não perca esta noite RTP A o fim dos coriscos mal-amanhados

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Então chegámos ao fim

Roubo o título de um dos meus romances favoritos para encimar a última crónica. Joshua Ferris estaria certamente longe de imaginar esta ressonância, mas assim é a saúde própria de tudo o que nasce para o público. Cheia de vitalidade embora se espere que contagie. No melhor dos sentidos.

Assim o desejamos, e talvez fosse de subverter o enunciado acrescentando um pontinho de interrogação no fim. Devolvam-nos o eco duma tentativa de amor. E volto a Beckett: Tenta. Falha. Falha outra vez. Falha melhor.

Hoje, e em velocidade supersónica, despedimo-nos com cenas inéditas das 9 ilhas bem como protagonistas únicos. Teté Bettencourt e o seu sucesso internacional no design, um realizador mexicano a habitar o rochedo da salvação, Balada Brassado e a sua irreverência inteligente, um agricultor biológico feito estrela de cinema sem o saber, folclore de Rabo de Peixe em aguerrido simultâneo com uma banda alternativa catalã, o culto do Espírito Santo aqui acolá, e a missão final: apresentar ao compadre Nuno o professor que – há 27 anos – marcou a minha adolescência. Um homem sem o qual pura e simplesmente não teria chegado aqui, embora ele possa não saber disso. Foi quem inspirou uma geração de alunos a ler e escrever, quem me pôs perante uma plateia pela primeira vez, quem mostrou que podíamos rir sempre – por muito aparentemente sisudos que fossem os cargos, contextos ou muros apresentados pela vida.

E há música inédita (algo que não estava previsto nos guiões iniciais mas aconteceu espontaneamente em todos os episódios); bloopers e gaffes de rodagem; mais aparições dos meus irmãos de armas, Diogo, Eddie, Góis, Brou, Sara, companheiros da maior aventura.

Foram dois anos e meio, pelo menos, de trabalho árduo para chegar aqui – sendo o último obstáculo fazer de conta que tudo o que estava para trás não custara nadinha, de cada vez que o Diogo Rola exclamou “Acção!”.

Muita angústia, muita noite sem dormir, muita espera. Foi querer fazer bem pela nossa terra, pelos nossos parceiros, pela RTP-Açores, pelas nossas famílias e amigos, por todos aqueles (e são tantos) que, no fim de cada episódio, surgem na lista de agradecimentos. Foi querer – com a alma inteira – chegar um dia aos 80 anos, fechar os olhos, recordar e concluir: fizemos isto.

E como o relógio insiste em não abrandar, o sonho agora é outro – e já viu plantarem-se algumas sementes: uma sequela pelo mundo açoriano em 5 ou 6 episódios – Bermuda, Canadá, Costa Leste dos EUA, Costa Oeste, talvez Uruguai e seguramente Florianópolis, sul do Brasil, onde cerca de meio milhão de luso-descendentes abraçam com orgulho a noção afectiva de serem a “10ª ilha açoriana”.

Então chegámos ao fim? Talvez não, ainda que sejam provavelmente necessários mais 2 ou 3 anos e aqueles dilemas que estão na origem das rugas e dos cabelos brancos.

Venham eles. Entretanto, “Mal-Amanhados – Os Novos Corsários das Ilhas” fará o seu caminho na RTP-Internacional, RTP-Play, outras RTP’s e outras plataformas internéticas. É nosso, vosso, é de quem o apanhar.

MAL-AMANHADOS, ep10 (final): “Ontem, Hoje & Amanhã”

RTP Açores, 20h50 (+ 1 no continente):

189 NOS / 160 MEO / 185 Vodafone / 28 Cabovisão

transmissão em simultâneo na página FB da RTP-A

episódio disponível amanhã na RTP Play

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Comments
  • Guilherme de Oliveira Parabéns pelo excelente trabalho. Bem haja!
  • João Monge Ferreira Agora, toca de fazer o mesmo no Contenente.
  • Adriano Batista Obrigado por nos terem trazido o berço que nos atirou ao mundo, de uma forma simples e perspicaz, deixando, certamente, o “bichinho” em muita gente para conhecer um paraíso no meio do Atlântico.
    Venha daí a sequela da diáspora! Grande abraço