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Felizmente não sou palestiniano nem refém do Hamas, cidadão da Rússia ou do Haiti ou de dezenas de países onde a vida é o verdadeiro exemplo do princípio judaico cristão que existe céu, pois o inferno é aqui na Terra. Feliz por não estar (ou não ter nascido) no Afeganistão, na Coreia do Norte, na Nigéria, no Mali, no Paquistão, Bangladeche, Irian Jaya (Papua Ocidental sob ocupação Indonésia desde 1962), no Iémen, Iraque, Irão, na Caxemira, na ainda ilegal República Sarauí, República do Congo, Chade, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Ruanda, Burundi, Quénia, Uganda, Somália, Etiópia, Sudão, Líbia, Síria, Egito, Eritreia, Camboja, Birmânia (Myanmar), Chechénia, na maioria dos países da América Central, Latina ou da América do Sul, México, Albânia, Hungria, países balcânicos, países da ex-União Soviética, Ucrânia, Crimeia e países terminados em “tão” (Turquemenistão, Tajiquistão, etc.) num total de 151 atualmente em guerra….

São tantos e tão diversos, uns em guerras recentes, outros há décadas, sem paz nem futuro nem presente e eu aqui nos Açores a queixar-me de quê? Da humidade? Da pobreza da maioria da população, mas que ainda não me afeta? Do atraso de vida que o arquipélago é ainda em tantas áreas? Por não ser suficientemente apreciado pelos meus pares? Por ser lido por poucos? (espero que sejam bons!) Por vender, cada vez menos livros? Pelo excesso de drogas, incluindo as sintéticas que começam a transvasar das cidades para os meios rurais?

Dito isto, alguém na sua perfeita sanidade tem coragem de se queixar para além de imbecilidades mesquinhas e de políticos incompetentes? Vejamos as coisas pelo lado positivo, pertencemos a uma pequeníssima elite de seres pensantes, com opinião e inteligência para formar a nossa opinião, divergindo de mais do que 90% da população que nos rodeia e dos que nos comandam o dia a dia… Conseguimos ser indivíduos e individualistas, mesmo integrados em esquemas coletivos e de solidariedade, sonhamos com altos voos para nós e para os nossos que não se comprazem com a mesquinhez e a mediocridade do meio ambiente onde estamos inseridos. E assim dou graças por estar vivo ainda e viver aqui neste paraíso, estragado pelo excesso de turistas e maus políticos incapazes de pensarem no bem comum a longo prazo, tal como vem acontecendo há quase mil anos.