natal consumista por jose gabriel avila

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Ainda não percebi como o aniversário do nascimento de Jesus descambou para um supermercado de ofertas e de prendas a quem não celebra os anos.
Não entendo, nem espero explicações de economistas, publicitários e de quem lucra com o negócio.
O mundo inteiro, ou os cristãos, deviam estar a celebrar os 2021(?) anos do nascimento de Jesus – como narram os Evangelhos – mas cederam às exigências do liberalismo económico e do materialismo que usou e abusou do dinamismo da Fé para, em seu benefício, tirar partido da Festa. Chegou-se mesmo ao ponto de se inventar um personagem pseudo-filantropo, amigo das crianças– o Pai Natal – velho simpático e meigo que distribui prendas aos “meninos bons”, desde que as suas famílias estejam abonadas.
A figura do velhinho foi-se infiltrando aos poucos e, sem se dar por isso, o aniversário do nascimento de Jesus, deixou de fazer parte da cultura e do imaginário das crianças e dos jovens. O que é um contrassenso, pois a Festa do Natal remete para o acontecimento bíblico, enquanto o Pai Natal – no meu tempo de criança era o São Nicolau- pode ser qualquer dia do ano.
A sociedade mais desenvolvida incorre, pois, numa enorme mentira e por isso tem de ser julgada pela perversidade das motivações que alimentam a sociedade de consumo.
Não faz sentido desejar Feliz Natal, quando a maioria da sociedade não celebra o nascimento do Menino Jesus nem acredita nEle. Também não faz sentido receber ou dar prendas, pois Ele é que é o aniversariante.
Razão tinha as gerações anteriores à nossa, que celebravam festivamente o nascimento de Jesus e para ele se preparavam, coletivamente, com novenas, Missas festivas, procissões e louvores ao Messias. Esse era o tempo da cristandade, que não resistiu à secularização e a própria Fé também não respondeu à laicização, nem se adaptou à modernidade.
Há, pois que falar claro, com verdade e distinguir a celebração do Natal de Jesus, da quadra despesista que as regras da economia de mercado incrementam.
É preciso evangelizar o Natal de Jesus e revertê-lo à memória original da Teologia da Salvação.
Quem nasceu foi o Messias, o Salvador da humanidade. É esse acontecimento que a humanidade, se acreditar, tem de festejar. Não outras luzes efémeras que nos consomem e extinguem à brisa mais leve.
Esta é a grande notícia: “Um Menino nasceu, um filho nos foi dado; o seu nome é: Conselheiro-Admirável, Deus herói, Pai-Eterno, Príncipe da Paz (Is.9:5). Ou como narra São Lucas (2,10-14), “anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor”. E os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Deus ama”.
Aleluia!
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  • Bruno Medeiros

    Que alívio quando vejo alguém a pensar como eu. O seu texto reflete brilhantemente o reflexo da nossa sociedade . Infelizmente as sociedades actuais esqueceram o menino Jesus. Só existe o pai Natal e pouco mais. Muito muito triste.