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Deputado José Andrade
21 hrs ·
Voto de Pesar pelo falecimento do historiador Walter Piazza, que apresentei esta quarta-feira – e foi aprovado por unanimidade – no Parlamento dos Açores:
“A ilha de Santa Catarina foi a melhor forma que Deus encontrou para tornar o sul do Brasil um pouco menos longe dos Açores e muito mais parecido com o seu arquipélago paterno.
Percorridos quase 10.000 quilómetros, passados quase 300 anos, ali ainda estamos como somos: com sangue açoriano em sotaque brasileiro.
Tudo começou em 1748, quando milhares de açorianos venceram a distância do mar para povoarem o vasto sul da colónia brasileira a mando da coroa portuguesa.
Ao longo dos 500 quilómetros litorais do Estado de Santa Catarina, como dos 1.000 da orla marítima do Rio Grande do Sul, 6.000 açorianos especialmente oriundos da Terceira, Pico, São Jorge, Faial e Graciosa fundaram as primeiras povoações e influenciaram para sempre a agricultura, a pesca artesanal e a caça à baleia, a arquitetura, a gastronomia e o artesanato, o folclore, a farra do boi e a festa do Divino.
Dois séculos depois, em 1948, o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina organizou o congresso do bicentenário do povoamento, que reabilitou e valorizou a herança cultural açoriana no sul do Brasil.
Com as sucessivas e exaustivas investigações históricas que desde então interessaram a comunidade académica, ser descendente de açoriano passou a ser um motivo de orgulho na cidade capital de Florianópolis, na ilha e no Estado de Santa Catarina.
Há um nome que se destaca como estando associado ao congresso do bicentenário e como sendo o maior investigador da história catarinense de influência açoriana – Walter Piazza.
Nasceu em Nova Trento em 1925 e mudou-se para Florianópolis com 22 anos de idade.
Doutorado em Ciências Sociais, foi professor e introdutor da história estadual na Universidade Federal de Santa Catarina e autor de 300 obras, entre livros e artigos científicos em publicações nacionais e estrangeiras.
Era membro destacado da Academia Catarinense de Letras e dos Institutos Históricos e Geográficos dos Estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Baía e S. Paulo e era sócio correspondente do Instituto Histórico da Ilha Terceira.
O seu interesse pela investigação açoriana trouxe-o a Portugal durante seis meses para consultas decisivas no Arquivo Nacional Ultramarino, no Arquivo da Torre do Tombo e nos próprios Arquivos dos Açores.
A sua admiração pelo povo açoriano levou-o a considerar que somos “lutadores” for força de vivermos na adversidade das ilhas, “partindo sempre para grandes empreendimentos”.
Walter Piazza faleceu a 9 de fevereiro de 2016 em Florianópolis, cidade irmã de Angra do Heroísmo e de Ponta Delgada.
Tinha 91 anos de vida e sete décadas de investigação influente da história açoriana de Santa Catarina.
No pesar do seu falecimento, que a distância não ignora, merece por isso uma homenagem de reconhecimento que lhe presta a Região Autónoma dos Açores através do seu órgão mais representativo.
Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata propõe à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores este Voto de Pesar pelo falecimento do Professor Doutor Walter Fernando Piazza, do qual deve ser dado conhecimento formal à Universidade Federal de Santa Catarina, ao Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e ao Instituto Histórico da Ilha Terceira.
Horta, Sala das Sessões, 17 de fevereiro de 2016
O Deputado Regional
José Andrade”
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João Câmara
João Câmara Uma das personalidades mais marcantes na relação cultural bilateral entre Santa Catarina e Açores, na sua qualidade de investigador conceituado e de conhecedor profundo da histórica emigração açoriana de 1748 para a ilha meridional.
Entrevistei-o nos A…See more
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Chrys Chrystello
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Voto de Pesar pelo falecimento do historiador Walter Piazza, que apresentei esta quarta-feira – e foi aprovado por unanimidade – no Parlamento dos Açores:
“A ilha de Santa Catarina foi a melhor forma que Deus encontrou para tornar o sul do Brasil um pouco menos longe dos Açores e muito mais parecido com o seu arquipélago paterno.
Percorridos quase 10.000 quilómetros, passados quase 300 anos, ali ainda estamos como somos: com sangue açoriano em sotaque brasileiro.
Tudo começou em 1748, quando milhares de açorianos venceram a distância do mar para povoarem o vasto sul da colónia brasileira a mando da coroa portuguesa.
Ao longo dos 500 quilómetros litorais do Estado de Santa Catarina, como dos 1.000 da orla marítima do Rio Grande do Sul, 6.000 açorianos especialmente oriundos da Terceira, Pico, São Jorge, Faial e Graciosa fundaram as primeiras povoações e influenciaram para sempre a agricultura, a pesca artesanal e a caça à baleia, a arquitetura, a gastronomia e o artesanato, o folclore, a farra do boi e a festa do Divino.
Dois séculos depois, em 1948, o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina organizou o congresso do bicentenário do povoamento, que reabilitou e valorizou a herança cultural açoriana no sul do Brasil.
Com as sucessivas e exaustivas investigações históricas que desde então interessaram a comunidade académica, ser descendente de açoriano passou a ser um motivo de orgulho na cidade capital de Florianópolis, na ilha e no Estado de Santa Catarina.
Há um nome que se destaca como estando associado ao congresso do bicentenário e como sendo o maior investigador da história catarinense de influência açoriana – Walter Piazza.
Nasceu em Nova Trento em 1925 e mudou-se para Florianópolis com 22 anos de idade.
Doutorado em Ciências Sociais, foi professor e introdutor da história estadual na Universidade Federal de Santa Catarina e autor de 300 obras, entre livros e artigos científicos em publicações nacionais e estrangeiras.
Era membro destacado da Academia Catarinense de Letras e dos Institutos Históricos e Geográficos dos Estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Baía e S. Paulo e era sócio correspondente do Instituto Histórico da Ilha Terceira.
O seu interesse pela investigação açoriana trouxe-o a Portugal durante seis meses para consultas decisivas no Arquivo Nacional Ultramarino, no Arquivo da Torre do Tombo e nos próprios Arquivos dos Açores.
A sua admiração pelo povo açoriano levou-o a considerar que somos “lutadores” for força de vivermos na adversidade das ilhas, “partindo sempre para grandes empreendimentos”.
Walter Piazza faleceu a 9 de fevereiro de 2016 em Florianópolis, cidade irmã de Angra do Heroísmo e de Ponta Delgada.
Tinha 91 anos de vida e sete décadas de investigação influente da história açoriana de Santa Catarina.
No pesar do seu falecimento, que a distância não ignora, merece por isso uma homenagem de reconhecimento que lhe presta a Região Autónoma dos Açores através do seu órgão mais representativo.
Assim, ao abrigo das disposições regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata propõe à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores este Voto de Pesar pelo falecimento do Professor Doutor Walter Fernando Piazza, do qual deve ser dado conhecimento formal à Universidade Federal de Santa Catarina, ao Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e ao Instituto Histórico da Ilha Terceira.
Horta, Sala das Sessões, 17 de fevereiro de 2016
O Deputado Regional
José Andrade”