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, 28.7.2021 – CRÓNICA 408.
Há dias que venho seguindo um certo fórum onde se colocam as prioridades para Ponta Delgada as quais vão endereçadas aos candidatos autárquicos. E eu que nem vivo lá, e vou só à cidade quando necessário, acho que grande parte destas preocupações se estende a outras cidades, vilas, ilhas.
Nem vou elencar aqui as necessidades que considero prementes para a minha freguesia da Lomba da Maia. Muitas das necessidades da agropecuária estarão satisfeitas pois os dois últimos presidentes da junta eram donos de vacas, e devem saber o que precisam, embora eu fizesse uma atualização de métodos e gestão pecuária, com computadores e programas adequados a uma maior produtividade, como há anos um professor da INOVA (que tinha um programa em uso na Holanda me dissera ser imperativo meter em prática nas nossas ilhas).
Para isso teria de haver cursos de formação para os homens da pecuária, muitos dos quais têm baixas qualificações escolares e mal sabem fazer as contas atuais na vida escrava que levam. Atualmente em muitos países pequenos e médios produtores têm itens como chips, leitores de códigos de barras, etiquetas RFID, painéis de LED, drones, tablets e amplo acesso à internet para rastrear os rebanhos com exatidão e automatizar a fabricação e o fornecimento de rações através de leitura eletrónica.
Há inovações de nutrição e de desenvolvimento de técnicas produtivas, de maximização de desempenho. Já nem falo da inteligência Artificial, robótica, biologia sintética, manufatura aditiva e sistemas ciber-físicos, que levam em consideração o conforto animal, que melhoram a atividade dos trabalhadores do campo e a produtividade.
Sabemos que a metodologia usada é quase milenar quando se devia pensar na robotização da ordenha. Por outro lado já há colares com sensores que captam online todas as manifestações e anormalidades de cada vaca. O registo é feito em software, que processa as informações e monta relatórios com base nesses dados, permitindo tomadas de decisão mais assertivas ou seja maior produtividade e menor desperdício de recursos.
Era isto que eu gostava de ouvir. Mas o que se vê, todos os dias no telejornal é o inefável “dono das vacas “a pedir mais subsídios (porque choveu, porque está seca e não choveu, porque o furacão estragou isto, a tempestade tropical estragou aquilo, os “lavradores” (donos de vacas, entenda-se) precisam que os apoiem para pagarem o seguro, eu sei lá 1001 pedinchices, por vezes ameaçadoras roçando a chantagem). Não fala em dar formação aos associados, nem a converter as vacarias, só lhe interessam subvenções do governo regional e da UE. Não penaliza os que produzem leite a mais, pede mais subsídios. Os tempos mudaram, cá e na Europa, mas, impérvio, permanece na sua, encravou na gravação. Creio que a única coisa para que não pediu dinheiro foi para compensar o nevoeiro cerrado, mas, cuidado que posso estar a dar-lhe ideias. Devia era formar o pessoal envolvido na agropecuária para o século XXI e novas tecnologias.
Em 2017 pedi e a única coisa que fizeram foi a reabilitação de 2 moinhos no acesso à Praia da Viola:
- Negociar com o governo regional a reabilitação decente da estrada Lombinha – Maia
- Aumentar a frequência das carreiras da CRP (mesmo que para isso se utilizem autocarros pequenos, mais frequentes)
- Criar um centro permanente de interpretação e divulgação do processo tradicional do linho, usando programas de apoio para empregar jovens a aprenderem os velhos processos e comercializarem os seus produtos
- Abrir posto dos CTT na Lomba da Maia, seja na Junta ou noutro local (a deslocação à Maia em especial nas condições atuais sem estrada direta é absurda)
- Criar A.L. (alojamento local) na freguesia (somos dos poucos locais sem AL),
- Oferecer incentivo para a recuperação de moradias devolutas e em ruínas, recuperar as casas devolutas (ou comprar as mesmas) e oferecer alojamento aos mais necessitados
- Dinamizar atividades dos grupos jovens e apoiar a sua participação em eventos
- Aumentar os locais de estacionamento gratuito nas ruas da freguesia
- Criar posto de turismo e centro de interpretação para os trilhos da Praia da Viola (Promover o conhecimento e inventariação do património material e imaterial. Investigação da história da freguesia)
- Criar balneários na praia da Viola e lutar pela bandeira azul (o nadador salvador já temos), fazer dela um local privilegiado de surf
- Campanha de sensibilização de higiene urbana: promover em toda a população civismo perante o lixo, aumentando papeleiras e cinzeiros nas vias principais e separação do lixo com oferta de recipientes triplos a todos os habitantes.