Views: 0
O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade dos Açores (CICS.NOVA.UAc), da Direcção Regional das Comunidades (DRC), AIPA (Associação dos Imigrantes dos Açores) e Cooperativa Regional de Economia Solidária CRL (Gabinete de Apoio a Migrantes) promoveu um estudo sobre a imigração de mulheres para os Açores realizado em parceria e financiado pelo Fundo Asilo Integração e Imigração (FAMI) e pelo Executivo açoriano.
A sessão abriu com uma conferência (via zoom) de um dos mais referenciados investigadores sobre Imigração em Portugal, José Carlos Marques, intitulada, “Migrações femininas: a realidade portuguesa”, a que se seguiu um inquérito a mulheres de nacionalidade brasileira, ucraniana e de países africanos, nomeadamente Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e Angola.
Este estudo, coordenado pela Piedade Lalanda (CICS.NOVA.UAc), retrata as experiências de mulheres imigrantes na Região e visa aprofundar o conhecimento sobre as suas condições de vida e processos de integração nas comunidades locais, bem como compreender a sua experiência, na primeira pessoa.
José Carlos Marques, do Instituto Politécnico de Leiria, realçou que uma crescente migração feminina que procurar consegui objectivos económicos e melhores condições de vida nos países de destino.
Deu conta que há uma mudança estrutural da economia e estratégia familiar de redução de risco económico da mulher imigrante.
Salientou que em 2020 a população imigrante ultrapassou os 600 mil e a população feminina representa praticamente metade. Nem todos são migrantes. Em 2019 havia 300 mil estrangeiros femininos em Portugal, incluindo os Açores e a Madeira.
Mulheres imigrantes
por sua conta e risco
“Há aquelas mulheres imigrantes que vêm com o visto de reagrupamento familiar e cada vez mais há vistos de estudo e investigação. É uma população feminina jovem que compensa as lacunas que se vão verificando na população portuguesa cada vez mais envelhecida”, afirmou José Carlos Marques.
O investigador focou a sua intervenção no facto de haver um “problema grave de demografia em Portugal e nos Açores”, defendendo uma politica de atracção de emigrantes para combater o problema de demografia?”
Em seu entender, “está é uma estratégia que tem sido adoptada por vários países embora haja alguma luta entre alguns grupos anti-imigração, que olham para a migração como algo negativo e que procuram influenciar diversos governos para impor diversas medidas mais restritivas”.
Mas, como afirma José Carlos Marque, a imigração “é uma solução possível. Naturalmente, não resolve os problemas demográficos a curto prazo porque já estamos numa fase de envelhecimento demográfico em Portugal (e menos nos Açores) que vai demorar vários anos, décadas a conseguir recuperar.”
“A não ser”, como disse, “que se adopte por uma vinda massiva de imigrantes que poderá ter alguns constrangimentos populares em resultado da chegada destas populações a um espaço específico”. Mas, prosseguiu, esta “é uma forma de, pelo menos, os governos nacional e regionais permitirem colmatar algumas lacunas que existem ao nível demográfico”.
Em seu entender, “a vinda de imigrantes é sempre positiva mas é preciso que haja condições, depois, para os imigrantes conseguirem permanecer nas Regiões”.
Recordou, a propósito, o que se passou nos anos 90 ou início dos anos 2000, de algumas experiências que foram feitas em Portugal de atracção de emigrantes para o interior mas, depois, “as condições para manter estes imigrantes ao nível do mercado de trabalho, ao nível da oferta de emprego, não permitiram que estes imigrantes lá permanecessem durante muito tempo”. Afirma que “hoje, a situação já é muito diferente e experiências deste âmbito podem ter outro resultado. Mas é bom que os diversos governos pensem nesta hipótese. Aliás, projecções demográficas mostram claramente que, sem a imigração, a população europeia estará condenada a ser uma população envelhecida. E bastante envelhecida”. “Por isto é que esta é uma forma que deve ser mostrada, deve ser evidenciada o aspecto positivo da imigração para a sustentação, por exemplo, da segurança social nacional”, realçou.

CORREIODOSACORES.PT
Aumento crescente de imigração para os Açores poderá ser favorável às ilhas com menos população
O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade dos Açores (CICS.NOVA.UAc), da Direcção Regional das Comunidades (DRC), AIPA (Associação dos Imigrantes dos Açores) e Cooperativa Regional de Economia Solidária CRL (Gabinete de Apoio a Migrantes) promoveu um estudo sobre a imigra…
5 shares
Like
Comment
Share