos repetidos. O cuidado com os veteranos feridos e as dívidas sobre o dinheiro emprestado para travar a guerra continuarão a custar aos contribuintes dos EUA nas próximas décadas. Isso não conta os bilhões gastos armando os mujahideen afegãos para lutar contra o exército invasor soviético durante os anos 1980 – armas e treinamento voltados contra os Estados Unidos e seus aliados décadas depois.

Em 14 de setembro de 2001, dias após os ataques da Al Qaeda aos Estados Unidos, a congressista Barbara Lee, de Oakland, falou na Câmara, opondo-se à ação militar contra o Afeganistão. “Não nos tornemos o mal que deploramos”, disse ela, antes de lançar o voto solitário contra a Autorização para Uso da Força Militar (ou AUMF , que continua em vigor até hoje). Esta semana, Lee aplaudiu a anunciada retirada das tropas de Biden, acrescentando: “Este é o resultado de décadas de trabalho árduo de ativistas, defensores e membros do Congresso comprometidos em encerrar nossas guerras eternas … Devemos utilizar este impulso para controlar os poderes da guerra executiva … e colocar esse poder de volta nas mãos do Congresso e do povo. ”

Lee também lidera um grupo de 50 membros da Câmara que enviaram uma carta ao presidente Biden, instando-o a reduzir o orçamento do Pentágono. “Enquanto enfrentamos uma pandemia global e uma crise econômica sem precedentes, as necessidades das famílias americanas superam em muito a necessidade de continuar alimentando nosso inchado orçamento de defesa militar”, disse ela em um comunicado.

O fim da guerra no Afeganistão deve ser um começo, acompanhado imediatamente por reparações ao povo afegão. Biden também deve encerrar as intervenções militares dos EUA em outros lugares, começando com o Iraque, e cortar o orçamento militar. Depois de décadas de guerra, vamos dar uma chance à paz.

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Portugal | A perigosa “novela” do SIRESP

Posted: 17 Apr 2021 10:44 AM PDT

É inaceitável que, nesta data, não se saiba o que pretende o Governo fazer perante a pressão que o presidente da Altice lhe dirigiu, em entrevista à Lusa publicada no Diário de Noticias.

Duarte Caldeira* | AbrilAbril | opinião

Soube-se esta semana que o SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) pode ficar inoperacional a partir de 30 de junho, dado que nesta data cessa o atual contrato que o Estado celebrou com a Altice.

A informação, veiculada pelo presidente da Altice, suscitou de imediato legítimas reações e preocupações da parte de estruturas representativas do setor de Bombeiros, enquanto pilar do sistema de proteção e socorro do país, considerando o carácter determinante das comunicações no domínio da resposta operacional às emergências.

Em 15 de outubro do ano passado foi publicado em Diário da República o Despacho n.º 9938/2020, do Ministro das Finanças e do Ministro da Administração Interna, no qual se determina a constituição de um grupo de trabalho (GT) «para a avaliação dos requisitos tecnológicos e do modelo de gestão da rede de comunicações de emergência do Estado, a adotar após 30 de junho de 2021.»

O referido GT, coordenado pelo representante do Ministério da Administração Interna, tinha a missão de apresentar um relatório final, com as conclusões do seu trabalho e a formulação de propostas, até 28 de fevereiro de 2021, sem prejuízo da elaboração de relatórios parcelares que entendesse convenientes.

Desconhecem-se as conclusões a que o GT chegou e quais as opções que o Governo decidirá adotar em função das conclusões que lhe foram apresentadas. O que é verdadeiramente inaceitável é que nesta data não se saiba o que pretende o Governo fazer, perante a pressão que o presidente da Altice lhe dirigiu, em entrevista à Lusa publicada no Diário de Noticias, na passada quarta-feira.

Em 2019 o Estado assumiu o controlo da empresa SIRESP, S.A. Porém parte das infraestruturas e a tecnologia em que a rede de comunicações se alicerça continuaram a ser fornecidas pela Altice e pela Motorola.

Vai sendo tempo de terminar esta novela de mau gosto. Depois de tantos anos de um negócio ruinoso para o Estado, do qual os privados beneficiaram de largos milhões de euros de dividendos, este é o tempo do Siresp passar a ter um total controlo público.

A gestão e a propriedade pública da rede de comunicações de emergência do país não é um capricho ideológico, como os arautos do bloco central de interesses gostam de propagandear. Esta é, apenas e só, uma questão de soberania.

Entretanto e voltando ao risco do país poder vir a registar graves perturbações na operacionalidade dos seus serviços de emergência em consequência da falha do sistema de comunicações, tal como aconteceu nos incêndios de junho e outubro de 2017, talvez seja prudente lembrar o artigo 22.º da Constituição da República Portuguesa que se transcreve: «O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por ações ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.»

Assim sendo, assumam-se as responsabilidades públicas que estão para além dos interesses económicos.

*O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90)

*Duarte Caldeira — Investigador na área da Protecção Civil. Presidente do Conselho Directivo do Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil (CEIPC). Coordenador do Curso de Extensão Universitária em Emergência e Protecção Civil, na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Ex- Presidente da Escola Nacional de Bombeiros. Ex- Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Portugal | Cofaco: “O que chamar a um Governo que não cumpre a lei?”

Posted: 17 Apr 2021 10:31 AM PDT

Mais de 50 trabalhadoras da Cofaco protestaram, esta sexta-feira, pelo cumprimento das leis já aprovadas, que garantem a majoração dos apoios concedidos na sequência do encerramento da fábrica.

O Governo ainda não criou o regime de majoração de apoios sociais aos 162 trabalhadores despedidos da conserveira Cofaco, apesar de este ter sido aprovado em Agosto de 2018.

Três anos depois, as trabalhadoras continuam mobilizadas com uma cumplicidade notável, dando um exemplo de determinação a nível regional e nacional.

Mas o sentimento de revolta é notório. Maria Eugénia, a trabalhadora com mais anos de casa e com mais idade coloca sempre a mesma questão: «O cidadão que não cumpre com a lei é considerado um marginal. E quando o Governo não cumpre a lei, o que é?».

Em declarações ao AbrilAbril, Vítor Silva, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT Açores/CGTP-IN) afirma que, a serem aplicadas, as majorações destes apoios permitiriam que os trabalhadores e as suas famílias tivessem «horizontes no sentido de encontrar soluções» e que os empresários e a economia do Pico pudessem «projectar alguma dinâmica» para fazer face às dificuldades que caracterizam a situação da região, na sequência do encerramento da fábrica.

