Views: 0
![](https://scontent.fpdl1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.6435-9/248344219_4850396661651102_2738298482158608013_n.png?_nc_cat=111&ccb=1-5&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=Yr90QDJ8LBEAX8ZhJSH&_nc_ht=scontent.fpdl1-1.fna&oh=a6fbfc0b8ae33f775cb35c35ba2b6bea&oe=619BDE7E)
![](https://scontent.fpdl1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.6435-9/248768341_4850397761650992_4561173327696371026_n.png?_nc_cat=101&ccb=1-5&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=G1oo9nzbk7EAX8-QO8Q&_nc_ht=scontent.fpdl1-1.fna&oh=5ff5ad05b520056a591342d1b348a2fe&oe=619D1F7E)
![](https://scontent.fpdl1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.6435-9/248428890_4850398568317578_7217451898935768966_n.png?_nc_cat=108&ccb=1-5&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=V5D2aGfe_cQAX8s6Xp3&_nc_ht=scontent.fpdl1-1.fna&oh=2b09cd39da6dd25054f58bc6966187d7&oe=619CBFB2)
![](https://i0.wp.com/www.facebook.com/images/assets_DO_NOT_HARDCODE/facebook_icons/star_filled_24_fds-gray-70.png?resize=12%2C12&ssl=1)
RELEMBRANDO….. EMANUEL FÉLIX
Nascido em 24 de outubro em Angra do Heroísmo, @Emanuel Félix Borges da Silva foi poeta, professor, ensaísta, técnico de restauro, crítico literário e de artes plásticas, cronista, escritor.
Em 1958, juntamente com Rogério Silva, fundou e passou a dirigir a revista Gávea, onde fez crítica literária e de artes plásticas.
Estudou restauro de obras de arte no Instituto José de Figueiredo e na Fundação Gulbenkian e fez estudos superiores especializados em restauro científico de obras de arte no Instituto Francês de Restauro de Obras de Arte de Paris, na Escola Superior de Belas-Artes de Anderlecht e na Universidade Católica de Lovaina.
Como poeta, passou pelo concretismo poético e mais tarde por uma experiência surrealista.
O seu 1º livro, “O Vendedor de Bichos” foi escrito com 15 anos e o último (2003) foi a coletânea “121 Poemas Escolhidos”.
O Conselho Mundial das Casas dos Açores atribuiu-lhe uma medalha de mérito em 2003.
Deixamos-vos com um dos seus poemas:
FIVE O’CLOCK TEAR
Coisa tão triste aqui esta mulher
com seus dedos pousados no deserto dos joelhos
com seus olhos voando devagar sobre a mesa
para pousar no talher
Coisa mais triste o seu vaivém macio
p’ra não amachucar uma invisível flora
que cresce na penumbra
dos velhos corredores desta casa onde mora
Que triste o seu entrar de novo nesta sala
que triste a sua chávena
e o gesto de pegá-la
E que triste e que triste a cadeira amarela
de onde se ergue um sossego um sossego infinito
que é apenas de vê-la
e por isso esquisito
E que tristes de súbito os seus pés nos sapatos
seus seios seus cabelos o seu corpo inclinado
o álbum a mesinha as manchas dos retratos
E que infinitamente triste triste
o selo do silêncio
do silêncio colado ao papel das paredes
da sala digo cela
em que comigo a vedes
Mas que infinitamente ainda mais triste triste
a chávena pousada
e o olhar confortando uma flor já esquecida
do sol
do ar
lá de fora
(da vida)
numa jarra parada
In: A Palavra O Açoite (1977)
2 comments
Like
Comment
Share