NÃO EXISTEM “TIMORENSES PUROS”

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NÃO EXISTEM “TIMORENSES PUROS”
Cá em Timor, para além das diferentes migrações pré-históricas (os entendidos dizem que os povos que falavam uma língua que veio a dar origem ao fataluco, macassai, macalero e búnac chegaram antes dos que falavam algo que deu origem ao tétum, mambai, tocodede, galole, nauéti, etc), é preciso lembrar a mistura dos chineses hakka que cá andam há gerações, das tropas landins trazidas de Moçambique pelos portugueses, dos mestiços luso-malaios de Malaca e das Flores a que chamavam topázios (com destaque para as famílias Costa e Hornay), dos goeses e cabo-verdianos que trabalhavam na administração colonial, dos cabo-verdianos que andaram a construir o Palácio das Repartições e outros edifícios depois da II Guerra Mundial, da miscigenação com japoneses e indonésios durante as respetivas ocupações, dos “filhos da UNTAET”, dos antigos contactos inter-ilhas entre fatalucos e gente de Kíssar, e entre ataúros, ilimanos e wetarenses, dos que têm algum antepassado português… Só gente burra é que fala em “timorenses puros” – que não existem.