 

Como a resolução nunca foi posta em prática, os trabalhadores continuaram a manifestaram-se e, dois anos depois, foram aprovadas no Orçamento do Estado para 2020 as verbas para que o regime fosse aplicado. Mas os valores continuaram sem chegar e a luta continuou, até à aprovação de uma nova lei, publicada em Diário da República em Novembro de 2020, que previa para além da majoração dos prazos e montantes, a majoração do abono de família e do rendimento social de inserção (RSI).

«O Governo está numa situação de duplo incumprimento com os trabalhadores da Cofaco», afirma Vítor Silva, lembrando que muitos já estão sem qualquer apoio desde Janeiro e que a situação é «dramática». «Só com 280 euros do RSI é impossível sustentar uma família.»

A situação é agravada pela falta de perspectivas de emprego na região. «Muitas trabalhadoras, na casa dos 50 anos, são consideradas muito “velhas” para o mercado de trabalho, mas ainda estão a 16 anos da reforma», refere o dirigente.

«A determinada altura da sua vida, estas trabalhadoras tiveram que fazer uma opção: ingressarem no mercado de trabalho e entrarem para a fábrica aos 16 anos ou continuarem os estudos», explica. Como as possibilidades eram poucas, a opção teve que ser entrar para a fábrica, o que as condicionou ao nível das qualificações e habilitações literárias.

«São as melhores do mundo a fazer conservas, uma vez que a marca Bom Petisco é líder mundial, mas noutras áreas têm muitas dificuldades, nomeadamente ao nível das novas tecnologias», sublinha Vítor Silva.

Nesse sentido, o dirigente insiste na necessidade de ser implementado um plano de formação para dar instrumentos que possibilitem o regresso ao mercado de trabalho, com vista a corresponder às necessidades económicas da região. «O tempo que durasse as majorações podia servir para formar as pessoas, para as qualificar para ingressarem no mercado de trabalho», defende.

O sindicato está empenhado em continuar a luta, exigindo que o Governo de António Costa cumpra a lei que a Assembleia da República aprovou por unanimidade. A nível regional, a pressão será feita no sentido de se criar um plano de apoio imediato e programas de formação profissional.

AbrilAbril | Imagem: CGTP-IN Açores

Covid-19 | S-PUTNIK V VAI SER PRODUZIDA EM PORTUGAL

Posted: 17 Apr 2021 10:17 AM PDT

Presidente da Câmara de Cascais espera produção de vacina russa em Portugal

Carlos Carreiras sublinhou que o processo de fabrico da vacina inclui várias fases e nem todas podem ser desenvolvidas em Portugal

A vacina russa contra a covid-19 Sputnik V poderá ser produzida em Portugal e exportada para os países africanos, se houver aval das autoridades europeias e portuguesas, num processo com a mediação da Câmara de Cascais.

“Sabendo das dificuldades que se começaram a perspetivar, colocámos a nossa rede de contactos a funcionar, em termos internacionais, para ver se podíamos encontrar uma outra solução”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

Segundo o autarca, alguns países mostraram-se indisponíveis para fornecer Portugal por não terem possibilidade de ceder as patentes ou para produzirem e venderem a vacina.

Porém, o Governo de Moscovo disse estar disponível para avançar com a possibilidade de produção em Portugal.

“Sabemos que a própria vacina só poderá ser efetivada quando a autoridade europeia [Agência Europeia do Medicamento] a certificar”, ressalvou o autarca, esperando que esta agência seja “célere”, tendo em conta que a vacina está a ser utilizada “com sucesso” noutros países.

 

Carlos Carreiras sublinhou que o processo de fabrico da vacina inclui várias fases e nem todas podem ser desenvolvidas em Portugal.

Ainda assim, o país tem capacidades, por exemplo, para ficar a cargo do enchimento das vacinas, em linha com o que diz ser possível acontecer no resto da Europa, lamentando que os países estejam dependentes de farmacêuticas “que controlam todo o processo, com as falhas que temos vindo a assistir”.

Paralelamente, existe a possibilidade de Portugal fabricar a Sputnik V para países terceiros, nomeadamente, países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

“Não podem ser os ricos a ter acesso às vacinas e os com menos recursos a não ter acesso”, observou o autarca, vincando que os interesses económicos ou geopolíticos não podem sobrepor-se à saúde.

Questionado sobre as empresas identificadas com capacidade para produzir a vacina, Carlos Carreiras disse que o Governo selecionou 11 e a Câmara de Cascais outras, escusando-se a avançar nomes.

O presidente da Câmara de Cascais garantiu ainda que já forneceu todas as informações sobre o processo ao gabinete do primeiro-ministro, António Costa.

“Do nosso lado o trabalho está concluído, continuando com disponibilidade para colaborar neste e noutros processos, como temos estado a colaborar”, concluiu.

Na quinta-feira, António Costa classificou esta possibilidade como “excelente”, ressalvando que o fármaco e o local de produção devem estar devidamente licenciados pela União Europeia.

“O presidente Carlos Carreiras informou-nos que tinha contactos com uma câmara com quem tem relações de proximidade num país exterior à União Europeia e que teria condições de poder obter o licenciamento para a produção dessa vacina em Portugal”, referiu António Costa, em conferência de imprensa sobre as medidas da terceira fase de desconfinamento.

Já no final de março, António Costa, após um encontro o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, tinha-se manifestado confiante na capacidade de mobilização da indústria europeia para aumentar a produção de vacinas contra a covid-19 e reafirmou a disponibilidade de Portugal no sentido de contribuir “ativamente” para esse esforço.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.000.955 mortos no mundo, resultantes de mais de 139,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Expresso | Lusa | Imagem: Dado Ruvic/Reuters

Portugal | O triunfo dos parcos

Posted: 17 Apr 2021 07:17 AM PDT

Pedro Ivo Carvalho* | Jornal de Notícias | opinião

Estamos cansados. De estarmos fechados, mascarados, atordoados. De não termos descanso. E estamos sobretudo cansados dos chavões. Do “isto não é uma batalha, é uma guerra”; do “nada ficará como dantes”; do “a vacina é que vai resolver tudo”; até do famigerado “se não morrermos da doença, vamos morrer à fome”.

