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Citação de Victor Vasconcellos
“Minha posição
Diante do exposto, claro que tenho uma posição. E creio que está mais do que evidente, entretanto, farei questão de explicá-la. Minha posição como investigador é que a língua portuguesa e o galego, hoje línguas independentes (embora irmãs), são a mesma língua. Claro que há diferenças, que não são maiores do que as diferenças entre as variantes do inglês que correm o mundo ou do próprio português falado em 4 continentes. Claro que a língua é a marca cultural de um povo e vai se moldar de acordo com a realidade local, o que não impede a comunicação com outras regiões que tenham a mesma estrutura linguísitica.
A situação da perda de falantes do galego, na Galiza, incomoda-me muito, pois é uma região que preserva muitos traços do período galego-português. Faço defesa do galego, mas não quero distorcer a história ou fazer falsas dissertações. Simbólica (e historicamente), a região da Galaecia é o berço do romance que originou o galego e o português (na atual divisão) ou a língua que é falada por mais de 250 milhões de pessoas. O português, de fato, é o galego que surgiu no norte e desceu para o sul. De defender essa unidade, eu não abro mão. Viva Galego! Viva Galiza!”
Depois de ter iniciado o erro, fruto do seu acolhimento fraterno no seio da Galiza lucense, corunhesa ou compostelana, o senhor Vasconcellos afirmava com o título pomposo e um pouco ambíguo, para não dizer parvo, que “a língua Galega era nai da Lusofonia”.
Esta parvada de associar algo maternal na Galiza com a Lusitânia, mas ao mesmo negar a existência desta é algo que me desassossega por ser tendenciosa de uma outra negativa subliminar, a da lingua portuguesa falada, escrita e materna no Brasil desde há 523 anos.
O senhor Vasconcellos surge agora a corrigir o erro infantil inicial, mas quer novamente insistir no berço de dois irmãos gémeos. Já não a Galiza inicial nai, mas agora a Gallaecia.
Obrigado Guel de Miranda pela sugestão dada ao senhor Vasconcellos.
Mas entretanto, e não vá o terreno galego fugir dos pés do senhor Vasconcellos, nota-se uma condescendência para com a língua portuguesa materna, porque evidentemente é a única que o senhor Vasconcellos conhece desde que nasceu.
Mesmo assim, o senhor Vasconcellos não abdica em afirmar que o português nasceu exclusivamente no Norte, não precisando onde, e que depois desce (escorrega) para o Sul, que na sua sapiência e douta inteligência não sabia falar, escrever ou soletrar qualquer tipo de linguagem que se pudesse sequer aproximar do vernáculo galego, ou galego-português exclusivo desse Norte berço galaico über alles.
Eu já tentei explicar aos galeguistas nacional-socialistas do Reino, como a senhora Margarida Bermudes Vasques, que num reino Suevo de 585, dito Reino da Gallaecia ou na parte lucense corunhesa, Reino da Galiza, que existem 4 importantes dioceses pertencentes ao conventus scalabitano da Lusitânia e que são constantemente citadas nos anais da história medieval como Coimbra, Lamego, Viseu e Idanha. Desde os Suevos até chegados ao ano da confirmação do reino de Portugal de 1179.
E parecendo que não, neste espaço geográfico, lusitano por sinal da história geográfica e cronológica, também se falava, escrevia e soletrava uma linguagem, que tudo indica era tão percebida no Norte, como no Sul e no Leste, não sendo contudo galego, mirandês ou asturo-leonês ou castelão.
Como nas crónicas medievais tanto muçulmanas como cristãs esse território era denominado como Burtugali, Portugal, Portugalensis Territorium, Portugaliae, penso que em vez de trazer uma parvada galego-brasileira de Lusofonia, seria muito mais interessante e justo chamar à linguagem desse território de Português.
E como Portucale a norte do Douro é Porto e é Gallaecia, Portugal a sul do Douro é Gaia e Coimbra e ficam na Lusitânia.
Mais justiça para denominar a linguaige comum como Português.
Claro que isso vai criar desconforto aos galegos da Galiza corunhesa ou compostelana.
Mas para que os galegos se sintam mais confortáveis com a sua língua, que a falem primeiro, acordem com ela na cabeça, a escrevam e a espalhem pelo mundo.
Quando isso acontecer, eu estou cá a aplaudir.
ALOUCURAESENSATA.BLOGSPOT.COM
Uma explicação sobre o texto de 09 de março de 2023
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