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1. lendas da minha Galiza (lomba da maia, dez.º 2011)
Galiza és tão especial quando sorris
por que não sorris sempre?
Galiza és tão bela quando escarneces com gargalhadas cristalinas
por que não ris sempre?
Galiza és tão enamorada quando falas e cicias
por que não tagarelas sempre?
no monte das Ánimas
na era dos Templários
os cervos eram livres
e os servos escravos
do poço no meu eido
transbordam palavras
dele sorvo inspiração
amores e mouras encantadas
lá aprendi a história de Ith
filho de Breogán
indo à Torre de Hércules
seduzir Eirin a Verde
este conto queda silente
na memória dos velhos
já não o aprendem os nenos
li em livros vetustos
o sumiço das Cassitérides
eram cativos os Ártabros
nas forjas de estanho
não encontrei os mapas
no meu poço seco e definhado
nem um fio de água
sem pardais nas árvores
nem flores no jardim
senti o coração trespassado
as lágrimas minguaram
jamais haveria fadas ou sereias
cronópios e polinópios
fui penar ao cimo do monte
pios e polinia fadas ou sereias
atopei umas Meigas
a dançar com o Dianho
também vi o Chupacabras
estandarte de Castela
sem medo de travessuras de Trasgos
nem Marimanta ou Dama de Castro
sem temor da Santa Companhaa Santa Companhatravessuras de Trasgosa
nem do Nubeiro vagueando
entre tempestades e tormentas
juntei ferraduras, alho e sal
colares de conchas e tesouras abertas
esconjurei meigas castelhanas
que me salve o burro farinheiro
ou o banho santo em Lanzada[1]
visitei Santo Andrés de Teixido
duas vezes de morto
que não o visitei uma de vivo
desci a Ribadavia
ali nasce o Minho
que ora passa caladinho
para não despertar os meninos
sigo caminhando
busco a moura fiandeira
um dia virá o eco
e brotará áuga do meu poço
escreverei os versos e serão mágicos
afincado no chão
erguerei a tua flâmula
no poste mais alto e cantarei
Galiza livre sempre.
[1] (Sansenxo)