Ora, mesmo concedendo que a vulgarização destes conceitos tem o efeito progressivo de transformar o óbvio ululante em poeira inaudível, há um chavão que é urgente resgatar para a montra política. O de que os mais desfavorecidos têm de passar à frente dos outros. Aqueles que nunca deixaram de trabalhar, que nunca puderam abdicar de andar nos transportes públicos a caminho do emprego, tantas e tantas vezes precário, aqueles que não beneficiaram das vantagens e conforto do teletrabalho, aqueles que perderam efetivamente poder aquisitivo e não podem gabar-se de terem criado poupança durante a pandemia. Aqueles, tantos, que ficaram sem trabalho.

O mais recente estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre a pobreza em Portugal é um grito estridente não apenas das classes baixas, mas das classes médias. Os novos pobres incluem os pobres de sempre, porque a pobreza é estrutural e geracional, mas acomodam outras realidades galopantes. Gente com filhos que por mais que se esfalfe chega ao fim do mês sem dinheiro para pôr comida na mesa. Quase 60% dos portugueses com mais de 18 anos e de baixos rendimentos trabalham. E destes há uma parte considerável (cerca de um terço) que tem um contrato de trabalho há dez ou mais anos. Portanto, a segurança laboral esboroa-se como princípio sacrossanto, porque o salário, conjugado com o desemprego em contexto familiar, é demasiadas vezes para repartir por todos.

A terraplanagem social e económica que nos espera acabará por cavar um fosso ainda mais sombrio junto destes náufragos. Olhemos, pois, para esta fase de desconfinamento com isso em mente: há demasiados entre nós que não podem dar-se ao luxo de voltar atrás. Gente a quem a mão protetora do Estado jamais chegará. Portugueses que dependem enormemente da solidariedade coletiva. Sejamos prudentes nos comportamentos e civilizados na retoma. É só mais um chavão, é certo. Mas neste lodaçal em que esbracejamos chegou a hora de os parcos triunfarem.

*Diretor-adjunto

Covid-19 | Portugal reporta 649 novos contágios e 5 óbitos nas últimas 24 horas

Posted: 17 Apr 2021 07:02 AM PDT

A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou os dados mais recentes da pandemia. O número de internamentos continua a descer e está ligeiramente acima dos 400.

O boletim epidemiológico deste sábado deu conta de 649 casos positivos e mais 5 mortes, segundo os dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). No total, Portugal contabiliza 830.560 casos confirmados e 16.942 vítimas mortais.

Mais 667 pessoas foram dadas como recuperadas da Covid-19, o que fez subir o total de recuperados para 788.274.

Os casos ativos diminuíram ligeiramente (menos 23) para 25.344.

Os internamentos registaram uma redução e situam-se agora em 415, incluindo 103 pacientes que estão nas unidades de cuidados intensivos.

Os dados deste sábado não contemplam uma atualização no R(t), que até ontem era de 1,05 a nível nacional, e da incidência acumulada, de 71,6 casos por cada 100 mil habitantes.

A região Norte reportou o maior número de casos diários, mais 258, embora não se tenha verificado nenhum óbito no espaço de 24 horas. Lisboa e Vale do Tejo somou 198 novos casos de contaminação e mais três mortos.

As regiões Centro (52 infeções), Alentejo (43) e Algarve (47) apresentaram números relativamente semelhantes. Destas três regiões, apenas o Algarve reportou uma morte devido à Covid-19.

Quanto às regiões autónomas, os Açores registaram 33 casos positivos e mais uma vítima mortal. Já a Madeira contabilizou 18 novos contágios.

Notícias ao Minuto

Covid-19: Mais 43 casos nas últimas 24 horas em Timor-Leste

Posted: 17 Apr 2021 06:34 AM PDT

Díli, 17 abr 2021 (Lusa) – Mais 43 novos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram registados nas últimas 24 horas em Timor-Leste, país onde a pandemia provocou até ao momento dois mortos, segundo dados oficiais.

Segundo informação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), as novas infeções foram detetadas em Díli (31), Ermera (6), Covalima (3), Manatuto (2) e Bobonaro (1).

Nas últimas 24 horas registaram-se ainda 20 recuperados e há um total de 592 casos ativos, refere a mesma fonte.

Desde o início da pandemia, Timor-Leste soma um total de 1.236 casos de covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.987.891 mortos no mundo, resultantes de mais de 139 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.937 pessoas dos 829.911 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

EYC // MAD

Moçambique | Seis lições para uma intervenção internacional em Cabo Delgado

Posted: 17 Apr 2021 06:26 AM PDT

Alexandra Magnólia Dias* | Diário de Notícias | opinião

A tomada iminente da capital por parte dos movimentos militantes islamistas na Somália e no Mali, Mogadíscio e Bamako respetivamente, catalisaram as intervenções da Etiópia a 24 de dezembro de 2006 e no caso do Mali das Forças Armadas de França a 11 de janeiro de 2013. Nos dois casos há seis lições a retirar que nos podem servir de guia em relação a uma intervenção internacional no norte de Moçambique em Cabo Delgado. AsForças de Defesa e de Segurança do Estado moçambicano conduziram a resposta desde os primeiros ataques a 5 de outubro de 2017 com o recurso a companhias militares de segurança privadas (CMSP), a russa Wagner e a sul-africana Dyck Advisory Group, entre outras.

A primeira lição a retirar dos casos citados é que o risco de a capital ser tomada precipitou o pedido de auxílio internacional por parte dos governos. A capital da província de Cabo Delgado encontra-se afastada da capital moçambicana em 2600 quilómetros. A distância combinada com a resistência por parte do governo moçambicano em solicitar apoio internacional para além das CMSP permite explicar uma parte do falhanço na resposta. Com o ataque a Palma uma intervenção internacional para fazer face à expansão do movimento Ansar Al-Sunna Wa Jamaa (ASWJ) ou Al-Shabaab torna-se incontornável.

A tomada de Palma a 24 de março por este movimento marca um ponto de viragem irreversível na contrainsurreição por simbolicamente representar o centro das operações de exploração do gás das principais empresas multinacionais, nomeadamente a Total. Palma encontra-se dentro do raio de 25 quilómetros na zona de amortecimento entre as ameaças da insurreição interna e o investimento direto estrangeiro nas reservas de gás na península de Afungi. Enquanto os residentes locais hesitam entre partir e regressar, os expatriados não vão regressar até estarem reunidas as condições de segurança contempladas no Memorando de Entendimento (MoU) entre o governo moçambicano e as empresas multinacionais.

