NÃO PROPAGUE O MEDO, CITE ESTES FACTOS E ESTATÍSTICAS

Vítor Oliveira Martins Serviço público e não “fearmongering”, ou seja, o culto do medo.

“O surto actual de coronavírus foi detectado em meados de Dezembro na cidade de Wuhan que, por sinal, tem o mesmo número de habitantes que Portugal inteiro (onze milhões). Dos 79300 casos identificados a nível mundial, 77000, ou 97.1%, ocorreram na China.

Ora, se considerarmos que a esmagadora maioria de casos reportados na China ocorreram em Wuhan, concluímos que incidência da doença na própria cidade epicentro do surto é inferior a 1%. 0.7%, para ser mais preciso.

Por outro lado, se considerarmos a população total da China, que a 26 de Fevereiro de 2019 ronda os 1.437 mil milhões de habitantes, chegamos à conclusão que menos de 0.01% da população chinesa está infectada com coronavírus. Isto em três meses de surto.

No que diz respeito a mortes causadas pela infecção, destaco que na faixa etária mais vulnerável da população, ou seja, pessoas com idade superior a 80 anos, a taxa de mortalidade foi de 14.8%.

O que é que isto significa? Significa que um velhinho de 85 anos, que resida em Wuhan, tem uma probabilidade de 0.7% de contrair a doença e uma probabilidade de 14.8% de morrer se a contrair. Ou seja, um velhinho de 85 anos em Wuhan tem uma probabilidade global de 0.1% de morrer da doença.

(0.7% x 14.8% = 0.1%)

Nas restantes faixas etárias, a taxa de mortalidade é ainda mais reduzida. Por exemplo, em pessoas com idade compreendida entre os 30 e os 39 anos de idade, a taxa de mortalidade é de 0.2%. Ou seja, voltamos ao mesmo raciocínio. Uma jovem de 35 anos a residir em Wuhan tem uma probabilidade de 0.7% de se infectar com coronavírus. E se se infectar, uma probabilidade de 0.2% de morrer com a doença. Isto dá-lhe uma probabilidade global de morrer de 0.001%.

(0.7% x 0.2% = 0.0014%)

Dito isto, estes cálculos foram feitos com base no “worst case scenario”, ou seja, tendo em conta a incidência da doença na cidade-epicentro do surto, Wuhan. Se fizermos as contas, por exemplo, em relação a Itália, país com mais de 60 milhões de habitantes e 322 casos registados até ao momento, concluímos que a probabilidade de um cidadão italiano morrer na sequência da infecção por coronavírus é, actualmente, infinitesimal.

O que quero dizer com todos estes números e contas?

Que não há razão para este tipo de alarmismos que os media gostam de incutir na população. A ameaça da nova estirpe de coronavírus é real, facto, mas não a pontos de nos colocarmos todos a preparar um cenário pós-apocalíptico, como já começa a acontecer em cidades italianas como Milão.

Mais do que incutir o “fearmongering”, ou seja, o culto do medo, que é aquilo que os meios de comunicação social mais gostam de fazer, talvez faça mais sentido explicar à população e garantir que toda a gente percebe quais as medidas a tomar para limitar a transmissão do vírus.

Estas medidas são:
– Evitar contactar com pessoas que tenham sintomas como tosse ou falta de ar, bem como pessoas com febre;
– Evitar tocar directamente nos olhos, nariz e boca;
– Tossir e espirrar sempre para um lenço de papel e deitá-lo no lixo logo de seguida;
– Se não tiveres um lenço de papel, tosse ou espirra para o antebraço e nunca para as mãos ou muito menos para o ar;
– Lavar as mãos com água e sabão depois de ir ao WC, tossir ou espirrar, antes de comer e, se possível, antes de tocares no nariz, olhos ou boca;
– Ao lavar as mãos, tem particular atenção ao espaço entre os dedos e debaixo das unhas e nunca demores menos de 20 segundos;
– Se não tiveres água ou sabão disponível, utiliza uma solução alcoólica com pelo menos 60% de álcool;
– Lavar e desinfectar bem estruturas como maçanetas de portas e outras superfícies nas quais se toque com frequência;
– Se estiveres assintomático, não precisas de utilizar máscara.

Se conseguirmos pôr toda a gente a cumprir estas medidas, que, por sinal, são exactamente as mesmas medidas preconizadas para limitar a transmissão do vírus da gripe e outros vírus respiratórios, já podemos dizer que este surto não foi em vão.”

Menos medo, mais informação.

(Fonte: Center of Diseases Control [CDC] e Organização Mundial de Saúde [OMS])
Encontrada no Google em smartraveller.gov.au

Publicado por

CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL

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