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Cito a
Manuela Barreto Nunes
, com vénia : “O livro não é considerado um bem de primeira necessidade pelo governo português. Com livrarias e bibliotecas encerradas, no caso das bibliotecas inventando serviços nos limites da legalidade que lhes permitam não deixar as comunidades sem livros, o governo mostra um profundo desamor pela cultura, pela cidadania, por aquilo que ajuda as pessoas a alargarem os seus horizontes prazerosamente, a aprenderem, a crescerem, a conhecerem melhor o mundo e desenvolverem o sentido crítico, tão importante se verdadeiramente acreditamos na democracia. Eis aqui a
“Carta ao Director” do constitucionalista Jorge Miranda, publicada ontem no jornal Público, sobre o estranho caso de desamor do governo português pelos livros:
“… o livro é um instrumento fundamental de cultura. Nenhum computador o pode substituir, porque apenas o livro propicia tempo para assimilação de conhecimentos e para reflexão por quem o lê, sublinhado de páginas ou parágrafos do que considera mais importante ou mais interessante.
Isto torna-se ainda de maior relevância em época de confinamento, em que os alunos se acham privados do convívio com professores e em que as pessoas em geral não têm acesso às bibliotecas.
A venda de livros em centros comerciais ou chamados “espaços abertos”, e não em livrarias independentes, poderia até envolver uma discriminação. É, pois, imperioso permitir a abertura das livrarias.”, Jorge Miranda, constitucionalista – Jornal Público, 13.Fev.21