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“Dotes” de “actor”
O antigo líder do PSD-Açores e ex-presidente do Governo Regional Mota Amaral, durante os últimos quatro anos, por várias vezes, elogiou em artigos na imprensa o actual presidente do Governo Regional e líder do PS-Açores, Vasco Cordeiro, nomeadamente quanto ao seu desempenho em instâncias europeias, em representação da Região Autónoma. Também elogiou o antigo presidente do Governo Regional e presidente honorário do PS-Açores, Carlos César. Não está em causa se foi justo ou não. O certo é que esses elogios, como é óbvio, não favoreceram o PSD-Açores. Mota Amaral também revelou-se muito satisfeito com algumas homenagens públicas que lhe prestaram autarcas socialistas. Tudo em “família”, portanto, que a democracia tem destas cortesias e amizades, embora por vezes estranhas.
Mota Amaral vem agora dizer que o actual líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, candidato a presidente do Governo Regional nas eleições legislativas regionais deste mês, “abriu o livro”, que é um grande visionário e que tem projectos fantásticos para o arquipélago, quando como presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada foi muito insuficiente. Todos o sabem!
Mota Amaral sabe muito, mas nós todos também sabemos alguma coisa. Ele sabe perfeitamente que Bolieiro não tem dimensão política nem tem condições para vencer as eleições, nem Bolieiro quer ser presidente do Governo Regional, num tempo de grave crise económica e de pandemia que não dá mostras de terminar, com todas as consequências inerentes. Boleiro está a fazer um “frete” ao seu partido e nada mais do que isso. Além disso, consta que Mota Amaral também deseja ficar para a história como o único líder do PSD-Açores que venceu eleições legislativas regionais, pelo que, sendo assim, não lhe interessa uma vitória, que não acontecerá, do PSD-Açores.
Nestas eleições o “teatro” é muito! O PS também tem feito muito “teatro”, querendo apresentar os Açores como o arquipélago das “mil maravilhas”, quando a realidade é muito diferente, nomeadamente com as dificuldades no sector da Saúde e os índices de pobreza, que ninguém pode desmentir e ignorar. Caberia ao principal partido da oposição não entrar no “teatro” eleitoral, mas, pelos vistos, todos querem mostrar “dotes” de “actor”. Que pena!