Views: 1748
Não é apenas Olivença: 3 localidades espanholas que pertencem a Portugal
Quando se fala em polémicas com a fronteira portuguesa apenas se refere Olivença, mas não é caso único. 3 localidades espanholas que pertencem a Portugal.
Ahistória de Olivença, que nunca foi devolvida a Portugal, sempre foi motivo de controvérsia. Há mesmo alguns historiadores que defendem que Portugal nunca teve direito a recuperar Olivença porque também nunca devolveu a Espanha algumas zonas na América do Sul que pertenciam aos espanhóis. Mas enquanto Olivença continua com frequência na memória dos portugueses, esquecemos frequentemente outras 3 localidades espanholas na mesma situação (embora com algumas diferenças históricas). Descubra 3 localidades espanholas que pertencem a Portugal.
1. Hermisende
Hermisende é um município raiano da Espanha na província de Zamora, comunidade autónoma de Castela e Leão, de área 109,05 km² com população de 350 habitantes (2007) e densidade populacional de 3,51 hab/km². Pertenceu a Portugal até 1640, tal como as aldeias vizinhas de San Ciprián (São Cibrão) e La Tejera (Teixeira). Chamava-se até aí Ermesende. No concelho de Hermisende fala-se galego, português ou galego-português com influências leonesas.
Um dos aspectos mais impressionantes deste município é a singularidade da sua linguagem, decorrente de factores históricos e socioculturais derivados da sua posição fronteiriça com a Galiza e Portugal, e que actualmente mostra evidências claras de uma influência notável recebida da língua galega e da língua portuguesa.
Esta localização geográfica gerou um dialecto cuja origem gera dúvidas para os habitantes do município e surpreende os visitantes que observam sua notável singularidade, com influências claras em galego e portugueses, constituindo assim, em toda a área, uma região complexa de cruzamento de características Galego-portuguesas e leonesas.
2. São Felizes dos Galegos
São Felizes dos Galegos ou São Félix dos Galegos (oficialmente San Felices de los Gallegos em espanhol) é um município de Espanha, próximo da raia, na província de Salamanca, comunidade autónoma de Castela e Leão, de área 81,43 km² com população de 553 habitantes (2007) e densidade populacional de 7,19 hab/km².
A aldeia de S. Félix dos Galegos recebe esse nome por ter sido repovoada alegadamente por galegos que vieram ocupar estas terras. A inclusão desta região no reino leonês foi relativamente tardia e teve muito a ver o facto de Ciudad Rodrigo ter sido elevada a sede da diocese homónima em oposição à de Salamanca.
Pertenceu a Portugal desde a assinatura do Tratado de Alcanizes (1297) até 1327, com o nome de São Felizes de Galegos. O seu castelo foi mandado erguer por D. Dinis (1279-1325). Reconhecerá ainda a suserania portuguesa, por breves períodos, cerca de 1370 e de 1476.
Do ponto de vista histórico cumpre salientar o facto de que o Tratado de Alcanices de 1297 fez com que a aldeia fosse portuguesa e o castelo fosse construído pelo nosso rei D. Dinis. A data de re-integração em Castela segundo alguns historiadores teria sido em 1350 e segundo outros em 1476 no marco das frequentes rupturas das relações feudais que se davam nesta altura.
3. Salvaterra do Minho
Salvaterra do Minho (em galego: Salvaterra de Miño) é um município raiano da Galiza da comarca do Condado na província de Pontevedra, comunidade autónoma da Galiza, (Espanha de área 62 km² com população de 8761 habitantes (2007) e densidade populacional de 127,65 hab/km².
O seu conjunto de fortificações encontra-se implantado numa zona elevada, que cai em forma de precipício sobre o rio Minho, que o banha pelo sul. Situa-se junto de um cruzamento de vias naturais, uma das quais sobre o rio, que no século XVII correspondia a uma ponte de barcas. Data deste período a ocupação portuguesa de Salvatierra, que durou dezasseis anos, durante os quais se processou a sua moderna fortificação.
Está localizado a dois quilómetros do município português de Monção, ao qual está ligado por uma ponte sobre o rio Minho. No contexto da Guerra de Restauração, esteve sob domínio de Portugal até 1659. Sob o reinado de João I de Portugal (1385-1433) celebrou-se o 2.º Tratado de Monção (29 de Novembro de 1389), por cujos termos celebravam-se tréguas por três anos com João I Castela (1379-1390) e fazia-se a restituição mútua de terras conquistadas: Portugal cedia a Castela Salvaterra de Miño e Tuy, e recebia desta Mértola, Noudar e Olivença, no Alentejo, e Castelo Melhor, Castelo Mendo e Castelo Rodrigo, no Ribacoa.