 

A segunda lição prende-se à tendência para a multilateralização de intervenções bilaterais. No caso da Somália a intervenção liderada pela Etiópia transformou-se numa intervenção da União Africana em março de 2007 mediante constituição da Missão da União Africana para a Somália, AMISOM. No caso do Mali a Operação Serval liderada por França transformou-se na Operação Barkhane em 2014 e foi complementada pela Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para Pacificação do Mali (MINUSMA)e pela criação de uma coligação ad hoc regional o G5 Sahel. No caso do norte de Moçambique o governo aceitou apoio à formação dos militares moçambicanos em contrainsurreição por Portugal, Estados Unidos e Reino Unido e na continuidade do recurso a CMSP tendo substituído a DAG por outra sul-africana: a Paramount.

Espera-se que após nova reunião, agendada para 29 de abril, o governo aceite uma intervenção internacional regional tal como comunicado na sequência da Cimeira Extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC na designação original. A questão em aberto permanece a liderança sendo expectável que a África do Sul assuma um papel de destaque rivalizado por Angola.

As terceira e quarta lições a retirar destas intervenções é primeiramente a ambivalência das intervenções no que toca o acréscimo da insegurança que visavam mitigar e a sobreconcentração no instrumento militar. A ineficácia das intervenções internacionais é confirmada pela resistência dos movimentos militantes islamistas no Sahel e na Somália, o número de baixas e a sua capacidade de mobilização de novos combatentes locais é ampliada com a chegada de novos contingentes de combatentes estrangeiros que adquirem legitimidade face à internacionalização dos conflitos e capitalizam no recrutamento pelo apelo do combate às “forças de ocupação estrangeira””.

A quinta lição a retirar é a necessidade de desenvolver uma abordagem holística à contrainsurreição e ir para além da abordagem concentrada no contraterrorismo ou no combate ao extremismo violento: os programas de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento devem ter uma componente para prevenir e desradicalizar os grupos vulneráveis à mobilização por parte dos movimentos militantes islamistas, com particular enfoque nos jovens.

Finalmente, qualquer intervenção terá de ser pensada a longo prazo visando o reforço do Estado em todos os domínios e não apenas no domínio militar. O principal desafio reside no restaurar da confiança entre o Estado e os cidadãos e em apoiar a sua extensão a esta área marginalizada garantindo a prestação mínima de serviços associados ao Estado.

*Professora auxiliar e investigadora do IPRI-NOVA

Cabo Delgado: Polícias querem descobrir colegas que estão a ajudar terroristas

Posted: 17 Apr 2021 06:12 AM PDT

Associação Moçambicana dos Polícias apelou hoje (17.04) para um “trabalho rigoroso” na descoberta de “eventuais” membros das Forças de Defesas e Segurança (FDS) que cooperam com os grupos armados em Cabo Delgado.

Em Moçambique, “a inteligência militar deve funcionar, deve fazer um trabalho rigoroso para descobrir eventuais infiltrados”, afirmou o presidente da Associação Moçambicana dos Polícias (Amopaip), Nazário Muanambane, em declarações à agência de notícias Lusa avançadas neste sábado (17.04).

Analistas e consultores em segurança têm alertado para uma possível colaboração entre alguns membros das Forças de Defesas e Segurança (FDS) moçambicanas com os grupos armados que atuam no norte do país, apontando a precisão e o momento dos ataques,bem como o facto de alguns terroristas usarem fardamento das forças governamentais como alegados indícios dessa cooperação.

Segundo o presidente da Amopaip, a neutralização de “agentes do inimigo” no seio das FDS é fundamental para “o fortalecimento da defesa e capacidade operacional” das forças governamentais.

 

Recolha de informação

“A guerra contra grupos armados e a criminalidade ganha-se também na recolha de informação e apanhando os traidores infiltrados no nosso seio”, destacou Nazário Muanambane.

Por outro lado, a neutralização de membros das FDS que colaboram com “as forças inimigas” será igualmente importante para a moralização das forças governamentais.

“Quando os maus não são apanhados, os bons também são suspeitos e ficam desmoralizados. É importante tirar o ‘peixe podre’ antes que todo o ‘peixe’ fique contaminado”, comparou o presidente da Amopaip.

Nazário Muanambane defendeu igualmente a necessidade de mobilização das populações para cooperarem com o Governo no combate aos grupos armados e à criminalidade, porque muitos dos “delinquentes são conhecidos pelas comunidades”.

“Precisamos de ter as comunidades do nosso lado, porque conhecem cada um dos seus jovens, seu comportamento e é por isso que estamos disponíveis para apoiar na reativação dos conselhos de policiamento comunitário nas zonas em que há problemas”, acrescentou.

Conselhos de policiamento comunitário

Os conselhos de policiamento comunitário, segundo o porta-voz, seriam uma grande ajuda no combate ao crime, porque os membros da comunidade que integram essas estruturas podem detetar comportamentos suspeitos e passar informação às autoridades.

Docentes e investigadores do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais da Universidade Joaquim Chissano, universidade estatal moçambicana, alertaram há um ano – após os primeiros grandes ataques terroristas, com ocupação de sedes de distrito – para sinais de que as Forças de Defesa e Segurança do país não estão preparadas nem empenhadas para combater os grupos armados que atacam o norte de Moçambique.

“Cresce a desconfiança sobre o vazamento de informações para os terroristas, onde se verifica a colaboração de alguns militares”, lia-se num documento, aludindo-se a suspeitas de “esquemas de corrupção no seio das forças”, havendo “uma necessidade urgente de incrementar o efetivo, as tarefas, missões e funções da Polícia Militar”.

Nesta sexta-feira (16.04), o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, pediu maior solidariedade ao povo moçambicano face à crise humanitária provocada pela violência armada em Cabo Delgado, e criticou a disseminação de falsas informações sobre o conflito, que ganhou nova escalada no mês passado, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projetos de gás natural.

A violência em distritos mais a norte da província começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, de acordo com agências da Organização das Nações Unidas (ONU), e mais de 2.500 mortes, segundo uma contabilidade feita pela agência de notícias Lusa.

