macau 1622 a invasão holandesa

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24 Junho – (Já foi) Dia de Macau.
Quando o padre jesuíta Rho disparou um tiro de canhão e acertou com precisão, um vagão carregado de pólvora pertencente às forças invasoras holandesas, no dia 24 de Junho de 1622, Dia de São João Baptista, iniciava-se a história que originou o Dia de Macau: Oitocentos soldados holandeses desembarcaram na praia de Cacilhas, hoje região do reservatório, para tentar tomar Macau.
Sessenta europeus e noventa macaenses tiveram que retroceder das areias de Cacilhas diante da sua inferioridade numérica.
Os sinos tocavam insistentemente, as senhoras refugiavam-se em São Paulo e os tesouros foram guardados no Seminário.
A cidade do Nome de Deus estava desprotegida.
A maior parte dos portugueses viajara para o estrangeiro, comum naquela época do ano.
Os holandeses, felizmente, não sabiam disso.
Avançando com cautela, sofreram pesado bombardeio de canhões da cidadela do Monte e um tiro disparado pelo padre jesuíta Rho acertou, em cheio, aquele vagão de pólvora.
Isto desconcertou as forças invasoras.
Dirigiram-se então ao cume a Ermida da Guia onde foram detidos pelas forças lideradas por Rodrigo Ferreira.
O golpe final aos holandeses deu-se com a junção de dois grupos de combate de Macau que os atacaram quando se dirigiam a outra elevação.
Em debandada, os holandeses ainda foram atacados pela população local.
No combate final em Cacilhas, os holandeses, derrotados, jogaram-se ao mar na tentativa de alcançar os barcos.
Muitos se afogaram e um dos barcos, superlotado, afundou-se.
Dizem os registos portugueses que cerca de 350 holandeses morreram em combate ou afogados.
Do nosso lado, os mortos foram 4 portugueses, 2 espanhóis e vários negros, para uma batalha que durou cerca de duas horas.
Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre.
Após os combates, foram todos à Catedral para uma solene acção de graças, tendo o Senado e os moradores feito votos de comemorar este dia daí em diante, cuja salvação da cidade foi atribuída a São João Baptista.
Conta a lenda que pelo seu manto, foram desviados os tiros dos inimigos”.
Este dia foi, até 1999, feriado em Macau. Macau continua a ser Macau, mas o seu dia deixou de ser evocado….
A partir de “Macau Histórico” de C.A Montalto de Jesus.
in Blog Macau Antigo.
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