não há tempo Daniel Braga

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NÃO HÁ TEMPO PARA TER TEMPO
Num outro tempo onde o tempo valia tempo. Numa outra altura onde havia tempo até para que o tempo se escoasse de uma maneira mais célere, pois o tempo era um tempo que lentamente se movimentava ao sabor da suave passagem pela vida, sem grandes constrangimentos nem grandes solavancos. Um tempo suave, que o tempo levou. Um tempo que o tempo não espera pois esse tempo, precioso no tempo, faz – nos apressar a vida, sem rancores nem motivos, sem perdões nem mágoas, para que o tempo que nos resta na cronologia apressada da vida que por nós passou, se transforme em puzzles de gratas memórias e felizes coincidências, onde nos sintamos reconhecidos connosco e com os nossos estados d’alma, reflexos interiores da vida que vivemos na locomotiva do tempo que passou célere e não pediu licença para parar. Falo-vos de um tempo em que nascemos, vivemos e por fim sentimos que cumprimos e partimos. Imagens que ficam por colorir, histórias por realizar e contar, coisas por dizer e fazer, gestos por reconhecer, gratidão por doar, perdões por dar e receber, mas a vida essa não se compadece e num tempo em que não há tempo para ter tempo, não há que perder tempo e ter medo de viver a vida que ainda não vivemos e os sonhos guardados nas gavetas de um tempo esquecido e agora recuperado no calor de uma vida que se pretende feliz e apaziguadora, na locomotiva do tempo que passa a alta velocidade sem deixar tempo para pensar e para haver tempo de usufruir e ainda agarrar o que nos resta para uma nova luz de entusiasmos, de esforços e motivações. É necessário ter tempo para dar tempo a um novo recomeçar.
Daniel Braga
(Foto extraída da net)
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Inacio Moura, Daniel Braga and 8 others
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