Deutsche Welle | Lusa

OIM: Mais de 20.000 deslocados após ataque de março a Palma

Posted: 17 Apr 2021 06:06 AM PDT

O total de deslocados registados após o ataque armado a Palma, norte de Moçambique, subiu para 20.558, segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM).

Estima-se que o total seja superior, por haver população que não chega a ser registada ou que ainda esteja escondida em locais remotos.

“Equipas [da OIM] nos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba continuam a registar um aumento significativo de chegadas de IDP [deslocados internos, na sigla em inglês] desde 27 de março”, lê-se na mais recente atualização sobre a crise humanitária.

Esta sexta-feira (16.04) foram identificados 637 deslocados nos quatro distritos “elevando o número total para 20.558 pessoas”, detalhou a OIM.

As crianças representam 43% do total e há 272 que estão sozinhas, separadas das respetivas famílias durante a fuga.

 

As vítimas da violência, forçadas a abandonar as suas terras, continuam a chegar a As vítimas da violência, forçadas a abandonar as suas terras, continuam a chegar a Nangade a pé, circulando depois parte deles de autocarro para Mueda, Montepuez e Pemba.

O corredor que parte de Palma em direção a oeste via Nangade e depois para sudoeste, para Mueda e Montepuez, continua a ser o principal eixo de fuga do distrito atacado em 24 de março em Cabo Delgado.

Ainda segundo a OIM, 75% dos deslocados vivem com famílias de acolhimento e há 664 idosos registados.

Apoio de Portugal

Portugal vai apoiar com 250 mil euros projetos de organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD) na província moçambicana de Cabo Delgado, ao abrigo do mecanismo de resposta rápida a emergências, foi hoje anunciado.

“Face ao agravar da situação na província de Cabo Delgado, em Moçambique, foi decidido ativar o Instrumento de Resposta Rápida (IRR) para Ações de Emergência, coordenado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua”, adiantou este organismo em nota.

“Através do IRR serão disponibilizados 250 mil euros para financiar intervenções de ONGD em Cabo Delgado”, acrescentou.

De acordo com o instituto Camões, a ativação do IRR soma-se a outros apoios que a cooperação portuguesa está a canalizar para esta província moçambicana, quer a nível bilateral, quer a nível multilateral através de diversas agências das Nações Unidas.

Deutsche Welle | Lusa

Carlos São Vicente apresenta nova queixa contra Angola

Posted: 17 Apr 2021 04:34 AM PDT

Depois de uma reclamação enviada à ONU, o empresário luso-angolano acusado de peculato, branqueamento de capitais e fraude fiscal apresenta agora uma queixa contra Angola na Comissão Africana dos Direitos Humanos.

Os advogados do empresário luso-angolano Carlos São Vicente apresentaram uma queixa contra Angola na Comissão Africana dos Direitos Humanos por violação das regras de um julgamento justo e presunção de inocência e das condições de detenção.

De acordo com os advogados François Zimeray e Jessica Finelle, Angola violou os “princípios inscritos na Carta dos Direitos Humanos, em particular no que respeita às regras de um julgamento justo e à presunção de inocência, bem como às condições de detenção” do empresário, que está detido desde 22 de setembro do ano passado.

Numa nota enviada à agência de notícias Lusa, os advogados criticam “o caráter arbitrário da prisão preventiva de Carlos São Vicente, em condições particularmente difíceis” e que, consideram, “claramente não tem bases jurídicas”.

Além disso, acrescentam, o empresário “corre perigo iminente de vida, exposto ao risco de contaminação por Covid-19, devido ao estado de saúde muito debilitado desde o início da prisão preventiva” e apontam que “graves violações por parte das autoridades angolanas das normas internacionais relativas ao direito a um julgamento justo e repetidas violações dos direitos da defesa bem como do direito à presunção de inocência”.

 

Contra a “natureza política” das acusações

A ação colocada no tribunal, com sede em Banjul, na Gâmbia, segue-se a uma outra missiva enviada ao Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária, órgão de referência do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, no dia 9 de março, e nela se escreve que a comissão africana deve “tomar medidas cautelares nos termos do artigo 100.º do seu Regulamento Interno e a ordenar a libertação imediata” do empresário.

“A honra e o respeito pela justiça estão no centro dos valores africanos; as autoridades angolanas estão agora a espezinhar estes valores; a nossa ação é mais um passo na defesa dos direitos fundamentais de Carlos São Vicente e temos confiança na Comissão Africana dos Direitos Humanos para acabar com os abusos que se estão a verificar por parte do Estado angolano”, escreveu o advogado François Zimeray.

Os advogados denunciam a “natureza claramente política das acusações desencadeadas sob forte pressão social a que o Governo angolano cedeu, tornando o empresário Carlos São Vicente o bode expiatório ideal para os problemas que ameaçam a reeleição do Presidente João Lourenço, muito enfraquecido por suspeitas de corrupção”.

Para além disso, argumentam que a detenção, que já dura há mais de seis meses, “põe em risco a sua saúde física e mental, estando a revelar-se gradualmente como uma chantagem para saquear a riqueza e a propriedade de um dos maiores investidores da economia angolana”.

Carlos São Vicente, dono do grupo de empresas AAA, um dos maiores conglomerados privados de Angola, e detentor durante vários anos do monopólio de seguros e resseguros da Sonangol, foi formalmente acusado dos crimes de peculato, branqueamento de capitais e fraude fiscal, tendo sido notificado do despacho de acusação no dia 17 de março.

Deutsche welle | Lusa

Comité para Proteção dos Jornalistas pede “liberdade” para imprensa em Angola

Posted: 17 Apr 2021 03:38 AM PDT

CPJ apela a que o Governo crie condições para a imprensa trabalhar “livremente”, após a detenção “arbitrária” de um jornalista. Profissional de imprensa cobria protestos contra o despejo de moradores em Luanda.

Em nota divulgada esta quinta-feira (15.04), o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) relata o caso do repórter Jorge Manuel, da Rádio Despertar, propriedade do partido da oposição União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que foi detido a 07 de abril pela polícia enquanto cobria protestos contra despejos de moradores no município de Sequele, em Luanda, sendo-lhe confiscado o telefone e o gravador.

Segundo relato do repórter ao CPJ, do seu advogado, Pedro Camgombe, e do diretor adjunto da Rádio Despertar, Queirós Chiluvia, Jorge Manuel ficou sob detenção até 12 de abril, quando foi libertado sob condição de se apresentar na esquadra de polícia a cada 15 dias, enquanto as autoridades determinam se fazia parte do protesto anti-despejo. Não lhe foi devolvido o equipamento de trabalho.

“O governo do Presidente João Lourenço deve controlar as forças de segurança do país e garantir que os jornalistas possam cobrir acontecimentos noticiosos sem serem arbitrariamente detidos ou assediados com ordens para comparecer repetidamente perante a polícia”, disse a coordenadora do Programa para África do CPJ, Angela Quintal.

“As autoridades deveriam encerrar a investigação ao repórter Jorge Manuel, devolver o seu equipamento e permitir que ele e todos os outros membros da imprensa trabalhem livremente”, adiantou.

 

“Uma provação terrível”

Segundo Jorge Manuel, a polícia prendeu todos os participantes no protesto, incluindo ele próprio, apesar de se ter identificado como jornalista. Contactos da Rádio Despertar para a esquadra durante a detenção foram ignorados durante vários dias e foi conduzido a uma cela no Sequele, sem sítio onde dormir ou lavabos.

“Foi uma provação terrível, não fui espancado, mas sinto-me psicologicamente espancado”, disse o jornalista ao CPJ.

O jornalista foi finalmente libertado na segunda-feira, depois de ouvido por um procurador, que lhe disse ter sido detido por cinco dias porque não havia ninguém disponível para “instruir o processo”, relatou.

O porta-voz da polícia de Luanda, Nestor Goubel, disse ao CPJ que Manuel não se identificou como jornalista quando foi preso e só o fez já na esquadra.

Detenção violou lei processual penal

Questionado sobre o motivo pelo qual Jorge Manuel permaneceu detido por mais de cinco dias após se ter identificado como jornalista, Goubel não fez mais comentários, dizendo apenas que a polícia “está a investigar se ele ajudou a erguer barricadas do protesto”.

Segundo a polícia, os manifestantes “invadiram propriedades e resistiram às tentativas das autoridades de despejá-los”.

Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, disse ao CPJ que a prolongada detenção de Manuel violou gravemente a lei processual penal angolana, que afirma que os suspeitos só podem ser detidos 48 horas antes de serem ouvidos.

Em outubro de 2020, o CPJ documentou “o assédio, espancamento e detenção por parte das autoridades angolanas de jornalistas que cobriam protestos”, tendo sido confiscados equipamentos a jornalistas da emissora Rádio Essencial e da publicação Valor Económico.

Deutsche Welle | Lusa

Líder da oposição em São Tomé acusa PR de “passividade” perante abusos de poder

Posted: 17 Apr 2021 03:26 AM PDT

O líder da Ação Democrática Independente (ADI), oposição em São Tomé e Príncipe, acusou hoje os partidos no poder de serem “uma associação privada” que procura o enriquecimento ilícito e comete abusos de poder, perante “a passividade” do Presidente.

“Esse grupo político, bem identificado, com as suas figuras de proa, constitui um perigo para todos os são-tomenses”, disse Patrice Trovoada, numa declaração transmitida nas redes sociais a propósito do apoio do seu partido à candidatura do antigo ministro Carlos Vila Nova às eleições presidenciais marcadas para 18 de julho.

A chamada `nova maioria`, composta pelo partido MLSTP-PSD e pela coligação PCD/MDFM/UDD, “representa uma associação privada que defende interesses exclusivamente económicos e tem por única ideologia o enriquecimento ilícito e descarado, o atropelo arrogante das leis e o abuso do poder e temos de reconhecer que tem progredido, infelizmente, aproveitando-se da passividade do atual Presidente da República”, afirmou Patrice Trovoada, antigo primeiro-ministro (2014-2018).

O chefe de Estado, Evaristo Carvalho, foi apoiado pela ADI nas presidenciais de 2016 e ainda não se pronunciou sobre se será candidato a um segundo mandato.

 

Sobre as próximas eleições, Patrice Trovoada afirmou que “os candidatos às presidenciais que deverão manter a todo o custo o MLSTP, PCD, MDFM, UDD no governo são todos a face da mesma moeda e têm participado e convivido ativamente com todas as incongruências, crueldades e barbaridades que têm acontecido desde que tomaram o poder”, após as eleições legislativas de outubro de 2018, em que a ADI foi a força mais votada, mas não conseguiu garantir maioria parlamentar que permitisse apoiar um executivo.

A candidatura apoiada pela ADI tem como principal motivação “pôr um travão ao projeto político daqueles que visam o controlo absoluto de todas as instituições que concorrem ao funcionamento de Estado de Direito democrático, pela `nova maioria`, a fim de favorecer a sua permanência infinita no poder”, afirmou.

Na sua declaração, Patrice Trovoada, que se encontra fora de São Tomé desde pouco depois das eleições legislativas, comentou que a sua eventual candidatura às presidenciais não foi equacionada.

“Eu nunca me considerei uma proposta em cima da mesa”, afirmou, criticando uma proposta de alteração da lei eleitoral apresentada pelo PCD que visava impedir candidaturas de cidadãos na diáspora, mas que foi vetada pelo Presidente da República.

“Denunciámos assim as manobras e expusemos as reais intenções desses partidos, uma vez que tentaram violar vários artigos da Constituição de forma grosseira, só para atingir objetivos bem confessados de impossibilitar a minha candidatura às presidenciais”, disse.

Patrice Trovoada reconheceu que a sua figura não reúne consenso no país.

“O meu percurso como primeiro-ministro e o meu perfil, embora hoje muitos dos nossos adversários reconheçam o mérito, têm suscitado muito, mas mesmo muito ódio, e felizmente também algum amor”, afirmou, desabafando: ” Ninguém é perfeito”.

“E, se calhar, por ter sido sempre movido pelos imperativos de reformarmos a economia, as nossas instituições, nomeadamente judiciais, mudarmos as nossas mentalidades e aumentarmos a nossa produtividade, bem como a sustentabilidade das finanças públicas, sou um democrata longe de ser consensual e, a meu ver, pouco adaptado à função presidencial no nosso atual regime político”, acrescentou.

A ADI pretendeu inicialmente encontrar um candidato presidencial oriundo da sociedade civil, mas isso não foi possível.

“Não havia da nossa parte qualquer exigência política, como por exemplo de demissão do Governo antes do fim da atual legislatura”, comentou.

“Infelizmente, a crueldade do confronto político no nosso país, feito de golpes baixos, sujos, perseguições políticas, ataques pessoais e irresponsáveis e diversas pressões de todo o tipo, se calhar condicionaram a decisão de encabeçar esse projeto por parte das personalidades da sociedade civil solicitadas”, referiu.

Carlos Vila Nova, ministro das Obras Públicas, Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente do governo liderado por Patrice Trovoada, “é o candidato capaz de anunciar um novo ciclo político de magistratura de influência tolerante, dialogante, mas com empatia e a determinação necessárias ao respeito escrupuloso das leis da República, da justiça social e a defesa dos mais fracos”, afirmou.

Da parte do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD), no poder, o candidato apoiado será o antigo primeiro-ministro Guilherme Pósser da Costa, mas alguns militantes do partido – a antiga primeira-ministra e candidata nas presidenciais de 2016, Maria das Neves, o antigo líder social-democrata Jorge Amado, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros do atual Governo, Elsa Pinto, e o coronel na reserva Victor Monteiro – já manifestaram a intenção de avançar com candidaturas independentes às eleições de 18 de julho.

RTP | Lusa

Guiné Equatorial | Juristas querem investigação a explosões

Posted: 17 Apr 2021 03:12 AM PDT

A Comissão Equato-guineense de Juristas quer uma investigação do Ministério Público às explosões que mataram mais de 100 pessoas em Bata, denunciando a inatividade da Procuradoria-Geral mais de um mês após a tragédia.

A cidade de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, foi abalada a 7 de março por várias explosões no campo militar de Nkuantoma, que causaram 108 mortos e mais de 600 feridos, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais dentro do campo e nos bairros vizinhos.

“Um acontecimento como este deve ser formalmente investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como principal defensor dos interesses do Estado e, portanto, da população”, disse a presidente da Comissão Equato-guineense de Juristas (CEJ), María Jesús Bikene.

A origem das explosões foi atribuída então pelo Presidente da República, Teodoro Obiang, a erro humano no manejo de dinamite dentro do campo militar, que terá provocado a explosão dos paióis onde estavam armazenados explosivos e munições.

Os responsáveis da CEJ apontam ainda a falta de informação sobre uma eventual investigação militar ao incidente.

 

Investigar é essencial para indemnizações

“De acordo com a lei, o Ministério Público tem a obrigação de perseguir possíveis crimes ou contravenções”, acrescentou, considerando estas investigações “são essenciais para determinar a responsabilidade criminal, bem como servir de base para estimar as indemnizações às vítimas”.

O Código Penal da Guiné Equatorial prevê uma pena de prisão até 6 anos para o crime de imprudência, que poderá ser agravada pelas consequências dessa imprudência ou negligência profissional.

Para o vice-presidente da CEJ, Tutu Alicante, “existe um incumprimento do dever por parte do Ministério Público se estes factos não forem perseguidos criminalmente”.

Os juristas, sustentam, por outro lado, que a assistência financeira que tem sido distribuída publicamente, em dinheiro, aos afetados “não encerra os possíveis procedimentos de responsabilidade criminal e civil”.

“Devido à forma como a ajuda foi oferecida, ou seja, sem qualquer procedimento administrativo conhecido para a sua concessão, está também aberta a possibilidade de responsabilizar a administração”, apontaram.

Prazos em causa

A CEJ alertou igualmente para a possibilidade de prescrição dos prazos do eventual processo.

“O atual Código Penal estabelece um prazo de prescrição de 15 anos para crimes puníveis com penas de prisão menores, que seria o invocado crime de imprudência, o mais óbvio dos que possivelmente foram cometidos no quartel em Bata”, adiantaram os juristas.

O prazo para exigir uma indemnização ao Estado é de 10 anos. “Acreditamos firmemente que será feita justiça para as vítimas de 7 de março, e é por isso que a CEJ oferece o seu apoio jurídico às vítimas, face à ausência do Ministério Público”, disse Ponciano Mbomio, diretor da CEJ.

Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza e apontado pelas organizações de direitos humanos como um dos regimes mais repressivos do mundo, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

Deutsche Welle | Lusa

Sem dinheiro para propinas, estudantes africanos suspendem cursos em Portugal

Posted: 17 Apr 2021 02:58 AM PDT

Devido à pandemia de Covid-19, muitos estudantes perderam emprego e não conseguem prosseguir o curso universitário por dificuldades para pagar propinas. Associações de estudantes exigem o apoio das embaixadas em Lisboa.

A pandemia que o mundo atravessa há mais de um ano não tem afetado apenas a vida académica de muitos estudantes africanos em Portugal. Nacapital, Lisboa, por exemplo, há estudantes com dificuldades em pagar as propinas ou se alimentarem, por terem perdido meios de subsistência.

Célia Lopes é licenciada em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. Terminou o curso em plena pandemia, em março de 2020, num cenário marcado por vários bloqueios com os quais teve de lidar com muita dificuldade como estudante e trabalhadora.

“Foram dias difíceis e em plena pandemia torna-se muito mais [difícil] trabalhar e estudar em casa. Existem muitas distrações, mas acho que consegui lidar da melhor forma possível [com isso], definindo horários, priorizando o meu estudo do que propriamente algum descanso”, recorda.

Célia perdeu o emprego que tinha, que era presencial.

“Era um estágio na Câmara Municipal de Cascais. Portanto, depois disso, foi mais complicado arranjar trabalho, em regime de teletrabalho. Mas tudo se consegue com força de vontade e sou prova viva disso”, assegura.

A realidade para muitos outros estudantes africanos em Portugal não difere tanto da situação desta jovem guineense. Lopes diz que há colegas africanos que não conseguem prosseguir o curso universitário por dificuldades para pagar as propinas. Muitos que trabalhavam, por não beneficiarem de bolsa de estudo, perderam o meio de subsistência com a pandemia.

“Nós temos sentido muitas dificuldades em termos de apoios financeiros. Há pessoas que têm bolsa, sim, é verdade. E há outras que muitas vezes não conseguem beneficiar [das bolsas] talvez porque não têm formação”, explica.

 

Pagamento de rendas e propinas

No norte de Portugal, mais de dois mil estudantes africanos do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) estão nesta situação. As consequências dos efeitos da pandemia na vida dos jovens são inúmeras, segundo Wanderley Antunes, presidente da Associação dos Estudantes Africanos em Bragança.

“Muitos dos nossos alunos, atualmente, estão a passar por algumas necessidades, algo que não se verificava antes da pandemia. E isto traz-nos algumas preocupações e alguns receios. Alguns desses alunos até já estavam inseridos na cidade, já conseguiam trabalhar, seja em regime fixo ou part-time, mas também devido a toda esta circunstância esses alunos perderam trabalho, afetando assim a sua subsistência na cidade”, lamenta.

Entre as dificuldades, Antunes aponta o atraso no pagamento das propinas e das rendas aos senhorios como um dos principais problemas na vida dos estudantes. A maior parte não tem bolsa financiada pelos respetivos países, adianta. Além disso, acrescenta, os seus familiares em África também enfrentam dificuldades, não tendo condições para enviar dinheiro regularmente para suportar as despesas mensais dos alunos.

A perda de rendimento de familiares também causou alguns constrangimentos na sua permanência em Portugal.

Falta de acompanhamento e apoio

Wanderley Antunes critica a falta de acompanhamento da situação dos estudantes africanos em Portugal por parte de algumas entidades, nomeadamente das embaixadas dos respetivos países, à exceção da de Cabo Verde que tem tido uma atitude diferenciadora em busca de apoios para fazer face às dificuldades.

“Nós somos os futuros quadros dos nossos países e é preciso que as entidades competentes, ou seja, o próprio Estado, a direção do ensino ou mesmo as câmaras municipais que enviam cá os alunos para estudar tenham em atenção que devem fazer o acompanhamento desses estudantes aqui no Politécnico”, apela.

Não dispondo de muitos recursos financeiros, a Associação dos Estudantes Africanos fez um levantamento dos problemas e, em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança, procura respostas para as necessidades básicas dos alunos e tenta minimizar os efeitos da pandemia, dá conta Wanderley Antunes.

“Falo nomeadamente da criação do Banco Alimentar do IPB, que é uma iniciativa que tem ajudado muito os alunos com bens alimentícios. O Politécnico de Bragança tem ajudado esses alunos de forma regular, semanalmente”.

Necessário encontrar soluções

Alimentar da associação apoiava inicialmente cerca de 60 alunos com bens alimentícios. Através da Rede Solidária dos Estudantes Africanos em Portugal, criada em março de 2020, foi possível apoiar alunos com dificuldades no pagamento das rendas em atraso. O apoio abrange assistência psicológica e ajuda com material informático para acompanhamento de aulas online.

É uma evidência que a crise pandémica afeta gravemente a vida da comunidade estudantil africana em Portugal, havendo também em Lisboa casos de alunos com propinas em atraso a rondar entre dois a três mil euros.

Segundo Nicandro Fernando Gomes Ié, presidente da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa, foi preciso encontrar algumas soluções para ajudar os que mais precisam.

“Ao longo deste período de COVID-19, nós fizemos algum trabalho em conjunto e criámos uma rede de solidariedade com os estudantes. Conseguimos angariar alguns fundos através da Caritas, de diferentes partes de Portugal, que foram revertidos a favor dos estudantes mais necessitados. De acordo com os critérios definidos pela própria rede, atribuímos fundo de apoio para pagamento das propinas e de renda, para aqueles em situação difícil, residentes em alojamentos universitários”, conta.

Confirma que há alunos que não conseguiram prosseguir os estudos por incapacidade de pagamento das propinas. Gomes Ié, estudante de Direito na Faculdade de Lisboa, explica que também é feita a distribuição de bens alimentares a cada estudante, além do apoio moral e apoio prestado com meios informáticos para assistência de aulas online.

João Carlos (Lisboa) | Deutsche Welle

Cabo Verde | Caso de Cônsul financiador da extrema direita

Posted: 17 Apr 2021 02:37 AM PDT

PAICV questiona a origem dos recursos para a campanha “luxuosa” do MPD

Na sequência dos novos fatos divulgados pela reportagem da SIC que revela informações embaraçosas com alegado escândalo de prémio de viatura de marca Mercedes de mais de 5 mil contos a um membro do atual governo de Cabo Verde, liderado por Ulisses Correia e Silva, o PAICV convocou hoje uma conferência de imprensa para pedir esclarecimentos ao MPD sobre este fato e para saber a origem de tantos meios para campanha que a oposição considerada «luxuosa», levada a Cabo pelo MPD.

Segundo Rui Semedo, esta é uma situação “inaceitável” já que abala a imagem externa e a credibilidade do Estado de Cabo Verde, uma vez que o MPD dificilmente consegue explicar o porquê deste envolvimento.

“De repente o Governo do MpD, Liderado por Ulisses Correia e Silva, associa o nosso bom nome e a nossa prestigiada e respeitada diplomacia, a atores políticos individuais e coletivos da extrema-direita europeia. Os últimos dados vindos a público falam-nos de financiamentos obscuros a partidos políticos da mesma família e até denunciando alguns esquemas montados no submundo da política, colocando em evidência uma corrupção em larga escala, com ramificações internacionais”, enfatizou.

Em seguimento desse escândalo que envolve o país, Rui Semedo, representando o PAICV, pede esclarecimentos ao MPD para saber a origem dos recursos para a campanha considerada “luxuosa” levada a cabo pelo partido, numa altura em que os cabo-verdianos vivem momentos de “miséria”.

“Hoje tudo leva crer que esta relação esteja baseada em interesses materiais e financeiros promovidos por uma maioria, que não olha a meios para atingir os seus objetivos, mesmo, que para tal, se tenha que se sentar à mesa abastada dos líderes europeus populistas e de ideologia iliberal, xenófoba e autoritária”, reiterou.

A denuncia se remete a novos fatos divulgados pela reportagem da SIC que revela que um membro do Governo de Ulisses Correia e Silva terá sido supostamente beneficiado com uma viatura mercedes avaliada em cerca de 5.500 contos. Um prémio ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros por este ter empossado como cônsules honorários de Cabo Verde na Flórida e em Nova Jérsia, a um empresário (César Do Paço) e sua esposa. Que Paço passaria, de entre muitas benesses, a ter um passaporte diplomático de Cabo Verde. O caso provocou o pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades, Luís Filipes Tavares.

A Semana (CV) | LC/Redação

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